sábado, dezembro 31, 2005

Fix You - Coldplay

When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
Just what you're worth

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

Tears stream down on your face
When you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I

Tears stream down on your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Banda homenageia brasileiro morto no metrô de Londres

LÚCIO RIBEIRO
Colunista da Folha de S. Paulo

O prolífico rock inglês deixa 2005 para trás suspirando com ares apaixonados por mais uma banda de sua nova safra, o "diferente" quarteto de Londres chamado Guillemots, um dos mais cintilantes nomes das listas de "fique de olho em 2006" que circulam neste final de ano.

O "diferente" diz respeito ao Brasil: o guitarrista tem o improvável nome de Magrão, e o Guillemots já virou a grande aposta por causa do recém-lançado single "Trains to Brazil", homenagem ao mineiro Jean Charles de Menezes, que foi morto em julho em um trem do metrô de Londres pela polícia inglesa, fruto do "combate ao terrorismo". "Trains to Brazil" foi lançado como single no último dia 5 e se encontra em alta rotação nas rádios inglesas. O vídeo da música está entre os mais pedidos da MTV2 européia.

"Na verdade, 'Trains to Brazil' não foi composta para retratar o incidente com o brasileiro", disse Magrão, ou MC Lord Magrão, em entrevista à Folha. "A gente estava gravando a música quando tudo aconteceu, e todo mundo ficou mal por causa da história. Como a música fala de bomba e tem uma linha forte que diz 'Quanto tempo vai levar para que eles nos explodam', achei uma trilha sonora perfeita para a merda que estava acontecendo. A música foi composta pelo vocalista há três anos e tinha outro nome. Pedi para ele mudar, como uma homenagem, e ele deixou", falou Magrão, que até 2000 vivia na zona leste de SP.

O Guillemots foi formado no ano passado e surgiu forte na cena neste ano, quando em setembro lançou o EP "I Saw Such Things in My Sleep", pelo pequeno selo Fantastic Plastic. Aí começou a correria de gravadoras atrás da banda, querendo fechar contrato com os responsáveis pela linda música "Made Up Love Song # 43", que estava tocando bastante nas rádios.

"Foi uma coisa sem noção. Até o ano passado eu não conseguia achar uma banda para tocar. Agora eu me vejo na TV, me ouço no rádio, meus shows lotam e várias gravadoras estão atrás de nós", diz Magrão, que não quer dar seu nome verdadeiro. "Não precisa."

Magrão conta que saiu da ZL paulistana para Londres por volta de 2000, para tentar viver de música na Inglaterra. "Mas não tinha como. Meu estilo é mais experimental, ruídos. Nada pop. Aqui é difícil. Então já estava com tudo pronto para procurar a sorte em Berlim. Aí resolvi responder um último anúncio de um cara procurando banda, nos classificados do 'New Musical Express'", conta o guitarrista. "Pedia alguém para uma banda de rock, que não precisava tocar muito, mas ter estilo e ser criativo. Respondi dizendo que tirava som até de máquina de escrever. Assim conheci o Fyfe."

O Guillemots é uma miscelânea. Além do brasileiro MC Lord Magrão na guitarra, tem o fundador e vocalista inglês Fyfe Dangerfield, a contrabaixista canadense Aristazabal Hawkes e o baterista escocês Rica Caol. A banda acaba de assinar contrato com a Polydor, braço do gigante conglomerado Universal Music. "Estamos assinados, mas com os pés no chão. Temos que ir devagar."

No futuro próximo, a banda tem shows marcados para EUA e Japão, além de convites antecipados para participar de vários festivais de verão europeus. E as gravações do primeiro disco, que devem começar logo nos primeiros meses de 2006.

No CD, além do "hit" "Trains to Brazil", deve ter ainda uma linda canção chamada "São Paulo", que costuma fechar os já famosos shows da banda na Inglaterra. "Essa saiu de um improviso, depois de uma conversa nossa sobre o dia-a-dia numa cidade grande, cada um de um lugar, com sua experiência. Aí ela ficou com a cara de São Paulo."

O ano de 2006 promete ser bom para o grupo de Magrão. Para garantir, sua banda deve entrar no ano novo segurando nas mãos um exemplar da importante revista "Mojo", que diz: "Guillemots, a mais notável banda do Reino Unido hoje".

dicionário

acostumar

{verbete}
Datação
1255 cf. IVPM

Acepções
? verbo
transitivo direto, transitivo indireto, bitransitivo e pronominal
1 fazer agir ou agir de determinada maneira, com regularidade ou freqüência
Ex.:
transitivo indireto, bitransitivo e pronominal
2 tornar familiar a (alguém ou si próprio), pelo uso, pela experiência ou pelo contato; habituar(-se), afazer(-se)
Ex.:
bitransitivo e pronominal
3 adaptar(-se), como reação ou resposta a estímulos externos, condições ambientais e esp. pela repetição
Ex.:


Etimologia
a- + 1costume + -ar; ver costum-; f.hist. 1255 acostumear, sXIII acostumar, sXIV acustumar

Sinônimos
ver sinonímia de aclimar, habituar e treinar

Antônimos
desacostumar, desafazer; ver tb. antonímia de habituar

dicionário

costume

{verbete}
Datação
1262 cf. IVPM

Acepções
? substantivo masculino
1 hábito, prática freqüente, regular
Ex.: tem o c. de caminhar ao fim do dia
2 modo de pensar e agir característico de pessoa, grupo social, povo, nação etc. na contemporaneidade ou numa determinada época (mais us. no pl.); comportamento
Ex.:
3 moda, indumentária adotada em determinada época por um grupo relativamente representativo de pessoas
Ex.: a atualidade inventou o c. da minissaia
4 Rubrica: religião.
conjunto de práticas, hábitos, não registrados, tomados como lei no judaísmo e propagados esp. pela força da tradição (mais us. no pl.)
5 característica singular, particularidade de alguma coisa; peculiaridade
Ex.: esse isqueiro tem o c. de apresentar uma chama muito alta
6 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
menstruação
7 Rubrica: termo jurídico.
jurisprudência que se fundamenta na prática, no uso em detrimento da lei escrita
8 Rubrica: termo jurídico.
relação pessoal que uma testemunha pode ter com aquele a respeito de quem vai depor
9 Diacronismo: antigo.
tributo pago regularmente na alfândega


Locuções
às de c.
Rubrica: termo jurídico.
às perguntas já previstas; às perguntas de praxe [Expressão empr. nos depoimentos para indicar as perguntas ordinárias que são feitas às testemunhas.]


Etimologia
lat.vulg. *co(n)stumìne de *co(n)suetúmen,mìnis, alt. panromânica do lat.cl. consuetúdo,ìnis 'costume, hábito, uso'; ver costum-; f.hist. 1262 custume, 1275 costume, 1296 costome, sXV coustume, sXV custue

Sinônimos
chara, costumeira, enga, estilo, formalidade, hábito, habitude, jeito, maneira, moda, modo, norma, prática, praxe, procedimento, regra, soeiras, tenência, usança, uso, vezo; ver tb. sinonímia de menstruação, prática e rotina

Antônimos
ver antonímia de prática e rotina

Homônimos
costume(fl.costumar)

dicionário

hábito

{verbete}
Datação
sXIII cf. FichIVPM

Acepções
? substantivo masculino
1 maneira usual de ser, fazer, sentir, individual ou coletivamente; costume, regra, modo
Ex.:
2 maneira permanente ou freqüente, regular ou esperada de agir, sentir, comportar-se; mania
Ex.: abandonar velhos h.
3 ação ou uso repetido que leva a um conhecimento ou prática
Ex.: o h. de escrever
4 Diacronismo: antigo.
vestuário, indumentária, trajo
Ex.: usava h. de luto
5 indumentária de um religioso ou religiosa
Ex.:
6 insígnia, distintivo de ordem religiosa ou militar
7 Diacronismo: antigo.
aparência exterior, figura; vulto
8 Rubrica: biologia.
conjunto das características físicas ou constituição geral de um organismo
Ex.:
9 Rubrica: mineralogia.
forma externa de um mineral


Locuções
de h.
de modo costumeiro, usualmente
deixar ou despir o h.
desistir do sacerdócio ou da vida conventual; lançar o hábito às ervas ou às urtigas
lançar o h. às ervas ou às urtigas
1 m.q. deixar o hábito
2 deixar sua posição social; libertar-se de peias
3 entregar-se à devassidão
por h.
sem refletir, maquinalmente
Ex.: respeitava-o mais por h. do que por uma obediência devida
tomar ou vestir o h.
ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento
deixar ou despir o h.
desistir do sacerdócio ou da vida conventual; lançar o hábito às ervas ou às urtigas
lançar o h. às ervas ou às urtigas
1 m.q. deixar o hábito
2 deixar sua posição social; libertar-se de peias
3 entregar-se à devassidão
por h.
sem refletir, maquinalmente
Ex.: respeitava-o mais por h. do que por uma obediência devida
tomar ou vestir o h.
ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento
lançar o h. às ervas ou às urtigas
1 m.q. deixar o hábito
2 deixar sua posição social; libertar-se de peias
3 entregar-se à devassidão
por h.
sem refletir, maquinalmente
Ex.: respeitava-o mais por h. do que por uma obediência devida
tomar ou vestir o h.
ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento
por h.
sem refletir, maquinalmente
Ex.: respeitava-o mais por h. do que por uma obediência devida
tomar ou vestir o h.
ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento
tomar ou vestir o h.
ordenar-se padre, tornar-se monge ou monja, entrar para o convento


Etimologia
lat. habìtus,ús 'estado (do corpo), compleição, modo de ser, estado, natureza, postura; exterior, aspecto; modo de vestir, traje; disposição (dos ânimos)'; ver hav-; f.hist. sXIII abito, sXV habito

Sinônimos
ver sinonímia de costume e prática

Antônimos
desuso; ver tb. antonímia de prática e rotina

Parônimos
abito(fl.abitar e s.m.)

