Um adolescente carregando uma Bíblia e gritando "Eu quero Jesus" levou dois choques com uma arma atordoadora, dados por policiais, e depois morreu em um hospital em Saint Louis, Estado de Misouri, nos Estados Unidos.
Em uma declaração, a polícia de Jerseyville, a 65 quilômetros de Saint Louis, disse que Roger Holyfield, 17 anos, não obedeceu aos policiais que o abordaram e continuou gritando "Eu quero Jesus". A polícia tentou acalmar o jovem, mas Holyfield ficou agressivo, de acordo com o documento.
Os policiais deram um choque em Holyfield depois que ele ignorou os avisos e mais um quando ele continou a se debater, disse a polícia. O jovem foi levado ao hospital depois do confronto, no sábado, e morreu no dia seguinte.
Uma autópsia deverá ser realizada nesta terça-feira.
terça-feira, outubro 31, 2006
segunda-feira, outubro 30, 2006
Cérebro registra a banana como amarela, mesmo que ela seja cinza
Experimento revela que a mente tem uma espécie de memória das cores
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Não adianta mostrar para o ser humano uma banana em em tons de cinza. Desde que essa pessoa já tenha visto a fruta com sua marcante cor amarela, ela praticamente não vai enxergar o objeto de outra maneira.
Essa percepção natural das cores, guardada na memória cerebral, acaba de ser decifrada por um estudo realizado na Universidade de Giessen, na Alemanha. O trabalho está publicado na edição mais recente da revista científica "Nature Neuroscience".
"Quando nós vemos uma banana, na maioria dos casos, ela é amarela. Essa associação forte forma o que chamamos de memória colorida, que fica registrada em uma parte do córtex cerebral", explicou Thorsten Hansen, o primeiro autor do trabalho alemão, à Folha. O estudo é assinado por outros três pesquisadores que também são da Alemanha.
Por causa disso, ao enxergar novamente a fruta, existe uma espécie de retroalimentação dessa informação que é somado àquilo que os olhos estão realmente enxergando. "Então, a banana acaba aparecendo mais amarela do que nunca para aquela pessoa", disse. Isso tanto é verdade, que o experimento realizado com estudantes alemães produziu fatos bastante inusitados.
Todos os 14 participantes foram convidados a ajustar a tela de seus computadores, onde aparecia a banana amarela, de modo que a figura ficasse preta e branca. Depois, todos tiveram que mudar novamente as cores para que a fruta voltasse a ter sua cor natural. Resultado. A banana ficou azul.
O cérebro, ao atuar junto com os olhos, acabou processando uma imagem da banana como se ela realmente fosse da cor amarela. Com certeza, essa figura já estava guardada na memória das pessoas.
"Isso porque, no início do segundo experimento, o cérebro enxergou a fruta amarelada e não preta e branca", explica Hansen, que é ligado ao departamento de Psicologia da instituição de ensino alemã.
Segundo o cientista, a partir de agora, as teorias existentes que estudam o processo de retroalimentação das informações sensoriais terão que passar a incorporar essa nova descoberta. "Está claro, pelos nossos dados, que existe uma memória das cores que interfere sobre a informação que está sendo captada exclusivamente pelos olhos do ser humano." Apesar de ter sido feito apenas na Alemanha, com pessoas nascidas naquele país, o estudo deve apresentar os mesmos resultados em outros locais do mundo, segundo o pesquisador. "Uma vez que existe a associação entre a fruta e a cor lá dentro da mente o efeito será o mesmo, independente da cultura ou da nação que esse tipo de experimento seja realizado", afirma Hansen.
O próprio trabalho já realizado na Europa também detectou a existência de uma forte memória colorida, guardada no cérebro, para outros seis tipos de vegetais. Estão nessa lista a laranja, a cenoura e o pepino, por exemplo.
Em todos os casos, os resultados foram exatamente os mesmos. Primeiro, os participantes tiveram que ajustar a coloração dos objetos para que todos ficassem preto e branco. Na etapa seguinte, quando teoricamente todos deveriam fazer os itens alimentícios voltarem a aparecer como são conhecidos, ocorreu a transformação. Isso porque o cérebro enxergava de uma forma aquilo que os olhos estavam vendo.
"A nossa visão de mundo afeta bastante a nossa percepção visual", explica Hansen. Para o pesquisador europeu, os mecanismos que determinam a aparência colorida das coisas, que fazem funcionar o sistema visual humano, vai da retina ao córtex cerebral e agora, também, inclui a memória visual que as pessoas têm.
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Não adianta mostrar para o ser humano uma banana em em tons de cinza. Desde que essa pessoa já tenha visto a fruta com sua marcante cor amarela, ela praticamente não vai enxergar o objeto de outra maneira.
Essa percepção natural das cores, guardada na memória cerebral, acaba de ser decifrada por um estudo realizado na Universidade de Giessen, na Alemanha. O trabalho está publicado na edição mais recente da revista científica "Nature Neuroscience".
"Quando nós vemos uma banana, na maioria dos casos, ela é amarela. Essa associação forte forma o que chamamos de memória colorida, que fica registrada em uma parte do córtex cerebral", explicou Thorsten Hansen, o primeiro autor do trabalho alemão, à Folha. O estudo é assinado por outros três pesquisadores que também são da Alemanha.
Por causa disso, ao enxergar novamente a fruta, existe uma espécie de retroalimentação dessa informação que é somado àquilo que os olhos estão realmente enxergando. "Então, a banana acaba aparecendo mais amarela do que nunca para aquela pessoa", disse. Isso tanto é verdade, que o experimento realizado com estudantes alemães produziu fatos bastante inusitados.
Todos os 14 participantes foram convidados a ajustar a tela de seus computadores, onde aparecia a banana amarela, de modo que a figura ficasse preta e branca. Depois, todos tiveram que mudar novamente as cores para que a fruta voltasse a ter sua cor natural. Resultado. A banana ficou azul.
O cérebro, ao atuar junto com os olhos, acabou processando uma imagem da banana como se ela realmente fosse da cor amarela. Com certeza, essa figura já estava guardada na memória das pessoas.
"Isso porque, no início do segundo experimento, o cérebro enxergou a fruta amarelada e não preta e branca", explica Hansen, que é ligado ao departamento de Psicologia da instituição de ensino alemã.
Segundo o cientista, a partir de agora, as teorias existentes que estudam o processo de retroalimentação das informações sensoriais terão que passar a incorporar essa nova descoberta. "Está claro, pelos nossos dados, que existe uma memória das cores que interfere sobre a informação que está sendo captada exclusivamente pelos olhos do ser humano." Apesar de ter sido feito apenas na Alemanha, com pessoas nascidas naquele país, o estudo deve apresentar os mesmos resultados em outros locais do mundo, segundo o pesquisador. "Uma vez que existe a associação entre a fruta e a cor lá dentro da mente o efeito será o mesmo, independente da cultura ou da nação que esse tipo de experimento seja realizado", afirma Hansen.
O próprio trabalho já realizado na Europa também detectou a existência de uma forte memória colorida, guardada no cérebro, para outros seis tipos de vegetais. Estão nessa lista a laranja, a cenoura e o pepino, por exemplo.
Em todos os casos, os resultados foram exatamente os mesmos. Primeiro, os participantes tiveram que ajustar a coloração dos objetos para que todos ficassem preto e branco. Na etapa seguinte, quando teoricamente todos deveriam fazer os itens alimentícios voltarem a aparecer como são conhecidos, ocorreu a transformação. Isso porque o cérebro enxergava de uma forma aquilo que os olhos estavam vendo.
"A nossa visão de mundo afeta bastante a nossa percepção visual", explica Hansen. Para o pesquisador europeu, os mecanismos que determinam a aparência colorida das coisas, que fazem funcionar o sistema visual humano, vai da retina ao córtex cerebral e agora, também, inclui a memória visual que as pessoas têm.
sexta-feira, outubro 27, 2006
Maestro da tropicália, Rogério Duprat morre aos 74 anos
da Redação
Morreu por volta das 17h desta quinta-feira (26), em São Paulo, o maestro Rogério Duprat. O músico de 74 anos estava internado desde o dia 10 de outubro no hospital Premier, na zona sul de São Paulo, onde recebia cuidados paliativos.
Duprat sofria do mal de Alzheimer e também tinha câncer na bexiga, que nos últimos dias acabou causando insuficiência renal, de acordo com a médica Maria Goretti Maciel, diretora clínica do hospital.
O maestro será velado no Museu da Imagem e do Som (MIS), na região dos Jardins. Seu corpo será cremado na sexta-feira no crematório da Vila Alpina, zona leste de São Paulo.
Duprat é conhecido principalmente por seu trabalho nas orquestrações do disco "Tropicália", de 1968, que contava com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes e Nara Leão.
Nascido no Rio de Janeiro em 1932, Duprat mudou-se para São Paulo em 1955. Ainda jovem estudou violão e cavaquinho além de tocar gaita. Mais tarde entrou no meio erudito e foi um dos fundadores da Orquestra de Câmara de São Paulo. Nos anos 60, o maestro se aproximou de artistas populares, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, para quem compôs o arranjo da música "Domingo no Parque".
Também trabalhou com nomes como Chico Buarque e Jorge Ben Jor, mas uma de suas parcerias mais conhecidas foi com a banda Os Mutantes, para quem arranjou diversos discos.
Depois de um período longe da música, devido a problemas de audição, o maestro voltou a trabalhar com arranjos na década de 90.
Música Nova
Ideólogo responsável por um dos poucos manifestos musicais autênticos realizados na América Latina, Rogério Duprat utilizou métodos radicais para criar uma nova frente cultural no país. O movimento batizado como "Música Nova Brasileira" resgatava os ideais da Semana de Arte Moderna de 1922 e pretendia "internacionalizar a vanguarda brasileira". Duprat vinha acompanhado pelos músicos intelectuais Gilberto Mendes, Júlio Medaglia, Régis Duprat, Damiano Cozzella e Sandino Hohagen.
"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária" é a citação que termina o manifesto publicado em 1963. Desde então eles se empenharam em quebrar as amarras acadêmicas na cultura e unir o erudito ao popular, como Duprat fez durante sua vida, o que fez dele um dos principais personagens da MPB.
Morreu por volta das 17h desta quinta-feira (26), em São Paulo, o maestro Rogério Duprat. O músico de 74 anos estava internado desde o dia 10 de outubro no hospital Premier, na zona sul de São Paulo, onde recebia cuidados paliativos.
Duprat sofria do mal de Alzheimer e também tinha câncer na bexiga, que nos últimos dias acabou causando insuficiência renal, de acordo com a médica Maria Goretti Maciel, diretora clínica do hospital.
O maestro será velado no Museu da Imagem e do Som (MIS), na região dos Jardins. Seu corpo será cremado na sexta-feira no crematório da Vila Alpina, zona leste de São Paulo.
Duprat é conhecido principalmente por seu trabalho nas orquestrações do disco "Tropicália", de 1968, que contava com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes e Nara Leão.
Nascido no Rio de Janeiro em 1932, Duprat mudou-se para São Paulo em 1955. Ainda jovem estudou violão e cavaquinho além de tocar gaita. Mais tarde entrou no meio erudito e foi um dos fundadores da Orquestra de Câmara de São Paulo. Nos anos 60, o maestro se aproximou de artistas populares, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, para quem compôs o arranjo da música "Domingo no Parque".
Também trabalhou com nomes como Chico Buarque e Jorge Ben Jor, mas uma de suas parcerias mais conhecidas foi com a banda Os Mutantes, para quem arranjou diversos discos.
Depois de um período longe da música, devido a problemas de audição, o maestro voltou a trabalhar com arranjos na década de 90.
Música Nova
Ideólogo responsável por um dos poucos manifestos musicais autênticos realizados na América Latina, Rogério Duprat utilizou métodos radicais para criar uma nova frente cultural no país. O movimento batizado como "Música Nova Brasileira" resgatava os ideais da Semana de Arte Moderna de 1922 e pretendia "internacionalizar a vanguarda brasileira". Duprat vinha acompanhado pelos músicos intelectuais Gilberto Mendes, Júlio Medaglia, Régis Duprat, Damiano Cozzella e Sandino Hohagen.
"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária" é a citação que termina o manifesto publicado em 1963. Desde então eles se empenharam em quebrar as amarras acadêmicas na cultura e unir o erudito ao popular, como Duprat fez durante sua vida, o que fez dele um dos principais personagens da MPB.
quinta-feira, outubro 26, 2006
rock n' roll
Coleção de rock'n'roll de Dick Clark será leiloada em Nova York
Por Timothy Gardner
NOVA YORK (Reuters) - Cinquenta anos depois de Dick Clark começar a apresentar um programa de TV popular que acabou ficando conhecido como "American Bandstand", ele se prepara para leiloar alguns dos artigos de rock'n'roll que colecionou.
Milhares de itens da coleção de memorabília de Clark serão leiloados em 5 e 6 de dezembro pela Guernsey's Auction House, em Nova York.
Um dos objetos mais cobiçados é o microfone que Clark usou por 31 anos na direção do programa de música e dança ao vivo, que teve como convidados desde Jerry Lee Lewis até L.L. Cool J.
Arlan Ettinger, fundador da Guernsey's, estimou que o microfone pode ser arrematado por entre 10 mil e 100 mil dólares. O leilão não terá reserva de preços -- ou seja, tudo será vendido pelo lance mais alto.
Outros itens a serem oferecidos são um dos baixos Hofner canhotos de Paul McCartney, autografado, e uma guitarra elétrica que Bruce Springsteen deu a Dick Clark. Ettinger disse que o instrumento, usado por Springsteen na turnê "The River", pode render até 60 mil dólares.
Uma luva bordada com contas que Michael Jackson usou em sua época de "moonwalker" e um bustiê com paetês dourados e enfeites pretos que Madonna usou em sua primeira turnê também estarão à venda, além de um terno usado por John Lennon em sua época de Beatle e uma placa dizendo "Hair Peace" que ele escreveu e colocou na janela de um hotel em Montreal durante a manifestação "bed in" ("na cama pela paz") que ele e Yoko Ono fizeram em 1969.
Parte do lucro do leilão será entregue à Fundação T.J. Martell, que levanta fundos para o combate ao câncer, leucemia e Aids.
Dick Clark está com 76 anos e sofreu um derrame em 2004. Depois de uma folga para se recuperar, no ano passado ele voltou a apresentar a festa de Ano Novo transmitida pela televisão desde o Times Square, em Nova York. O apresentador disse que pretende repetir o feito este ano.
Por Timothy Gardner
NOVA YORK (Reuters) - Cinquenta anos depois de Dick Clark começar a apresentar um programa de TV popular que acabou ficando conhecido como "American Bandstand", ele se prepara para leiloar alguns dos artigos de rock'n'roll que colecionou.
Milhares de itens da coleção de memorabília de Clark serão leiloados em 5 e 6 de dezembro pela Guernsey's Auction House, em Nova York.
Um dos objetos mais cobiçados é o microfone que Clark usou por 31 anos na direção do programa de música e dança ao vivo, que teve como convidados desde Jerry Lee Lewis até L.L. Cool J.
Arlan Ettinger, fundador da Guernsey's, estimou que o microfone pode ser arrematado por entre 10 mil e 100 mil dólares. O leilão não terá reserva de preços -- ou seja, tudo será vendido pelo lance mais alto.
Outros itens a serem oferecidos são um dos baixos Hofner canhotos de Paul McCartney, autografado, e uma guitarra elétrica que Bruce Springsteen deu a Dick Clark. Ettinger disse que o instrumento, usado por Springsteen na turnê "The River", pode render até 60 mil dólares.
Uma luva bordada com contas que Michael Jackson usou em sua época de "moonwalker" e um bustiê com paetês dourados e enfeites pretos que Madonna usou em sua primeira turnê também estarão à venda, além de um terno usado por John Lennon em sua época de Beatle e uma placa dizendo "Hair Peace" que ele escreveu e colocou na janela de um hotel em Montreal durante a manifestação "bed in" ("na cama pela paz") que ele e Yoko Ono fizeram em 1969.
Parte do lucro do leilão será entregue à Fundação T.J. Martell, que levanta fundos para o combate ao câncer, leucemia e Aids.
Dick Clark está com 76 anos e sofreu um derrame em 2004. Depois de uma folga para se recuperar, no ano passado ele voltou a apresentar a festa de Ano Novo transmitida pela televisão desde o Times Square, em Nova York. O apresentador disse que pretende repetir o feito este ano.
a casa caiu 2
EMI descobre fraude em subsidiária no Brasil
A gravadora EMI revelou nesta quarta-feira que descobriu uma fraude contábil em sua subsidiária brasileira que inflou as receitas e os ganhos da empresa.
"A avaliação da companhia é de que a fraude tenha exagerado as receitas em cerca de 12 milhões de libras (aproximadamente R$ 48 milhões) e os lucros operacionais em cerca de nove milhões de libras (cerca de R$ 36 milhões)", afirmou um porta-voz da gravadora inglesa em um comunicado oficial.
A descoberta foi feita por meio de auditorias internas. A companhia anunciou que o impacto contábil deve se refletir nos resultados financeiros do semestre que se encerrou no dia 30 de setembro.
O comunicado da EMI também diz que uma investigação completa está sendo feita e que membros da diretoria da companhia no Brasil foram suspensos.
A empresa ainda não entregou o caso às autoridades, mas continua fazendo as suas apurações internas. Apesar de não haver confirmação da EMI, uma fonte ligada à companhia na Grã-Bretanha disse à BBC que a irregularidade se restringe ao Brasil e estaria ligada a transações domésticas.
A divulgação dos dados fizeram com que as ações da companhia caíssem cerca de 8,8% na Bolsa em Londres.
Até a conclusão desta reportagem, o departamento jurídico da EMI brasileira não havia se pronunciado sobre o assunto. Um assessor da empresa no Brasil disse que não poderia fazer mais declarações além do incluído na mensagem já divulgada pela empresa.
Uma das cinco grandes
A EMI International é uma das cinco maiores gravadoras do mundo, tendo anunciado em março lucros brutos de cerca de RS$ 640 milhões.
Em maio deste ano, a companhia fez uma oferta de US$ 4,2 bilhões (R$ 9 bilhões) para adquirir a rival Warner.
Artistas como as bandas Coldplay, Rolling Stones e Gorillaz e os cantores Lenny Kravitz e Robbie Williams são ligados à gravadora.
No Brasil, a EMI é a gravadora de nomes como Marisa Monte, Daniela Mercury e Charlie Brown Jr.
A gravadora EMI revelou nesta quarta-feira que descobriu uma fraude contábil em sua subsidiária brasileira que inflou as receitas e os ganhos da empresa.
"A avaliação da companhia é de que a fraude tenha exagerado as receitas em cerca de 12 milhões de libras (aproximadamente R$ 48 milhões) e os lucros operacionais em cerca de nove milhões de libras (cerca de R$ 36 milhões)", afirmou um porta-voz da gravadora inglesa em um comunicado oficial.
A descoberta foi feita por meio de auditorias internas. A companhia anunciou que o impacto contábil deve se refletir nos resultados financeiros do semestre que se encerrou no dia 30 de setembro.
O comunicado da EMI também diz que uma investigação completa está sendo feita e que membros da diretoria da companhia no Brasil foram suspensos.
A empresa ainda não entregou o caso às autoridades, mas continua fazendo as suas apurações internas. Apesar de não haver confirmação da EMI, uma fonte ligada à companhia na Grã-Bretanha disse à BBC que a irregularidade se restringe ao Brasil e estaria ligada a transações domésticas.
A divulgação dos dados fizeram com que as ações da companhia caíssem cerca de 8,8% na Bolsa em Londres.
Até a conclusão desta reportagem, o departamento jurídico da EMI brasileira não havia se pronunciado sobre o assunto. Um assessor da empresa no Brasil disse que não poderia fazer mais declarações além do incluído na mensagem já divulgada pela empresa.
Uma das cinco grandes
A EMI International é uma das cinco maiores gravadoras do mundo, tendo anunciado em março lucros brutos de cerca de RS$ 640 milhões.
Em maio deste ano, a companhia fez uma oferta de US$ 4,2 bilhões (R$ 9 bilhões) para adquirir a rival Warner.
Artistas como as bandas Coldplay, Rolling Stones e Gorillaz e os cantores Lenny Kravitz e Robbie Williams são ligados à gravadora.
No Brasil, a EMI é a gravadora de nomes como Marisa Monte, Daniela Mercury e Charlie Brown Jr.
quinta-feira, outubro 19, 2006
dangling conversation
Its a still life water color,
Of a now late afternoon,
As the sun shines through the curtained lace
And shadows wash the room.
And we sit and drink our coffee
Couched in our indifference,
Like shells upon the shore
You can hear the ocean roar
In the dangling conversation
And the superficial sighs,
Are the borders of our lives.
And you read your emily dickinson,
And I my robert frost,
And we note our place with bookmarkers
That measure what weve lost.
Like a poem poorly written
We are verses out of rhythm,
Couplets out of rhyme,
In syncopated time
Lost in the dangling conversation
And the superficial sighs,
Are the borders of our lives.
Yes, we speak of things that matter,
With words that must be said,
Can analysis be worthwhile?
Is the theater really dead?
And how the room is softly faded
And I only kiss your shadow,
I cannot feel your hand,
Youre a stranger now unto me
Lost in the dangling conversation.
And the superficial sighs,
In the borders of our lives.
Of a now late afternoon,
As the sun shines through the curtained lace
And shadows wash the room.
And we sit and drink our coffee
Couched in our indifference,
Like shells upon the shore
You can hear the ocean roar
In the dangling conversation
And the superficial sighs,
Are the borders of our lives.
And you read your emily dickinson,
And I my robert frost,
And we note our place with bookmarkers
That measure what weve lost.
Like a poem poorly written
We are verses out of rhythm,
Couplets out of rhyme,
In syncopated time
Lost in the dangling conversation
And the superficial sighs,
Are the borders of our lives.
Yes, we speak of things that matter,
With words that must be said,
Can analysis be worthwhile?
Is the theater really dead?
And how the room is softly faded
And I only kiss your shadow,
I cannot feel your hand,
Youre a stranger now unto me
Lost in the dangling conversation.
And the superficial sighs,
In the borders of our lives.
quarta-feira, outubro 18, 2006
a casa caiu
Gravadoras vão processar 20 brasileiros
Associação internacional anuncia ofensiva judicial contra músicas baixadas da internet sem pagamento de direitos
ABPD não divulga nomes dos atingidos, mas diz que cada um tem entre 3.000 e 6.000 músicas e que vai pedir indenização
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A indústria fonográfica anunciou ontem a intenção de processar civilmente 20 brasileiros que baixaram gratuitamente músicas pela internet. A IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) iniciou ofensiva legal mundial contra usuários de redes de trocas de arquivos gratuitos.
Pela primeira vez, o Brasil será alvo de ações desse tipo. As gravadoras pedem indenização, não a criminalização dos usuários. Segundo Paulo Rosa, diretor da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), 20 usuários nacionais serão acionados judicialmente. Cada um tem entre 3.000 e 6.000 músicas compartilhadas, disse a ABPD. As identidades dos denunciados não foram reveladas. No total, a IFPI anunciou mais de 8.000 novos processos em 17 países.
"Queremos combater o roubo do direito autoral e promover o legítimo uso da música pela internet", disse o inglês John Kennedy, presidente da IFPI. A ofensiva tem como objetivo principal combater os programas de trocas de arquivos, comumente chamados de "peer-to-peer" (ou P2P). Esse tipo de software permite aos internautas trocar arquivos on-line de forma rápida, diretamente entre os computadores de pessoas conectadas, sem passar por uma máquina central.
"As pessoas têm que entender o que é direito à propriedade. Não vejo diferença entre a pessoa que troca arquivos gratuitamente pela internet e outra que entra numa loja e rouba um CD", afirmou o inglês.
De acordo com Rosa, da ABPD, o mercado musical brasileiro vem sofrendo um ataque crescente da pirataria on-line por meio principalmente do compartilhamento de arquivos digitais, entre usuários de redes P2P.
Segundo Rosa, o aumento das vendas de computadores e do acesso à internet por meio de banda larga criam condições favoráveis aos usuários das redes gratuitas.
Uma pesquisa realizada pela Ipsos estima que 1 bilhão de músicas foram baixadas no Brasil de forma gratuita pela internet em três meses deste ano, disse Rosa. O perfil do ""baixador" é concentrado nas classes mais altas (67% integram as classes A e B) e na faixa de 15 a 24 anos.
No Brasil, a ABPD não descarta a possibilidade de processar menores e seus pais. Ela vai colocar no seu site uma cartilha para ""os pais vigiarem os filhos no computador", alertando sobre os riscos jurídicos e as responsabilidades legais nas quais os pais podem ser enquadrados.
A IFPI quer que os usuários baixem músicas só nos 350 sites de música digital considerados legítimos (que cobram por faixa captada). Dez sites desse tipo operam no Brasil, com 3 milhões de faixas on-line. Segundo a IFPI, as vendas de música digital totalizaram US$ 1,1 bilhão em receita e 5,5% do total de venda do setor.
O último balanço do mercado fonográfico brasileiro mostrou queda de 12,9% no faturamento total em 2005, e o compartilhamento foi listado entre as causas.
Em janeiro, a associação da indústria musical britânica ganhou um processo contra dois homens que disponibilizaram milhares de músicas na internet. A corte ordenou que os dois paguem indenização entre R$ 6.000 e R$ 20 mil. Os condenados, que não tiveram seus nomes divulgados, são acusados com outros três de usar software de P2P para compartilhar 8.906 músicas pela internet. Eles se defenderam dizendo que não sabiam que o ato era ilegal e que não tiveram nenhum lucro com as músicas.
Associação internacional anuncia ofensiva judicial contra músicas baixadas da internet sem pagamento de direitos
ABPD não divulga nomes dos atingidos, mas diz que cada um tem entre 3.000 e 6.000 músicas e que vai pedir indenização
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A indústria fonográfica anunciou ontem a intenção de processar civilmente 20 brasileiros que baixaram gratuitamente músicas pela internet. A IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) iniciou ofensiva legal mundial contra usuários de redes de trocas de arquivos gratuitos.
Pela primeira vez, o Brasil será alvo de ações desse tipo. As gravadoras pedem indenização, não a criminalização dos usuários. Segundo Paulo Rosa, diretor da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), 20 usuários nacionais serão acionados judicialmente. Cada um tem entre 3.000 e 6.000 músicas compartilhadas, disse a ABPD. As identidades dos denunciados não foram reveladas. No total, a IFPI anunciou mais de 8.000 novos processos em 17 países.
"Queremos combater o roubo do direito autoral e promover o legítimo uso da música pela internet", disse o inglês John Kennedy, presidente da IFPI. A ofensiva tem como objetivo principal combater os programas de trocas de arquivos, comumente chamados de "peer-to-peer" (ou P2P). Esse tipo de software permite aos internautas trocar arquivos on-line de forma rápida, diretamente entre os computadores de pessoas conectadas, sem passar por uma máquina central.
"As pessoas têm que entender o que é direito à propriedade. Não vejo diferença entre a pessoa que troca arquivos gratuitamente pela internet e outra que entra numa loja e rouba um CD", afirmou o inglês.
De acordo com Rosa, da ABPD, o mercado musical brasileiro vem sofrendo um ataque crescente da pirataria on-line por meio principalmente do compartilhamento de arquivos digitais, entre usuários de redes P2P.
Segundo Rosa, o aumento das vendas de computadores e do acesso à internet por meio de banda larga criam condições favoráveis aos usuários das redes gratuitas.
Uma pesquisa realizada pela Ipsos estima que 1 bilhão de músicas foram baixadas no Brasil de forma gratuita pela internet em três meses deste ano, disse Rosa. O perfil do ""baixador" é concentrado nas classes mais altas (67% integram as classes A e B) e na faixa de 15 a 24 anos.
No Brasil, a ABPD não descarta a possibilidade de processar menores e seus pais. Ela vai colocar no seu site uma cartilha para ""os pais vigiarem os filhos no computador", alertando sobre os riscos jurídicos e as responsabilidades legais nas quais os pais podem ser enquadrados.
A IFPI quer que os usuários baixem músicas só nos 350 sites de música digital considerados legítimos (que cobram por faixa captada). Dez sites desse tipo operam no Brasil, com 3 milhões de faixas on-line. Segundo a IFPI, as vendas de música digital totalizaram US$ 1,1 bilhão em receita e 5,5% do total de venda do setor.
O último balanço do mercado fonográfico brasileiro mostrou queda de 12,9% no faturamento total em 2005, e o compartilhamento foi listado entre as causas.
Em janeiro, a associação da indústria musical britânica ganhou um processo contra dois homens que disponibilizaram milhares de músicas na internet. A corte ordenou que os dois paguem indenização entre R$ 6.000 e R$ 20 mil. Os condenados, que não tiveram seus nomes divulgados, são acusados com outros três de usar software de P2P para compartilhar 8.906 músicas pela internet. Eles se defenderam dizendo que não sabiam que o ato era ilegal e que não tiveram nenhum lucro com as músicas.
segunda-feira, outubro 16, 2006
QUENTIN TARANTINO
1. The Good, the Bad and the Ugly (Leone, 1966)
2. Rio Bravo (Hawks, 1959)
3. Taxi Driver (Scorsese, 1976)
4. His Girl Friday (Hawks, 1939)
5. Rolling Thunder (Flynn, 1977)
6. They All Laughed (Bogdanovich, 1981)
7. The Great Escape (J Sturges, 1963)
8. Carrie (De Palma, 1976)
9. Coffy (Hill, 1973)
10. Five Fingers of Death (Chang, 1973)
TIM ROBBINS
1. The Battle of Algiers (Pontecorvo, 1965)
2. The Clowns (Fellini, 1971)
3. Don't Look Back (Pennebaker, 1967)
4. The Lower Depths (Kurosawa, 1957)
5. McCabe & Mrs Miller (Altman, 1971)
6. My Man Godfrey (La Cava, 1936)
7. Nashville (Altman, 1975)
8. Network (Lumet, 1976)
9. Underground (Kusturica, 1995)
10. Waiting for Guffman (Guest, 1996)
PAUL VERHOEVEN
My favourite films are Ivan the Terrible, La dolce vita and Lawrence of Arabia. However, if you are looking for influences for Basic Instinct specifically, I was mostly influenced by my admiration for Hitchcock and my study of the director's work, notably Vertigo and Rear Window.
1. La Dolce Vita (Fellini, 1960)
2. Ivan the Terrible, Part II (Eisenstein, 1958)
3. Lawrence of Arabia (Lean, 1962)
4. Rashomon (Kurosawa, 1951)
5. Vertigo (Hitchcock, 1958)
6. The Seventh Seal (Bergman, 1956)
7. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
8. Metropolis (Lang, 1927)
9. Los Olvidados (Buñuel, 1950)
10. Some Like It Hot (Wilder, 1959)
BERNARDO BERTOLUCCI
1. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
2. Sansho Dayu (Mizoguchi, 1954)
3. Germany, Year Zero (Rossellini, 1947)
4. A Bout de Souffle (Godard, 1959)
5. Stagecoach (Ford, 1939)
6. Blue Velvet (Lynch, 1986)
7. City Lights (Chaplin, 1931)
8. Marnie (Hitchcock, 1964)
9. Accattone (Pasolini, 1961)
10. Touch of Evil (Welles, 1958)
MILOS FORMAN
1. Amarcord (Fellini, 1973)
2. American Graffiti (Lucas, 1973)
3. Citizen Kane (Welles, 1941)
4. City Lights (Chaplin, 1931)
5. The Deer Hunter (Cimino, 1978)
6. Les Enfants du Paradis (Carné, 1945)
7. Giant (Stevens, 1956)
8. The Godfather (Coppola, 1972)
9. Miracle in Milan (De Sica, 1951)
10. Raging Bull (Scorsese, 1980)
CAMERON CROWE
1. The Apartment (Wilder, 1960)
2. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
3. La Dolce Vita (Fellini, 1960)
4. Manhattan (Allen, 1979)
5. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)
6. To Kill a Mockingbird (Mulligan, 1962)
7. Harold and Maude (Ashby, 1971)
8. Pulp Fiction (Tarantino, 1994)
9. Quadrophenia (Roddam, 1979)
10. Ninotchka (Lubitsch, 1939)
SAM MENDES
1. Citizen Kane (Welles, 1941)
2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)
3. The Godfather Part II (Coppola, 1974)
4. The Piano (Campion, 1993)
5. The Red Shoes (Powell, Pressburger, 1948)
6. Sunset Blvd (Wilder, 1950)
7. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)
8. Taxi Driver (Scorsese, 1976)
9. Vertigo (Hitchcock, 1958)
10. The Wizard of Oz (Fleming, 1939)
MICHAEL MANN
1. Apocalypse Now (Coppola):
Coppola made the ephemeral dynamics of the mass psyche's celebratory nihilism, its self-destructive urges and transience, concrete and operatic. A fabulous picture.
2. Battleship Potemkin (Eisenstein):
Eisenstein invented not just film form, but a dialectical theory of the construction of cinematic narrative. He laid the theoretical foundation in 1924 and embodied it in cinema's greatest classic. Its influence in British, Weimar and American cinema is extraordinary.
3. Citizen Kane (Welles):
A watershed that perceives and expresses content in a grand way, never done before.
4. Dr. Strangelove (Kubrick):
The whole picture is a third act. It codifies and presents as outrageous satire the totality of American foreign and nuclear policy and political/military culture from 1948 to 1964. And it's more effective for being wicked ridicule than any number of cautionary fables.
5. Faust (Murnau):
Invented what had never been done before and delivered magic in both its human pathos and visual effects. (My selection is based on having viewed an excellent 35mm print.)
6. Last Year at Marienbad (Resnais)
A defining film. It's almost the end of modernism when counterposed against Godard.
7. My Darling Clementine (Ford)
Possibly the finest drama in the classic Western genre, with a stunningly subjective Wyatt Earp (Henry Fonda). And it achieves near-perfection as cinematic narrative in its editing and shooting.
8. The Passion of Joan of Arc (Dreyer)
Human experience conveyed out of the abstract elements of the human face and pure compositions. No one else has shot and realised human beings quite like Dreyer in this film.
9. Raging Bull (Scorsese)
We are so sucked into the failing and besotted life of La Motta and his need for and pursuit of redemption. The humanity of the picture is as extraordinary as Marty's execution, with its near-perfection in the economy, staging, blocking and compositions.
10. Wild Bunch (Peckinpah)
No other picture captures the poignancy of 'the last of', a fin-de-sicle sense of the West, of ageing, of the pathos of twilight.
SIDNEY LUMET
1. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)
2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)
3. The Godfather (Coppola, 1972)
4. The Grapes of Wrath (Ford, 1940)
5. Intolerance (Griffith, 1916)
6. The Passion of Joan of Arc (Dreyer, 1928)
7. Ran (Kurosawa, 1985)
8. Roma (Fellini, 1972)
9. Singin' in the Rain (Kelly, Donen, 1952)
10. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)
JOHN WOO
1. 400 blows (Truffaut, 1959)
2. The Umbrellas of Cherbourg (Demy, 1964)
3. Le samourai (Melville, 1967)
4. Lawrence of Arabia (Lean, 1962)
5. Seven Samurai (Kurosawa, 1954)
6. West Side Story (Robbins/Wise, 1961)
7. The Wild Bunch (Peckinpah, 1969)
8. Mean Streets (Scorsese, 1973)
9. Godfather part 1 (Coppola, 1972)
10. Psycho/The Exorcist (Hitchcock, 1960) (Friedkin, 1973)
INGMAR BERGMAN
1. O Circo (Chaplin, 1928)
2. Cais das Sombras (Carné, 1938)
3. O Maestro (Wajda, 1980)
4. Kvarteret korpen (Widerberg, 1963)_
5. A Paixão de Joana D'Arc (Dreyer, 1928)
6. A Carruagem Fantasma (Sjöström, 1921)
7. Rashômon (Kurosawa, 1950)
8. La Strada (Fellini, 1954)
9. Crepúsculo dos Deuses (Wilder, 1950)
10. The German Sisters (Von Trotta, 1981)
11. Andrei Rublev (Tarkovsky, 1969)
THEO ANGELOPOULOS
1. Cidadão Kane (Welles)
2. Ivan, o terrível (Eisenstein)
3. A palavra (Dreyer)
4. Oito e meio (Fellini)
5. Nosferatu, o vampiro (Murnau)
6. A aventura (Antonioni)
7. Em busca do ouro (Chaplin)
8. Contos da lua vaga (Mizoguchi)
9. Pickpocket (Bresson)
10. Persona (Bergman)
JIM JARMUSCH
1. Atalante (Vigo)
2. Era uma vez em Tóquio (Ozu)
3. Amarga esperança (Ray)
4. Bob, le flambeur (Melville)
5. Aurora (Murnau)
6. O homem das novidades (Sedgwick & Keaton)
7. Mouchette (Bresson)
8. Os sete samurais (Kurosawa)
9. Lírio partido (Griffith)
10. Roma, cidade aberta (Rossellini)
KEN LOACH
1. Acossado (Godard)
2. A batalha de Argel (Pontecorvo)
3. Os amores de uma loira (Forman)
4. Ladrões de bicicleta (De Sica)
5. Trens estreitamente vigiados (Menzel)
6. O baile dos bombeiros (Forman)
7. Jules et Jim (Truffaut)
8. A regra do jogo (Renoir)
9. A árvore dos tamancos (Olmi)
10. Morangos silvestres (Bergman)
MICHAEL HANEKE
1. Au hasard Balthazar (Bresson)
2. Lancelot du Lac (Bresson)
3. Mirror (Tarkovsky)
4. Saló (Pasolini)
5. The Exterminating Angel (Buñuel)
6. The Gold Rush (Chaplin)
7. Psycho (Hitchcock)
8. A Woman under the Influence (Cassavetes)
9. Germany Year Zero (Rossellini)
10. L'eclisse (Antonioni)
ROGER CORMAN
1. Battleship Potemkin (Eisenstein)
2. Citizen Kane (Welles)
3. The Seventh Seal (Bergman)
4. Lawrence of Arabia (Lean)
5. The Godfather (Coppola)
6. The Grapes of Wrath (Ford)
7. Shane (Stevens)
8. On the Waterfront (Kazan)
9. Star Wars (Lucas)
10. The Cabinet of Dr. Caligari (Wiene)
JOE DANTE
1. Citizen Kane (Welles)
2. City Lights (Chaplin)
3. 8 1/2 (Fellini)
4. Les Enfants du paradis (Carné
5. The Dead (Brakhage)
6. Rashomon (Kurosawa)
7. Psycho (Hitchcock)
8. Raging Bull (Scorsese)
9. The Searchers (Ford)
10. Once upon a Time in the West (Leone)
SYDNEY POLLACK
1. Casablanca (Curtiz)
2. Citizen Kane (Welles)
3. The Conformist (Bertolucci)
4. The Godfather Part II (Coppola)
5. La Grande Illusion (Renoir)
6. The Leopard (Visconti)
7. Once upon a Time in America (Leone)
8. Raging Bull (Scorsese)
9. The Seventh Seal (Bergman)
10. Sunset Blvd. (Wilder)
JOHN WATERS
1. All That Heaven Allows (Sirk)
2. Baby Doll (Kazan)
3. Boom! (Losey)
4. Brink of Life (Bergman)
5. The Chelsea Girls (Warhol)
6. 8 1/2 (Fellini)
7. Faster, Pussycat! Kill! Kill! (Meyer)
8. La Maman et la putain (Eustache)
9. The Tingler (W. Castle)
10. The Wizard of Oz (Fleming)
JOEL SCHUMACHER
I'm guilt-ridden not to have included any Fellini, Bergman, Kurosawa; 81/2, The Seventh Seal, Raging Bull, The Deer Hunter, La Grande Illusion, The Battle of Algiers, War and Peace (Bondarchuk, 1968), Nights of Cabiria, Rashomon, A Short Film about Killing and on and on...
1. Battleship Potemkin (Eisenstein)
2. Lawrence of Arabia (Lean)
3. The Cook, The Thief, His Wife & Her Lover (Greenaway)
4. Bicycle Thieves (De Sica)
5. Breaking the Waves (von Trier)
6. A Clockwork Orange (Kubrick)
7. The Conversation (Coppola)
8. Sunset Blvd. (Wilder)
9. Stalker (Tarkovsky)
10. The Conformist (Bertolucci)
GEORGE ROMERO
If I were to attempt selections based on content or craftsmanship, I'd be intellectualising. I'd probably sound phoney, and I would no doubt include
one or two of my own films which, intellectually, I believe to be works of genius. I prefer to think of top ten as meaning favourite. When I'm condemned to hell - a good bet - I'll probably drag along a sack full of DVDs. When Charon says, "You can only bring ten. Feed the rest to Cerberus," which ten will I pick? To last me an eternity?
1.The Brothers Karamazov (Brooks)
Nobody is going to agree with me on this one. It's corny, it's Hollywood. But it's got The Yul. It's got Lee J., Baseheart, Salmi. It's got foxy Claire Bloom. It's even got Captain Kirk! And Maria Schell. Wow! She does a dance in a tavern, fully clothed, which might be the sexiest dance ever recorded. What can I tell you, the music makes me cry. And so does David Opatoshu.
2. Casablanca (Curtiz)
Those wonderful airplanes, wonderful hats, a wonderful gin joint. All wrapped up in one of the greatest flicks of all time.
3. Dr. Strangelove (Kubrick)
I wish I could pick all of Kubrick. I know, intellectually, that he's done 'better work', but Strangelove cracks me up. Lolita runs a close second, but having grown up in the days of 'duck and cover', in a perverse way I do love the Bomb. I also figure that when I'm in the ovens Sue Lyon won't be much of a turn-on any more, Shelly Winters will only make my pain worse, and I can get my Peter Sellers fix from Strangelove.
4. High Noon (Zinnemann)
How can anyone get through an eternity without ever again seeing a Western? Having grown up with Hopalong, I love Westerns, and I have a lot of faves... You might ask, "How can I pick a Western that doesn't star The Duke?" Well, I have The Duke covered (see below). But High Noon has Princess Grace and it has The Coop! I can't go to my damnation without The Coop.
5. King Solomon's Mines (Bennett)
Here's another one that will make the entire staff at the entertainment desk of Village Voice snicker. Come on, guys. I'm already going to hell! Let me enjoy myself, will ya? I grew up at the Loews American in the Bronx. Aside from 'forbiddens' like The Blackboard Jungle and (gasp) God's Little Acre, the most provocative glimpses of 'adult behaviour' we ever laid eyes on came to us from the grand Hollywood spectacles our parents took us to see because they believed them to be 'safe'.
6. North by Northwest (Hitchcock)
Faced with eternal damnation, I figure I'm going to want some fun. Maybe Cary, in that cornfield, will make my hell seem a bit less hellish.
7. The Quiet Man (Ford)
I was raised a Catholic, so it might be this film has an extra tug on me. But as I watch it, even in my now-corrupted state, each time I fall more in love with it.
8. Repulsion (Polanski)
We're now in what is thought of as my 'zone' - the horror film. Many wouldn't place Repulsion in this category, but I do. Is Jaws a horror film? Is The Silence of the Lambs? Yes. And they've elevated the genre. But hey, man, we're talkin' Roman here! You want scary. Take it from a scary guy. Go watch Repulsion.
9. Touch of Evil (Welles)
Faced with hell, who needs Citizen Kane? I'd take Touch of Evil any day of the eternity. Not the 'restored' version. Bring on Mancini!
10. The Tales of Hoffmann (Powell, Pressburger)
This is one notch out of alphabetical order, but I decided to give it the status of last position because it's my favourite film of all time; the movie that made me want to make movies.
STUART GORDON
1. Behind the Green Door (Mitchell)
The Gone with the Wind of porno.
2. Bride of Frankenstein (Whale)
One of the few sequels that is better than the original.
3. Duck Soup (McCarey)
The Marx Brothers before Thalberg got his hands on them, and quite simply the funniest movie ever made.
4. The Godfather (Coppola)
The film you find yourself quoting all the time.
5. King Kong (Cooper, Schoedsack)
The father of all giant-monster movies and a love story in which size does matter.
6. Psycho (Hitchcock)
Hitchcock panicked audiences by breaking all the rules (killing the star 30 minutes into the film).
7. Rosemary's Baby (Polanski)
An incredibly subjective film which served as a textbook for me when I shot Re-Animator.
8. Satyricon (Fellini)
L.P. Hartley once said that the past is a foreign country; in Fellini's hands the past is another planet.
9. 2001: A Space Odyssey (Kubrick)
A religious experience, and still the best and most realistic portrayal of space travel.
10. The Tingler (W. Castle)
Released in William Castle's own Percepto-Vision (vibrators attached to the audience's seats), this film sent a terrified
12-year-old Stuart Gordon running from the theatre and inspired him to do the same to others.
11. The Wild Bunch (Peckinpah)
Before this movie was made, people who were shot in films merely clutched their chests and fell over.
RICHARD LINKLATER
1. Some Came Running (Minnelli)
2. Pickpocket (Bresson)
3. 2001: A Space Odyssey (Kubrick)
4. GoodFellas (Scorsese)
5. La Maman et la putain (Eustache)
6. Los Olvidados (Buñuel)
7. In a Year with Thirteen Moons (Fassbinder)
8. Citizen Kane (Welles)
9. Fanny and Alexander (Bergman)
10. Carmen Jones (Preminger)
TERRY JONES
1. Annie Hall (Allen)
2. Apocalypse Now (Coppola)
3. Duck Soup (McCarey)
4. Fanny and Alexander (Bergman)
5. Groundhog Day (Ramis)
6. Guys and Dolls (Mankiewicz)
7. Jour de fte (Tati)
8. Napoleon (Gance)
9. Pathfinder (Salkow)
10. Steamboat Bill, Jr. (Riesner)
PAUL MORRISSEY
1. Gone with the Wind (Fleming)
2. Richard III (Olivier)
3. On the Waterfront (Kazan)
4. How Green Was My Valley (Ford)
5. Tobacco Road (Ford)
6. Shane (Stevens)
7. The Heiress (Wyler)
8. The Third Man (Reed)
9. The Nun's Story (Zinnemann)
10. La dolce vita (Fellini)
1. The Good, the Bad and the Ugly (Leone, 1966)
2. Rio Bravo (Hawks, 1959)
3. Taxi Driver (Scorsese, 1976)
4. His Girl Friday (Hawks, 1939)
5. Rolling Thunder (Flynn, 1977)
6. They All Laughed (Bogdanovich, 1981)
7. The Great Escape (J Sturges, 1963)
8. Carrie (De Palma, 1976)
9. Coffy (Hill, 1973)
10. Five Fingers of Death (Chang, 1973)
TIM ROBBINS
1. The Battle of Algiers (Pontecorvo, 1965)
2. The Clowns (Fellini, 1971)
3. Don't Look Back (Pennebaker, 1967)
4. The Lower Depths (Kurosawa, 1957)
5. McCabe & Mrs Miller (Altman, 1971)
6. My Man Godfrey (La Cava, 1936)
7. Nashville (Altman, 1975)
8. Network (Lumet, 1976)
9. Underground (Kusturica, 1995)
10. Waiting for Guffman (Guest, 1996)
PAUL VERHOEVEN
My favourite films are Ivan the Terrible, La dolce vita and Lawrence of Arabia. However, if you are looking for influences for Basic Instinct specifically, I was mostly influenced by my admiration for Hitchcock and my study of the director's work, notably Vertigo and Rear Window.
1. La Dolce Vita (Fellini, 1960)
2. Ivan the Terrible, Part II (Eisenstein, 1958)
3. Lawrence of Arabia (Lean, 1962)
4. Rashomon (Kurosawa, 1951)
5. Vertigo (Hitchcock, 1958)
6. The Seventh Seal (Bergman, 1956)
7. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
8. Metropolis (Lang, 1927)
9. Los Olvidados (Buñuel, 1950)
10. Some Like It Hot (Wilder, 1959)
BERNARDO BERTOLUCCI
1. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
2. Sansho Dayu (Mizoguchi, 1954)
3. Germany, Year Zero (Rossellini, 1947)
4. A Bout de Souffle (Godard, 1959)
5. Stagecoach (Ford, 1939)
6. Blue Velvet (Lynch, 1986)
7. City Lights (Chaplin, 1931)
8. Marnie (Hitchcock, 1964)
9. Accattone (Pasolini, 1961)
10. Touch of Evil (Welles, 1958)
MILOS FORMAN
1. Amarcord (Fellini, 1973)
2. American Graffiti (Lucas, 1973)
3. Citizen Kane (Welles, 1941)
4. City Lights (Chaplin, 1931)
5. The Deer Hunter (Cimino, 1978)
6. Les Enfants du Paradis (Carné, 1945)
7. Giant (Stevens, 1956)
8. The Godfather (Coppola, 1972)
9. Miracle in Milan (De Sica, 1951)
10. Raging Bull (Scorsese, 1980)
CAMERON CROWE
1. The Apartment (Wilder, 1960)
2. La Règle du Jeu (Renoir, 1939)
3. La Dolce Vita (Fellini, 1960)
4. Manhattan (Allen, 1979)
5. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)
6. To Kill a Mockingbird (Mulligan, 1962)
7. Harold and Maude (Ashby, 1971)
8. Pulp Fiction (Tarantino, 1994)
9. Quadrophenia (Roddam, 1979)
10. Ninotchka (Lubitsch, 1939)
SAM MENDES
1. Citizen Kane (Welles, 1941)
2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)
3. The Godfather Part II (Coppola, 1974)
4. The Piano (Campion, 1993)
5. The Red Shoes (Powell, Pressburger, 1948)
6. Sunset Blvd (Wilder, 1950)
7. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)
8. Taxi Driver (Scorsese, 1976)
9. Vertigo (Hitchcock, 1958)
10. The Wizard of Oz (Fleming, 1939)
MICHAEL MANN
1. Apocalypse Now (Coppola):
Coppola made the ephemeral dynamics of the mass psyche's celebratory nihilism, its self-destructive urges and transience, concrete and operatic. A fabulous picture.
2. Battleship Potemkin (Eisenstein):
Eisenstein invented not just film form, but a dialectical theory of the construction of cinematic narrative. He laid the theoretical foundation in 1924 and embodied it in cinema's greatest classic. Its influence in British, Weimar and American cinema is extraordinary.
3. Citizen Kane (Welles):
A watershed that perceives and expresses content in a grand way, never done before.
4. Dr. Strangelove (Kubrick):
The whole picture is a third act. It codifies and presents as outrageous satire the totality of American foreign and nuclear policy and political/military culture from 1948 to 1964. And it's more effective for being wicked ridicule than any number of cautionary fables.
5. Faust (Murnau):
Invented what had never been done before and delivered magic in both its human pathos and visual effects. (My selection is based on having viewed an excellent 35mm print.)
6. Last Year at Marienbad (Resnais)
A defining film. It's almost the end of modernism when counterposed against Godard.
7. My Darling Clementine (Ford)
Possibly the finest drama in the classic Western genre, with a stunningly subjective Wyatt Earp (Henry Fonda). And it achieves near-perfection as cinematic narrative in its editing and shooting.
8. The Passion of Joan of Arc (Dreyer)
Human experience conveyed out of the abstract elements of the human face and pure compositions. No one else has shot and realised human beings quite like Dreyer in this film.
9. Raging Bull (Scorsese)
We are so sucked into the failing and besotted life of La Motta and his need for and pursuit of redemption. The humanity of the picture is as extraordinary as Marty's execution, with its near-perfection in the economy, staging, blocking and compositions.
10. Wild Bunch (Peckinpah)
No other picture captures the poignancy of 'the last of', a fin-de-sicle sense of the West, of ageing, of the pathos of twilight.
SIDNEY LUMET
1. The Best Years of Our Lives (Wyler, 1946)
2. Fanny and Alexander (Bergman, 1982)
3. The Godfather (Coppola, 1972)
4. The Grapes of Wrath (Ford, 1940)
5. Intolerance (Griffith, 1916)
6. The Passion of Joan of Arc (Dreyer, 1928)
7. Ran (Kurosawa, 1985)
8. Roma (Fellini, 1972)
9. Singin' in the Rain (Kelly, Donen, 1952)
10. 2001: A Space Odyssey (Kubrick, 1968)
JOHN WOO
1. 400 blows (Truffaut, 1959)
2. The Umbrellas of Cherbourg (Demy, 1964)
3. Le samourai (Melville, 1967)
4. Lawrence of Arabia (Lean, 1962)
5. Seven Samurai (Kurosawa, 1954)
6. West Side Story (Robbins/Wise, 1961)
7. The Wild Bunch (Peckinpah, 1969)
8. Mean Streets (Scorsese, 1973)
9. Godfather part 1 (Coppola, 1972)
10. Psycho/The Exorcist (Hitchcock, 1960) (Friedkin, 1973)
INGMAR BERGMAN
1. O Circo (Chaplin, 1928)
2. Cais das Sombras (Carné, 1938)
3. O Maestro (Wajda, 1980)
4. Kvarteret korpen (Widerberg, 1963)_
5. A Paixão de Joana D'Arc (Dreyer, 1928)
6. A Carruagem Fantasma (Sjöström, 1921)
7. Rashômon (Kurosawa, 1950)
8. La Strada (Fellini, 1954)
9. Crepúsculo dos Deuses (Wilder, 1950)
10. The German Sisters (Von Trotta, 1981)
11. Andrei Rublev (Tarkovsky, 1969)
THEO ANGELOPOULOS
1. Cidadão Kane (Welles)
2. Ivan, o terrível (Eisenstein)
3. A palavra (Dreyer)
4. Oito e meio (Fellini)
5. Nosferatu, o vampiro (Murnau)
6. A aventura (Antonioni)
7. Em busca do ouro (Chaplin)
8. Contos da lua vaga (Mizoguchi)
9. Pickpocket (Bresson)
10. Persona (Bergman)
JIM JARMUSCH
1. Atalante (Vigo)
2. Era uma vez em Tóquio (Ozu)
3. Amarga esperança (Ray)
4. Bob, le flambeur (Melville)
5. Aurora (Murnau)
6. O homem das novidades (Sedgwick & Keaton)
7. Mouchette (Bresson)
8. Os sete samurais (Kurosawa)
9. Lírio partido (Griffith)
10. Roma, cidade aberta (Rossellini)
KEN LOACH
1. Acossado (Godard)
2. A batalha de Argel (Pontecorvo)
3. Os amores de uma loira (Forman)
4. Ladrões de bicicleta (De Sica)
5. Trens estreitamente vigiados (Menzel)
6. O baile dos bombeiros (Forman)
7. Jules et Jim (Truffaut)
8. A regra do jogo (Renoir)
9. A árvore dos tamancos (Olmi)
10. Morangos silvestres (Bergman)
MICHAEL HANEKE
1. Au hasard Balthazar (Bresson)
2. Lancelot du Lac (Bresson)
3. Mirror (Tarkovsky)
4. Saló (Pasolini)
5. The Exterminating Angel (Buñuel)
6. The Gold Rush (Chaplin)
7. Psycho (Hitchcock)
8. A Woman under the Influence (Cassavetes)
9. Germany Year Zero (Rossellini)
10. L'eclisse (Antonioni)
ROGER CORMAN
1. Battleship Potemkin (Eisenstein)
2. Citizen Kane (Welles)
3. The Seventh Seal (Bergman)
4. Lawrence of Arabia (Lean)
5. The Godfather (Coppola)
6. The Grapes of Wrath (Ford)
7. Shane (Stevens)
8. On the Waterfront (Kazan)
9. Star Wars (Lucas)
10. The Cabinet of Dr. Caligari (Wiene)
JOE DANTE
1. Citizen Kane (Welles)
2. City Lights (Chaplin)
3. 8 1/2 (Fellini)
4. Les Enfants du paradis (Carné
5. The Dead (Brakhage)
6. Rashomon (Kurosawa)
7. Psycho (Hitchcock)
8. Raging Bull (Scorsese)
9. The Searchers (Ford)
10. Once upon a Time in the West (Leone)
SYDNEY POLLACK
1. Casablanca (Curtiz)
2. Citizen Kane (Welles)
3. The Conformist (Bertolucci)
4. The Godfather Part II (Coppola)
5. La Grande Illusion (Renoir)
6. The Leopard (Visconti)
7. Once upon a Time in America (Leone)
8. Raging Bull (Scorsese)
9. The Seventh Seal (Bergman)
10. Sunset Blvd. (Wilder)
JOHN WATERS
1. All That Heaven Allows (Sirk)
2. Baby Doll (Kazan)
3. Boom! (Losey)
4. Brink of Life (Bergman)
5. The Chelsea Girls (Warhol)
6. 8 1/2 (Fellini)
7. Faster, Pussycat! Kill! Kill! (Meyer)
8. La Maman et la putain (Eustache)
9. The Tingler (W. Castle)
10. The Wizard of Oz (Fleming)
JOEL SCHUMACHER
I'm guilt-ridden not to have included any Fellini, Bergman, Kurosawa; 81/2, The Seventh Seal, Raging Bull, The Deer Hunter, La Grande Illusion, The Battle of Algiers, War and Peace (Bondarchuk, 1968), Nights of Cabiria, Rashomon, A Short Film about Killing and on and on...
1. Battleship Potemkin (Eisenstein)
2. Lawrence of Arabia (Lean)
3. The Cook, The Thief, His Wife & Her Lover (Greenaway)
4. Bicycle Thieves (De Sica)
5. Breaking the Waves (von Trier)
6. A Clockwork Orange (Kubrick)
7. The Conversation (Coppola)
8. Sunset Blvd. (Wilder)
9. Stalker (Tarkovsky)
10. The Conformist (Bertolucci)
GEORGE ROMERO
If I were to attempt selections based on content or craftsmanship, I'd be intellectualising. I'd probably sound phoney, and I would no doubt include
one or two of my own films which, intellectually, I believe to be works of genius. I prefer to think of top ten as meaning favourite. When I'm condemned to hell - a good bet - I'll probably drag along a sack full of DVDs. When Charon says, "You can only bring ten. Feed the rest to Cerberus," which ten will I pick? To last me an eternity?
1.The Brothers Karamazov (Brooks)
Nobody is going to agree with me on this one. It's corny, it's Hollywood. But it's got The Yul. It's got Lee J., Baseheart, Salmi. It's got foxy Claire Bloom. It's even got Captain Kirk! And Maria Schell. Wow! She does a dance in a tavern, fully clothed, which might be the sexiest dance ever recorded. What can I tell you, the music makes me cry. And so does David Opatoshu.
2. Casablanca (Curtiz)
Those wonderful airplanes, wonderful hats, a wonderful gin joint. All wrapped up in one of the greatest flicks of all time.
3. Dr. Strangelove (Kubrick)
I wish I could pick all of Kubrick. I know, intellectually, that he's done 'better work', but Strangelove cracks me up. Lolita runs a close second, but having grown up in the days of 'duck and cover', in a perverse way I do love the Bomb. I also figure that when I'm in the ovens Sue Lyon won't be much of a turn-on any more, Shelly Winters will only make my pain worse, and I can get my Peter Sellers fix from Strangelove.
4. High Noon (Zinnemann)
How can anyone get through an eternity without ever again seeing a Western? Having grown up with Hopalong, I love Westerns, and I have a lot of faves... You might ask, "How can I pick a Western that doesn't star The Duke?" Well, I have The Duke covered (see below). But High Noon has Princess Grace and it has The Coop! I can't go to my damnation without The Coop.
5. King Solomon's Mines (Bennett)
Here's another one that will make the entire staff at the entertainment desk of Village Voice snicker. Come on, guys. I'm already going to hell! Let me enjoy myself, will ya? I grew up at the Loews American in the Bronx. Aside from 'forbiddens' like The Blackboard Jungle and (gasp) God's Little Acre, the most provocative glimpses of 'adult behaviour' we ever laid eyes on came to us from the grand Hollywood spectacles our parents took us to see because they believed them to be 'safe'.
6. North by Northwest (Hitchcock)
Faced with eternal damnation, I figure I'm going to want some fun. Maybe Cary, in that cornfield, will make my hell seem a bit less hellish.
7. The Quiet Man (Ford)
I was raised a Catholic, so it might be this film has an extra tug on me. But as I watch it, even in my now-corrupted state, each time I fall more in love with it.
8. Repulsion (Polanski)
We're now in what is thought of as my 'zone' - the horror film. Many wouldn't place Repulsion in this category, but I do. Is Jaws a horror film? Is The Silence of the Lambs? Yes. And they've elevated the genre. But hey, man, we're talkin' Roman here! You want scary. Take it from a scary guy. Go watch Repulsion.
9. Touch of Evil (Welles)
Faced with hell, who needs Citizen Kane? I'd take Touch of Evil any day of the eternity. Not the 'restored' version. Bring on Mancini!
10. The Tales of Hoffmann (Powell, Pressburger)
This is one notch out of alphabetical order, but I decided to give it the status of last position because it's my favourite film of all time; the movie that made me want to make movies.
STUART GORDON
1. Behind the Green Door (Mitchell)
The Gone with the Wind of porno.
2. Bride of Frankenstein (Whale)
One of the few sequels that is better than the original.
3. Duck Soup (McCarey)
The Marx Brothers before Thalberg got his hands on them, and quite simply the funniest movie ever made.
