sexta-feira, março 28, 2008

Steve Albini toca em SP com a banda Shellac e fala de seu trabalho como produtor do Nirvana


MARCUS MARÇAL
Da Redação


Líder de bandas seminais do cenário underground norte-americano, como Big Black e Rapeman, o norte-americano Steve Albini excursiona pela primeira vez no Brasil com a banda Shellac. A primeira etapa da turnê aconteceu na última terça-feira (25) no Rio de Janeiro, no Festival Evidente, mas o grupo ainda fará mais uma apresentação neste sábado (29) no Clash Club, em São Paulo.

Produtor renomado de álbuns considerados clássicos do rock recente como "Surfer Rosa" (Pixies) e "In Utero" (Nirvana), o guitarrista Albini formou o Shellac em 1992 e, desde o início de sua carreira de músico, promove uma radical evolução da linguagem pós-punk e art-funk de bandas com Public Image Limited e Gang of Four, mais focada em uma sonoridade barulhenta. Também foi involuntariamente um dos precursores do rock industrial que levou bandas como Nine Inch Nails e Ministry ao cenário mainstream no início dos anos 90.

Com o Shellac, Steve Albini já lançou álbuns como "At Action Park" (1994), "Terraform" (1998), "1000 Hurts" (2000), "Excellent Italian Greyhound" (2007) e a compilação de singles "The Rude Gesture: A Pictorial History" (1993). O músico também é conhecido por sua militância no underground norte-americano dos anos 80, que pavimentou a estrada para o estouro do rock alternativo local no início dos 90. É dessa época que ganhou a fama de "homem mais nervoso do rock", devido a sua postura radical diante dos padrões estabelecidos nos grandes negócios da indústria da música no exterior. No entanto, também já trabalhou para os grandes selos na gravação de álbuns de artistas distintos como Page & Plant e Bush, devido à eficiência com que ajuda a moldar a sonoridade em disco das bandas que produz.

Em entrevista ao UOL, o músico e produtor abordou vários temas relacionados à sua trajetória. Comentou a respeito de suas bandas anteriores e até mesmo sobre sua colaboração para a história recente do rock'n roll. Também falou sobre sua má fama, oriunda dos temas que escreve para suas bandas, a qual desmistificou com serenidade. "Nós estávamos após o limiar de humor no qual os radicalismos de pensamento eram considerados charmosos. Quando está no início da idade adulta, você reconhece que muitas coisas que pareciam extremas na sua juventude são, na verdade, bastante normais. E apreciar essa questão é concluir que, quanto mais radical e extremo, é um determinado comportamento, mais charmoso ele fica. Mas isso não necessariamente diz respeito ao nosso estilo de vida", declarou.


UOL - O que podemos esperar dos shows do Shellac no Brasil?

STEVE ALBINI: Nós não temos um repertório pré-estabelecido, portanto os shows serão um pouco diferentes a cada noite. Temos amigos em outras bandas que já foram ao Brasil e, na volta para casa, todos disseram que foi uma experiência muito boa. Estamos animados com os shows que faremos no país.

UOL - Você é conhecido como produtor de discos, qual é sua opinião sobre o formato MP3?

ALBINI: No momento, MP3s são muito convenientes para a distribuição de música. Não possuem a melhor qualidade sonora e, portanto, não é a mídia mais adequada para uma banda como a nossa. Mas acho que é uma boa maneira de tornar a música acessível para outras pessoas. E fazer parte dos mecanismos da indústria do disco não é mesmo nossa aspiração. Preferimos trabalhar diretamente junto ao nosso público.

UOL - Sua postura é uma das mais radicais na indústria do disco?
ALBINI: Não, acho que a maneira como lidamos com nosso trabalho é a mesma da de muitas bandas em início de carreira. Elas não têm empresário, advogado, agência ou gravadora e não trabalham a partir da perspectiva de negócios simplesmente porque estão felizes com a música que fazem. E, nesse sentido, trabalhamos exatamente da mesma forma que todos esses grupos em início de carreira. A diferença é que continuamos a trabalhar desta forma.