dicionário

vacuidade
{verbete}
Datação
a1710 cf. MBFlos

Acepções
? substantivo feminino
1 estado, condição ou qualidade do que é ou está vazio ou praticamente vazio de matéria, conteúdo ou atividade; vazio, vaziez, vácuo
Ex.:
2 Derivação: sentido figurado.
vazio moral ou intelectual, vaziez de espírito, sensação de ausência de valor, de sentido em si ou fora de si
Ex.: a v. de uma alma
2.1 Derivação: por extensão de sentido.
falta de discernimento; imbecilidade, estupidez
Ex.: a v. da expressão de um oligofrênico
3 coisa vazia, destituída de espírito, de sentido
Ex.: conversas repletas de vacuidades
3.1 Derivação: por extensão de sentido.
ausência de modéstia, alta opinião de si mesmo; jactância, presunção, vaidade


Etimologia
lat. vacuìtas,átis 'vácuo, espaço vazio, interregno, isenção, ausência (de um mal)'; ver vacu-

Sinônimos
vacuidão, vaziez; ver tb. sinonímia de imodéstia e lacuna

Antônimos
ver sinonímia de austeridade

terça-feira, dezembro 27, 2005

Top francês e dupla britânica de breakbeat são atrações confirmadas para a agenda noturna do ano que vem

MÚSICA ELETRÔNICA

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL


O 2006 do pop e do rock já está sendo desenhado, com Rolling Stones, U2, Madonna, System of a Down, Santana... Fora das guitarras, a eletrônica também movimenta a agenda do próximo ano.
O Skol Beats, que em 2005 reuniu 57 mil pessoas, já está com a data fechada: 13 de maio. Como no ano passado, sua estrutura utilizará terrenos do complexo do Anhembi e do parque da Aeronáutica, na zona norte de São Paulo. Dois nomes já estão fechados: a dupla britânica Plump DJs (o principal nome do breakbeat) e o holandês Armin van Buuren (trance). O canadense Tiga e a banda norte-americana de disco-punk LCD Soundsystem, a Folha apurou (a organização não confirma), foram convidados para preencher a escalação do evento.
Também como no ano passado, o festival será dividido em palco, três tendas e um trio elétrico. Há a idéia de acrescentar ao evento um espaço para música urbana (black music, rap etc.) e outro para o popularíssimo trance psicodélico, mas isso não está definido.
Ainda em festivais, o Motomix e o Nokia Trends vão ocorrer em 2006 e terão companhia do novo Campari Tecno. O primeiro terá início ainda no primeiro semestre, com uma espécie de seletiva para novos artistas, e culminará com festa em agosto. O segundo deve ocorrer em setembro, num único dia, com várias atrações.
Já o Campari Tecno acontece em 11 de fevereiro em um sítio na Grande São Paulo e trará pela primeira vez ao país o produtor holandês Speedy J., além do inglês Innigo Kennedy e do escocês Vince Watson. DJs nacionais completarão o line up -a marca de bebidas faz em 8 de abril a segunda edição de seu festival destinado ao rock, que terá os DJs franceses de electro Vitalic e David Carretta, além de bandas como Supergrass e Mission of Burma.
A movimentação dos clubes começa logo após o Réveillon. Para 6 de janeiro, o Lov.e negocia a apresentação de Luciano, chileno bem conhecido no minimal tecno. Já no dia seguinte, a corrente minimalista da eletrônica terá outro representante na cidade: o top alemão Michael Mayer, proprietário do importante selo Kompakt, que toca no D-Edge.
O clube da Barra Funda continua com a iniciativa de trazer DJs internacionais de nome: apenas em janeiro, abrirá espaço para a holandesa Isis van der Wel (ou 100% Isis), para o alemão DJ Hell, além de Crispin Dior e Mr. C (dono do clube londrino The End).
Após o Carnaval (que terá o alemão Ian Pooley), o clube fecha para uma reforma de ampliação de espaço. Na reabertura, provavelmente em 9 de março, fará uma grande festa, e o nome convidado será o top francês Laurent Garnier. Mais: Matthew Dear (fevereiro), Freeform Five, M.A.N.D.Y. (ambos em abril), The Glimmers, Trentemöller, o habilidoso alemão Koze e o escocês Ewan Pearson (maio) ganharão os pick-ups do D-Edge.
O tecno de estrutura minimal, gênero que atraiu inúmeros DJs e fãs para si em 2005, será apresentado no Lov.e pelas mãos de Steve Bug (13 de janeiro) e Richie Hawtin (21 de fevereiro). Além desses, o clube terá Cristian Varela (14/1), a festa Los Amigos, em que Marco Carola, Technasia e Christian Smith tocarão juntos (20/1), Misstress Barbara (28/1), Robert Natus e Tiefschwarz (fevereiro). Em 13 de março, o Lov.e abrirá as portas para o top inglês Dave Clarke.
Os belgas 2ManyDJs estão na mira tanto do clube paulistano quanto do festival Skol Beats.
A Circuito começa 2006 com o sérvio Marko Nastic, em 21 de janeiro. O núcleo continua o ano com Pascal F.E.O.S., Oscar Mulero, DJ Rush e os eslovenos Umek & Valentino Kanzyani. A SP Groove traz a São Paulo, em 24 de janeiro, o francês Olivier Giacomotto. No mesmo dia, o Manga Rosa terá o irlandês Phil Kieran.
Voltando um pouco: fevereiro, além do que está reservado aos clubes, pode guardar outra boa surpresa: o lendário grupo Sisters of Mercy negocia show no país. E o francês The Hacker, parceiro de Miss Kittin, vem em abril.
No litoral, o Sirena fará programação especial no Carnaval, com o alemão Sven Väth, a dupla Deep Dish e o inglês Fatboy Slim -este toca também num trio elétrico em Salvador. Antes, em 7 de janeiro, o clube de Maresias recebe o tecno do italiano Mauro Picotto.

Ópera
Saindo da eletrônica, a CIE, responsável pela vinda do guitarrista Santana em 15, 17 e 18 de março, trará a São Paulo as montagens alemãs das óperas "Carmina Burana" e "Aída". As peças, com mais de cem atores, serão apresentadas em uma semana cada uma, no Credicard Hall, em maio.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

...Flávio Tonnetti

para Davi Roque

Enquanto preparava o meu solúvel
olhei pela janela
vi o céu

E eram tantas as estrelas entre as Três Marias
que ao invés de apagá-las, ressaltavam mais belas.

Lembrei dos dias em que eu só
tinha
os postes
da cidade amarela

Fiquei parado
Não pude tomar o solúvel.
Não imediatamente.

Fitei na janela, à comtemplar-me
e à noite
que luzia
por detrás dela.

Resgatada mulher seqüestrada após passar 21 anos em uma cova

Pequim, 26 dez (EFE).- Huang Peishu, uma mulher de 58 anos que foi seqüestrada e vendida como esposa, foi resgatada após viver 21 anos em uma cova na região autônoma da Mongólia Interior (norte da China), informa hoje a imprensa local.

A mulher, procedente de um povoado da província de Sichuan, foi raptada em 1982 e transferida a uma pequena aldeia da Mongólia Interior, onde foi vendida a um morador, Sun Runshan, por US$ 124.

No entanto, após a morte de seu filho recém-nascido, Huang enlouqueceu e se refugiou na cova, onde seu esposo a alimentou e abrigou durante todos os anos que durou o cativeiro.

A publicação de sua história nos meios de comunicação provocou a atuação das autoridades locais, que a internaram em um hospital, onde terá que passar pelo menos três meses.

O seqüestro e venda de jovens solteiras e bebês se multiplicou nos últimos tempos na China, sobretudo nas áreas rurais, e em 2004 a Polícia recuperou 9.000 mulheres e meninas das redes de tráfico de seres humanos.

As moças são normalmente raptadas para serem vendidas como esposas, embora muitas delas sejam forçadas a trabalhar como prostitutas ou permanecem cativas até que a família aceita pagar um resgate.

domingo, dezembro 25, 2005

MTV tira música de Bidê ou Balde da programação e é obrigada a exibir vídeo educativo.

da Redação

A MTV retirou de sua programação a música "E Por Que Não?", da banda Bidê ou Balde, em clipe ao vivo extraído do programa "Acústico Bandas Gaúchas", a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A música, segundo o MPF, contém "menção indireta" a pedofilia e incesto, o que seria contrário ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

"E Por Que Não?", que foi lançada originalmente em 2000, no disco "Se Sexo É o que Importa, Só o Rock É Sobre Amor", do Bidê ou Balde, traz versos como "Eu estou adorando ver a minha menina/com algumas colegas dela da escolinha/Eu estou apaixonado pela minha menina (...)" e "Teu sangue não é igual ao meu/teu nome não fui eu quem deu/te conheço desde que nasceu (...)".

Uma ação contra a veiculação da música rola desde junho de 2005. Em outubro, o pedido de sua suspensão de execução foi recusado. O MPF recorreu da decisão e, no início de dezembro, o recurso foi aceito.

Segundo informações do site "Consultor Jurídico", a 7ª Câmara Cível Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceu que a letra da música efetivamente tem "conteúdo que estimula e banaliza" a violência sexual contra crianças, o incesto e a pedofilia. Ficaram estabelecidas, entre outras medidas, uma multa para a comercialização da faixa em CDs e DVDs, e a obrigatoriedade de emissoras de rádio e TV informarem, antes da veiculação da música, que ela traz conteúdo que incita a violência contra menores.

A retirada da música da programação da MTV acontece após uma negociação entre o MPF, a emissora e a gravadora Sony/BMG --que lançou um DVD e um CD do programa que contêm a faixa "E Por Que Não?".

Nos discos, de que também participam Cachorro Grande, Ultramen e Wander Wildner, há outras quatro faixas do Bidê ou Balde: "Microondas", "Melissa", "Bromélias" e "Mesmo que Mude".

