sábado, agosto 27, 2005

P9

Três anos e vários projetos paralelos separaram o Pavilhão 9 de seu sexto disco, “Público Alvo”, que chega às lojas agora em setembro. O grupo atualmente é formado por Rhossi e Doze (vocais), Ortega (guitarra), Marinho (baixo), Munari (guitarra) e Fernandão (bateria) e traz na bagagem o pioneirismo de aliar, em terras tupiniquins, rap, hard core, percussão latina e a contundência de seu discurso.

“Estamos festejando o sexto trabalho da banda, os treze anos de carreira que a gente vem trabalhando. “Público Alvo” é decorrência de quando o Pavilhão se transformou numa banda, em 97, a fusão do rap com hard core. É um álbum forte, que fala das coisas que a gente está acostumado a viver no dia-a-dia. Nada mais é do que uma crônica. A gente tá trabalhando agora a música “Mundo Louco”, porque todo mundo tá meio paranóico, sendo vigiado por radares, câmeras, os muros cada vez mais altos, carros blindados. A gente brinca com esse título, “Público Alvo”, por causa da paranóia. E também por causa daquela história de quando você entra para uma gravadora, que dizem para você fazer um som específico pro seu público alvo”, esclarece Rhossi, alfinetando majors agora que sua banda é independente.

Com produção de Carlo Bartolini, o disco conta com as participações de Guga Stroeter, Bocato, Billy (vocalista do Biohazard), DJ Nuts, Apollo 9, Rodolfo (ex-Rodox e Raimundos) e Salazar (da dupla Veiga & Salazar). Como se organiza esse monte de participações? Munari explica: “É uma coisa natural, não é muito planejada. Tem até uma parte do disco que é um pouco mais eletrônica e isso acontece de uma maneira orgânica. Geralmente tem instrumento tocando junto, essas paradas de bit, tal. Tem um lado mais latino. Mas, no geral, o disco tá com o lado hard core exacerbado. E gravamos com pessoas com quem a gente tá envolvido”.

E continua, falando do clipe de “Mundo Louco”: “A grande parada do clipe é que ele é massivo como a canção. É um bombardeio. A Conspiração (produtora que fez o clipe) tem uma condição de exercer conceito de uma maneira bacana. De repente, é um dos melhores clipes do Pavilhão. Não sei se é uma grande invenção de originalidade, mas pega esse conceito de clipagem e extrapola, bombardeia mesmo”.

O Pavilhão 9, que já vendeu cerca de 240 mil cópias, vai levando sua escrita biográfica nos limites do protesto, sem charlatanices. Experimenta pra você ver.

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