4. The Godfather (Coppola)
The film you find yourself quoting all the time.
5. King Kong (Cooper, Schoedsack)
The father of all giant-monster movies and a love story in which size does matter.
6. Psycho (Hitchcock)
Hitchcock panicked audiences by breaking all the rules (killing the star 30 minutes into the film).
7. Rosemary's Baby (Polanski)
An incredibly subjective film which served as a textbook for me when I shot Re-Animator.
8. Satyricon (Fellini)
L.P. Hartley once said that the past is a foreign country; in Fellini's hands the past is another planet.
9. 2001: A Space Odyssey (Kubrick)
A religious experience, and still the best and most realistic portrayal of space travel.
10. The Tingler (W. Castle)
Released in William Castle's own Percepto-Vision (vibrators attached to the audience's seats), this film sent a terrified
12-year-old Stuart Gordon running from the theatre and inspired him to do the same to others.
11. The Wild Bunch (Peckinpah)
Before this movie was made, people who were shot in films merely clutched their chests and fell over.
RICHARD LINKLATER
1. Some Came Running (Minnelli)
2. Pickpocket (Bresson)
3. 2001: A Space Odyssey (Kubrick)
4. GoodFellas (Scorsese)
5. La Maman et la putain (Eustache)
6. Los Olvidados (Buñuel)
7. In a Year with Thirteen Moons (Fassbinder)
8. Citizen Kane (Welles)
9. Fanny and Alexander (Bergman)
10. Carmen Jones (Preminger)
TERRY JONES
1. Annie Hall (Allen)
2. Apocalypse Now (Coppola)
3. Duck Soup (McCarey)
4. Fanny and Alexander (Bergman)
5. Groundhog Day (Ramis)
6. Guys and Dolls (Mankiewicz)
7. Jour de fte (Tati)
8. Napoleon (Gance)
9. Pathfinder (Salkow)
10. Steamboat Bill, Jr. (Riesner)
PAUL MORRISSEY
1. Gone with the Wind (Fleming)
2. Richard III (Olivier)
3. On the Waterfront (Kazan)
4. How Green Was My Valley (Ford)
5. Tobacco Road (Ford)
6. Shane (Stevens)
7. The Heiress (Wyler)
8. The Third Man (Reed)
9. The Nun's Story (Zinnemann)
10. La dolce vita (Fellini)
São Tomé e Príncipe: o azar do petróleo
Micro-pais de 140 mil habitantes no Golfo da Guiné, o arquipélago de língua portuguesa descobriu, na virada do século, que está sobre um manto de óleo. Tragédias da mentalidade colonial: em vez de grande oportunidade, o achado atiça desigualdades, golpes e divisões
Jean-Christophe Servant
O vinho branco, um chardonay Chamonix, vem de suas próprias vinícolas sul-africanas e é bebido facilmente no calor equatorial de São Tomé e Príncipe. Ainda assim, Chris Hellinger é amargo: "Aqui há somente corrupção e concorrência entre os dirigentes políticos. A razão é o petróleo". Hellinger sabe o que diz. Na liderança da Island Oil Exploration, uma empresa registrada nas Bahamas, esse homem de passado conturbado [1] foi um dos primeiros a procurar óleo em vão no arquipélago, um dos menores países da África (140 mil habitantes em duas ilhas, que juntas têm o tamanho de Andorra e são vizinhas ao Gabão). Era o final dos anos 1980. Independente desde 12 de julho de 1975 e dirigida pelo presidente Pinto da Costa, a antiga colônia portuguesa deixava o marxismo para abrir-se ao multipartidarismo por ocasião de uma conferência nacional histórica, a primeira do continente africano.
As pesquisas realizadas nas profundezas das águas territoriais do norte do arquipélago, no limite das reservas de carbono da Nigéria, deram frutos na virada do século: com reservas estimadas de 11 bilhões de barris de óleo bruto, o país pode tornar-se uma espécie de Brunei do golfo da Guiné e produzir perto de 80 mil barris por dia. Mas a custo de quanta crise política, corrupção e concessões geopolíticas?
O petróleo está deteriorando o ambiente político no país. Desde a eleição do presidente Fradique de Menezes em 2001, São Tomé e Príncipe não parou de mergulhar na instabilidade. Houve uma tentativa de golpe em julho de 2003, quando este empresário do cacau, posto no poder por seu predecessor Miguel Trovoada, foi provisoriamente destituído. Seguiram-se as crises, tendo como pano de fundo as lutas por poder, quase sempre virulentas, entre o chefe de Estado e a coalizão governamental dirigida pelo ex-partido único, o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD). Lá também, todas as oportunidades se desfazem ao cheiro do ouro negro. Mais precisamente, naquilo que envolve a concessão de exploração de petróleo a companhias estrangeiras, no âmbito da Zona de Desenvolvimento Conjunto – JDZ, em inglês – gerenciada depois de 2001 em conjunto pelo arquipélago e seu poderoso vizinho nigeriano [2].
Durante a última crise, onde explodiu pela primeira vez a cólera da população, como ilustra a primeira manifestação de estudantes organizada em trinta anos de independência, Fradique perdeu seu quinto governo. Em 2 de junho de 2005, o primeiro ministro Damião Vaz d’Almeida pediu sua demissão ao chefe de Estado. O partido julgou fraudulento o procedimento de atribuição de milhares de quilômetros quadrados à companhias estrangeiras sem exames técnicos prévios. Nessa nova página da tragicomédia de São Tomé, acirradas discussões começam antes mesmo de o petróleo jorrar. O Estado iria receber 113,2 milhões de dólares pelas concessões — isto é, três vezes mais que seu PIB (Produto Interno Bruto), até então dependente da renda da cultura de cacau.
A hora dos protestos populares
A essa situação instável, juntou-se o descontentamento de uma população que vive com menos de 300 euros por ano. Desde o fim de 2004, os dividendos das primeiras concessões, cerca de 49 milhões de euros, ficaram estranhamente bloqueados, e sem juros, nos cofres da filial local de um banco de Abuja (Nigéria) - o banco Hallmark, ligado ao antigo presidente do senado nigeriano, que caiu por corrupção. A chamada à ordem autoritária do presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, na ocasião de uma rápida visita a São Tomé e Príncipe a fim de resolver "questões técnicas transformadas em problemas políticos", levou o país a convulsões e rumores. No dia 31 de maio de 2005, tendo como justificativa um pedido de aumento de salário do setor público, uma greve geral paralisou o país.
Em São Tomé, é preciso saber ler as entrelinhas. Nesse micro Estado do Golfo da Guiné, colonizado por Portugal desde o século 16, a pequena elite política constituída com a independência não parou de enriquecer às custas de uma população que percebemos sem eletricidade e estradas logo que deixamos a plácida capital São Tomé [3]. Depois de ter contribuído no desvio de grandes somas de ajuda internacional (da qual o país é forte recebedor), a maior parte dos membros das classes dirigentes não desperdiçou muito tempo tentando compreender que é de seu próprio interesse lançar-se na corrida pelo ouro negro. Afinal, qual é o problema de trocar a embalagem, contanto que tenhamos no conteúdo a embriaguez dos petrodólares?
Uma empresa tem nisso um papel tanto conturbado quanto determinante: a Environmental Remediation Holding Corporation (ERHC). Em 1997, esta companhia norte-americana assinou um acordo de monopólio particularmente vantajoso com São Tomé. Desde então, apesar das renegociações e da dúvida que continua a pairar sobre a viabilidade do compromisso, a empresa envolve-se em negócios de Estado, passando pelos âmbitos técnicos, éticos e sobretudo pelos votos piedosos de transparência preconizados pela comissão bilateral que gerencia a zona de desenvolvimento conjunto. Chegou, por fim, a se conceder a maior parte do bolo de concessões de exploração. Associada a pequenas companhias e já implicadas nas jazidas da ditadura de Guiné Equatorial, a ERHC está agora entre os cinco blocos de concessão que acabam de ser entregues, sendo a acionista majoritária dos dois mais promissores.
Sob o tacão dos EUA ou da Nigéria...
A ERHC foi recapitalizada em 2001 pela empresa Chrome Energy, do nigeriano Emeka Offor, milionário e "padrinho" da política do Estado de Anambra na Nigéria. Presidente de um Conselho de Administração onde está também Howard F. Jeter, antigo embaixador dos Estados Unidos em Lagos, Offor é, aliás, um dos principais financiadores da reeleição do presidente nigeriano Olusegun Obasanjo em 2003... quando ele terminar seu segundo e último mandato (as próximas eleições gerais acontecerão em abril de 2007), será que vamos assistir a um assalto nigeriano ao petróleo de São Tomé por meio da ERHC e várias outras companhias minoritárias dirigidas por pessoal próximo à Nigéria?
Um contundente editorial do Washington Post, publicado no dia 1º de junho de 2005, deixa claro: "Essa concessão de direitos de exploração parece ruim". Com maior gravidade, Nicolas Shaxson, analista britânico do instituto de negócios internacionais estima "que primeiro os norte-americanos, depois os nigerianos, ludibriaram esse pequeno país, usando para isso a ERHC. Para ver desbloqueado o dinheiro das primeiras concessões, São Tomé deveria concordar com as propostas nigerianas a respeito de uma segunda rodada de atribuição de blocos". Patrice Trovoada, filho do antigo presidente e ex-executivo da ERHC, conta: "No momento da negociação que pretendia estabelecer a Zona de Desenvolvimento Conjunto, os membros da delegação nigeriana não queriam aceitar nada. Começamos a discussão com uma distribuição de 90% para a Nigéria e 10% para nós. Mas não cedemos e as pretensões deles se reduziram em um terço (60% para os nigerianos e 40% para o arquipélago). De qualquer modo, são 140 milhões de habitantes contra 140 mil..."
Tanto no surpreendente sucesso da ERHC, como na gestão da zona de desenvolvimento conjunto, o apetite do vizinho nigeriano não poderia ser mais emblemático. A Zona de Desenvolvimento Comum é dirigida por uma autoridade comum (A JDA), sediada em Abuja. A Nigéria "parece cada vez mais se comportar em relação a nós como o Iraque de Sadam se comportou com o Kuwait", diz um jornalista de São Tomé, "com tudo o que isso implica de impaciência popular". A população não entende por que o dinheiro do petróleo tarda em chegar. "Como explicar isso ao povo", conclui Trovoada, "quando você mesmo não segue os mecanismos de transparência? Estamos agora em um ponto em que qualquer pessoa um pouco esperta e demagoga pode muito facilmente instalar uma ditadura aqui".
Antes de se sujeitar aos ditames da ERHC, o presidente Fradique de Menezes não havia deixado de denunciar os contratos assinados com esta empresa. Era ainda a época em que o presidente parecia ser tolerante com as companhias norte-americanas, hoje muito críticas de seu governo. A situação chegou a tal ponto que foi uma conselheira norte-americana instalada no país quem escreveu seu discurso histórico pronunciado diante do presidente George W. Bush em 2003 em Washington. Nessa época, o arquipélago parecia a ponto de receber uma base da marinha dos EUA destinada a garantir a segurança das jazidas do Golfo da Guiné — de onde Washington pretende importar 25% do óleo bruto, até 2015.
... e o olhar de Angola, Brasil, França, China...
O MLSTP-PSD é historicamente ligado à Sonangol, a companhia de petróleo angolana, que também contava levar sua parte nesse carteado pouco honesto. Há ainda os brasileiros da Petrobrás. O presidente Luis Inácio Lula da Silva já fez duas viagens oficiais a São Tomé e Príncipe. E, evidentemente, há também os operadores franceses, ainda um pouco tímidos. A República Popular da China já está à espreita na esperança de que São Tomé e Príncipe, que reconhece Taiwan desde os anos 1990, aproxime-se novamente de seu parceiro histórico do pós-independência. Isso não deve levar muito tempo, conforme testemunha a participação de representantes do Partido Comunista Chinês no último congresso do MLSTP-PSD em 2005, para grande descontentamento do embaixador de Taiwan.
"Esse petróleo deveria ser um dom de deus. Mas, ao invés de nos unir, ele nos separa". Autor de um golpe de Estado fracassado em 2003, o major Fernando Pereira gostaria que o mundo se lembrasse de um golpe "sem violência e destinado a enviar uma mensagem à comunidade internacional sobre a realidade em São Tomé: uma democracia de fachada onde o Estado não existe, com um exército controlado por uma classe política disposta a realizar seus interesses em detrimento daqueles do país, onde a corrupção se intensifica, enquanto o povo empobrece."
Mas quem vai ficar mesmo na memória são as companhias desse oficial, hoje com 53 anos. Liderados por Alersio Costa, 14 "ex-Búfalos" naturais São Tomé, vindos de tropas de choque anti-marxistas da África do Sul do apartheid - inicialmente engajadas contra o regime comunista do presidente Pinto da Rosa nos anos 70 - fizeram parte de um complô para derrubar a Terceira República de São Tomé.
O risco de golpe e secessão
"Formados por Pretória e engajados na Namíbia e em Angola, os Búfalos são verdadeiros profissionais da guerra", continua o oficial, que reivindica 80 euros de soldo depois de 29 anos de trabalho. "E eles continuam perigosos. Nada foi decidido a respeito desde 2003. Em vez de atacar os problemas de gestão, é como se decidíssemos simplesmente nos vingar no exército. Nossa patrulha marítima não possui nem mesmo barcos! Não é difícil ver o problema que isso acarreta em um país que, com o advento da descoberta de petróleo, deveria mais que nunca proteger suas fronteiras marítimas". Ele acrescenta: "Agora, com o petróleo jorrando e a classe política disputando avidamente as concessões de blocos, é previsível que o próximo golpe seja muito mais sangrento".
Reeleito, diante de Patrice Trovoada, no dia 30 de julho de 2006, o presidente Fradique Menezes começou agradecendo o Procurador da República, Adelino Pereira, que investigou as irregularidades na atribuição de concessões. O que foi um grande desgosto para a vizinha Nigéria, que chegou a boicotar as convocações do juiz [4]. Mais que de São Tomé, é de Príncipe, sua irmã gêmea, que podem vir os primeiros grandes problemas do arquipélago.
É dessa ilha, com uma população essencialmente composta de "contradores" [5], de origem cabo-verdiana, que partiu para o Gabão a maior parte dos opositores do presidente Pinto da Costa nos anos 70 e 80. É também Príncipe, 150 quilômetros mais ao norte, que é banhada pelas águas da Zona de Desenvolvimento Comum. Contudo, Príncipe, com seus 5 mil habitantes, é ainda mais esquecida que São Tomé. Dos 40% de dividendos da Zona Comum, essa ilha terá somente 7% em seus cofres. Em Santo Antônio, a maior cidade da ilha, os raros nigerianos presentes preocupam-se com o crescimento da xenofobia, e a juventude reclama.
A exemplo de Cabinda, província angolana do petróleo esquecida pelo governo central [6], poderia Príncipe fazer um movimento de secessão? No início de 2005, um defensor dos direitos cívicos de Cabinda (Angola), Raul Danda, estava em visita a São Tomé. Levantando suas reservas contra a "maldição" do petróleo, o angolano avisou: "Os políticos farão desse petróleo sua riqueza pessoal, reservando à população o pesadelo da miséria". Em São Tomé e Princípe, o óleo só deve começar a jorrar no fim da década. Mas os maus ares do petróleo já são sentidos. Uma desilusão para aqueles que pensavam que o país romperia com esse ciclo nefasto do ouro negro, que afeta infelizmente todos os países da sub-região.
Tradução:LeonardoAbreu
leonardoaabreu@yahoo.com.br
Jean-Christophe Servant
O vinho branco, um chardonay Chamonix, vem de suas próprias vinícolas sul-africanas e é bebido facilmente no calor equatorial de São Tomé e Príncipe. Ainda assim, Chris Hellinger é amargo: "Aqui há somente corrupção e concorrência entre os dirigentes políticos. A razão é o petróleo". Hellinger sabe o que diz. Na liderança da Island Oil Exploration, uma empresa registrada nas Bahamas, esse homem de passado conturbado [1] foi um dos primeiros a procurar óleo em vão no arquipélago, um dos menores países da África (140 mil habitantes em duas ilhas, que juntas têm o tamanho de Andorra e são vizinhas ao Gabão). Era o final dos anos 1980. Independente desde 12 de julho de 1975 e dirigida pelo presidente Pinto da Costa, a antiga colônia portuguesa deixava o marxismo para abrir-se ao multipartidarismo por ocasião de uma conferência nacional histórica, a primeira do continente africano.
As pesquisas realizadas nas profundezas das águas territoriais do norte do arquipélago, no limite das reservas de carbono da Nigéria, deram frutos na virada do século: com reservas estimadas de 11 bilhões de barris de óleo bruto, o país pode tornar-se uma espécie de Brunei do golfo da Guiné e produzir perto de 80 mil barris por dia. Mas a custo de quanta crise política, corrupção e concessões geopolíticas?
O petróleo está deteriorando o ambiente político no país. Desde a eleição do presidente Fradique de Menezes em 2001, São Tomé e Príncipe não parou de mergulhar na instabilidade. Houve uma tentativa de golpe em julho de 2003, quando este empresário do cacau, posto no poder por seu predecessor Miguel Trovoada, foi provisoriamente destituído. Seguiram-se as crises, tendo como pano de fundo as lutas por poder, quase sempre virulentas, entre o chefe de Estado e a coalizão governamental dirigida pelo ex-partido único, o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD). Lá também, todas as oportunidades se desfazem ao cheiro do ouro negro. Mais precisamente, naquilo que envolve a concessão de exploração de petróleo a companhias estrangeiras, no âmbito da Zona de Desenvolvimento Conjunto – JDZ, em inglês – gerenciada depois de 2001 em conjunto pelo arquipélago e seu poderoso vizinho nigeriano [2].
Durante a última crise, onde explodiu pela primeira vez a cólera da população, como ilustra a primeira manifestação de estudantes organizada em trinta anos de independência, Fradique perdeu seu quinto governo. Em 2 de junho de 2005, o primeiro ministro Damião Vaz d’Almeida pediu sua demissão ao chefe de Estado. O partido julgou fraudulento o procedimento de atribuição de milhares de quilômetros quadrados à companhias estrangeiras sem exames técnicos prévios. Nessa nova página da tragicomédia de São Tomé, acirradas discussões começam antes mesmo de o petróleo jorrar. O Estado iria receber 113,2 milhões de dólares pelas concessões — isto é, três vezes mais que seu PIB (Produto Interno Bruto), até então dependente da renda da cultura de cacau.
A hora dos protestos populares
A essa situação instável, juntou-se o descontentamento de uma população que vive com menos de 300 euros por ano. Desde o fim de 2004, os dividendos das primeiras concessões, cerca de 49 milhões de euros, ficaram estranhamente bloqueados, e sem juros, nos cofres da filial local de um banco de Abuja (Nigéria) - o banco Hallmark, ligado ao antigo presidente do senado nigeriano, que caiu por corrupção. A chamada à ordem autoritária do presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, na ocasião de uma rápida visita a São Tomé e Príncipe a fim de resolver "questões técnicas transformadas em problemas políticos", levou o país a convulsões e rumores. No dia 31 de maio de 2005, tendo como justificativa um pedido de aumento de salário do setor público, uma greve geral paralisou o país.
Em São Tomé, é preciso saber ler as entrelinhas. Nesse micro Estado do Golfo da Guiné, colonizado por Portugal desde o século 16, a pequena elite política constituída com a independência não parou de enriquecer às custas de uma população que percebemos sem eletricidade e estradas logo que deixamos a plácida capital São Tomé [3]. Depois de ter contribuído no desvio de grandes somas de ajuda internacional (da qual o país é forte recebedor), a maior parte dos membros das classes dirigentes não desperdiçou muito tempo tentando compreender que é de seu próprio interesse lançar-se na corrida pelo ouro negro. Afinal, qual é o problema de trocar a embalagem, contanto que tenhamos no conteúdo a embriaguez dos petrodólares?
Uma empresa tem nisso um papel tanto conturbado quanto determinante: a Environmental Remediation Holding Corporation (ERHC). Em 1997, esta companhia norte-americana assinou um acordo de monopólio particularmente vantajoso com São Tomé. Desde então, apesar das renegociações e da dúvida que continua a pairar sobre a viabilidade do compromisso, a empresa envolve-se em negócios de Estado, passando pelos âmbitos técnicos, éticos e sobretudo pelos votos piedosos de transparência preconizados pela comissão bilateral que gerencia a zona de desenvolvimento conjunto. Chegou, por fim, a se conceder a maior parte do bolo de concessões de exploração. Associada a pequenas companhias e já implicadas nas jazidas da ditadura de Guiné Equatorial, a ERHC está agora entre os cinco blocos de concessão que acabam de ser entregues, sendo a acionista majoritária dos dois mais promissores.
