Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) promoveram três protestos simultâneos em rodovias de São Paulo, na manhã desta quarta-feira. Os grupos conseguiram bloquear parcialmente as rodovias Raposo Tavares, Castello Branco e Régis Bittencourt por aproximadamente uma hora e meia. Ao menos três pessoas ficaram feridas.
O caso mais grave de violência ocorreu no protesto realizado na rodovia Raposo Tavares, que começou por volta das 9h30, na altura do km 21, na região de Osasco (Grande São Paulo).
De acordo com os manifestantes e com a Polícia Rodoviária, o motorista de uma Blazer furou o bloqueio e atirou contra os sem teto. Três pessoas foram atingidas de raspão e foram levadas a um pronto-socorro da região. Elas não correm risco de morte.
Para a PM (Polícia Militar), ao todo, cerca de 500 pessoas participaram do ato, na Raposo. Um coordenador do MTST foi detido.
Na Castello Branco, o bloqueio começou às 11h e ocorreu na altura do km 26. Houve cerca de 8 km de lentidão, nos dois sentidos. De acordo com os sem-teto, na Castello, embora o protesto tenha sido pacífico, houve confronto com a PM, que chegou a lançar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Não houve registro de feridos.
Na Régis Bittencourt, cerca de 250 pessoas participaram da manifestação, de acordo com o MTST. Para a PM, foram cerca de 150. O bloqueio começou às 10h20 e terminou às 11h05 na pista sul e às 11h30 na pista leste, de acordo com a Polícia Rodoviária. Houve mais de 4 km de congestionamento, nas duas pistas, a partir do km 275, em Embu (Grande São Paulo). Também neste ato não houve registro de feridos.
Motivação
O MTST afirma que os protestos realizados nesta quarta-feira pretendiam chamar a atenção para a "ausência de políticas sociais que garantam os direitos da população pobre". Ele pede a criação de uma política de desapropriação de terras urbanas e rurais ociosas e a paralisação das ações de despejo que correm na Justiça.
Em nota, o MTST ainda defendeu as cerca de 3.000 famílias que estão instaladas há quase 40 dias em um terreno particular, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). No último dia 5, os sem teto fecharam um acordo com o prefeito Jorge José da Costa (PMDB) para ficarem em uma área municipal por 90 dias, depois de terem sido despejados. O prazo de despejo dado pela Justiça termina no próximo dia 7 de maio.
"Não temos garantias de que o acordo sairá do papel e se tornará realidade", afirmam os líderes do movimento.
O terreno de Itapecerica, avaliado em R$ 40 milhões, é de propriedade da Sociedade Itapecerica Golf e tem cerca de 1 milhão de m2.
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