Mapeamento cerebral aponta área ligada a competitividade e inveja
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um experimento demonstrou na prática o velho ditado de que "a grama é sempre mais verde no quintal do vizinho". Isto é, não é tanto o valor absoluto de uma recompensa que deixa alguém feliz, pois isso depende também da comparação com a situação de um rival.
"As pessoas não se importam apenas com o que elas próprias ganham; parece ser igualmente importante o que elas ganham relativamente a uma outra pessoa", declarou o economista Armin Falk, da Universidade de Bonn, Alemanha. O estudo sai hoje na revista "Science".
O experimento envolveu 38 homens, avaliados aos pares em aparelhos que mediam a atividade do cérebro. Os voluntários tinham de responder a perguntas simples -como estimar o número de pontos em uma tela- e eram premiados pelas respostas certas, com uma recompensa monetária que ia de 30 a 120. O valor não tinha relação com o desempenho, e um voluntário poderia receber, ao acaso, mais ou menos dinheiro que seu rival.
Uma região do cérebro vinculada ao registro de recompensas, o corpo estriado ventral, ficava mais ativa quando um participante recebia mais dinheiro que seu companheiro. "Mostramos pela primeira vez que existe uma resposta cerebral imediata, fisiológica, em caso de comparação", diz Falk.
A economia tradicional dá ênfase ao valor absoluto das recompensas, apesar de estudos de comportamento mostrarem como as comparações sociais influenciam o bem-estar e a tomada de decisões. O comportamento competitivo ficou claro quando um participante errava a resposta e não ganhava nada. A ativação chegava ao máximo no rival que deu a resposta certa e recebeu dinheiro. Quando os dois davam a resposta certa, mas um ganhava mais, a área de recompensa do que recebeu menos ficava menos ativa.
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