Sob o tacão dos EUA ou da Nigéria...
A ERHC foi recapitalizada em 2001 pela empresa Chrome Energy, do nigeriano Emeka Offor, milionário e "padrinho" da política do Estado de Anambra na Nigéria. Presidente de um Conselho de Administração onde está também Howard F. Jeter, antigo embaixador dos Estados Unidos em Lagos, Offor é, aliás, um dos principais financiadores da reeleição do presidente nigeriano Olusegun Obasanjo em 2003... quando ele terminar seu segundo e último mandato (as próximas eleições gerais acontecerão em abril de 2007), será que vamos assistir a um assalto nigeriano ao petróleo de São Tomé por meio da ERHC e várias outras companhias minoritárias dirigidas por pessoal próximo à Nigéria?
Um contundente editorial do Washington Post, publicado no dia 1º de junho de 2005, deixa claro: "Essa concessão de direitos de exploração parece ruim". Com maior gravidade, Nicolas Shaxson, analista britânico do instituto de negócios internacionais estima "que primeiro os norte-americanos, depois os nigerianos, ludibriaram esse pequeno país, usando para isso a ERHC. Para ver desbloqueado o dinheiro das primeiras concessões, São Tomé deveria concordar com as propostas nigerianas a respeito de uma segunda rodada de atribuição de blocos". Patrice Trovoada, filho do antigo presidente e ex-executivo da ERHC, conta: "No momento da negociação que pretendia estabelecer a Zona de Desenvolvimento Conjunto, os membros da delegação nigeriana não queriam aceitar nada. Começamos a discussão com uma distribuição de 90% para a Nigéria e 10% para nós. Mas não cedemos e as pretensões deles se reduziram em um terço (60% para os nigerianos e 40% para o arquipélago). De qualquer modo, são 140 milhões de habitantes contra 140 mil..."
Tanto no surpreendente sucesso da ERHC, como na gestão da zona de desenvolvimento conjunto, o apetite do vizinho nigeriano não poderia ser mais emblemático. A Zona de Desenvolvimento Comum é dirigida por uma autoridade comum (A JDA), sediada em Abuja. A Nigéria "parece cada vez mais se comportar em relação a nós como o Iraque de Sadam se comportou com o Kuwait", diz um jornalista de São Tomé, "com tudo o que isso implica de impaciência popular". A população não entende por que o dinheiro do petróleo tarda em chegar. "Como explicar isso ao povo", conclui Trovoada, "quando você mesmo não segue os mecanismos de transparência? Estamos agora em um ponto em que qualquer pessoa um pouco esperta e demagoga pode muito facilmente instalar uma ditadura aqui".
Antes de se sujeitar aos ditames da ERHC, o presidente Fradique de Menezes não havia deixado de denunciar os contratos assinados com esta empresa. Era ainda a época em que o presidente parecia ser tolerante com as companhias norte-americanas, hoje muito críticas de seu governo. A situação chegou a tal ponto que foi uma conselheira norte-americana instalada no país quem escreveu seu discurso histórico pronunciado diante do presidente George W. Bush em 2003 em Washington. Nessa época, o arquipélago parecia a ponto de receber uma base da marinha dos EUA destinada a garantir a segurança das jazidas do Golfo da Guiné — de onde Washington pretende importar 25% do óleo bruto, até 2015.
... e o olhar de Angola, Brasil, França, China...
O MLSTP-PSD é historicamente ligado à Sonangol, a companhia de petróleo angolana, que também contava levar sua parte nesse carteado pouco honesto. Há ainda os brasileiros da Petrobrás. O presidente Luis Inácio Lula da Silva já fez duas viagens oficiais a São Tomé e Príncipe. E, evidentemente, há também os operadores franceses, ainda um pouco tímidos. A República Popular da China já está à espreita na esperança de que São Tomé e Príncipe, que reconhece Taiwan desde os anos 1990, aproxime-se novamente de seu parceiro histórico do pós-independência. Isso não deve levar muito tempo, conforme testemunha a participação de representantes do Partido Comunista Chinês no último congresso do MLSTP-PSD em 2005, para grande descontentamento do embaixador de Taiwan.
"Esse petróleo deveria ser um dom de deus. Mas, ao invés de nos unir, ele nos separa". Autor de um golpe de Estado fracassado em 2003, o major Fernando Pereira gostaria que o mundo se lembrasse de um golpe "sem violência e destinado a enviar uma mensagem à comunidade internacional sobre a realidade em São Tomé: uma democracia de fachada onde o Estado não existe, com um exército controlado por uma classe política disposta a realizar seus interesses em detrimento daqueles do país, onde a corrupção se intensifica, enquanto o povo empobrece."
Mas quem vai ficar mesmo na memória são as companhias desse oficial, hoje com 53 anos. Liderados por Alersio Costa, 14 "ex-Búfalos" naturais São Tomé, vindos de tropas de choque anti-marxistas da África do Sul do apartheid - inicialmente engajadas contra o regime comunista do presidente Pinto da Rosa nos anos 70 - fizeram parte de um complô para derrubar a Terceira República de São Tomé.
O risco de golpe e secessão
"Formados por Pretória e engajados na Namíbia e em Angola, os Búfalos são verdadeiros profissionais da guerra", continua o oficial, que reivindica 80 euros de soldo depois de 29 anos de trabalho. "E eles continuam perigosos. Nada foi decidido a respeito desde 2003. Em vez de atacar os problemas de gestão, é como se decidíssemos simplesmente nos vingar no exército. Nossa patrulha marítima não possui nem mesmo barcos! Não é difícil ver o problema que isso acarreta em um país que, com o advento da descoberta de petróleo, deveria mais que nunca proteger suas fronteiras marítimas". Ele acrescenta: "Agora, com o petróleo jorrando e a classe política disputando avidamente as concessões de blocos, é previsível que o próximo golpe seja muito mais sangrento".
Reeleito, diante de Patrice Trovoada, no dia 30 de julho de 2006, o presidente Fradique Menezes começou agradecendo o Procurador da República, Adelino Pereira, que investigou as irregularidades na atribuição de concessões. O que foi um grande desgosto para a vizinha Nigéria, que chegou a boicotar as convocações do juiz [4]. Mais que de São Tomé, é de Príncipe, sua irmã gêmea, que podem vir os primeiros grandes problemas do arquipélago.
É dessa ilha, com uma população essencialmente composta de "contradores" [5], de origem cabo-verdiana, que partiu para o Gabão a maior parte dos opositores do presidente Pinto da Costa nos anos 70 e 80. É também Príncipe, 150 quilômetros mais ao norte, que é banhada pelas águas da Zona de Desenvolvimento Comum. Contudo, Príncipe, com seus 5 mil habitantes, é ainda mais esquecida que São Tomé. Dos 40% de dividendos da Zona Comum, essa ilha terá somente 7% em seus cofres. Em Santo Antônio, a maior cidade da ilha, os raros nigerianos presentes preocupam-se com o crescimento da xenofobia, e a juventude reclama.
A exemplo de Cabinda, província angolana do petróleo esquecida pelo governo central [6], poderia Príncipe fazer um movimento de secessão? No início de 2005, um defensor dos direitos cívicos de Cabinda (Angola), Raul Danda, estava em visita a São Tomé. Levantando suas reservas contra a "maldição" do petróleo, o angolano avisou: "Os políticos farão desse petróleo sua riqueza pessoal, reservando à população o pesadelo da miséria". Em São Tomé e Princípe, o óleo só deve começar a jorrar no fim da década. Mas os maus ares do petróleo já são sentidos. Uma desilusão para aqueles que pensavam que o país romperia com esse ciclo nefasto do ouro negro, que afeta infelizmente todos os países da sub-região.
Tradução:LeonardoAbreu
leonardoaabreu@yahoo.com.br
krafty - new order
Some people get up at the break of day
Gotta go to work before it gets too late
Sitting in a car and driving down the road
It ain't the way it has to be
But that's what you do to earn your daily wage
That's the kind of world that we're living in today
Isn't where you wanna be
And isn't what you wanna do
Just give me one more day (one more day)
Give me another night (just another night)
I need a second chance (second chance)
This time I'll get it right (This time I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
I've got to change your mind (I've got to change your mind)
I'll never let you go
You've got to look at life the way it oughta be
Looking at the stars from underneath the tree
There's a world inside and a world out there
With that on tv you just don't care
They've got violence, wars and killing too
All shrunk down in a two-foot tube
But out there the world is a beautiful place
With mountains, lakes and the human race
And this is where I wanna be
And this is what I wanna do
Just give me one more day (one more day)
Give me another night (just another night)
I need a second chance (second chance)
This time I'll get it right (This time I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
I've got to change your mind (change your mind)
I'll never let you go
Just give me one more chance (one more chance)
Give me another night (just another night)
With just one more day (one more day)
Maybe we'll get it right (You know I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
If I could change your mind (change your mind)
Gotta go to work before it gets too late
Sitting in a car and driving down the road
It ain't the way it has to be
But that's what you do to earn your daily wage
That's the kind of world that we're living in today
Isn't where you wanna be
And isn't what you wanna do
Just give me one more day (one more day)
Give me another night (just another night)
I need a second chance (second chance)
This time I'll get it right (This time I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
I've got to change your mind (I've got to change your mind)
I'll never let you go
You've got to look at life the way it oughta be
Looking at the stars from underneath the tree
There's a world inside and a world out there
With that on tv you just don't care
They've got violence, wars and killing too
All shrunk down in a two-foot tube
But out there the world is a beautiful place
With mountains, lakes and the human race
And this is where I wanna be
And this is what I wanna do
Just give me one more day (one more day)
Give me another night (just another night)
I need a second chance (second chance)
This time I'll get it right (This time I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
I've got to change your mind (change your mind)
I'll never let you go
Just give me one more chance (one more chance)
Give me another night (just another night)
With just one more day (one more day)
Maybe we'll get it right (You know I'll get it right)
I'll say it one last time (one last time)
I've got to let you know (I've got to let you know)
If I could change your mind (change your mind)
"Nunca é com os seus próprios olhos que a criança se vê, mas sim através dos olhos da pessoa que a ama ou detesta. Abordamos aqui o campo do narcisismo como base da formação da imagem do corpo da criança a partir daquilo que é o amor da mãe e a ordem do olhar que recai sobre ela. Para que a criança se possa apropriar desta imagem, para que a possa interiorizar, é preciso que tenha um lugar no Grande Outro (ali encarnado pela mãe).
Aliás, paralelamente ao seu reconhecimento ao espelho, observamos na criança um comportamento especial no que concerne ao seu homólogo etário. A criança em presença de outra observa-a curiosamente, imita todos os seus gestos, tenta seduzi-la ou impor-se.
Não se trata de um simples jogo.
Com este comportamento desenvolve a coordenação motora e procura situar-se socialmente comparando-se com a outra.
Reconhecemos aqui a instância do imaginário da relação dual, da confusão entre o eu e o outro, a ambivalência e agressividade estruturais do ser humano."
Aliás, paralelamente ao seu reconhecimento ao espelho, observamos na criança um comportamento especial no que concerne ao seu homólogo etário. A criança em presença de outra observa-a curiosamente, imita todos os seus gestos, tenta seduzi-la ou impor-se.
Não se trata de um simples jogo.
Com este comportamento desenvolve a coordenação motora e procura situar-se socialmente comparando-se com a outra.
Reconhecemos aqui a instância do imaginário da relação dual, da confusão entre o eu e o outro, a ambivalência e agressividade estruturais do ser humano."
domingo, outubro 15, 2006
Dm Bb C
I feel so extraordinary
Am C
Something's got a hold on me
Dm Bb C
I get this feeling I'm in motion
Am C G
A sudden sense of liberty
Dm C
I don't care 'cause I'm not there
Bb Am
And I don't care if I'm here tomorrow
C Bb
Again and again I've taken too much
Am A
Of all the things that cost you too much
Refrão
Dm F C
I used to think that the day would never come
C G Dm
I'd see delight in the shade of the morning sun
Dm F C
My morning sun is the drug that brings me near
C G Dm
To the childhood I lost, replaced by fear
Dm F C
I used to think that the day would never come
C Bb
That my life would depend on the morning sun
Dm Bb C
When I was a very small boy,
Am C
Very small boys talked to me
Dm Bb C
Now that we've grown up together
Am C G
They're afraid of what they see
Dm C
That's the price that we all pay
Bb Am
And the value of destiny comes to nothing
C Bb
I can't tell you where we're going
Am A
I guess there was just no way of knowing
Refrão
Dm F C
I used to think that the day would never come
C G Dm
I'd see delight in the shade of the morning sun
Dm F C
My morning sun is the drug that brings me near
C G Dm
To the childhood I lost, replaced by fear
Dm F C
I used to think that the day would never come
C Bb
That my life would depend on the morning sun
I feel so extraordinary
Am C
Something's got a hold on me
Dm Bb C
I get this feeling I'm in motion
Am C G
A sudden sense of liberty
Dm C
I don't care 'cause I'm not there
Bb Am
And I don't care if I'm here tomorrow
C Bb
Again and again I've taken too much
Am A
Of all the things that cost you too much
Refrão
Dm F C
I used to think that the day would never come
C G Dm
I'd see delight in the shade of the morning sun
Dm F C
My morning sun is the drug that brings me near
C G Dm
To the childhood I lost, replaced by fear
Dm F C
I used to think that the day would never come
C Bb
That my life would depend on the morning sun
Dm Bb C
When I was a very small boy,
Am C
Very small boys talked to me
Dm Bb C
Now that we've grown up together
Am C G
They're afraid of what they see
Dm C
That's the price that we all pay
Bb Am
And the value of destiny comes to nothing
C Bb
I can't tell you where we're going
Am A
I guess there was just no way of knowing
Refrão
Dm F C
I used to think that the day would never come
C G Dm
I'd see delight in the shade of the morning sun
Dm F C
My morning sun is the drug that brings me near
C G Dm
To the childhood I lost, replaced by fear
Dm F C
I used to think that the day would never come
C Bb
That my life would depend on the morning sun
quarta-feira, outubro 11, 2006
Julgamento contra produtor musical Phil Spector é adiado novamente
LOS ANGELES, 10 out (AFP) - O julgamento contra o produtor musical Phil Spector, acusado de assassinar uma atriz em sua casa, na Califórnia (oeste dos Estados Unidos), foi novamente adiado nesta terça-feira para março de 2007, informaram fontes judiciais.
Os adiamentos deste julgamento têm sido constantes devido às diferenças entre a parte demandante e a defesa quanto a seus calendários.
O juiz do Tribunal Superior de Los Angeles, Larry P. Fidler, concedeu o adiamento pedido pelo advogado de Spector, que precisa de mais tempo para concluir os exames científicos e forenses.
O produtor, de 65 anos, é acusado do assassinato, em fevereiro de 2003, da atriz de filmes B Lana Clarkson em sua casa.
Spector, que trabalhou com os Beatles e Elvis Presley, se declarou inocente da acusação de assassinato, mas teve que pagar uma fiança de um milhão de dólares e poderá ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado.
Os adiamentos deste julgamento têm sido constantes devido às diferenças entre a parte demandante e a defesa quanto a seus calendários.
O juiz do Tribunal Superior de Los Angeles, Larry P. Fidler, concedeu o adiamento pedido pelo advogado de Spector, que precisa de mais tempo para concluir os exames científicos e forenses.
O produtor, de 65 anos, é acusado do assassinato, em fevereiro de 2003, da atriz de filmes B Lana Clarkson em sua casa.
Spector, que trabalhou com os Beatles e Elvis Presley, se declarou inocente da acusação de assassinato, mas teve que pagar uma fiança de um milhão de dólares e poderá ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado.
Namorada de diretor atinge topo da parada musical graças à novela
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da Folha Online
Com a música "Se quiser", a cantora Tânia Mara, 23, atingiu o topo da parada das rádios do país, na semana passada, apontou ranking da Crowley Broadcast Analysis do Brasil. Mas quem é Tânia Mara?
Tânia namora Jayme Monjardim, diretor-geral de "Páginas da Vida". Por sinal, a canção "Se quiser" integra a trilha sonora da novela da Globo. É o tema das personagens de Caco Ciocler e Viviane Pasmanter.
A cantora também é irmã do ator Rafael Almeida, que vive o pianista Luciano na trama de Manoel Carlos. Ela nasceu em Brasília, mas na adolescência mudou para São Paulo, em busca do sonho de gravar um CD.
Em 2000, Tânia lançou seu primeiro CD pela gravadora EMI. No ano seguinte, veio o segundo disco pela Abril Music, produzido por Arnaldo Saccomani, jurado do programa "Ídolos" (SBT), que omitiu conhecer a candidata Karina Mathias, que acabou eliminada da disputa.
Desde criança, Tânia já mostrava gosto pela música. Aos 9, já fazia apresentações em Brasília e cidades vizinhas. Agora, com o seu quarto CD na praça, a cantora aproveita a visibilidade obtida com sua música na principal novela da Globo, tocando agenda de shows.
A canção "Se Quiser" embala o caso conturbado entre Isabel (Viviane Pasmanter) e Renato (Caco Ciocler), que trabalham como fotógrafos na trama. A música é uma balada brega com o refrão "Sempre que quiser um beijo/Eu vou te dar/Sua boca vai ter tanta sede de me tomar/Se quiser/Sempre que quiser ir às estrelas/Me dá a mão, deixa eu te levar".
Além de emplacar um hit na trilha sonora da novela, Tânia encontra espaço para divulgar seu trabalho nos principais programas da Globo, como o "Domingão do Faustão" e o Vídeo Show".
da Folha Online
Com a música "Se quiser", a cantora Tânia Mara, 23, atingiu o topo da parada das rádios do país, na semana passada, apontou ranking da Crowley Broadcast Analysis do Brasil. Mas quem é Tânia Mara?
Tânia namora Jayme Monjardim, diretor-geral de "Páginas da Vida". Por sinal, a canção "Se quiser" integra a trilha sonora da novela da Globo. É o tema das personagens de Caco Ciocler e Viviane Pasmanter.
A cantora também é irmã do ator Rafael Almeida, que vive o pianista Luciano na trama de Manoel Carlos. Ela nasceu em Brasília, mas na adolescência mudou para São Paulo, em busca do sonho de gravar um CD.
Em 2000, Tânia lançou seu primeiro CD pela gravadora EMI. No ano seguinte, veio o segundo disco pela Abril Music, produzido por Arnaldo Saccomani, jurado do programa "Ídolos" (SBT), que omitiu conhecer a candidata Karina Mathias, que acabou eliminada da disputa.
Desde criança, Tânia já mostrava gosto pela música. Aos 9, já fazia apresentações em Brasília e cidades vizinhas. Agora, com o seu quarto CD na praça, a cantora aproveita a visibilidade obtida com sua música na principal novela da Globo, tocando agenda de shows.
A canção "Se Quiser" embala o caso conturbado entre Isabel (Viviane Pasmanter) e Renato (Caco Ciocler), que trabalham como fotógrafos na trama. A música é uma balada brega com o refrão "Sempre que quiser um beijo/Eu vou te dar/Sua boca vai ter tanta sede de me tomar/Se quiser/Sempre que quiser ir às estrelas/Me dá a mão, deixa eu te levar".
Além de emplacar um hit na trilha sonora da novela, Tânia encontra espaço para divulgar seu trabalho nos principais programas da Globo, como o "Domingão do Faustão" e o Vídeo Show".
terça-feira, outubro 10, 2006
Igreja Católica no século 21: o limbo avança para o fim
Teólogos católicos propõem que o papa atualize a doutrina sobre o destino das crianças mortas sem batismo. João Paulo II confiou os bebês falecidos "à misericórdia de Deus" no catecismo de 1992. Na visão católica, os bebês mortos ao nascer vão para o limbo, mas também os fetos e os embriões
Maria-Paz López
em Roma
O destino dos bebês que morrem sem receber o batismo, que até há pouco tempo a doutrina católica situava no limbo - uma espécie de sala de espera sem pena nem glória, até o juízo final -, mudará para melhor se as conclusões da Comissão Teológica Internacional que se reuniu na semana passada no Vaticano por convocação do papa forem publicadas em um documento assinado pelo mesmo.
Trinta teólogos de vários países, entre eles laicos e mulheres, analisaram essa questão, proposta há dois anos por João Paulo II e retomada por Bento 16, e concluíram que a idéia do limbo "não é essencial nem necessária e pode ser abandonada sem problemas de fé".