UOL - É uma postura similar à dos músicos de jazz do início do século passado, que se recusaram a gravar suas músicas com a invenção do fonógrafo?
ALBINI: Não estou familiarizado com essa tradição. A maneira como conduzimos nossa carreira não diz respeito a outras pessoas. É relacionada a nós mesmos e às coisas com as quais nos sentimos confortáveis, no espectro de trabalho convencional da indústria do disco. Honestamente, isso não diz respeito a outras pessoas e sim propriamente à nossa paz de espírito.

UOL - O misantropo barulhento Steve Albini está presente no Shellac, devido às abordagens sobre sexo, violência e comportamento anti-social?

ALBINI: Acho que a percepção sobre misantropia a meu respeito é provavelmente muito superestimada. Hoje estou mais velho e acho que sou menos inteirado em questões pueris como choque e estimulação e mais focado no desenvolvimento de nossos temas principais. E hoje talvez as coisas estejam mais tranqüilas agora. Mas minha visão básica de mundo ainda é a mesma, não acho que tenha mudado tanto como indivíduo.

UOL - Fale um pouco sobre a faceta experimental da música do Shellac.
ALBINI: Shellac está na ativa há mais tempo que qualquer outra banda minha. A abordagem é mais ligada à transmissão da mensagem do que propriamente à sonoridade. Queremos ser felizes na maneira com a qual conduzimos nosso trabalho e o som da banda é resultado disso --não tem a ver com aspirações ao topo das paradas de sucesso. Nesse ponto de vista, concordo que conduzimos uma banda experimental, mas isso não é primordialmente algo ligado à sonoridade. Tem mais a ver com nossa postura e isso inclui nossa performance ao vivo, pois mantemos uma medida de liberdade em nossas apresentações e isso também é um outro aspecto a se ressaltar.

UOL - Com a brutalidade de sua música, você expressa seu genuíno humor negro?

ALBINI: Sim, acredito que exista um elemento de humor em todos os aspectos da vida. Se você pensa em um dia comum de uma pessoa normal, haverá momentos em que estará nervoso, risonho, triste ou tarado. Você passa por uma imensa gama de sentimentos em um só dia. Não deveria ser atípico o fato de nossa música espelhar essa variedade de emoções, pois é possível transitar por diferentes sensações de um momento para outro. Isso não quer dizer que sejam sentimentos compatíveis, mas certamente são parte de um espectro familiar a todo mundo.

UOL - Gravar um álbum barulhento como "Terraform" no estúdio dos Beatles foi uma ironia?

ALBINI: Não, estava familiarizado com o estúdio Abbey Road porque já trabalhei muito lá. Gravei vários álbuns no local, algo entre 12 e 15 álbuns, e o considero um ótimo estúdio. Não trabalhamos lá devido a alguma associação com os Beatles ou algo do tipo, mas devido a sua qualidade.

UOL - Sua música evolui a cada novo trabalho?

ALBINI: Relativamente falando, eu acho que as gravações do Shellac são consistentes. Não acho que nos reinventamos em ponto algum, simplesmente somos felizes em a banda ser como é. Não há necessariamente desenvolvimento de um álbum para outro, acho que há uma continuidade, pois você pode ouvir cada um deles e adquirir uma sensação a respeito da identidade da banda. Mas não tenho sentimentos fortes em favor de nenhum de nossos álbuns, acho que todos são representativos à sua maneira.