Pelo acordo, a gravadora se compromete a retirar a música "E Por Que Não?" de novas edições do CD e do DVD do show, e a MTV fica obrigada a editar uma nova versão do "Acústico Bandas Gaúchas", sem essa faixa, para exibições futuras. O programa já foi exibido seis vezes entre maio e junho de 2005.

Segundo notícia publicada no site do MPF na sexta (23), a emissora se compromete ainda a exibir 60 vezes em horários variados de sua programação, entre 2 de janeiro e 30 de março de 2006, o vídeo de 30 segundos "Exploração Sexual", da Coordenadoria Nacional do Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Em novembro, após denúncia de homofobia contra o programa "Tarde Quente", do apresentador João Kleber, a Rede TV! foi obrigada a exibir programa semelhante sobre cidadania.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

dicionário

entropia

{verbete}
Datação
1958 cf. AA

Acepções
? substantivo feminino
1 Rubrica: física.
num sistema termodinâmico bem definido e reversível, função de estado cuja variação infinitesimal é igual à razão entre o calor infinitesimal trocado com meio externo e a temperatura absoluta do sistema [símb.: S]
2 Rubrica: física.
num sistema físico, a medida da energia não disponível para a realização de trabalho
3 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: biologia.
medida da variação ou desordem em um sistema
4 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: comunicação.
medida da desordem ou da imprevisibilidade da informação


Locuções
e.negativa
Rubrica: biologia, comunicação, física.
m.q. neguentropia


Etimologia
ing. entropy (1875) VCI, acp. fís 'quantidade de energia ou calor que se perde num sistema físico ou termodinâmico quando ocorrem mudanças de um estado a outro desse sistema', donde, 'tendência ao estado de inércia, degradação, p.ext., desordem de um sistema'; do al. Entropie 'volta sobre si mesmo', voc. criado por Clausius em 1865; ocorre no ing. em 1868 e em 1875, como VCI, difundindo-se pelo fr. entropie, a partir de 1877; prende-se ao gr. entropê,ês 'ação de voltar(-se), mudança de disposição ou de sentimento, ação de ensimesmar-se'; ver entrop-

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Com internet, independentes viram febre.

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Crise na indústria musical? Que crise? Quem tem ouvidos no som e olhos na tela do computador sabe que nunca a música viveu tempos tão vibrantes. Ninguém mais se espanta hoje se o pequeno grupo carioca ForFun ter em seu site tantas visitas únicas quanto a megabanda inglesa Oasis. Ninguém fala "Não acredito" quando ouve que o veterano grupo americano Pearl Jam só está tocando aqui nesta semana porque um grupo de fãs brasileiros armou o barraco virtual e mandou insistentes pedidos on-lines para o quarteto de Seattle descer à América do Sul pela primeira vez.
Quando em 1999 o programa de troca de músicas Napster tomou de assalto a indústria de entretenimento, estava anunciada a "sede oficial da revolução da nova música". Agora que 2005 está acabando, o programa MySpace está mais que consagrado como a "nova nova nova nova sede da revolução da nova música". Até que no ano que vem outro programa surja e faça o MySpace parecer tão antigo quanto um gramofone.
O MySpace, conhecido como o "Orkut dos Artistas" porque junta amizade, bandas e MP3s, assombra as inter-relações virtuais com o mundo real e faz de bandas como o grupelho inglês Arctic Monkeys os novos Beatles indies.
Há dois anos, o Arctic Monkeys fizeram umas musiquinhas no quarto de sua casa, em Sheffield. Sem ter coisa melhor que fazer, postaram em site, entraram no MySpace, fizeram novos amiguinhos na internet, anunciaram seus showzinhos em botecos.
Em outubro último, depois de lotar shows em Londres e Nova York sem ter nada lançado oficialmente, soltaram no mercado inglês um single, "I Bet that You Look Good on the Dancefloor". Foram direto para o primeiro lugar das paradas, desbancaram o popular e aparatado Sugababes do trono e fizeram pensar os caras que financiaram o terceiro álbum do Coldplay -como uma bandinha daquelas conseguiram o que o milionário grupo de Chris Martin, que gastou semanalmente cerca de R$ 200 mil de aluguel de estúdio para fazer o novo disco, não conseguiu?
No Brasil, o site TramaVirtual, braço "esperto" na internet da gravadora "convencional" Trama, uma espécie de MySpace com mais música e menos amizade, abriga bandas pequenas sem contrato e também cria aqui seus mitos modernos. O exemplo reluzente é o paulistano Cansei de Ser Sexy, que graças a ações na internet já tocou em megafestival e ganhou página de destaque no jornal britânico "The Observer".
Os sucessos de MySpace e TramaVirtual é tamanho que os sites já lançam CDs "reais" no mercado de discos. Como disse o título de reportagem recente do diário inglês "Guardian", "Click your mouse and say "Yeah'!".

Grupo faz show após buscar destaque na cena inglesa

Banda sorocabana Wry retorna com status "internacional" ao Brasil

COLUNISTA DA FOLHA

O bar Funhouse recebe hoje a banda "inglesa" Wry. Até pouco mais de dois anos atrás, o Wry seria anunciado como uma banda de Sorocaba, de certo destaque na rota alternativa nacional. Mas, depois de uma temporada em Londres entre trabalhos chatos de imigrantes e atuante intromissão na pulsante cena musical da Inglaterra, o hoje encorpado e experiente Wry faz por onde ser chamado de "mais uma atração musical" no supersemestre de shows.
A apresentação faz parte da turnê "Wry em Chamas no Brasil", que percorre 16 cidades e só termina 18 de dezembro em Aracaju. O nome da tour tem a ver com o CD "Flames in the Head", que está sendo lançado.
O álbum foi inteiro gravado em Londres e tem dedo na produção de Gordon Raphael, que já trabalhou com os Strokes. O estúdio usado foi o mesmo onde bandas como Futureheads e Razorlight, destaques do novo rock inglês, gravaram seus discos. O líder do grupo irlandês Ash, Tim Wheeler, produziu três faixas. Cópias do single "Come and Fall" estão na destacada loja Rough Trade.
"Flames..." deve ter distribuição na Inglaterra. A banda paulista negocia, via seu empresário, o americano Tom O'Connor, com a gravadora Fierce Panda, importante na cena independente britânica. O lançamento inglês, do álbum ou, mais provavelmente, de um single, traria na carona uma turnê pela Inglaterra.
Mario Bross, guitarrista e vocalista do Wry, comanda duas noites de rock em Londres, a Goonite (quartas, no Buffalo Bar) e a Take Me to the Other Side (mensal, sexta, no importante clube Garage).
"Tenho mais alguns convites para promover outros lugares. Aos poucos estamos criando uma identidade forte do Wry com Londres. Já temos um público por lá. Às vezes estou na porta do clube ou na cabine de DJ e vem um e diz "Você é do Wry, não?'", diz o vocalista. "Desde março de 2003, quando entramos nesse circuito difícil londrino, temos nos dado bem. Estamos fazendo nosso nome por lá e construindo uma história aproveitando o bom momento da cena inglesa de bandas novas. Estamos vivendo o melhor tempo de nossas vidas. Meu sonho é colocar o indie brasileiro no mapa mundial. Quem sabe eu consiga." (LÚCIO RIBEIRO)

Wry
Quando: hoje (a casa abre às 23h)
Onde: Funhouse (r. Bela Cintra, 567, Consolação, tel. 3259-3793)
Quanto: R$ 12

quarta-feira, novembro 30, 2005

bus to portishead by paulette

Igreja Universal é banida da Zâmbia por acusação de satanismo.

LUSAKA (Reuters) - A Igreja Universal do Reino de Deus, fundada no Brasil, foi proibida na Zâmbia depois de alegações de que seus líderes seriam satanistas, afirmou o governo do país na quarta-feira.

"Há relatos de que dois homens dentro da igreja foram pintados e que a mesma igreja estava praticando o satanismo", disse em nota Peter Mumba, secretário de assuntos internos.

"As revelações sobre a Igreja Universal levaram o governo a suspender as operações da igreja imediatamente", disse.

Por lei, a Zâmbia é um país cristão.

A Igreja Universal não quis comentar o assunto.

Essa foi a segunda vez que a igreja foi banida da Zâmbia -- a primeira aconteceu em 1999 após acusações semelhantes de satanismo. Naquela ocasião, ela pôde voltar a atuar devido a uma apelação.

No sábado passado, dezenas de pessoas estilhaçaram vidros de um novo prédio da Universal construído em Lusaka, depois de alegações de que duas pessoas que foram rezar no local haviam sido forçadas a se despir e tiveram seus corpos pintados.

A Igreja Universal foi fundada no Brasil em 1977 e hoje opera em 90 países, incluindo os Estados Unidos e nações da Europa e Ásia.

Há alguns meses, Madagáscar proibiu uma filial da Igreja Universal, em uma medida que foi criticada por líderes religiosos e defensores dos direitos humanos.

Uma outra igreja, conhecida como Igreja Apostólica Nova Fundação, também foi proibida pelo governo da Zâmbia por acusação de satanismo e de abuso sexual contra meninas. A igreja negou essas acusações e disse que se tratava de uma campanha maldosa de ex-integrantes seus.

Tortured Soul faz house ao vivo.

