terça-feira, janeiro 15, 2008

China não é a nova Ibiza@rraul.com

DJs e promoters locais negam o hype criado em torno da cultura clubber do país

Recentemente, o DJ inglês Paul Oakenfold disse ao Observer que, “nesse momento, não há lugar mais empolgante que a China” quando o assunto é cultura noturna. Para o promoter chinês Neebing, porém, o hype não convence. “Não há uma cena musical verdadeira aqui, e a cultura clubber é só uma parte do negócio do entretenimento, da mesma maneira que as zonas de baixo meretrício e os centros de massagem”.

“Os DJs superstars realmente são bem pagos e servidos com champanhe, mimos e literalmente tudo que eles querem. Mas como clubes undergrounds não podem bancar o cachê, eles sempre tocam em lugares grandes e comerciais, onde só ricos freqüentam. Esses clubes têm pistas minúsculas e todos ficam sentados nas mesas bebendo uísque. Tiesto, Armin Van Buuren e Paul Van Dyk tocam nessas casas, mas as pessoas só conseguem mexer o corpo do lado das mesas”, disse Neebing ao rraurl.com.

O DJ chinês Calvin Z, responsável pela programação dos super clubes G Plus em Shanghai e Hangzhou, concordou que a cena local ainda tem muito a desenvolver. “Há anos atrás eu lembro de pensar que a cena poderia ficar melhor depois de alguns anos, mas ela não mudou em nada”, disse Calvin.

Segundo a revista inglesa DJ Mag, muitos dos votos para sua última votação dos 100 melhores DJs do mundo vieram da China. O fato fez com que o Publisher, Jason Robertson, fizesse a previsão de que o “mercado para música eletrônica está mudando para o exterior”. Apesar disso, Jacky - colega de Calvin no G Plus - disse que questões práticas para DJs locais continuam um problema. “Se tornou mais fácil comprar equipamento para discotecar, mas ainda é difícil comprar música, particularmente vinil. De fato, havia poucos clubes por aqui até recentemente”.

Apesar da desilusão com a cena atual, Neebing abriu recentemente seu próprio clube, o Song, em Pequim. Além de oferecer serviço de bar, a casa conta também com uma pista de dança espaçosa e um sistema de som poderoso. “A China precisa de mais visitantes e de mais pessoas gastando dinheiro. Então você vê mais e mais bares e clubes abrindo”.

“Alguns DJs daqui estão começando a seguir os passos de gente como Richie Hawtin, que é um ídolo. O minimal techno é extremamente popular aqui. Pelo menos entre clubbers que não são estúpidos suficiente para seguir essa coisa dos 100 melhores DJs”, disse.

Nenhum comentário: