segunda-feira, janeiro 08, 2007

CCBB faz série sobre a história do samba-rock

Instituição promove ciclo musical para apresentar as diversas facetas do gênero popularizado por Jorge Ben Jor

Evento começa amanhã e será capitaneado pelo Clube do Balanço, com presenças de Osvaldinho da Cuíca e Max de Castro, entre outros

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Era impressionante. Cinco anos atrás, em qualquer balada que você entrasse na Vila Madalena ou no Centro, iria ouvir aquela mistura de música brasileira com soul que hoje em dia já se tornou irremediavelmente chamada de samba-rock.
Era o auge do renascimento do estilo, que teve suas origens entre o final dos anos 60 e meados dos 70, sempre seguindo o evangelho do influente Jorge Ben -hoje Jor. A febre, intensa daquele jeito, passou. Mas o samba-rock continuou, como continuam lotadas as festas que acontecem semanalmente em São Paulo.
Agora, é hora de retrospectiva e de um olhar mais cuidadoso sobre o gênero, em série promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil capitaneada pela mais emblemática das bandas modernas de samba-rock, o Clube do Balanço.
Com convidados como Marku Ribas, Osvaldinho da Cuíca e Max de Castro, a série se propõe a observar o samba-rock, dividida em shows com temas como "origens", "novas tendências" e "a tradição dos grandes bailes".
"O samba-rock é uma coisa divertida, animada, de bailes e festas, mas é também um fenômeno cultural", observa Marco Mattoli, líder do Clube e cabeça por trás do projeto. "Hoje nós temos muitas bandas tocando o estilo por aí, mas ninguém sabe direito sua história. O mais legal dessa série é exatamente isso, uma entidade cultural aceitar isso como projeto, para contar a história e documentar o samba-rock."

Estabilidade
Depois de nascer nos bailes da periferia nos anos 70 e rumar para a cultura da caça de discos raros pela classe média nos anos 90, agora o samba-rock chega a uma estabilidade. E o estouro de popularidade do começo dos anos 00, fez uma diferença?
"Sempre há essa expectativa do boom", afirma Mattoli. "Mas não sei se é uma coisa realmente saudável ou necessária. No fundo, acho bom que não tenha havido uma novela da Globo chamada "Samba-Rock". Porque isso não é uma coisa que a gente inventou cinco anos atrás, é algo que já existia antes e vai continuar existindo, independentemente do quanto a mídia estiver olhando", conclui o músico.

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