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

O som é house music. O set, de pista. Mas, no lugar dos samples, seqüenciadores e, principalmente, do disc-jóquei, estão três rapazes munidos de baixo, teclados "vintage" e bateria.
Este é o Tortured Soul, trio norte-americano que traz hoje à noite, ao Studio SP, seu show de house orgânica. "Fazemos tudo ao vivo", explica o baixista Jason Kriveloff, 29. "É a típica música que um DJ toca, mas não usamos samples ou outros recursos", diz.
O suingado som do grupo, que mescla house, soul e "brazilian music", entre outras influências, lhes colocou entre as melhores performances ao vivo deste ano, na premiação House Music Awards -criada no Miami Winter Music Conference de 2004.
Muito da fama do Tortured Soul se deve à música "I Might Do Something Wrong", que estourou em festas como a Body & Soul, clássica matinê nova-iorquina comandada por Joe Claussell, Danny Krivitt e François K.
"Amamos dance music, grooves, house, disco, funk", afirma Kriveloff. "Mas achamos que seria legal fazer algo diferente. Mais moderno do que aquilo que geralmente se houve nos clubes", explica o baixista, que formou o grupo há três anos com o cantor e baterista John-Christian Urich e o tecladista Ethan White.
Segundo Kriveloff, a maior dificuldade de fazer house music ao vivo é mixar as faixas. "Ao contrário de outras bandas, que param entre uma música e outra, tocamos sem intervalos", conta.
O trio tem um único disco, "Introducing Tortured Soul", base do repertório que eles mostram em São Paulo. "Também temos músicas brasileiras no set, podemos tocar algumas..."
Tortured Soul
Quando: hoje, às 22h
Onde: Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha, 170, Vila Madalena, tel. 0/xx/11/ 3817-5425)
Quanto: R$ 20

terça-feira, novembro 29, 2005

Todos precisam relaxar para escapar do tempo. Ouvir música, apreciar o movimento das nuvens, catar pedras ou conchas na praia – esses são modos dos quais lançamos mão para acalmar a mente, readquirir um sentido de nossa própria integração na simplicidade do momento. Quando crianças subimos em árvores e corremos de pés descalços. Estamos à vontade, entregues a nós mesmos, e em contato com nossa natureza básica. Mas ao crescer, gastamos cada vez mais tempo vivendo puramente em torno do nosso raciocínio.
Agora é tempo de redirecionar o equilíbrio e nos voltarmos para nosso corpo, pela suave arte do toque e do contato. Essa é uma linguagem comum, que podemos usar para instilar melhora ou confiança, para aliviar a dor ou eliminar as tensões – mas, acima de tudo, para transmitir o fato de que nos preocupamos com as pessoas. Como uma clareira na floresta, a massagem nos dá um “espaço para respirar”, no qual podemos descansar e buscar um processo de reorientação.
A massoterapia pode nos proporcionar um meio de contrabalançar as tensões do trabalho e as pressões domésticas. Para um grande número de pessoas, rigidez e dor são um modo de vida ao qual se habituaram, e com freqüência é depois que fazem ou recebem uma massagem que percebem o quanto de sua energia é consumida pela tensão. A massagem pode ser uma viagem de autodescoberta, revelando como é sentir-se mais relaxado e em harmonia, como é vivenciar a prazer de um corpo que pode respirar, prosseguir e movimentar-se livremente.

MASSAGEM, PASSADO E PRESENTE:

Durante milhares de anos, alguma forma de massagem, ou de superposição das mãos, tem sido utilizada com o objetivo de melhorar e aliviar os enfermos. Para os antigos médicos gregos e romanos, a massagem era um dos principais meios de aliviar a dor. No início do século V a.C., Hipócrates – o “pai da medicina” – escreveu: “O médico deve ter experiência em muitas coisas, mas certamente deve ter habilidade na fricção... Porque a fricção pode unir uma junta que está com demasiada folga e afrouxar uma junta que está demasiadamente rígida”.
Plínio, o famoso naturalista romano, era regularmente submetido a fricções para aliviar sua asma; e Júlio César, que sofria de epilepsia, tinha seu corpo todo submetido a beliscões para aliviar sua neuralgia e suas dores de cabeça. Depois da queda de Roma no século V d.C., houve pouco progresso, no âmbito das terapias, na Europa de então; assim, coube aos árabes o estudo e o desenvolvimento dos ensinamentos do mundo clássico. Avicena, o filósofo e médico árabe que viveu no século XI, observou, em sua obra Cânone, que o objetivo da massagem era “a disposição das matérias estéreis ou esgotadas que se encontram nos músculos, e não são expelidas pelo exercício”.
Durante a idade média, na Europa pouco se falou da massagem. Mas essa arte foi revivida no século XVI, principalmente em decorrência da obra de Ambroise Paré, artrocirurgião da época, que foi considerado “o pai da massagem”. Depois, no início do século XIX, um sueco, de nome Per Henrik Ling, desenvolveu o que atualmente é conhecido como massagem sueca, sintetizando seu sistema com base em seu conhecimento da ginástica e da fisiologia, e também das técnicas chinesa e egípcia, grega e romana. Em 1813 foi fundada em Estocolmo a primeira escola que oferecia massagem como parte do currículo, e desde então se alastraram por todo o continente europeu os institutos e as estações de banho que incluíam a massagem em seus programas. Hoje, o valor terapêutico da massagem foi novamente reconhecido, e essa arte continua a florescer em todo o mundo ocidental, tanto entre praticantes leigos como entre profissionais.
No Oriente, as técnicas de massagem sempre foram mais valorizadas do que no ocidente, e seu uso tem tido uma continuidade ininterrupta desde as eras mais remotas. Talvez a diferença que até muito recentemente existia entre as atitudes oriental e ocidental com relação à massagem tenha origem na revolução científica ocorrida no mundo ocidental há cerca de 250 anos. Em decorrência dessa nova ciência, conceitos mais antigos, que ligavam o corpo à mente e ao espírito, foram descartados como não-científicos e, com o passar do tempo, o corpo passou a ser considerado um tipo de máquina sofisticada, que podia ser consertada e mantida por pessoas altamente treinadas e especializadas – em outras palavras, os médicos.
Mas no oriente essa atitude “científica” não se arraigou senão em tempos muito recentes, e as pessoas que moravam fora dos grandes centros continuaram a combinar o desejo instintivo de “esfregar para melhorar” com habilidades refinadas e elaboradas pela longa tradição transmitida pelos “médicos descalços”, detentores do conhecimento da teoria da medicina oriental e das técnicas de manipulação ou de conserto dos ossos, técnica conhecida sei-tai.


A LINGUAGEM DO CONTATO

Tocar significa contactar, ou seja, relacionar-se com aquilo que se situa fora de nossa própria periferia, o solo situado sob nossos pés. E para os seres humanos, como para os outros animais, o ato de tocar é de importância vital. O contato instila confiança, transmite calor, prazer, conforto e renovada vitalidade. O contato nos diz que não estamos sós.
Dentre todos os sentidos, o tato é o primeiro a desenvolver-se. Como bebês, é principalmente pela nossa experiência tátil que exploramos e percebemos o mundo, e o contato amoroso de nossos pais é essencial para nosso crescimento. Desde que nossa necessidade de tocar e ser tocado é satisfeita, crescemos saudáveis; mas, quando ela é inibida,nosso desenvolvimento pode ficar comprometido. Porque as carícias, abraços e afagos que recebemos na infância nos ajudam a construir uma imagem saudável de nós mesmos e acalentar o sentimento de que, porque somos tocados, somos aceitos e amados.Há mais de vinte anos, o psicólogo americano S.M.Jourard demonstrou que nossa percepção do quanto somos tocados por outras pessoas parece estar nitidamente relacionado a nossa auto-estima e a quanto nós nos valorizamos.
Experimentos com filhotes de primatas demonstraram como é essencial o contato físico com uma mãe “quentinha” e carinhosa e, por outro lado, o quanto pode ser física e emocionalmente bloqueadora a privação do contato, uma vez que todas as nossas sensações de realidade estão baseadas no sentido do tato. Em nossa sociedade, ser privado do contato com os outros seres humanos é uma punição – e a pior de todas as punições é o confinamento numa solitária. Ao sermos impedidos de tocar e ser tocados sentimo-nos angustiosamente sozinhos e ansiosos. Num recente estudo clínico norte-americano, os clientes que tiveram negado o contato informaram ter-se sentido agudamente isolados e desligados do calor do contato humano.
O tato é a linguagem que todos nós usamos instintivamente para revelar nossos sentimentos, para demonstrar às outras pessoas que são amadas, desejadas ou apreciadas. “- Deixe-me massagear um pouco, que logo vai melhorar” é nossa resposta natural aos tombos e às contusões; as mãos se movimentam rapidamente, indo repousar em testas febris ou aliviar dores de barriga ou de cabeça. A dor emocional também evoca uma resposta imediata. Ao pegar no colo, confortar, acariciar, transmitimos simpatia, compreensão, incentivo. Sozinhos e sentindo dor, embalamo-nos e abraçamos com intensidade, repousamos a cabeça cansada nas mãos, massageando de forma inconsciente nossos membros doloridos. Mas, afora talvez o abraço de duas pessoas, gesto puramente de amizade, ou para transmitir nossa felicidade ou alegria, não nos teremos desviado demasiadamente de nossos instintos ao reservar a linguagem do tato exclusivamente para os gemidos de dor e tristeza, ou no momento do sexo – por ter medo do contato que signifique apenas afeição, ou um modo de relaxar?

SITES RECOMENDADOS

http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/generalidades/homeostase/homeostase2.html
http://www.abcdasaude.com.br
http://www.msd-brasil.com/msd43/m_manual/sumario.htm (Manual MERCK - excelente)
http://www.interfisio.com.br


Você que está iniciando o estudo do corpo humano pode aprender como ele é organizado e como funciona. Para entender o que acontece com o corpo quando ele é ferido, está doente ou submetido ao estresse elevado, você deve primeiramente ter um entendimento básico de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes normalmente funcionam e das várias condições que afetarão o seu funcionamento para manter a saúde e a vida.
Você será introduzido aos vários sistemas que compõem o corpo humano. Você também aprenderá como estes sistemas, em geral, cooperam entre si, para manter a saúde do corpo como um todo e como estes sistemas interagem para mantê-lo saudável.

