da Folha Online
A Justiça do Rio proibiu nesta quinta-feira a escola de samba Viradouro de desfilar com um carro alegórico que faz alusão ao Holocausto. O carro apresenta vários corpos empilhados em alusão aos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O pedido de proibição foi feito pela Fierj (Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro) durante o plantão judiciário (das 18h às 11h) e acatado pela juíza Juliana Kalichsztein. Em sua decisão, a juíza impõe multa de R$ 200 mil para a escola se o carro desfilar.
Segundo o advogado Ricardo Brajterman, da Fierj, a federação já havia tentado, em conversas anteriores, convencer a Viradouro a desistir da idéia ou colocar uma mensagem de advertência, como "Holocausto nunca mais" no carro. "Mas a escola silenciou", disse Brajterman.
"Por volta das 23h ficamos sabendo que o carro traria um destaque vestido de [Adolf] Hitler. Imagine Hitler sambando à frente dos judeus e poloneses e outras vítimas do Holocausto mortas", disse o advogado. "O Carnaval não é uma festa sensual. Não é o espaço certo para a discussão desse tema".
A decisão da juíza também prevê multa de mais R$ 50 mil se algum membro da escola entrar na avenida vestido de Hitler.
O desfile da Viradouro, "É de arrepiar", estava previsto para levar à avenida oito carros, segundo a sinopse dos desfiles divulgada pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio). Além do Holocausto, os carros trariam temas supostamente ligados ao arrepio, como o frio, o nascimento e o Kama Sutra --tema de um carro que viria antes do carro sobre a matança de judeus--, e baratas, que viria depois.
A reportagem entrou em contato com a Viradouro em cinco número de telefone diferentes, mas os recados não foram respondidos até a tarde de hoje.
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