sexta-feira, janeiro 04, 2008

Organização confirma cancelamento do Rali Lisboa-Dakar

Das agências internacionais*
Em Paris (França)

A organização do Rali Lisboa-Dakar confirmou o cancelamento da edição 2008 da prova por falta de segurança no trecho da Mauritânia. A informação foi dada inicialmente pela France-Televisions, uma das patrocinadoras oficiais da disputa.

A recomendação do governo francês sobre a possibilidade de ataques no local, que receberia os pilotos no dia 11, motivou a decisão. A competição começaria em Portugal neste sábado.

"Depois de trocar de opiniões com o governo francês - em particular com o ministro do Exterior - e tendo em conta suas firmes recomendações, os organizadores do Dakar tomaram a decisão de anular a edição 2008 do Rali, programada para acontecer do dia 5 a 20 de janeiro entre Lisboa e a capital senegalesa", disse o comunicado oficial da organização.

"Diante da tensão política internacional e das ameaças diretas contra os pilotos, a organização não pode pensar em outra solução razoável do que anular a prova", completou o comunicado.

Esta é a primeira vez em 30 anos de história que o Rali é cancelado. A decisão, que pode colocar em dúvida a continuidade da disputa, foi minimizada pela organização. "A anulação da edição 2008 não tem interferência no futuro do Dakar. O Rali é um símbolo, e nada pode destruir os símbolos. A partir de 2009, teremos uma nova aventura a todos os apaixonados por velocidade."

"É um duro golpe, mas o bom senso prevaleceu", disse Daniel Bilalian, diretor de esportes da "France-Televisions" à emissora de rádio "Europe 1", primeiro órgão a comentar a anulação da prova na manhã desta sexta. "A ameaça na Mauritânia é bem real. Independentemente de fatores como audiência ou dinheiro, não temos como comprometer a vida dos competidores por causa de uma prova."

Na quinta-feira, a França já havia alertado os organizadores contra a realização de etapas na Mauritânia, após quatro turistas franceses terem sido mortos na véspera de Natal no país africano. Três dias depois, homens armados mataram três soldados em uma região afastada e pouco povoada ao norte do país, na fronteira com Argélia e Marrocos, no deserto do Saara.

Desde então, a França emitiu um alerta a seus cidadãos para não viajaram à Mauritânia porque "o risco de terrorismo" não pode ser descartado. O governo do país também intensificou as conversas com os organizadores do Rali, que culminaram com o cancelamento.

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