DEFINIÇÃO DE ANATOMIA E FISIOLOGIA

Para entender as estruturas e as funções do corpo humano, estudaremos as ciências da anatomia e da fisiologia. A anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas estruturas. Afisiologia (physis + lógos + ia) lida com as funções das partes do corpo, isto é, como elas trabalham. A função nunca pode ser separada completamente da estrutura, por isso você aprenderá sobre o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Você verá como cada estrutura do corpo está designada para desempenhar uma função específica, e como a estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua função. Por exemplo, os pêlos que revestem o nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crânio estão unidos firmemente para proteger o encéfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, estão unidos mais frouxamente para permitir vários tipos de movimento.

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

O corpo humano consiste de vários níveis de organização estrutural que estão associados entre si.
As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas; dois ou mais átomos unidos. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, as gorduras e as vitaminas.
As moléculas, por sua vez, combinam-se para formar o próximo nível de organização: o nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes em seu corpo estão as células musculares, nervosas e sangüíneas. A Figura acima mostra quatro tipos diferentes de células de revestimento do estômago. Cada uma tem uma estrutura diferente e cada uma desenvolve uma função diferente.
O terceiro nível de organização é o nível tecidual. Os tecidos são grupos de células semelhantes que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de tecido são tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. As células na Figura acima formam um tecido epitelial que reveste o estômago. Cada célula tem sua função específica na digestão.
Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, eles formam o próximo nível de organização: o nível orgânico. Os Órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de órgãos são o coração, o fígado, os pulmões, o cérebro e o estômago. A Figura acima mostra os vários tecidos que constituem o estômago. A túnica serosa é uma camada de tecido conjuntivo e tecido epitelial, estando localizada na superfície externa do estômago, que o protege e reduz o atrito quando o estômago se move e roça em outros órgãos vizinhos. As camadas de tecido muscular do estômago estão localizadas abaixo da túnica serosa e contraem-se para misturar o bolo alimentar e transportá-la para o próximo órgão digestório (intestino delgado). A camada de tecido epitelial que reveste o estômago produz muco, ácido e enzimas que auxiliam na digestão.
O quinto nível de organização é o nível sistêmico. Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. O sistema digestório, que funciona na digestão e na absorção dos alimentos, é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas.
O mais alto nível de organização é o nível de organismo.
Todos os sistemas do corpo funcionando como um todo compõem o organismo - um indivíduo vivo.

COMO OS SISTEMAS DO CORPO FUNCIONAM EM CONJUNTO

À medida que os sistemas do corpo forem estudados com mais profundidade, você verá como eles funcionam para manter a saúde, protegê-lo contra doenças e permitir a reprodução da espécie. No momento, consideraremos como dois sistemas do corpo - os sistemas tegumentar e esquelético - cooperam entre si.
O sistema tegumentar (pele, pêlos e unhas) protege todos os sistemas do corpo, incluindo o sistema ósseo, por meio da função de barreira entre o ambiente externo e os tecidos e os órgãos internos. A pele (cútis) também está envolvida na produção de vitamina D, a qual o corpo necessita para a utilização apropriada de cálcio.
(O cálcio é o mineral necessário para o crescimento e o desenvolvimento dos ossos.) O sistema esquelético, por sua vez, fornece sustentação para o sistema tegumentar.

PRINCIPAIS SISTEMAS DO CORPO HUMANO, ÓRGÃOS REPRESENTATIVOS E SUAS FUNÇÕES

1. TEGUMENTAR
Definição: Pele (cútis) e estruturas dela derivadas, como pêlo, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas.
Função: Auxilia a regular a temperatura corporal, protege o corpo, elimina resíduos, auxilia na produção de vitamina D, recebe certos estímulos tais como temperatura, pressão e dor.

2. ESQUELÉTICO
Definição: Todos os ossos do corpo, suas cartilagens associadas e articulações.
Função: Sustenta e protege o corpo, auxilia nos movimentos corporais, aloja células que produzem as células sanguíneas, armazena minerais.

3. MUSCULAR
Definição: Refere-se especificamente ao tecido muscular esquelético, em geral fixado a ossos (outros tecidos musculares são o liso e o cardíaco).
Função: Participa na execução de movimentos, mantém a postura, produz calor.

4. NERVOSO
Definição: Encéfalo, medula espinhal, nervos e órgãos dos sentidos, tais como olho e orelha.
Função: Regula as atividades corporais por meio de impulsos nervosos, detectando mudanças no ambiente, interpretando-as e respondendo às mesmas, causando contrações musculares ou secreções glandulares.

5. ENDÓCRINO
Definição: Todas as glândulas e tecidos que produzem substâncias químicas reguladoras das funções do corpo, chamadas hormônios.
Função: Regula as atividades do corpo por meio de hormônios transportados pelo sangue do sistema cardiovascular, aos diversos órgãos-alvo.

6. CARDIOVASCULAR (CIRCULATÓRIO)
Definição: Sangue, coração e vasos sanguíneos.
Função: Distribui oxigênio e nutrientes às células, transporta dióxido de carbono e resíduos das células, auxilia na manutenção do equilíbrio ácido-básico do corpo, protege contra doenças, previne hemorragias pela formação de coágulos sanguíneos, auxilia na regulação da temperatura corporal.

7. Linfático e Imunolágico
Definição: Linfa, vasos linfáticos e estruturas ou órgãos contendo tecido linfático (grande número de células sanguíneas brancas, chamadas de linfócitos), tais como o baço, o timo, os linfonodos e as tonsilas.
Função: devolve proteínas e plasma (porção líquida do sangue) ao sistema cardiovascular (circulatório), transporta gorduras do trato gastrintestinal para o sistema cardiovascular, serve de local para a maturação e a proliferação de certas células sanguíneas brancas e auxilia na proteção contra doenças pela produção de anticorpos, bem como de outras respostas.

8. RESPIRATÓRIO
Definição: Pulmões e vias aéreas associadas, como a faringe, a laringe, a traquéia e os brônquios, que comunicam os pulmões.
Função: Fornece oxigênio, elimina dióxido de carbono, auxilia a regular o equilíbrio ácido-básico do corpo, auxilia na produção de sons da voz.

9. DIGESTÓRIO
Definição: Um tubo longo chamado de trato gastrintestinal e seus órgãos acessórios, tais como glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas.
Função: Degrada e absorve alimentos para utilização pelas células, elimina resíduos sólidos e outros.

10. URINÁRIO
Definição: Rins, ureteres, bexiga urinária e uretra que, em conjunto, produzem, armazenam e eliminam a urina.
Função: Regula o volume e a composição química do sangue, elimina resíduos, regula o equilíbrio e o volume de fluidos e de eletrólitos, auxilia na manutenção do equilíbrio ácido-básico do corpo, secreta um hormônio que auxilia na regulação da produção de células sanguíneas vermelhas.

11. GENITAL
Definição: Órgãos (testículos e ovários) que produzem células reprodutivas (espermatozóides e óvulos) e outros órgãos que transportam, armazenam e nutrem células reprodutivas (vagina, tubas uterinas, útero, ducto deferente, uretra, pênis).
Função: Reproduz o organismo e produz hormônios que regulam o metabolismo

segunda-feira, novembro 28, 2005

Média da Fuvest deve cair este ano, diz diretor do Etapa.

Da Redação
Em São Paulo
Uma pesquisa realizada pelo cursinho Etapa, em São Paulo, indica que haverá queda na nota de corte do vestibular da Fuvest este ano.

Segundo o diretor do cursinho Carlos Bindi, a "Prévia Online Etapa" mostra uma tendência das médias, geral e por carreira, com o mesmo perfil das notas dos vestibulares de 2004.

Entre os respondentes da pesquisa de 2006, a média está em 54 pontos. No ano passado ficou em 59 pontos. "Isso indica que a prova de 2006 foi mais difícil do que a anterior", disse Bindi.

A pesquisa do Etapa é realizada há cinco anos e inclui o desempenho do candidato no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Tradicionalmente, o estudo tem seus indicadores confirmados pela nota de corte.

Para Bindi, a prova de inglês foi uma das mais complexas deste ano. O exame exigiu do candidato um bom nível de vocabulário e uma alta dose de atenção. "No geral, a prova foi mais difícil que a do ano passado, quando a média de Inglês foi surpreendentemente alta. Este ano isso não deverá se repetir", disse.

O diretor considerou as questões das demais disciplinas simples e bem formuladas.

mike patton

sexta-feira, novembro 25, 2005

O que rolou no Creamfields Brasil 2005.

Festival teve organização impecável e boas apresentações; público foi menor que o esperado


Ótimos DJs no line-up, estrutura beirando a perfeição e um excelente sistema de som eram os ingredientes para fazer da primeira edição do Creamfields em solo brasileiro um sucesso absoluto. Entretanto, a ausência de um público maior de certo modo ofuscou o evento: das 20 mil pessoas aguardadas, especula-se que menos da metade tenha comparecido ao Autódromo Internacional de Curitiba, localizado no município de Pinhais (a 20 minutos do centro da capital paranaense).

Um grande número de bares e banheiros garantiu a ausência de filas, e havia também uma praça de alimentação com boas opções. As atrações dividiram-se em dois locais: um palco a céu aberto, o “Outdoor Stage”, e uma tenda fechada, a “Skol Club”. Ao lado do palco principal, um grande espaço foi reservado para a área VIP, que permaneceu praticamente vazia durante todo o festival. Destaque para o sistema de som, que em nenhum momento falhou e estava em um ótimo volume.

O “Outdoor Stage” lembrava em muito o palco que se vê no Skol Beats: muito grande, com telões nas laterais e atrás dos toca-discos. As imagens foram uma atração à parte. A tenda “Skol Club” também fez os presentes se recordarem do festival paulistano, seja pelo formato, seja pelos anúncios da cervejaria. O ponto mais positivo ficou por conta de três telões que transmitiam imagens dos mixers e toca-discos em diferentes ângulos.

As apresentações dos DJs estrangeiros não fugiram às expectativas, mas ao mesmo tempo não as superaram. Os destaques ficaram por conta de Infusion, Danny Howells e Hernan Cattaneo, argentino que há dois anos figura no rol dos top 10 da revista DJ Mag. Danny Tenaglia não chegou a surpreender, assim como Kevin Saunderson. Por parte dos brasileiros, muitos dos DJs apresentaram bons sets mas para poucas pessoas; Ilan Kriger, Júlio Torres e Fabrício Peçanha se mostraram muito competentes.