UOL - Qual é a diferença entre os álbuns do Shellac?
ALBINI: A diferença é que existe mais fotografias na arte de nosso lançamento mais recente, "Excellent Italian Greyhound" (2007). É uma fotografia de cachorro e não há muitas fotografias em nossos outros discos. Não acredito que haja uma grande evolução na sonoridade do Shellac. Mas, se você ouve os álbuns do Big Black em ordem cronológica, há uma progressão notável. O som fica mais sofisticado e um pouco mais abrasivo com o passar dos anos. Existe essa evidência de que eu passava por um período de aprendizado e a banda se tornando mais segura. Posteriormente, a banda precisava acabar e me orgulho de encerrarmos as atividades com um grande álbum. Mas não quisemos fazer com o álbum uma afirmação sobre o fim da banda naquela época. Simplesmente foi uma questão de ordem prática e me pareceu uma boa idéia acabar com a banda. Fizemos uma rápida reunião do Big Black recentemente. Apenas tocamos algumas canções durante o aniversário de 25 anos da gravadora Touch and Go porque quisemos demonstrar nosso respeito pelo selo.

UOL - Big Black, Rapeman e Shellac são trios. Esta é a melhor formação para uma banda de rock?
ALBINI: Na minha perspectiva de músico, sim. Tenho maior preferência por trabalhar em bandas formadas por três integrantes, pois é possível fazer uma grande mudança no som a partir de apenas uma pessoa. Você tem muita flexibilidade no som e isso não requer orquestração ou organização de muitas pessoas. É um arranjo muito versátil. E também torna muito mais fácil viajar ou organizar ensaios, pois são apenas três pessoas. Facilita tudo!

UOL - Fale de sua reputação como "o homem mais nervoso do rock'n roll" do início de carreira.
ALBINI: A imagem que as pessoas fazem de mim não é material de minha criação. É suposição gerada a partir de discussões alheias, às quais não tenho controle algum. Sinto-me uma pessoa normal. E se as pessoas têm a impressão de que sou nervoso, maluco ou qualquer coisa do tipo, isso não me incomoda, pois não tenho preocupações quanto a isso. Geralmente falam essas coisas, mas não importo com o que fazem ou falam. E não posso fazer nada se digo algo normal e sou mal-interpretado por alguém. E se alguém quer formar uma opinião a meu respeito, tudo bem. Seja ela positiva ou negativa, isso é material para a consideração dessas pessoas --e não minha.

UOL - Seria também uma resposta ao que existe de frívolo e artificial nos negócios da música?
ALBINI: Acho que há muita ênfase na imagem na cena e nos negócios relacionados à música. Até mesmo em escala independente há bandas preocupadas em como seu visual será percebido por outras pessoas. E é muito saudável se você não se prende a essas coisas, pois usufrui de uma liberdade maior e se torna mais aberto em suas conversações. E esse é um grande passo!

UOL - Seu trabalho como produtor estabeleceu valores do rock alternativo devido à independência e recusa de sua parte ante aos assuntos ligados à vendagem de álbuns?
ALBINI: No que diz respeito a minha capacidade profissional, sempre tento agregar o máximo de força e importância às bandas com quem trabalho durante o processo de produção. E se um grupo possui uma abordagem particular que queira exercer, minha intenção é tornar isso possível de acordo com seu ponto de vista. Não me ligo em questões sobre o que será popular ou padrões estéticos convencionais do que é bom ou ruim. Nesse sentido, sou compreensivo com as bandas e quero que elas sejam bem-sucedidas em seus próprios termos. Aprecio essa atitude em outras pessoas quando elas se manifestam em relação a mim e tento retribuir.

UOL - Você é respeitado na cena alternativa de rock por tirar o melhor das bandas com quem trabalha. Por que prefere ser chamado de engenheiro de som, em vez de produtor?
ALBINI: Gosto de ser chamado de engenheiro de som, mais propriamente do que produtor, pois é mais exato definir minha função desta forma. Em termos convencionais, o produtor é responsável pelo som de uma gravação. Ele toma todas as decisões importantes relacionadas à música e som. Em minhas sessões de gravação, eu prefiro que a banda tome suas próprias decisões. Em âmbito particular, fico feliz em propiciar facilidade aos músicos na realização de seus álbuns.