O documento que deveria fechar as portas desse âmbito ultraterreno é esperado para o fim de 2007, apesar de o limbo nunca ter sido um dogma de fé e de hoje as crianças mortas sem batismo serem confiadas "à misericórdia de Deus", como dizia o catecismo de 1992 publicado por João Paulo II.
O assunto, que poderia ser contemplado como uma tese teológica de aroma medieval, exige uma solução urgente para os católicos, por motivos bem atuais, segundo declarou o arcebispo americano William J. Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que presidiu os trabalhos da comissão.
"Está aumentando o número de bebês não-batizados nas sociedades ocidentais marcadas pelo relativismo cultural e o pluralismo religioso", alertou Levada. No caso de falecerem, o destino dessas crianças que os pais decidiram não batizar seria ir para o limbo, enquanto não se definir uma doutrina a respeito. Para lá também iriam os bebês mortos no parto ou logo depois de nascer, mas também os fetos abortados voluntária ou espontaneamente, os embriões e os óvulos fecundados, que a Igreja Católica considera seres humanos com alma.
"O limbo nunca foi uma verdade de fé. Eu deixaria cair esse conceito, que sempre foi só uma hipótese teológica", afirmou em 1984 Joseph Ratzinger, então cardeal prefeito da Doutrina da Fé, no livro-entrevista "Informe sobre a Fé", do jornalista italiano Vittorio Messori. A noção de limbo surgiu de um dilema que preocupava a Igreja Católica ao abordar a salvação: o que acontece com as crianças mortas sem batismo, inocentes sem culpas próprias para ser condenadas ao inferno, mas portadoras do pecado original gerado por Adão e Eva - pecado só liquidável com o batismo -, e que portanto não podem ir para o céu?
Falou-se no assunto durante séculos, depois das dúvidas provocadas por Santo Agostinho, mas a teologia só incluiu a palavra "limbo" no século 12, por obra do teólogo Pietro Lombardo. Junto a esse limbo infantil perfilou-se um limbo dos justos, também chamado "dos pais", ou "seio de Abraão", onde foram situados os homens e mulheres justos que viveram e morreram antes de Jesus Cristo e que, por motivos obviamente diferentes dos dos bebês, também não receberam o batismo.
Ali se encontravam os profetas e patriarcas de Israel e até o sábios da Antigüidade grega e latina, pois a imagem agradou muito aos poetas. No século 13, Dante Alighieri situou nesse limbo, onde morava o poeta Virgílio, um dos episódios de sua descida aos infernos na "Divina Comédia": "Senti no coração uma grande pena, pois que gentes de muito valor vi, que no limbo estavam suspensas".
Durante séculos, o temor dos fiéis de que seus filhos mortos durante o parto ou antes de nascer acabassem no limbo provocou batizados às pressas e até cesarianas em mães mortas para batizar o bebê e poupá-lo desse compasso de espera. "Sabemos que durante muitos séculos se pensava que essas crianças fossem para o limbo, onde gozavam de uma felicidade natural, mas não tinham a visão de Deus", explicou para a Rádio Vaticano o jesuíta Luis Ladaria, secretário-geral da Comissão Teológica Internacional. "Por causa dos recentes desenvolvimentos, não só teológicos mas também do magistério, essa crença está em crise hoje."
Em sua época, a "hipótese teológica" de que falava Joseph Ratzinger conseguiu se introduzir na tradição e adquirir tal solidez de predicamento que chegou a figurar no catecismo de Pio 10º, publicado em 1904 e utilizado durante quase todo o século 20: "As crianças mortas sem batismo vão para o limbo, onde não gozam de Deus mas não sofrem, porque tendo o pecado original e só esse não merecem o céu, mas tampouco o inferno ou o purgatório". A Igreja Católica dos tempos modernos lamenta não enviar essas crianças diretamente para o céu, mas o pecado original e o batismo não são assuntos banais para os teólogos.
No caso dos bebês inocentes, afirmou o bispo Bruno Forte, também membro da comissão, "parece que o poder salvador de Cristo deveria prevalecer sobre o poder do pecado".
A geografia do além
João Paulo II desenhou no final de seu pontificado uma "geografia do além" mais de acordo com a linguagem contemporânea, concebendo-a como vários "estados", e não lugares físicos. A divisão desse espaço reservado às almas dos defuntos havia se consolidado em cinco âmbitos a partir de Santo Tomás de Aquino: céu, inferno, purgatório e limbo - este dividido em limbo dos justos e das crianças. O novo catecismo, assinado por Bento 16 em 2005, menciona só os três primeiros âmbitos, e em certo sentido refere-se sem citá-lo ao limbo dos justos. O limbo das crianças já havia desaparecido do catecismo anterior publicado por João Paulo II em 1992.
CÉU - O catecismo define o céu como um "estado de felicidade suprema e definitiva", ao qual acedem aqueles que morrem na graça de Deus e não precisam de purificação suplementar. A arte de todos os tempos o plasmou em forma aérea e azul, entre nuvens e anjos vestidos de branco, ou em forma de paraíso. A Bíblia o localiza no Jardim do Éden, do qual Adão e Eva foram expulsos por infringir a proibição divina de comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, e assim manchar a humanidade com o pecado original. Segundo a Igreja Católica, esse pecado só é eliminado pelo batismo.
INFERNO - Do latim "infernus" (que está embaixo), o inferno consiste na "condenação eterna daqueles que morrem no pecado mortal por livre escolha", e a pena principal que provoca é "a separação eterna de Deus" (pena de dano), o único modo pelo qual, segundo a doutrina católica, o ser humano alcança a felicidade a que aspira. Nos Evangelhos, Jesus menciona "o fogo eterno" a que serão castigados esses pecadores, e por isso a iconografia sempre viu o inferno como um lugar de suplício em chamas, atiçadas por Satanás e seus sequazes. De fato, além da pena de dano, também está prevista a pena de sentido, quer dizer, sofrimento físico.
PURGATÓRIO - Povoam o purgatório as almas daqueles que morrem "na amizade de Deus" e, "embora seguros de sua salvação eterna", ainda precisam de purificação para poderem entrar no paraíso celeste. O catecismo lembra que ajudá-los está nas mãos dos vivos; os fiéis podem rezar por eles, oferecer missas, esmolas, indulgências e fazer penitência. A Bíblia não cita o purgatório, mas algumas passagens sugerem sua existência. Sua definição provocou um grande debate na Idade Média, e ele foi fixado como tal no Concílio de Florença em 1439.
LIMBO DAS CRIANÇAS - Do latim "limbus" (borda, margem), o limbo foi considerado tradicionalmente uma espécie de ante-sala do julgamento final, sem dor nem prazer, na qual moram as crianças mortas sem ter recebido o batismo, que carecem de culpas mas que carregam o pecado original. A noção do limbo das crianças se desenvolveu a partir do século 12, com tal força que chegou a figurar no catecismo de Pio 10º, publicado em 1904: as crianças estão ali porque, "tendo o pecado original, e somente esse, não merecem o céu, mas tampouco o inferno ou o purgatório".
O LIMBO DOS JUSTOS - O catecismo fala em "infernos" (no plural, não confundir com o inferno), aos quais Jesus desceu depois de sua morte e antes da ressurreição, como o estado em que se encontram todos os que haviam morrido antes de Jesus, tanto justos quanto pecadores. Apesar dessa mistura de bons e maus, consolidou-se a noção de um limbo dos justos, no qual moravam os profetas e patriarcas de Israel e até alguns sábios da Antigüidade. Segundo o Novo Testamento, com a descida de Jesus a esses "infernos" os justos foram libertados, e portanto esse limbo, na lógica pura, está vazio há séculos.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Maria-Paz López
em Roma
O destino dos bebês que morrem sem receber o batismo, que até há pouco tempo a doutrina católica situava no limbo - uma espécie de sala de espera sem pena nem glória, até o juízo final -, mudará para melhor se as conclusões da Comissão Teológica Internacional que se reuniu na semana passada no Vaticano por convocação do papa forem publicadas em um documento assinado pelo mesmo.
Trinta teólogos de vários países, entre eles laicos e mulheres, analisaram essa questão, proposta há dois anos por João Paulo II e retomada por Bento 16, e concluíram que a idéia do limbo "não é essencial nem necessária e pode ser abandonada sem problemas de fé".
O documento que deveria fechar as portas desse âmbito ultraterreno é esperado para o fim de 2007, apesar de o limbo nunca ter sido um dogma de fé e de hoje as crianças mortas sem batismo serem confiadas "à misericórdia de Deus", como dizia o catecismo de 1992 publicado por João Paulo II.
O assunto, que poderia ser contemplado como uma tese teológica de aroma medieval, exige uma solução urgente para os católicos, por motivos bem atuais, segundo declarou o arcebispo americano William J. Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que presidiu os trabalhos da comissão.
"Está aumentando o número de bebês não-batizados nas sociedades ocidentais marcadas pelo relativismo cultural e o pluralismo religioso", alertou Levada. No caso de falecerem, o destino dessas crianças que os pais decidiram não batizar seria ir para o limbo, enquanto não se definir uma doutrina a respeito. Para lá também iriam os bebês mortos no parto ou logo depois de nascer, mas também os fetos abortados voluntária ou espontaneamente, os embriões e os óvulos fecundados, que a Igreja Católica considera seres humanos com alma.
"O limbo nunca foi uma verdade de fé. Eu deixaria cair esse conceito, que sempre foi só uma hipótese teológica", afirmou em 1984 Joseph Ratzinger, então cardeal prefeito da Doutrina da Fé, no livro-entrevista "Informe sobre a Fé", do jornalista italiano Vittorio Messori. A noção de limbo surgiu de um dilema que preocupava a Igreja Católica ao abordar a salvação: o que acontece com as crianças mortas sem batismo, inocentes sem culpas próprias para ser condenadas ao inferno, mas portadoras do pecado original gerado por Adão e Eva - pecado só liquidável com o batismo -, e que portanto não podem ir para o céu?
Falou-se no assunto durante séculos, depois das dúvidas provocadas por Santo Agostinho, mas a teologia só incluiu a palavra "limbo" no século 12, por obra do teólogo Pietro Lombardo. Junto a esse limbo infantil perfilou-se um limbo dos justos, também chamado "dos pais", ou "seio de Abraão", onde foram situados os homens e mulheres justos que viveram e morreram antes de Jesus Cristo e que, por motivos obviamente diferentes dos dos bebês, também não receberam o batismo.
Ali se encontravam os profetas e patriarcas de Israel e até o sábios da Antigüidade grega e latina, pois a imagem agradou muito aos poetas. No século 13, Dante Alighieri situou nesse limbo, onde morava o poeta Virgílio, um dos episódios de sua descida aos infernos na "Divina Comédia": "Senti no coração uma grande pena, pois que gentes de muito valor vi, que no limbo estavam suspensas".
Durante séculos, o temor dos fiéis de que seus filhos mortos durante o parto ou antes de nascer acabassem no limbo provocou batizados às pressas e até cesarianas em mães mortas para batizar o bebê e poupá-lo desse compasso de espera. "Sabemos que durante muitos séculos se pensava que essas crianças fossem para o limbo, onde gozavam de uma felicidade natural, mas não tinham a visão de Deus", explicou para a Rádio Vaticano o jesuíta Luis Ladaria, secretário-geral da Comissão Teológica Internacional. "Por causa dos recentes desenvolvimentos, não só teológicos mas também do magistério, essa crença está em crise hoje."
Em sua época, a "hipótese teológica" de que falava Joseph Ratzinger conseguiu se introduzir na tradição e adquirir tal solidez de predicamento que chegou a figurar no catecismo de Pio 10º, publicado em 1904 e utilizado durante quase todo o século 20: "As crianças mortas sem batismo vão para o limbo, onde não gozam de Deus mas não sofrem, porque tendo o pecado original e só esse não merecem o céu, mas tampouco o inferno ou o purgatório". A Igreja Católica dos tempos modernos lamenta não enviar essas crianças diretamente para o céu, mas o pecado original e o batismo não são assuntos banais para os teólogos.
No caso dos bebês inocentes, afirmou o bispo Bruno Forte, também membro da comissão, "parece que o poder salvador de Cristo deveria prevalecer sobre o poder do pecado".
A geografia do além
João Paulo II desenhou no final de seu pontificado uma "geografia do além" mais de acordo com a linguagem contemporânea, concebendo-a como vários "estados", e não lugares físicos. A divisão desse espaço reservado às almas dos defuntos havia se consolidado em cinco âmbitos a partir de Santo Tomás de Aquino: céu, inferno, purgatório e limbo - este dividido em limbo dos justos e das crianças. O novo catecismo, assinado por Bento 16 em 2005, menciona só os três primeiros âmbitos, e em certo sentido refere-se sem citá-lo ao limbo dos justos. O limbo das crianças já havia desaparecido do catecismo anterior publicado por João Paulo II em 1992.
CÉU - O catecismo define o céu como um "estado de felicidade suprema e definitiva", ao qual acedem aqueles que morrem na graça de Deus e não precisam de purificação suplementar. A arte de todos os tempos o plasmou em forma aérea e azul, entre nuvens e anjos vestidos de branco, ou em forma de paraíso. A Bíblia o localiza no Jardim do Éden, do qual Adão e Eva foram expulsos por infringir a proibição divina de comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, e assim manchar a humanidade com o pecado original. Segundo a Igreja Católica, esse pecado só é eliminado pelo batismo.
INFERNO - Do latim "infernus" (que está embaixo), o inferno consiste na "condenação eterna daqueles que morrem no pecado mortal por livre escolha", e a pena principal que provoca é "a separação eterna de Deus" (pena de dano), o único modo pelo qual, segundo a doutrina católica, o ser humano alcança a felicidade a que aspira. Nos Evangelhos, Jesus menciona "o fogo eterno" a que serão castigados esses pecadores, e por isso a iconografia sempre viu o inferno como um lugar de suplício em chamas, atiçadas por Satanás e seus sequazes. De fato, além da pena de dano, também está prevista a pena de sentido, quer dizer, sofrimento físico.
PURGATÓRIO - Povoam o purgatório as almas daqueles que morrem "na amizade de Deus" e, "embora seguros de sua salvação eterna", ainda precisam de purificação para poderem entrar no paraíso celeste. O catecismo lembra que ajudá-los está nas mãos dos vivos; os fiéis podem rezar por eles, oferecer missas, esmolas, indulgências e fazer penitência. A Bíblia não cita o purgatório, mas algumas passagens sugerem sua existência. Sua definição provocou um grande debate na Idade Média, e ele foi fixado como tal no Concílio de Florença em 1439.
LIMBO DAS CRIANÇAS - Do latim "limbus" (borda, margem), o limbo foi considerado tradicionalmente uma espécie de ante-sala do julgamento final, sem dor nem prazer, na qual moram as crianças mortas sem ter recebido o batismo, que carecem de culpas mas que carregam o pecado original. A noção do limbo das crianças se desenvolveu a partir do século 12, com tal força que chegou a figurar no catecismo de Pio 10º, publicado em 1904: as crianças estão ali porque, "tendo o pecado original, e somente esse, não merecem o céu, mas tampouco o inferno ou o purgatório".
O LIMBO DOS JUSTOS - O catecismo fala em "infernos" (no plural, não confundir com o inferno), aos quais Jesus desceu depois de sua morte e antes da ressurreição, como o estado em que se encontram todos os que haviam morrido antes de Jesus, tanto justos quanto pecadores. Apesar dessa mistura de bons e maus, consolidou-se a noção de um limbo dos justos, no qual moravam os profetas e patriarcas de Israel e até alguns sábios da Antigüidade. Segundo o Novo Testamento, com a descida de Jesus a esses "infernos" os justos foram libertados, e portanto esse limbo, na lógica pura, está vazio há séculos.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Garotada viu devastador show em 1983
MARCELO NINIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dizem que o culpado foi o desavisado produtor do Van Halen, que mandou para o engenheiro de som do grupo, em Los Angeles, o mapa do Maracanã, não de seu irmão menor, onde aconteceu o show. Lenda ou verdade, o fato é que aos primeiros acordes de "Hear About Later", a música que abriu o espetáculo da banda em 1983, a garotada que estava no Maracanãzinho teve a sensação de que seus tímpanos iriam explodir.
É, mas ninguém reclamou. Afinal, estávamos ali para ouvir o mais novo "guitar hero" do rock, Eddie Van Halen, que com um arsenal infindável de truques, já era considerado o maior desde Jimmy Hendrix. E se o ímã é uma guitarra distorcida, quanto mais volume, melhor.
Eddie não decepcionou. Das gigantescas caixas de som instaladas no palco do ginásio carioca, de acústica nada saudosa, saíram solos perfeitos, que incendiaram uma platéia pouco habituada a ver uma banda estrangeira no auge.
Mas Eddie não brilhou sozinho. A retaguarda estava garantida pela demolidora bateria do outro sócio-fundador da banda, o irmão Alex Van Halen.
Na frente, o selvagem David Lee Roth, com seus longos cabelos louros e roupas ultracolantes, ofereceu sexualidade e carnaval na dose certa. Para os garotos que sonhavam pegar a recém-iniciada onda do rock Brasil, um show inesquecível.
DA REPORTAGEM LOCAL
Dizem que o culpado foi o desavisado produtor do Van Halen, que mandou para o engenheiro de som do grupo, em Los Angeles, o mapa do Maracanã, não de seu irmão menor, onde aconteceu o show. Lenda ou verdade, o fato é que aos primeiros acordes de "Hear About Later", a música que abriu o espetáculo da banda em 1983, a garotada que estava no Maracanãzinho teve a sensação de que seus tímpanos iriam explodir.
É, mas ninguém reclamou. Afinal, estávamos ali para ouvir o mais novo "guitar hero" do rock, Eddie Van Halen, que com um arsenal infindável de truques, já era considerado o maior desde Jimmy Hendrix. E se o ímã é uma guitarra distorcida, quanto mais volume, melhor.
Eddie não decepcionou. Das gigantescas caixas de som instaladas no palco do ginásio carioca, de acústica nada saudosa, saíram solos perfeitos, que incendiaram uma platéia pouco habituada a ver uma banda estrangeira no auge.
Mas Eddie não brilhou sozinho. A retaguarda estava garantida pela demolidora bateria do outro sócio-fundador da banda, o irmão Alex Van Halen.
Na frente, o selvagem David Lee Roth, com seus longos cabelos louros e roupas ultracolantes, ofereceu sexualidade e carnaval na dose certa. Para os garotos que sonhavam pegar a recém-iniciada onda do rock Brasil, um show inesquecível.
Violência obriga grupo Madredeus a suspender visita à Venezuela
CARACAS (Reuters) - O grupo português Madredeus suspendeu parte sua agenda particular e com a imprensa na Venezuela, depois de ser vítima de uma tentativa de assalto e de se ver em meio a um tiroteio na capital do país.
A caravana dos artistas, que realizaram dois concertos no fim de semana, foi atacada na madrugada de sábado com garrafas por um grupo de pessoas motorizadas na avenida que liga o aeroporto com a cidade. Os organizadores deduziram que foi uma tentativa de assalto.
Posteriormente, ao chegarem próximo ao hotel onde estavam hospedados, os artistas ficaram na linha fogo entre a polícia e um grupo que realizava competições ilegais de carros em uma avenida de Caracas.
"Eles tiveram que se atirar ao chão, esperar que passassem 10 minutos, aterrorizados sem saber se sairiam. Eles ficaram absolutamente atemorizados", disse à Reuters Yajaira Núnez, chefe de comunicação da empresa organizadora.
Apesar de terem realizado suas apresentações na Universidade Central da Venezuela, os músicos suspenderam suas visitas a locais turísticos da capital e alguns dos encontros com a imprensa.
"Eles ficaram muito tristes, levam a impressão de que a Venezuela está vivendo uma crise muito grande, que é um país muito inseguro e é péssimo, porque gostaram muito do público", completou Núnez.
Vários incidentes de segurança têm acontecido na avenida que liga Caracas ao aeroporto Simón Bolívar, ao norte da cidade, desde que um viaduto caiu no início do ano e foram abertas vias de contingência para restabelecer o trânsito.
Caracas é considerada uma das cidades mais perigosas da América Latina. A cada semana morrem dezenas de pessoas, e violência e insegurança são umas das maiores preocupações dos moradores.
(Por Fabián Andrés Cambero)
A caravana dos artistas, que realizaram dois concertos no fim de semana, foi atacada na madrugada de sábado com garrafas por um grupo de pessoas motorizadas na avenida que liga o aeroporto com a cidade. Os organizadores deduziram que foi uma tentativa de assalto.