Quanto ao público, muita gente se perguntou se a presença de um “headliner” mais popular como “The Prodigy”, que irá se apresentar na edição argentina do Creamfields, não poderia ter atraído maior público ao local. Também foi questionado o preço dos ingressos, que variava de R$ 40,00 (meia-entrada antecipada) a R$ 100,00 (ingresso no dia da festa), quase o equivalente ao Skol Beats, maior evento do gênero no país e em proporções consideravelmente maiores.

Tanto o palco como a tenda permaneceram com pouco público até o início da madrugada e posteriormente encheram, mas em nenhum momento ficaram lotados. Ficou a nítida impressão de que o curitibano não assimilou o conceito do festival e deixou para chegar muito tarde no Autódromo. Sem dúvida alguma uma pena, tendo em vista o capricho na organização e a qualidade em geral das apresentações. A organização do evento ainda não se pronunciou quanto à realização do Creamfields em 2006.

Infusion fez live empolgante

No Outdoor Stage os DJs brasileiros que se apresentaram no início da festa não tiveram grande audiência. Ilan Kriger se destacou pelas produções próprias e por remixes funkeados. O argentino Zuker XP apostou na fórmula que o consagrou no país vizinho, e sua apresentação contou com muito rock em meio a batidas eletrônicas. Já o francês David Guetta, responsável pelo selo Fuck me I'm famous, conseguiu levantar o público, que àquele momento já estava em melhor número. Sem muita criatividade, Guetta iniciou e encerrou seu set com a faixa de sua autoria “The world is mine”, e tocou majoritariamente hits, tais como “So many times”, de Gadjo.

A dupla local Leozinho e Paciornick conseguiu manter animada a pista principal, que já sofria com o frio que fazia na madrugada. Após uma hora e meia de apresentação, os curitibanos cederam espaço ao trio Infusion. Interagindo continuamente com o público e muito empolgados, os australianos certamente foram os responsáveis pelo ápice do Outdoor Stage, deixando pouca gente parada. Depois de mesclar faixas como “Girls can be cruel” com trabalhos de seu último álbum “Six Feet Above Yesterday”, o Infusion se despediu com a clássica “The dead heart”, dos conterrâneos do Midnight Oil, com direito a bis.

Fabrício Peçanha se apresentou na seqüência e confirmou que possui muita identidade com o público local, a ponto de fazer mais sucesso que muitos DJs curitibanos que se apresentaram no evento. Como o Infusion se estendeu por cerca 15 minutos além do horário previsto, o gaúcho não teve mais que uma hora para mostrar seu trabalho, e foi surpreendido com a companhia de Kevin Saunderson, que pôs fim precocemente ao set do brasileiro. O ícone de Detroit repetiu as últimas apresentações no Brasil e não primou pela qualidade nas mixagens ou no repertório. Seguindo uma tradição de muitos DJs de tecno estrangeiros que visitam o país, Saunderson tocou “Pontapé”, em remix de Carl Cox, o que surtiu bom efeito na pista.

Quando Anderson Noise assumiu o encargo de encerrar a festa no palco principal, boa parte do público já se concentrava na tenda Skol Club, já que Hernan Cattaneo se apresentava naquele local. Noise certamente foi o DJ que pesou mais nas batidas, o que pode não ter sido a melhor opção para o horário. Pontualmente às 8:30 da manhã de domingo o brasileiro se despediu, encerrando o Creamfields brasileiro.

Skol Club destaca Howells e Cattaneo

Assim como no palco principal, a tenda Skol Club só foi receber maior público no início da madrugada. Os DJs locais Aninha e Diogo Mazza, assim como o paulistano Júlio Torres, não puderam demonstrar para muita gente a qualidade de seus trabalhos.

Danny Howells iniciou seu set para uma tenda praticamente vazia, que só foi bem preenchida na última hora de sua apresentação. O inglês se mostrou sempre carismático e sorridente para o público, incluindo diversos bootlegs e faixas como “Tribulations”, do LCD Sound System, em remix de “Lindstrom”. Howells passou os toca-discos à Danny Tenaglia encerrando seu set com a faixa “Emotional Content”, de Funk D'Void.

Tenaglia, vestindo seu indefectível boné, saudou o público local através do microfone, do qual fez uso durante boa parte da apresentação. Por pouco mais de quatro horas o norte-americano investiu muito em linhas “darks”, com destaque para o remix de Harry Romero para “Father”, de Anthony Rother. Ao final, restou a impressão de que o long-set de Danny foi bem dosado, dentro do que se esperava, mas sem maiores surpresas. Não se sabe o porque, mas o DJ optou em desligar as câmeras que transmitiam imagens das pick-ups.

Havia uma grande expectativa do público com relação ao argentino Hernan Cattaneo, principalmente em decorrência de suas aparições, nos dois últimos anos, nas dez primeiras colocações do ranking elaborado pela revista DJ Mag. Cattaneo conseguiu aglutinar um público maior na tenda do que aquele que estava conferindo Anderson Noise no palco principal, e teve uma apresentação destacada. Extremamente preciso nas mixagens e criterioso no repertório, o portenho arrancou elogios não só do público, como de boa parte dos DJs locais que estavam acompanhando seu set, privilegiando faixas pouco comerciais e com baixas BPMs.

dicionário

resíduo


{verbete}
Datação
1436 cf. Desc

Acepções
� adjetivo
1 que resta, que remanesce
� substantivo masculino
2 aquilo que resta
3 produto parcial
4 matéria insolúvel que se deposita num filtro ou da qual se retirou um líquido
5 cinzas ou partículas que restam do objeto calcinado
6 qualquer substância que sobra de uma operação industrial e que pode ainda ser aproveitada industrialmente
7 parte de um corpo impróprio para consumo ou utilização
8 parte líquida ou sólida que não se evapora quando cessa a destilação
9 resto dos princípios fertilizantes de uma estrumação ou de outro tipo de adubação após a colheita
10 Derivação: sentido figurado.
o fundo, o âmago, a raiz
Ex.: aquilo representava o r. do homem violento que fora
11 Rubrica: análise matemática.
coeficiente a-1 do desenvolvimento em série de Laurent de uma função meromórfica
12 Rubrica: estatística.
diferença entre o valor verdadeiro ou mais provável de uma variável e o valor observado; erro
13 Rubrica: informática.
informação sem significado ou desnecessária, contida em qualquer elemento de armazenagem
14 Rubrica: termo jurídico.
produto decorrente da venda de bens de raiz e rendimentos dos testadores, encontrados em poder dos testamenteiros
resíduos
� substantivo masculino plural
15 elementos culturais que sobreviveram a mudanças com as quais estão em contradição


Locuções
r. ativos
Rubrica: economia.
receitas provindas de impostos lançados e não arrecadados no exercício próprio
r. passivos
Rubrica: economia.
despesas empenhadas e liquidadas, mas que não foram reclamadas no exercício próprio
r. passivos
Rubrica: economia.
despesas empenhadas e liquidadas, mas que não foram reclamadas no exercício próprio


Etimologia
lat. residùum,i 'resto, restante'; ver sed(i)-; f.hist. sXV residoos, 1473 resido, a1748 regido

Sinônimos
ver sinonímia de camada e lia


Infanticídio feminino faz número de mulheres superar o de homens em 50 milhões na Índia.

Cultura local desvaloriza filhas; abortos e assassinatos são comuns

Swami Agnivesh, Rama Mani,
e Angelika Koster-Lossack*

Nos últimos anos, o mundo ficou chocado com a supressão brutal das mulheres no Afeganistão, a prática de mutilação genital feminina em partes da África e o abuso do serviço doméstico feminino em lugares como Arábia Saudita. No entanto, a maior democracia do mundo é a vencedora não declarada do concurso de violência contra a mulher.

Na Índia, o feticídio feminino, ou o aborto seletivo de meninas, gerou um alarmante desequilíbrio entre os sexos na população do país. Em 1990, o censo concluiu que a Índia tinha 25 milhões de homens a mais do que mulheres. O governo reagiu adotando uma lei que proibia a determinação do sexo do feto pelo exame de ultra-som. Mesmo assim, em 2001, a diferença no número de homens e mulheres tinha aumentado para 35 milhões e agora especialistas estimam que chegue a 50 milhões.

A prática de infanticídio feminino tem uma longa história na Índia. Por causa das amplas preferências culturais por meninos, muitas meninas eram mortas logo após o nascimento. Mas a tecnologia moderna, particularmente a máquina de ultra-som, tornou mais fácil para os pais e altamente rentável para os médicos praticar abortos femininos, sem grande risco de detecção ou ação legal punitiva.

Acreditava-se que o feticídio feminino prevalecia entre hindus, por causa de seu costume de exigir que filhos homens façam os ritos de cremação. No entanto, hoje a prática é igualmente comum entre sikhs, muçulmanos e cristãos.

Da mesma forma, acreditava-se que a prática prevalecia entre pobres e analfabetos, por causa das duras exigências de dotes das noivas, assim como outros preconceitos tradicionais. Entretanto, recentes estudos indianos e da ONU revelam que o feticídio feminino hoje é mais freqüente entre os ricos com alta escolaridade.

Um estudo detectou uma relação da freqüência do aborto feminino proporcional ao nível de escolaridade --menor entre mulheres com quinta série do ensino fundamental e maior entre mulheres com diplomas universitários.

As conseqüências do feticídio feminino e o resultante desequilíbrio entre os sexos já estão se desdobrando: há um tráfico de meninas de países vizinhos empobrecidos, como Bangladesh e Nepal, ou de áreas tribais ou mais pobres na Índia e vendidas em casamento pelo equivalente a US$ 200 (em torno de R$ 440 --no Estado de Haryana, um touro custa aproximadamente R$ 2.200).