UOL - Trabalhar com grandes gravadoras foi uma fórmula de você financiar projetos pessoais e a produção de bandas obscuras do underground?

ALBINI: Discordo, pois os projetos que já realizei para grandes gravadoras correspondem a uma parte muito pequena de meus honorários - diria que talvez seja apenas 1 ou 2% do dinheiro que fiz para sustentar meu estúdio, minha banda e tudo isso. Essa informação é inexata e corresponde a uma perspectiva de fora de minha experiência --como se alguém pegasse meu currículo e achasse que fiz muito dinheiro produzindo o Nirvana e isso me permitisse bancar todas as outras gravações. Isso não é verdadeiro em absoluto, sequer é próximo à realidade.

UOL - Big Black foi precursor da cena de rock industrial que chegou ao mainstream nos anos 90, liderada por bandas como Ministry e Nine Inch Nails. Você esperava que esses grupos fossem bem-sucedidos?
ALBINI: Se isso é verdade, eu peço desculpas (rindo)! Sim, essas eram as bandas do momento, com forte apelo visual e um tipo de abordagem modista. E essas coisas podem ter sido fatores que tornaram essas bandas bem-sucedidas em um curto prazo. Mas não me considero, tampouco o Big Black, como parte dessa linhagem. Acho que essas pessoas eram diferentes de nós e não tenho nada a ver com seus fracassos ou sucessos. Não aprecio boa parte desse tipo de música, pois isso não é importante.

UOL - Não havia tabus em relação aos temas do Big Black e Rapeman, vocês promoviam uma resposta aos setores conservadores e às tarjas de alerta aos pais nos discos de rock?
ALBINI: Não, estávamos após o limiar de humor onde os radicalismos de pensamento e comportamento eram considerados charmosos. Quando está no início da idade adulta, você reconhece que muitas coisas que pareciam extremas na sua juventude são, na verdade, bastante normais. E apreciar levar essa questão à perspectiva mais remota de conclusão é lembrar que quanto mais radical e extremo é um determinado comportamento, mais charmoso ele fica. Mas isso apenas diz respeito à maneira como pensamos ou ao que dizemos --e não necessariamente diz respeito ao nosso estilo de vida. A maior parte do mundo conservador no universo mainstream da música é completamente ignorante a respeito do Big Black. Então, para nós, não havia diferença. O que escrevíamos e cantávamos era parcialmente muito desconhecido para que essas pessoas pudessem necessariamente ouvir e entender o que cantávamos. E nossa audiência também não era conservadora e naturalmente ninguém reagia contra isso, pois ninguém se sentia ofendido ao ouvir o que cantávamos. Portanto, não tivemos problema de espécie alguma. O incidente que tivemos de boicote de estudantes numa apresentação do Rapeman em uma universidade na Inglaterra, no final dos anos 80, foi um fato isolado, criado pelo pessoal que detinha o controle da política esquerdista na instituição. Foi um show dissociado da universidade, que ainda permitiu que tocássemos e a apresentação foi um sucesso. Portanto, foi uma expressão política da esquerda, e não da direita. Eu quase fiquei desapontado quando isso aconteceu, pois simpatizamos politicamente com a esquerda. E me pareceu uma idéia ruim a esquerda trancar um órgão com o qual solidarizamos. Mas, se você escolhe um nome ofensivo para sua banda, é natural você aceitar que as pessoas eventualmente se sintam ofendidas.