Posteriormente, ao chegarem próximo ao hotel onde estavam hospedados, os artistas ficaram na linha fogo entre a polícia e um grupo que realizava competições ilegais de carros em uma avenida de Caracas.
"Eles tiveram que se atirar ao chão, esperar que passassem 10 minutos, aterrorizados sem saber se sairiam. Eles ficaram absolutamente atemorizados", disse à Reuters Yajaira Núnez, chefe de comunicação da empresa organizadora.
Apesar de terem realizado suas apresentações na Universidade Central da Venezuela, os músicos suspenderam suas visitas a locais turísticos da capital e alguns dos encontros com a imprensa.
"Eles ficaram muito tristes, levam a impressão de que a Venezuela está vivendo uma crise muito grande, que é um país muito inseguro e é péssimo, porque gostaram muito do público", completou Núnez.
Vários incidentes de segurança têm acontecido na avenida que liga Caracas ao aeroporto Simón Bolívar, ao norte da cidade, desde que um viaduto caiu no início do ano e foram abertas vias de contingência para restabelecer o trânsito.
Caracas é considerada uma das cidades mais perigosas da América Latina. A cada semana morrem dezenas de pessoas, e violência e insegurança são umas das maiores preocupações dos moradores.
(Por Fabián Andrés Cambero)
Analogia do caos
O romance moderno deve ser entendido como uma construção sem utilidade aparente
Bernardo Carvalho
O ANTROPÓLOGO francês Philippe Descola publicou no ano passado um livro extraordinário, "Par-delà Nature et Culture" (para além de natureza e cultura, ed. Gallimard), em que defendia que a natureza como a concebemos, em oposição ao mundo dos homens, é uma idéia relativamente recente, restrita à modernidade ocidental -e, ao que parece, com data de validade. Em meados dos anos 70, Descola viveu mais de dois anos entre os índios Achuar, na Amazônia equatoriana, próximo à fronteira do Peru. Com base nas anotações dos seus diários de campo, escreveu um belo livro de etnologia, "As Lanças do Crepúsculo" (1993), que agora sai no Brasil pela Cosacnaify.
Os Achuar são índios da etnia Jivaro. Formam uma sociedade remota, isolada dos brancos, fundada no elemento regulador de guerras intestinas e vendetas. Caçam com zarabatanas e andam armados. No passado, os Jivaro eram conhecidos por reduzirem a cabeça dos inimigos mortos, uma prática abandonada pelos Achuar.
Como nas melhores obras de antropologia construídas a partir da experiência de campo, "As Lanças do Crepúsculo" tira da observação de uma sociedade exótica uma série de lições e de alternativas à nossa própria organização social. No caso dos Achuar, essas alternativas vão da "superação de uma dominação frenética da natureza" ao "desaparecimento dos nacionalismos cegos".
No posfácio, Descola reivindica a subjetividade, banida pela etnologia clássica, como um elemento constituinte do conhecimento produzido pelo etnólogo em campo. Nesse sentido, "As Lanças do Crepúsculo" poderia ser lido também como um livro de aventuras. O antropólogo flerta com a literatura -e não apenas ao citar Henri Michaux e Michel Leiris, grandes escritores que criaram obras literárias a partir da experiência da viagem e da etnologia. "Pouco à vontade nas grandes planícies do imaginário, temos de passar por essa obediência servil ao real de que estão desobrigados os poetas e os romancistas. A observação de culturas exóticas torna-se então uma forma de substituição: permite ao etnólogo entrar no mundo da utopia sem submeter-se aos caprichos da inspiração", escreve o autor.
A falta de obediência ao real, que o antropólogo atribui ao ofício do poeta e do romancista, é na verdade uma conquista que corre o risco de desaparecer da literatura ocidental a qualquer momento, quando esta for reduzida a mera função (de conhecimento ou de entretenimento), perdendo ao mesmo tempo a sua liberdade reflexiva e de experimentação. Não é por acaso que a literatura vive hoje acuada entre as exigências do mercado e a prosa de testemunho, o relato que se supõe baseado em fatos reais. O efeito do real atrai leitores.
É fundamental que o romance moderno, pelo menos aquele que não se lê apenas como entretenimento, seja entendido como uma construção sem nenhuma utilidade aparente (não é, em princípio, um instrumento de conhecimento como o relato etnográfico). A inutilidade do romance (ainda mais daquele que não se justifica como bem de mercado) deixa transparecer um mistério e um saudável paradoxo num mundo em que tudo precisa ter uma função: se não serve para nada, por que foi escrito e publicado? E por que lê-lo?
Esta é uma pergunta que o leitor do relato antropológico não faz. Ele sabe por que lê: para conhecer ou para viver uma realidade pelo livro interposto. Ao leitor de romances é dada apenas a consciência de que, como o autor, ele também está livre para inventar outras realidades. A utopia da literatura abre ao leitor um mundo onde alojar a imaginação, evitando reduzir o desígnio que lhe escapa ao sentido de uma função. Ao transformar o mistério e a inutilidade em criação, a literatura dá a cada homem (de resto, como entre os Achuar) a possibilidade de ser o resultado de sua obra.
Na cosmologia animista dos Jivaro, a dicotomia entre cultura e natureza seria uma noção tão absurda quanto a distinção entre real e imaginário que permite não só o trabalho do etnólogo mas a idéia de uma arte, inconcebível fora da modernidade ocidental, reflexiva e experimental. Entre os Achuar, "os tabus atestam uma vontade de conferir ordem e lógica ao caos do mundo social e natural". A literatura e a arte moderna também tentam dar um sentido ao caos, só que pela analogia do caos.
Antes de partir ao encontro dos Achuar, o jovem Descola recebeu um conselho valioso de seu orientador, Claude Lévi-Strauss: "Deixe-se levar pelo campo". A literatura, em contrapartida, resiste ao campo -e o reinventa.
Bernardo Carvalho
O ANTROPÓLOGO francês Philippe Descola publicou no ano passado um livro extraordinário, "Par-delà Nature et Culture" (para além de natureza e cultura, ed. Gallimard), em que defendia que a natureza como a concebemos, em oposição ao mundo dos homens, é uma idéia relativamente recente, restrita à modernidade ocidental -e, ao que parece, com data de validade. Em meados dos anos 70, Descola viveu mais de dois anos entre os índios Achuar, na Amazônia equatoriana, próximo à fronteira do Peru. Com base nas anotações dos seus diários de campo, escreveu um belo livro de etnologia, "As Lanças do Crepúsculo" (1993), que agora sai no Brasil pela Cosacnaify.
Os Achuar são índios da etnia Jivaro. Formam uma sociedade remota, isolada dos brancos, fundada no elemento regulador de guerras intestinas e vendetas. Caçam com zarabatanas e andam armados. No passado, os Jivaro eram conhecidos por reduzirem a cabeça dos inimigos mortos, uma prática abandonada pelos Achuar.
Como nas melhores obras de antropologia construídas a partir da experiência de campo, "As Lanças do Crepúsculo" tira da observação de uma sociedade exótica uma série de lições e de alternativas à nossa própria organização social. No caso dos Achuar, essas alternativas vão da "superação de uma dominação frenética da natureza" ao "desaparecimento dos nacionalismos cegos".
No posfácio, Descola reivindica a subjetividade, banida pela etnologia clássica, como um elemento constituinte do conhecimento produzido pelo etnólogo em campo. Nesse sentido, "As Lanças do Crepúsculo" poderia ser lido também como um livro de aventuras. O antropólogo flerta com a literatura -e não apenas ao citar Henri Michaux e Michel Leiris, grandes escritores que criaram obras literárias a partir da experiência da viagem e da etnologia. "Pouco à vontade nas grandes planícies do imaginário, temos de passar por essa obediência servil ao real de que estão desobrigados os poetas e os romancistas. A observação de culturas exóticas torna-se então uma forma de substituição: permite ao etnólogo entrar no mundo da utopia sem submeter-se aos caprichos da inspiração", escreve o autor.
A falta de obediência ao real, que o antropólogo atribui ao ofício do poeta e do romancista, é na verdade uma conquista que corre o risco de desaparecer da literatura ocidental a qualquer momento, quando esta for reduzida a mera função (de conhecimento ou de entretenimento), perdendo ao mesmo tempo a sua liberdade reflexiva e de experimentação. Não é por acaso que a literatura vive hoje acuada entre as exigências do mercado e a prosa de testemunho, o relato que se supõe baseado em fatos reais. O efeito do real atrai leitores.
É fundamental que o romance moderno, pelo menos aquele que não se lê apenas como entretenimento, seja entendido como uma construção sem nenhuma utilidade aparente (não é, em princípio, um instrumento de conhecimento como o relato etnográfico). A inutilidade do romance (ainda mais daquele que não se justifica como bem de mercado) deixa transparecer um mistério e um saudável paradoxo num mundo em que tudo precisa ter uma função: se não serve para nada, por que foi escrito e publicado? E por que lê-lo?
Esta é uma pergunta que o leitor do relato antropológico não faz. Ele sabe por que lê: para conhecer ou para viver uma realidade pelo livro interposto. Ao leitor de romances é dada apenas a consciência de que, como o autor, ele também está livre para inventar outras realidades. A utopia da literatura abre ao leitor um mundo onde alojar a imaginação, evitando reduzir o desígnio que lhe escapa ao sentido de uma função. Ao transformar o mistério e a inutilidade em criação, a literatura dá a cada homem (de resto, como entre os Achuar) a possibilidade de ser o resultado de sua obra.
Na cosmologia animista dos Jivaro, a dicotomia entre cultura e natureza seria uma noção tão absurda quanto a distinção entre real e imaginário que permite não só o trabalho do etnólogo mas a idéia de uma arte, inconcebível fora da modernidade ocidental, reflexiva e experimental. Entre os Achuar, "os tabus atestam uma vontade de conferir ordem e lógica ao caos do mundo social e natural". A literatura e a arte moderna também tentam dar um sentido ao caos, só que pela analogia do caos.
Antes de partir ao encontro dos Achuar, o jovem Descola recebeu um conselho valioso de seu orientador, Claude Lévi-Strauss: "Deixe-se levar pelo campo". A literatura, em contrapartida, resiste ao campo -e o reinventa.
U2 ABANDONA GRAVADORA QUE A DESCOBRIU
Após 26 anos na Island Records, que descobriu a banda U2 e tem sido sua gravadora desde 1980, o U2 decidiu trocar de selo. Descontente com o descaso dos dirigentes, o quarteto resolveu seguir o ex-gerente da Island, Jason Iley, que no ano passado tornou-se diretor da Mercury Records. O próximo single da banda já sai pela Mercury que, assim como a antiga gravadora, faz parte do conglomerado da Universal.
A teogonia de Hesíodo
Hesíodo e Homero estão nos umbrais da história grega e foi como aedos que compuseram suas canções transmitidas de geração a geração
Jaa Torrano
Muitos séculos antes de se adaptar a escrita fenícia à língua grega e de se criar assim esse prodigioso instrumento de comunicação, que é o alfabeto, os aedos gregos já compunham e sabiam de cor muitas e longas canções. Aedo em grego antigo significa "cantor"; os aedos eram os poetas que, antes da invenção do alfabeto, praticavam o culto da deusa Memória e das musas e recebiam dessas divindades o dom de compor canções ao som da lira.
Posteriormente, com a popularização do alfabeto, essas canções foram escritas e os aedos desapareceram, e aos poucos deixou-se de cultuar a deusa Memória. Mas é daquela época remota que nos chegaram, entre outras canções, a Ilíada e a Odisséia, cujo autor os gregos acreditavam ter sido Homero, um aedo da rica região da Jônia, Ásia Menor, no século 8 a. C.
Contemporâneo de Homero, um outro aedo chamado Hesíodo, que viveu na Beócia, região norte da Grécia continental, transmitiu-nos também importantes canções. Hesíodo e Homero estão nos umbrais da história grega, pois é a partir da época em que viveram que se divulgou mais intensamente o uso da escrita na Grécia. Mas foi como aedos (e não como escritores) que eles compuseram suas canções: inspirados pelas deusas musas, guiados pela deusa Memória, e servindo-se de técnicas de composição oral que durante séculos foram transmitidas de geração a geração.
Uma das canções de Hesíodo conta-nos como o mundo surgiu a partir dos primeiros Deuses, dos amores e das lutas entre os deuses. Os mestres-escolas da Grécia clássica chamaram essa canção de Hesíodo Teogonia, que significa em grego "nascimento de deus" ou "dos deuses". Esse nome teve tanto sucesso que até hoje essa canção é chamada assim.
Os mestres-escolas gregos utilizavam-na para ensinar a ler e escrever: eles faziam leves marcas de letras em uma tabuinha de cera mole e mandavam a criança reforçar as marcas, tornando as letras bem visíveis, e depois explicavam o sentido dos versos assim escritos. A Teogonia constituía, com os poemas de Homero, a cartilha por onde os gregos aprendiam a ler, a pensar, a entender o mundo e a reverenciar o poder dos deuses.
A deusa Memória e suas filhas
O aedo Hesíodo preludia o seu canto sobre o nascimento do mundo com um hino às musas, em que conta como a sua vocação de poeta foi despertada por uma aparição dessas deusas. Ele pastoreava ovelhas no sopé do monte Hélicon, quando as deusas se apresentam a ele com as palavras: "Sabemos dizer muitas mentiras semelhantes aos fatos, mas sabemos, se queremos, fazer ouvir a verdade" ( Teogonia, vv. 27-8).
As musas então fizeram dele um vidente capaz de conhecer as coisas presentes, passadas e futuras, e ensinaram-no a cantar, para que ele cantando celebrasse os deuses imortais, as façanhas dos homens antigos e também a elas próprias no começo e no fim das canções. Deram-lhe um ramo de loureiro, cortado de modo a servir de cetro ("cetro" é um bastão que entre os gregos antigos era sinal de legitimidade, eficácia ou veracidade da palavra dos que o empunhavam: os reis, os arautos e os aedos).
Depois de relatar essa visão que o assinala como um servo eleito das musas, Hesíodo descreve essas deusas a cantar no palácio de Zeus a mesma história que é o tema de sua canção: o nascimento dos deuses, do mundo e da ordem imposta por Zeus ao universo.
As musas, portanto, são as cantoras divinas, cujo poder onisciente de cantar os acontecimentos presentes, passados e futuros é por elas outorgado aos cantores humanos, seus servidores. Os diversos aspectos e funções do canto do aedo são indicados pelos nomes das musas: Glória, Alegria, Festa, Dançarina, Alegra-coro, Amorosa, Hinária, Celeste e Bela-voz.
Por serem filhas do deus supremo, elas estão ligadas ao exercício do poder, protegem os reis justos quando estes devem falar e impor ao povo suas decisões e sentenças, e dão aos cantores palavras verdadeiras. Por serem filhas de Memória, elas detêm o conhecimento do que foi, do que é e do que será. E, por serem moças, têm a beleza, a sensualidade e o poder de sedução próprio do gênero feminino.
Os deuses e o mundo
Na Teogonia de Hesíodo, o mundo surge com o nascimento dos numerosos deuses que o constituem. Esse conjunto de inumeráveis deuses, com os seus privilégios às vezes por demais exclusivos, é governado pelo poder e sabedoria suprema de Zeus. O que o poema conta, fundamentalmente, são os antecedentes, a preparação e constituição dessa ordem imposta por Zeus à disparidade e antagonismo das forças divinas que compõem o mundo.
Na origem do universo, estão três deuses primordiais: Caos, Terra e Eros. A deusa Terra é o assento sempre firme de todas as coisas, o fundamento inabalável. Primeiro ela gera sozinha (por cissiparidade) um outro ser, igual a ela, o deus Céu, para que também ele seja o assento sempre firme e todos os deuses e para que a cubra toda ao redor. E depois, sozinha, gera as altas Montanhas e o Mar impetuoso.
Há três grandes linhagens divinas: a descendência do Caos, a do Mar e a do Céu. Do Caos provêm todos os males que atormentam a vida humana; os mais importantes deles são os terríveis filhos da deusa Noite. Na família do deus Mar há monstros de estranhas formas compósitas, que habitam as águas marinhas e as regiões subterrâneas. Na família do Céu há a sucessão dos reis divinos Cronos e Zeus.
História do Céu e de Cronos
A primeira fase do mundo é o reinado do Céu.
O Céu fecundo e ávido de amor, com suas contínuas e incessantes uniões com a Terra, impede que sua prole venha à luz. Atulhada com tantos filhos dentro de si, a Terra prodigiosa gemia enquanto o Céu se alegrava em sua perversidade.
A Terra tramou um ardil: criou o gênero do grisalho aço, forjou um grande podão e perguntou a seus filhos qual deles queria fazer o Céu pagar pelo ultraje. Só o mais novo deles, o deus Cronos, aceitou o desafio proposto pela mãe. Com alegria, ela o colocou oculto em uma tocaia. Quando o grande Céu se aproximou desejando amor, o filho agarrou as partes genitais com a mão esquerda, com a direita cortou-as com a enorme foice e lançou-as a esmo para trás.
Dos salpicos de sangue caídos sobre a Terra nasceram as divindades da vingança: as cruéis Erínias, os Gigantes guerreiros e as Ninfas chamadas Freixos (arbustos de cuja haste duríssima se faziam as lanças).
O membro decepado caiu no mar e aí flutuou por muito tempo. Da espuma que ele ejaculou, formou-se uma virgem. Quando ela saiu das ondas, na ilha de Chipre, a relva florescia sob seus pés: era Afrodite, a deusa do Amor e do Desejo.
O nascimento de Zeus
A segunda fase do mundo é o reinado de Cronos.
Ele desposa a sua irmã Réia e dela teve três filhas (Héstia, Deméter e Hera) e três filhos (Hades, Posídon e Zeus). Mas tão logo cada um deles nascia, Cronos os engolia, para evitar que houvesse outro rei em seu lugar. Uma profecia da Terra e do Céu o avisara de que era seu destino ser destronado por um filho e ele engolindo-os prevenia-se.
Quando Réia devia dar à luz Zeus, ela suplicou a seus pais, Terra e Céu, que lhe aconselhassem um ardil para que ela pudesse salvar esse filho. Eles atenderam a sua súplica e, encoberta pela noite, Réia escondeu seu filho em uma gruta em Creta, confiando-o à deusa Terra, para que ela o nutrisse e criasse. Seguindo as instruções de seus pais, Réia envolveu uma grande pedra em um cueiro e entregou-a ao soberano Cronos. Tomando-a nas mãos, o deus implacável meteu-a ventre abaixo, sem desconfiar de nada.
Zeus cresceu rapidamente, libertou das prisões subterrâneas os seus tios paternos Ciclopes e Centímanos, e aliando-se a eles travou contra seu pai Cronos a luta pelo poder. Vencido, o velho deus Cronos vomitou primeiro a pedra por último engolida. Zeus a cravou em Delfos, para que os homens mortais aí a admirassem.
O reinado de Zeus
Após a vitória sobre seus inimigos, Zeus é aclamado por seus aliados rei dos deuses e dos homens. Assim fez a partilha dos bens e fixou os privilégios de cada deus. É a terceira fase do mundo, a atual e a mais perfeita de todas. Com uma série de casamentos, que eram verdadeiras alianças políticas, Zeus organizou o seu reinado e tornou o seu poder inabalável.
Os filhos que Zeus teve com suas diversas esposas representam a harmonia, a ordem, a justiça, o esplendor e a glória do reinado cósmico de Zeus. Entre eles, estão as nove musas, que dão aos aedos o divino poder das canções.
Jaa Torrano é professor Titular de Língua e Literatura Grega na Universidade de São Paulo (USP). É autor de O sentido de Zeus. O Mito do Mundo e o Modo Mítico de Ser no Mundo. (São Paulo, Iluminuras, 1996), publicou ainda traduções, além de artigos e estudos sobre literatura grega clássica em livros, revistas e periódicos especializados
Por que viajantes internacionais necessitam de celulares globais
Joe Sharkey
Meus 15 minutos de fama estão quase acabando, eu realmente espero. Eu não pedirei uma prorrogação.
Em vez disso, me permita compartilhar duas importantes lições que aprendi após seis outros e eu termos inexplicavelmente sobrevivido a uma colisão no ar, a 37 mil pés (11.277 metros), em um jato executivo sobre a floresta Amazônica em 29 de setembro - enquanto 154 outras pessoas, em um 737 contra o qual aparentemente colidimos, caíram para uma morte horrível em uma floresta a cerca de 960 quilômetros a noroeste de Brasília.