Com 50 milhões de meninas desaparecidas, o resultado dessa perigosa prática é inelutável: mesmo sendo a segunda nação mais populosa do mundo, sem mulheres, estará destinada à eventual extinção.

No início deste ano, o ministro da saúde Anbumani Ramadoss expressou desespero com a incapacidade do governo de reverter essa situação calamitosa, apesar de a legislação e de outras políticas. Depois disso, líderes religiosos de todas as fés reuniram-se um "Yatra de Compaixão de Todas as Crenças", uma espécie de marcha de protesto ao feticídio feminino.

A manifestação foi organizada pelo Arya Samaj, movimento social-religioso reformista fundado em 1875, com o apoio dos governos estaduais e federal, além da Unicef e Unifem.

No início do mês, os participantes da Yatra atravessaram os Estados mais afetados do Norte da Índia em um comboio motorizado, gerando uma onda crescente de consciência e ação entre líderes religiosos e políticos, ativistas, grupos de mulheres, estudantes e professores. Enquanto marchávamos, gritávamos aos milhares: "Filhos e filhas são iguais! Salve suas filhas para salvar nosso país!"

Nossa posição é categórica: terminar com o feticídio feminino não é suficiente. Todas as formas de injustiça sexual devem ser extintas. O tratamento das mulheres como cidadãs de segunda classe é profundamente arraigado na mente indiana, seja hindu, muçulmana, sikh, cristã, jainista ou zoroastriano.

Apesar de o dote ser ilegal, as exigências ainda são exorbitantes e resultam em cerca de 25.000 mortes por ano, pelas mãos de noivos e sogros avarentos. Viúvas recebem tratamento execrável, mesmo sendo menores, e não têm o direito de se casarem novamente. Meninas, mesmo quando têm permissão de freqüentar a escola, são sobrecarregadas com tarefas domésticas, elevando as taxas de desistência dos estudos. Em todas as religiões, o nascimento de um filho é celebrado, enquanto nascimento de uma filha é lastimado.

Até que filhos e filhas sejam tratados igualmente, até que a vida seja segura para a mulher indiana, o país continua moralmente sitiado. Nossa marcha exige não só um fim ao feticídio feminino, mas a todas as formas de violência contra a mulher. Exige respeito aos direitos da mulher e dignidade do nascimento à morte.

*Swami Agnivesh, ex-ministro da educação do Estado de Haryana, é presidente do Arya Samaj. Rama Mani é diretora de cursos do Centro de Política de Segurança Genebra. Angelika Roster-Lossack é ex-parlamentar alemã do Partido Verde.

Escola é depredada durante briga de alunos.

Confusão na unidade municipal na zona leste teria começado com um estudante jogando comida nos colegas

DANILO ALMEIDA
DO "AGORA"


Um tumulto generalizado na escola municipal Firmino Tibúrcio da Costa, na Vila Matilde (zona leste de São Paulo), terminou em quebra-quebra e com feridos no final da tarde de anteontem.
O refeitório e quatro salas de aula foram depredados. Houve agressão a professores e funcionários e as aulas foram suspensas ontem. Três alunos de 14 anos foram detidos e, por questão de segurança, o diretor foi afastado.
A confusão começou por volta de 17h30 de anteontem, no final do intervalo da 8ª série. Um estudante teria começado a jogar comida nos colegas no refeitório, onde estavam cerca de 120 alunos.
Os estudantes passaram a jogar uns nos outros não só comida, mas também talheres, pratos e até cadeiras. Os alvos seguintes foram as lâmpadas e as vidraças. Alguns alunos começaram a brigar e atacaram quem tentava apartá-los. No boletim de ocorrência do caso, uma servente e um professor aparecem como feridos, mas alunos relatam que mais funcionários sofreram agressões.
De acordo com um aluno que diz ter visto toda a confusão, uma professora teria levado um soco no rosto ao tentar apartar uma briga. "[A situação] ficou totalmente fora do controle", disse.
Do refeitório, a briga se alastrou para o andar de cima, onde ficam as quatro salas de aula da 8ª série. "Lá em cima piorou tudo", recorda. O resultado foi a destruição de mais vidraças, carteiras, provas escolares e outros documentos.
Segundo outro aluno, o quebra-quebra durou "uns 30 minutos" e só foi controlado com a chegada da PM e da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Ao todo, dez adolescentes foram levados para a delegacia -três deles, responsabilizados pelo tumulto, acabaram liberados só com a presença da família. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, eles devem se apresentar hoje na Vara da Infância e Juventude, no Brás (região central).
O Instituto de Criminalística esteve ontem de manhã na escola para avaliar os danos. As aulas devem voltar ao normal hoje.
Muitos pais reclamaram de falta de segurança na escola e da suposta ação de gangues. "Há grupos que controlam a escola", disse a auxiliar de enfermagem Andréa Cappelletti Hamed Alarcon, 35.

Afastamento
A Coordenadoria Municipal de Educação da região da Cidade Patriarca afastou temporariamente o diretor da escola. Segundo a coordenadora Iraildes Meira Pereira Batista, a decisão foi tomada "por questões de segurança". "Nesse período, uma supervisora assumirá a direção", afirmou.
Iraildes afirmou que a coordenadoria vai intensificar os projetos pedagógicos extraclasse nas 114 unidades da zona leste sob sua responsabilidade. "Os alunos precisam preencher o tempo ocioso."

Religião: por quê ou para quê?

Em 1970, na Universidade de Genebra, participei de um seminário sobre as provas da existência de Deus segundo são Tomás.
Continuávamos discutindo noite adentro. A existência de Deus não era o tema do debate: ela nos parecia depender de um ato de fé, e fé não se discute. O objeto de nossas conversas era a religião.
Alguns, leitores de Marx, viam a religião como um instrumento de poder: "ópio do povo", destinado a acalmar a massa dos oprimidos com a visão de um futuro em que a justiça reinará entre puros espíritos.
Outros, leitores de Freud, viam a religião como um jeito de instituir a repressão sem a qual a vida social seria impossível ou, então, como um sistema de crenças destinado a atenuar o desamparo humano, dotando o mundo, a história e a vida de um sentido. Eles notavam que a repressão é sempre maior do que é preciso (para não matar e roubar, aceito também me proibir de transar fora do casamento). Lembravam também que, quanto ao sentido, seu excesso é mais daninho do que a angústia que ele cura (extermino os heréticos para que permaneça incontestada minha versão da origem e do fim do universo).
Enfim, "marxistas", "freudianos" ou independentes, todos tentávamos responder à pergunta "religião para quê?", como se o "para quê" resolvesse a questão do "por quê". É um vício da razão moderna: parece que, se descobrirmos para que serve uma coisa e quem se beneficia com ela, saberemos qual é sua origem e sua causa. Mas nem tudo o que existe é fruto de uma intenção, malévola ou não.
Lembrei-me desses debates noturnos lendo o artigo que Paul Bloom, psicólogo da Universidade Yale, publica no número de dezembro da "Atlantic Monthly", "Is God an Accident?" (será que Deus é um acidente?). O artigo retoma o livro recente (2004) de Bloom, "Descartes" Baby: How the Science of Child Development Explains What Makes Us Human" (o bebê de Descartes: como a ciência do desenvolvimento infantil explica o que nos torna humanos).
Bloom trata de nosso dualismo, ou seja, de nossa crença "espontânea" na idéia de que nossa subjetividade seja separada de nosso corpo. O fato é que, mesmo se sou materialista, falo sem hesitar que "tenho" (e não que "sou") meu corpo, como se "eu" fosse uma coisa bem diferente dos 72 kg de matéria que carrego habitualmente comigo.
Isso, afirma Bloom, não é efeito de uma crença. Uma série de pesquisas mostram que crianças pequenas (sem sistemas organizados de crenças) enxergam a vida do corpo e a vida da mente como coisas separadas. Eis um exemplo. Um grupo de crianças assiste a um filme em que um crocodilo devora um ratinho. Depois disso, o pesquisador coloca perguntas sobre as funções corporais e as funções psicológicas (subjetivas) do ratinho, que obviamente está morto. "Agora que o ratinho morreu, ele ainda precisa ir ao banheiro?" "Claro que não", dizem as crianças. "Será que sua cabeça funciona?" "Claro que não." "Será que ele ainda sente fome e vontade de voltar para casa?" Pois é, "claro que sim", dizem as crianças.
Bloom observa: não somos dualistas porque acreditamos (religiosamente) numa vida além da morte, mas, ao inverso, acreditamos numa vida além da morte porque somos dualistas (ou seja, porque concebemos espírito e corpo como coisas separadas). Se não coincido com meu corpo, por que eu não sobreviveria quando ele morrer?
Agora, o que será que nos faz conceber espírito e corpo como coisas separadas? Bloom apresenta pesquisas e exemplos clínicos que mostram o seguinte: nossa capacidade de compreender o social (os outros, nossos semelhantes) desenvolve-se por um caminho diferente e separado do caminho pelo qual nos tornamos capazes de entender o mundo físico e material. É como se construíssemos e usássemos dois computadores distintos: um computador para entender, por exemplo, a causalidade mecânica e outro computador para entender as intenções humanas.
Nenhum terapeuta se oporá a essa idéia: há condições (a síndrome de Asperger, por exemplo) em que um sujeito pode sofrer de um déficit doloroso de compreensão das relações humanas e, ao mesmo tempo, ter uma perfeita compreensão do mundo físico e até ser um cientista de valor.
Último argumento de Bloom: de nossos dois "computadores", um se desenvolve mais e invade o terreno do outro. É o "computador" para compreender nossos semelhantes, que acabamos usando também na hora de entender a natureza. Aqui, as experiências mostram com quanta facilidade os humanos atribuem intenções ao mundo inanimado. De fato, todos ouvimos dizer que a Aids seria um "flagelo divino" contra homossexuais, drogados e promíscuos ou que o tsunami seria uma "vingança" da natureza.
Conclusão de Bloom: tendemos a ser religiosos (a acreditar numa vida além da morte, num sentido para o mundo e numa intencionalidade suprema) como efeito de nosso desenvolvimento mental e cognitivo.
Tudo isso não nos diz se Deus existe ou não nem se existe ou não vida após a morte. Mas, por uma vez, fato notável, a religiosidade é explicada não por seu uso ou por sua finalidade, mas como efeito de nossa constituição psíquica.

