Fátima Guerreiro, da Agência Lusa
Lisboa, 25 Nov (Lusa) - A gravação de vinil por unidade - dubplates - já é uma realidade em Portugal e é procurada, sobretudo, por produtores de música eletrónica, músicos ou simples amantes do suporte analógico.
Uma loja no Porto, que segundo uma das proprietárias é única em Portugal, é especializada na gravação de dubplates, possibilitando ao músico a gravação de um único disco em vinil, ao invés de ter de esperar um dia ser editado ou de ter de gravar 500 ou mil unidades de uma só vez.
Em declarações à Agência Lusa, Mariana Faria, uma das sócias da loja, ressalta que "nada melhor poderia ter acontecido para fomentar a produção e globalização dos novos gêneros e a continuidade do vinil na indústria musical".
Em boates, bares ou discotecas, um pouco por todo o mundo, as "bolachas de plástico" não param de tocar as últimas produções vindas do Brasil, da Inglaterra, França, Alemanha, Jamaica ou Estados Unidos.
Drum&Bass, House, Eletro, Breakbeat, Reggae, Hip Hop - milhões de pessoas vibram ao som da definição analógica.
De CD para vinil
A partir de um original em suporte digital - CD - é feita a gravação de um vinil de "qualidade igual ao vinil comercial", garante Mariana Faria.
É uma oportunidade para DJs e produtores que querem misturar as suas próprias composições, sons, instrumentais e para todos os aficionados do som analógico.
Mas a loja também já fez uma prensagem em quantidade: um músico pediu, na semana passada, a gravação de 500 discos de sete polegadas.
A loja tem uma base de dados com mais de 900 mil títulos de todos os gêneros musicais. Se o pedido de um cliente não for encontrado na base de dados, e se estiver livre do direito de autor, pode ser feito um dubplate.
Devido aos DJs e colecionadores, o vinil não morreu. E também porque está "virando moda".
Da Jamaica para o mundo
Nascida na Jamaica, à volta dos Sound Systems e de toda a cultura Reggae, a gravação de dubplates expandiu-se a diferentes gêneros musicais.
A idéia de cada Sound System passar "sons únicos" em vinil e disputar pelo melhor som, chamou a atenção na Inglaterra, berço da música eletrônica.
Segundo Mariana Faria, só em Londres há sete ou oito casas que gravam dubplates, cerca de cem por semana, em média. Em Portugal, foram gravados também cem, mas desde março.
Otimista, Mariana afirma que dentro de dois anos terão mais clientes, até porque, diz, muitos artistas portugueses começam a preferir o dubplate para enviarem às gravadoras.
Os índices mundiais de venda de vinis não param de subir. Produtores e bandas editam e comercializam os seus trabalhos em suporte analógico/vinil, dada a qualidade deste suporte e a possibilidade de manipulação.
E apesar das novas conquistas digitais, o vinil está em alta na Cultura Urbana.
Portugal foi um dos países que mais prensou vinil na década de 70, mas a maioria das prensas existentes em Portugal até 1987 foi vendida, estando agora na Inglaterra em pleno funcionamento.
domingo, novembro 26, 2006
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