UOL - Fale sobre a canção "Kim Gordon's Panties" ("As calcinhas de Kim Gordon"), lançada pelo Rapeman. Alguma vez você chegou a ouvir a opinião da integrante do Sonic Youth sobre esta homenagem?
ALBINI: Nunca ouvi a opinião dela a respeito disso. Mas isso não era novidade naquela época. Era uma coisa legendária! Kim levava um par extra de roupa íntima aos shows e, sempre que os integrantes de alguma banda se comportavam como estrelas do rock ou coisas do tipo, Kim atirava calcinhas na direção deles como uma forma de detonar o pessoal. Eu achava essa idéia realmente brilhante, uma maneira de criticar essa postura. Isso porque quando alguém joga roupas íntimas em direção ao palco, a reação instantânea é o cara pensar: "Uau, eu sou demais". Mas depois só depois ele percebe que não é assim tão bacana porque ela estava apenas tirando um sarro com a cara dele. É uma maneira muito boa de se criticar isso.

UOL - Você já trabalhou com Page & Plant e conseguiria imaginar um hipotético novo álbum do Led Zeppelin produzido por você?

ALBINI: Sim, trabalhei com eles e se fosse convidado eu ficaria impressionado. Realmente gostei de trabalhar com Jimmy e Robert. Para mim, ambos são fascinantes e muito talentosos. E tenho um tremendo respeito por eles. Não sei como esse álbum soaria e nem teria como.

UOL - Você acredita que os discos de vinil podem ressurgir como formato para venda de músicas?

ALBINI: No momento, há um aumento nas vendas de vinil, enquanto se vende menos CDs. Acredito que as pessoas estejam reconhecendo que é legal ter um formato conveniente para música como o MP3 e também um de alta qualidade como o vinil. Estou contente porque o formato vinil sobreviverá por um longo período.

UOL - Você trabalhou em vários álbuns clássicos da história do rock, como "Surfer Rosa" (Pixies), "Rid of Me" (PJ Harvey) e "In Utero" (Nirvana), entre outros. Fale a respeito destes trabalhos.

ALBINI: Não tenho nada específico a dizer sobre "Surfer Rosa". Curti trabalhar naquele disco e acho que fiz um bom trabalho. Acho que as Breeders são musicalmente mais interessantes do que o Pixies. Parcialmente porque Kim Deal possui um gosto musical mais amplo em sua própria música do que com sua antiga banda. Acho que as Breeders cobriam uma área musical maior e um território sonoro mais interessante. Na época de "Rid of Me", a banda de PJ Harvey estava em ótima forma e os músicos tocavam muito bem em conjunto, pois excursionavam bastante e estavam bastante entrosados ao vivo. Foi um álbum muito fácil de fazer. A banda fazia ótimas apresentações na época e as canções surgiram rapidamente. Agora sobre o Nirvana, posso dizer que era uma banda totalmente normal em estúdio e foi uma experiência comum gravá-la, como faço diariamente. Não estava familiarizado com a música da banda até entrar em estúdio e desenvolvi um respeito por eles durante o decorrer da gravação do álbum. Curti trabalhar no álbum e acho que todos fizeram um bom trabalho. Após a finalização de "In Utero", houve uma discussão entre a banda e o selo --o que se tornou uma espécie de pendência política. Mas minha reconstituição do período imediatamente após as gravações não é das melhores. E não gosto muito de me lembrar desta época porque acho isso acabou se refletindo muito mal em cima da banda e da gravadora. Mas ao final da história, a banda finalmente ficou feliz com o álbum, o lançou como queria e fico contente com isso. Eu tinha um certo respeito pela banda naquela época, mas não chegamos a ser realmente amigos. Quero dizer, gosto deles, foi divertido estar ao redor deles e trabalhar no disco, mas não chegamos a socializar. Mas eu realmente não penso em termos de álbuns. Há bandas com quem trabalhei repetidamente e, no decorrer do tempo, esse material se tornou uma espécie de conjunto de obras. E sou muito feliz por manter um bom relacionamento com bandas e artistas como Silkworm, Jesus Lizard e Nina Nastasia. Acho que, ao fazer vários trabalhos com determinados artistas, é possível você desenvolver um bom vocabulário e um bom relacionamento amigável com eles.

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