Contardo Calligaris

Italianos criam presépio com mulher pelada.

Da Redação

Todo Natal é a mesma coisa: Jingle Bells pra cá, Papai Noel pra lá, panetone acolá e presépios e mais presépios para todo lado. Cansados da monotonia, os irmãos Scuotto, da cidade italiana de Nápolis, resolveram variar e criar um presépio mais animadinho. Além da Sagrada Família, dos três reis magos, dos pastores e da bicharada, eles colocaram também uma mulher pelada e mais três seminuas tomando banho em um rio em um presépio em uma exposição dentro de uma igreja.

A nudez, é claro, revoltou os mais carolas. "A idéia do nu feminino inserido no contexto do presépio poderia escandalizar qualquer beato. Mas como pode um gesto natural como aquele realizado por uma jovem tomando um banho inocente ser considerado escandaloso e ofensivo?" explicam os autores do projeto, Anna, Lello, Emanuele e Salvatore Scuotto.

Diante das polêmicas que surgiram na cidade após a apresentação da exibição, Salvatore afirma que "nossa intenção não era escandalizar mas lançar uma provocação cultural. Acredito que o verdadeiro escândalo seria colocar no presépio uma estátua de Bin Laden, Bush ou Berlusconi.

"Operações comerciais, feitas quase que completamente sob comissão, que podem ao máximo arrancar um sorriso do público, mas que não despertam mais curiosidade. Nós procuramos trabalhar sobre estas idéias e representar simplesmente as cenas da vida", explicou Salvatore.

O polêmico presépio ficará exposto em Nápoles na igreja San Severo al Pendino até o dia 8, quando se mudará para a Basílica de San Giácomo em Roma.

As más línguas dizem que tudo não passa de uma presepada. Já o Editor do UOL Tablóide, que de carola não tem nada, não vê nenhuma sacranagem no presépio.

Fonte: Agência Ansa

Garota festeira realiza revolução online da China.

Mu Mu faz poses para a web cam, fala de sexo, intelecto e política. Desde julho, o seu blog é acessado por dezenas de milhares

Howard W. French
Em Xangai, China




O seu blog estava no ar havia quatro dias apenas, e, ao atualizá-lo, ela se apresentou ao mundo de maneira surpreendente, nos termos seguintes: "Eu sou uma dançarina, e sou membro do Partido".

"Eu não sei se posso ser considerada como uma dançarina 'Web cam' bem-sucedida", prosseguia ela neste texto inicial. "Mas estou certa de que se eu olhar para outras dançarinas pelo mundo afora, posso até mesmo não ser aquela que tem o diploma mais elevado, mas sou definitivamente a garota que mais lê e que pensa com maior profundidade, e, com certeza quase absoluta, sou a única dentre elas a ser membro do partido".

The New York Times
Imagens que Mu Mu posta em seu blog
Foi assim que nasceu, no início de julho, aquilo que muitos consideram como o blog o mais popular da China.

Às vezes, o timing é tudo, e este foi o caso com esta blogueira anônima, que se descreve como membro do Partido Comunista, oriunda de Xangai, e se apresenta sob o pseudônimo de Mu Mu.

Uma mulher de 25 anos, Mu Mu vai ao ar no endereço blogcn.com/user48/wunv6/blog/index.html, quase todas as noites, por volta da meia-noite. Ela mantém seu rosto coberto enquanto ensaia poses que são provocantes, porém nunca sexualmente explícitas.

Ela contorna as perguntas de alguns dos seus fãs e seguidores ávidos, que são dezenas de milhares, com atitudes espirituosas e um charme desenvolto.

Na China, as páginas na Internet já existem desde o início desta década, mas o formato explodiu nos últimos meses, desafiando os sempre vigilantes censores online chineses e dando consistência e forma humana ao tipo de sociedade civil com liberdade de expressão cuja emergência o governo há muito está determinado a impedir ou, ao menos, a controlar com firmeza.

Os especialistas em Internet afirmam que esta explosão dos blogs é o resultado do forte crescimento da utilização da banda larga, somada aos enormes avanços comerciais obtidos pelos provedores de Internet do país, que estão empenhados em seduzir e conquistar seus usuários.

As estimativas mais comuns da quantidade de blogs existentes na China vão de 1 milhão a 2 milhões, números esses que seguem aumentando rapidamente.

Sob o regime do atual líder da China, Hu Jintao, o governo empreendeu uma campanha enérgica contra a liberdade de expressão, proibindo que intelectuais de notoriedade pública sejam promovidos pelos veículos de informação; impondo restrições a websites; pressionando companhias que desenvolvem softwares de busca, tais como o Google, a excluírem tópicos delicados, em particular aqueles que dizem respeito à democracia e aos direitos humanos; e censurando pesadamente os grupos de discussões online nas universidades e em qualquer outro lugar.

Até agora, as autoridades chinesas contaram, sobretudo, com a cooperação das empresas provedoras de serviços na Internet para policiar os blogs e outras publicações online.

Qualquer comentário que seja provocativo demais, ou que seja excessivamente crítico para com o governo não raro é censurado pelo provedor. Às vezes, os sites recebem uma enxurrada de comentários contraditórios - muitos acreditam que eles sejam enviados pelos censores oficiais --que são mais favoráveis ao governo.

Em certos casos, os blogs são desativados de uma só vez, temporário ou permanentemente. Mas as autoridades ainda não parecem ter uma resposta à proliferação da opinião pública por meio deste formato.

A nova onda de blogs teve início neste ano. No passado, alguns poucos pioneiros desta forma de expressão se sobressaíram, mas agora, imensas comunidades de blogueiros estão se multiplicando por todo o país, muitos dos quais promovendo as ofertas online dos seus concorrentes e amigos que vendem livros, discos ou, como no caso de Mu Mu, comentários em fluxo contínuo sobre sexualidade, intelecto e identidade política.

"Os novos blogueiros estão replicando às autoridades, mas de uma maneira humorística", explica Xiao Qiang, o diretor do grupo de estudos China Internet Project (Projeto de Internet para a China), baseado na Universidade da Califórnia, em Berkeley. "As pessoas dizem quase sempre que você pode dizer o que quiser na China, quando sentado à mesa durante o jantar. Mas não em público. Agora, os blogs se tornaram mesas de jantar, e isso é uma novidade".

"O conteúdo é com freqüência político, mas não diretamente político. Ou seja, a pessoa não está defendendo nenhuma idéia, mas, ao mesmo tempo, ela está minando a base ideológica do poder".

quinta-feira, novembro 24, 2005

Consumo de cocaína e ecstasy continua aumentando na Europa, afirma relatório anual.

BRUXELAS - A Europa ainda é "um mercado importante de estimulantes", sobretudo de cocaína, e o ecstasy se tornou a segunda droga mais consumida no continente depois da maconha, destacou o relatório anual do Observatório Europeu de Drogas e Toxicomanias (OEDT).

"As mensagens mais importantes do relatório são de que o consumo de cocaína continua aumentando em algumas regiões da Europa e em alguns países, como Espanha e Grã-Bretanha, alcançou o nível dos Estados Unidos e há três milhões de pessoas que consomem maconha diariamente, até 10 cigarros", declarou à imprensa o diretor do OEDT, Wolfgang Goetz, ao apresentar este relatório nesta quinta-feira, em Bruxelas.

"Em toda a Europa, o uso de anfetaminas, ecstasy e cocaína continua aumentando", alertou o documento, destacando que o ecstasy superou as anfetaminas, tornando-se a segunda droga mais usada depois da maconha na Europa, o principal centro de produção desta droga sintética no mundo.

Em relação à cocaína, responsável por 10% das mortes vinculadas a drogas, Goetz disse não existir tratamentos nem medidas preventivas específicas para esta droga, cujo desenvolvimento "deve ser levado a sério". Entre 3 e 3,4 milhões de pessoas na Europa consumiram cocaína recentemente, segundo estimativas do OEDT, cuja sede fica em Lisboa.

Ao contrário, o número de novos consumidores de heroína parece ter diminuído depois de chegar a um apogeu no início dos anos 1990.

Entre as tendências importantes observadas neste relatório, feito a partir de dados de 2003, fornecidos pelos 25 países-membros da União Européia (UE), assim como Noruega, Bulgária, Romênia e Turquia, Goetz também insistiu em que 530.000 europeus, principalmente cidadãos dos "velhos" países da UE, receberam tratamento substitutivo. Este número setuplicou durante a última década.

Os 10 novos Estados-membros, além de Bulgária e Romênia têm apenas 1% de pacientes que seguem este tratamento e Goetz pediu aos países da UE que "aumentem seus esforços para fazer estas disparidades desaparecerem".

O OEDT avaliou que o número de pessoas que fazem uso "problemático" de drogas na UE ampliada está entre 1,2 e 2,1 milhões de pessoas.

Esta organização destacou que "o uso de drogas na Europa é um fenômeno que afeta principalmente os jovens, particularmente os homens jovens". A droga continua sendo "uma das principais causas de morte entre os jovens da Europa", acrescentou.

A overdose é a principal causa de morte entre consumidores de opiáceos, que têm uma taxa de mortalidade até 20 vezes superior à da população geral da mesma idade.

Com relação às políticas de luta contra as drogas, Marcel Reimen, presidente do OEDT, destacou que os Estados da UE "privilegiam agora a terapia, no lugar da repressão". Esta organização considerou que a prisão é "um meio particularmente pernicioso" para os consumidores regulares de drogas.