Primeiro, à medida que a viagem de negócios se amplia para todo o mundo, entenda que não importa quão inocente você seja, não importa quão seguro pense que está, você pode se ver em uma grande encrenca sem aviso, e é uma boa idéia ter um sistema de apoio a disposição.
Segundo, você é um idiota se viajar internacionalmente sem um celular que possa funcionar internacionalmente. Conheça um destes idiotas: eu. Meu celular Verizon funciona perfeitamente nos Estados Unidos. Fora dos Estados Unidos, ele equivale a segurar na mão um cachorro quente com mostarda.
"Ai", disse Bruce McIndoe quando lhe disse que me vi incomunicável, com um celular inútil, em uma obscura base da força aérea chamada Campo de Provas Brigadeiro Velloso, no meio da floresta tropical, após nosso pouso de emergência em um jato executivo Legacy 600 danificado.
McIndoe é o executivo-chefe da iJet Intelligent Risk Systems, uma empresa de Annapolis, Maryland, que fornece inteligência pré-partida e intervenção no local em caso de crise para viajantes ao redor do mundo.
Na verdade, não há sinal de celular na Amazônia, onde fomos
informados - improvavelmente eu pensei - que havia apenas um único telefone para toda a base. Após 24 horas na base, nós fomos transferidos por uma aeronave militar para a sede da polícia em Cuiabá, no Estado de Mato Grosso, a cerca de 720 quilômetros ao sul.
Lá, havia sinal de celular quando pousamos na pista. Naturalmente, meus
colegas de viagem precisavam de seus aparelhos para entrar em contato com seus entes queridos e funcionários. Em um ato de generosidade
extraordinária, um dos pilotos, Joe Lepore, que ainda está sob custódia no Brasil, me permitiu usar o seu para falar com minha esposa.
Eu sou um viajante experiente. Como fui tão incapaz de controlar minimamente minha própria situação?
"A comunicação é o coração de qualquer operação de emergência. Veja o
Katrina; veja o 11 de Setembro. Nós ainda estamos tentando descobrir como fazer a polícia e os bombeiros se comunicarem", disse McIndoe.
"Claramente, você aprendeu a lição dolorosamente", ele acrescentou de forma gentil. "Sempre tenha uma estratégia de comunicação primária e uma de apoio. Para um viajante normal, isto começa com um celular internacional e um cartão pré-pago no mínimo."
Cheque com sua operadora de celular para descobrir como passar seu aparelho para uso internacional. Ou alugue um celular internacional online ou em alguns aeroportos.
A comunicação dá início à resposta - notificação de cônjuges, alerta a
diplomatas. A comunicação com uma empresa de gestão de crises coloca alguém no seu caso para acompanhá-lo. "Nosso trabalho é cuidar da sua situação porque, primeiro, você provavelmente está em choque, segundo, você pode estar incapacitado e, terceiro, você não sabe o que não sabe", disse McIndoe.
Outros expressaram certa surpresa por ter me visto em uma confusão sem um celular.
"Foi uma idiotice, Joe", disse Connie Freeman, uma ex-diretora de viagens internacionais da Pitney Bowes, que atualmente é vice-presidente da Management Alternatives, uma empresa que orienta diretores de viagem corporativos sobre controles de custos.
Na Pitney Bowes, ela disse, "primeiro recomendamos que as pessoas tenham seus cartões corporativos, para acesso a saque de dinheiro caso tenham que pagar algo e sair". Mas "quando você vai a lugares onde a infra-estrutura não é tão robusta", ela disse, empresas como a iJet e a International SOS, que fornecem assistência médica assim como resposta internacional de segurança, são inestimáveis.
Mas é preciso que você tenha um celular operacional. "Olha, estamos em uma aldeia global, Joe. Acorda", disse Peter Greenberg, editor de viagem do programa de TV "Today", que percorre anualmente cerca de 400 mil quilômetros em viagens internacionais.
"É uma questão de opções. Há três tipos de pessoas: pessoas que fazem as coisas acontecerem, pessoas que assistem as coisas acontecerem e pessoas que se perguntam o que aconteceu", ele disse. "Se eu não tenho a opção de estar conectado, eu estarei na terceira categoria e não serei um campista feliz."
O editor do site de viagens comerciais, joesentme.com., Joe Brancatelli, disse: "Eu não acredito que você não sabia disso". De forma demorada e paciente, Brancatelli explicou como funcionam os telefones internacionais e o que preciso saber a respeito deles.
Na próxima semana, eu tentarei explicar tudo isto para viajantes como eu, que simplesmente não sabem.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Meus 15 minutos de fama estão quase acabando, eu realmente espero. Eu não pedirei uma prorrogação.
Em vez disso, me permita compartilhar duas importantes lições que aprendi após seis outros e eu termos inexplicavelmente sobrevivido a uma colisão no ar, a 37 mil pés (11.277 metros), em um jato executivo sobre a floresta Amazônica em 29 de setembro - enquanto 154 outras pessoas, em um 737 contra o qual aparentemente colidimos, caíram para uma morte horrível em uma floresta a cerca de 960 quilômetros a noroeste de Brasília.
Primeiro, à medida que a viagem de negócios se amplia para todo o mundo, entenda que não importa quão inocente você seja, não importa quão seguro pense que está, você pode se ver em uma grande encrenca sem aviso, e é uma boa idéia ter um sistema de apoio a disposição.
Segundo, você é um idiota se viajar internacionalmente sem um celular que possa funcionar internacionalmente. Conheça um destes idiotas: eu. Meu celular Verizon funciona perfeitamente nos Estados Unidos. Fora dos Estados Unidos, ele equivale a segurar na mão um cachorro quente com mostarda.
"Ai", disse Bruce McIndoe quando lhe disse que me vi incomunicável, com um celular inútil, em uma obscura base da força aérea chamada Campo de Provas Brigadeiro Velloso, no meio da floresta tropical, após nosso pouso de emergência em um jato executivo Legacy 600 danificado.
McIndoe é o executivo-chefe da iJet Intelligent Risk Systems, uma empresa de Annapolis, Maryland, que fornece inteligência pré-partida e intervenção no local em caso de crise para viajantes ao redor do mundo.
Na verdade, não há sinal de celular na Amazônia, onde fomos
informados - improvavelmente eu pensei - que havia apenas um único telefone para toda a base. Após 24 horas na base, nós fomos transferidos por uma aeronave militar para a sede da polícia em Cuiabá, no Estado de Mato Grosso, a cerca de 720 quilômetros ao sul.
Lá, havia sinal de celular quando pousamos na pista. Naturalmente, meus
colegas de viagem precisavam de seus aparelhos para entrar em contato com seus entes queridos e funcionários. Em um ato de generosidade
extraordinária, um dos pilotos, Joe Lepore, que ainda está sob custódia no Brasil, me permitiu usar o seu para falar com minha esposa.
Eu sou um viajante experiente. Como fui tão incapaz de controlar minimamente minha própria situação?
"A comunicação é o coração de qualquer operação de emergência. Veja o
Katrina; veja o 11 de Setembro. Nós ainda estamos tentando descobrir como fazer a polícia e os bombeiros se comunicarem", disse McIndoe.
"Claramente, você aprendeu a lição dolorosamente", ele acrescentou de forma gentil. "Sempre tenha uma estratégia de comunicação primária e uma de apoio. Para um viajante normal, isto começa com um celular internacional e um cartão pré-pago no mínimo."
Cheque com sua operadora de celular para descobrir como passar seu aparelho para uso internacional. Ou alugue um celular internacional online ou em alguns aeroportos.
A comunicação dá início à resposta - notificação de cônjuges, alerta a
diplomatas. A comunicação com uma empresa de gestão de crises coloca alguém no seu caso para acompanhá-lo. "Nosso trabalho é cuidar da sua situação porque, primeiro, você provavelmente está em choque, segundo, você pode estar incapacitado e, terceiro, você não sabe o que não sabe", disse McIndoe.
Outros expressaram certa surpresa por ter me visto em uma confusão sem um celular.
"Foi uma idiotice, Joe", disse Connie Freeman, uma ex-diretora de viagens internacionais da Pitney Bowes, que atualmente é vice-presidente da Management Alternatives, uma empresa que orienta diretores de viagem corporativos sobre controles de custos.
Na Pitney Bowes, ela disse, "primeiro recomendamos que as pessoas tenham seus cartões corporativos, para acesso a saque de dinheiro caso tenham que pagar algo e sair". Mas "quando você vai a lugares onde a infra-estrutura não é tão robusta", ela disse, empresas como a iJet e a International SOS, que fornecem assistência médica assim como resposta internacional de segurança, são inestimáveis.
Mas é preciso que você tenha um celular operacional. "Olha, estamos em uma aldeia global, Joe. Acorda", disse Peter Greenberg, editor de viagem do programa de TV "Today", que percorre anualmente cerca de 400 mil quilômetros em viagens internacionais.
"É uma questão de opções. Há três tipos de pessoas: pessoas que fazem as coisas acontecerem, pessoas que assistem as coisas acontecerem e pessoas que se perguntam o que aconteceu", ele disse. "Se eu não tenho a opção de estar conectado, eu estarei na terceira categoria e não serei um campista feliz."
O editor do site de viagens comerciais, joesentme.com., Joe Brancatelli, disse: "Eu não acredito que você não sabia disso". De forma demorada e paciente, Brancatelli explicou como funcionam os telefones internacionais e o que preciso saber a respeito deles.
Na próxima semana, eu tentarei explicar tudo isto para viajantes como eu, que simplesmente não sabem.
Tradução: George El Khouri Andolfato
segunda-feira, outubro 09, 2006
Krill pode causar grande turbulência nos oceanos
Outubro
Cardumes de animais e peixes minúsculos podem agitar as águas do oceano tanto quanto o vento e as marés.
Junto com sua equipe, o oceanógrafo e biológo John Dower, da Universidade de Victoria, Canadá, observou aumento dramático na turbulência de uma baía quando um grupo compacto de krill (pequenos animais semelhantes ao camarão) veio à tona para fazer sua refeição noturna. A descoberta, publicada na revista Science em setembro, ajuda a entender a movimentação dos mares. Estimativas sugerem que um terço da movimentação das águas é causado por pequenos organismos desse tipo.
A mistura da água traz nutrientes do fundo para a superfície e regula a troca de gases com a atmosfera, mantendo o chamado Cinturão Termohalino Mundial, que liga as correntes oceânicas. Por muito tempo, o vento e as marés foram considerados os principais responsáveis por essa ação, apesar de plantas microscópicas na superfície do oceano aparentemente obterem mais nutrientes do fundo do mar do que esses mecanismos físicos pudessem explicar. "Por décadas, os pesquisadores ignoraram a idéia de que a migração de zooplâncton (pequenos animais marinhos) poderia ser uma fonte significativa de turbulência subaquática", diz Dower.
Dower e seu colega Eric Kunze decidiram investigar essa possibilidade. A bordo de um barco ancorado na Baía Saanich, na Columbia Britânica, eles lançaram uma sonda ao fundo do mar repetidas vezes. A cada descida, ela registrava variações com um centímetro ou mais no movimento e na temperatura da água. Ao anoitecer, o radar de bordo indicou a subida de um denso cardume de krill, cada qual com 1,5 cm de comprimento, vindo de águas mais profundas. Repentinamente, a turbulência registrada pela sonda cresceu entre mil e 10 mil vezes, comparada aos registros obtidos durante o dia. Isso aumentou significativamente a turbulência média diária da baía. "Sabemos que o krill é abundante em toda parte - será que esse fenômeno é geral?", pergunta Dower.
Isto é possível. Cerca de 1% da energia gerada por plantas marinhas microscópicas é convertida em energia mecânica na forma do zooplâncton e peixes, de acordo com um estudo de William Dewar e sua equipe da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, a ser publicado no Journal of Marine Research. Globalmente, isso se traduziria em um terawatt de energia - um terço da quantidade necessária para gerar o índice observado de turbulência. O vento e as marés contribuem com um terço cada. "Acreditamos que a importância da biosfera nesse caso seja comparável à de outros processos físicos", diz Dewar.
JR Minkel
Cardumes de animais e peixes minúsculos podem agitar as águas do oceano tanto quanto o vento e as marés.
Junto com sua equipe, o oceanógrafo e biológo John Dower, da Universidade de Victoria, Canadá, observou aumento dramático na turbulência de uma baía quando um grupo compacto de krill (pequenos animais semelhantes ao camarão) veio à tona para fazer sua refeição noturna. A descoberta, publicada na revista Science em setembro, ajuda a entender a movimentação dos mares. Estimativas sugerem que um terço da movimentação das águas é causado por pequenos organismos desse tipo.
A mistura da água traz nutrientes do fundo para a superfície e regula a troca de gases com a atmosfera, mantendo o chamado Cinturão Termohalino Mundial, que liga as correntes oceânicas. Por muito tempo, o vento e as marés foram considerados os principais responsáveis por essa ação, apesar de plantas microscópicas na superfície do oceano aparentemente obterem mais nutrientes do fundo do mar do que esses mecanismos físicos pudessem explicar. "Por décadas, os pesquisadores ignoraram a idéia de que a migração de zooplâncton (pequenos animais marinhos) poderia ser uma fonte significativa de turbulência subaquática", diz Dower.
Dower e seu colega Eric Kunze decidiram investigar essa possibilidade. A bordo de um barco ancorado na Baía Saanich, na Columbia Britânica, eles lançaram uma sonda ao fundo do mar repetidas vezes. A cada descida, ela registrava variações com um centímetro ou mais no movimento e na temperatura da água. Ao anoitecer, o radar de bordo indicou a subida de um denso cardume de krill, cada qual com 1,5 cm de comprimento, vindo de águas mais profundas. Repentinamente, a turbulência registrada pela sonda cresceu entre mil e 10 mil vezes, comparada aos registros obtidos durante o dia. Isso aumentou significativamente a turbulência média diária da baía. "Sabemos que o krill é abundante em toda parte - será que esse fenômeno é geral?", pergunta Dower.
Isto é possível. Cerca de 1% da energia gerada por plantas marinhas microscópicas é convertida em energia mecânica na forma do zooplâncton e peixes, de acordo com um estudo de William Dewar e sua equipe da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, a ser publicado no Journal of Marine Research. Globalmente, isso se traduziria em um terawatt de energia - um terço da quantidade necessária para gerar o índice observado de turbulência. O vento e as marés contribuem com um terço cada. "Acreditamos que a importância da biosfera nesse caso seja comparável à de outros processos físicos", diz Dewar.
JR Minkel
sexta-feira, outubro 06, 2006
27ª Bienal abre para convidados com protestos e promessa de prêmio
Da Redação
Alexandre Schneider/UOL
A abertura na quinta (5) da 27ª Bienal, para convidados, foi marcada pela polêmica sobre os artistas que tiveram suas obras modificadas para participarem da mostra e a declaração do presidente da Fundação Bienal, Manoel Pires da Costa que promete um prêmio de aquisição de obra ainda para este ano.
"Polêmicas fazem parte de um evento grande, controverso e muitas vezes complicado como a Bienal e aprendemos a viver junto com elas", declarou Cristina Freire, da equipe de curadores da exposição.
A poucos metros da curadora, Bjørnstjerne Reuter Christiansen, um dos integrantes do Superflex, estava acompanhado de Erasmo Alexandre e Carlos Renan, produtores de guaraná na região de Maués no Amazonas. O artista disse que a idéia central do Guaraná Power "é usar esta força contra a política econômica vigente e se diz que a maneira como está sendo conduzido o debate sobre isso é muito oportuno".
O produtor Erasmo Alexandre, que distribuía pó de guaraná para o público da Bienal, declarou que: "O trabalho para plantar e colher o guaraná é muito grande para o pequeno preço que uma multinacional que produz uma bebida a base de guaraná nos paga. Estamos lutando por um preço mais justo e para isso estamos buscando novos parceiros. Como, por exemplo, a parceria com o Superflex, que está dando muito certo. Hoje gostaríamos de fazer uma grande divulgação aqui na Bienal, mas fomos proibidos".
O protesto do Superflex continuou com o boneco de semente de guaraná que circulava no prédio da Bienal segurando uma placa com os dizeres em inglês: Do you copy. A frase tem um duplo significado, algo como "Você copia?" e "Você entende?".
Marcelo Cidade, que por orientação do departamento jurídico da Fundação Bienal, teve que restringir sua instalação a um único bloqueador de celular dos seis previstos originalmente pelo seu trabalho, resolveu driblar o veto circulando com quatro amigos com mochilas contendo bloqueadores de celulares.
"Foi a maneira que encontrei para finalizar meu trabalho", comenta Cidade, mostrando seu celular sem rede.
O artista mexicano Hector Zamora se declarou muito satisfeito com o resultado dos três vídeos que apresenta na Bienal: "São dois documentários poéticos sobre o trabalho que pretendia fazer no lago do Ibirapuera e um sobre a intervenção na praia de São Vicente".
O artista mexicano apresenta uma parede de elementos vazados feitos em conjunto com a artista brasileira Lucia Koch e comenta: "No pouco tempo que estive em São Paulo conheci muita gente como Lucia Koch e Marilá Dardot, e essa convivência está refletida nos trabalhos que apresento aqui".
O presidente da Fundação Bienal, Manoel Pires da Costa, perguntado sobre suas impressões sobre a 27ª Bienal, afirmou:
"Lisette Lagnado foi escolhida por um processo democrático justamente por sua audácia e a qualidade desta curadoria é excepcional. Estou maravilhado com a Bienal, que tem um tema importante que é Como Viver Junto. Estamos resgatando coisas da origem do Helio Oiticica, que representa uma passagem maravilhosa da história da arte brasileira. É claro que é Bienal propositiva, investigativa, e acho que vai gerar uma série de opiniões. O mais importante é que o público dialogue com os trabalhos e tire suas próprias conclusões".
Perguntado mais uma vez sobre as polêmicas que cercaram a abertura da Bienal, o presidente comenta:
"Eu penso que o espaço da Bienal é um espaço de debates, não é lugar homogêneo. Aqui é o lugar para aflorar o novo, a possibilidade de ver projeto de novos valores. Ao longo do período da exposição vamos observar quais obras que mais impressionaram o público. Penso que uma coisa que pode dar certo, é um prêmio em forma de aquisição de uma obra. Mas ainda estamos estudando a melhor forma de viabilizá-lo".
Alexandre Schneider/UOL
A abertura na quinta (5) da 27ª Bienal, para convidados, foi marcada pela polêmica sobre os artistas que tiveram suas obras modificadas para participarem da mostra e a declaração do presidente da Fundação Bienal, Manoel Pires da Costa que promete um prêmio de aquisição de obra ainda para este ano.
"Polêmicas fazem parte de um evento grande, controverso e muitas vezes complicado como a Bienal e aprendemos a viver junto com elas", declarou Cristina Freire, da equipe de curadores da exposição.
A poucos metros da curadora, Bjørnstjerne Reuter Christiansen, um dos integrantes do Superflex, estava acompanhado de Erasmo Alexandre e Carlos Renan, produtores de guaraná na região de Maués no Amazonas. O artista disse que a idéia central do Guaraná Power "é usar esta força contra a política econômica vigente e se diz que a maneira como está sendo conduzido o debate sobre isso é muito oportuno".
O produtor Erasmo Alexandre, que distribuía pó de guaraná para o público da Bienal, declarou que: "O trabalho para plantar e colher o guaraná é muito grande para o pequeno preço que uma multinacional que produz uma bebida a base de guaraná nos paga. Estamos lutando por um preço mais justo e para isso estamos buscando novos parceiros. Como, por exemplo, a parceria com o Superflex, que está dando muito certo. Hoje gostaríamos de fazer uma grande divulgação aqui na Bienal, mas fomos proibidos".
O protesto do Superflex continuou com o boneco de semente de guaraná que circulava no prédio da Bienal segurando uma placa com os dizeres em inglês: Do you copy. A frase tem um duplo significado, algo como "Você copia?" e "Você entende?".
Marcelo Cidade, que por orientação do departamento jurídico da Fundação Bienal, teve que restringir sua instalação a um único bloqueador de celular dos seis previstos originalmente pelo seu trabalho, resolveu driblar o veto circulando com quatro amigos com mochilas contendo bloqueadores de celulares.
"Foi a maneira que encontrei para finalizar meu trabalho", comenta Cidade, mostrando seu celular sem rede.
O artista mexicano Hector Zamora se declarou muito satisfeito com o resultado dos três vídeos que apresenta na Bienal: "São dois documentários poéticos sobre o trabalho que pretendia fazer no lago do Ibirapuera e um sobre a intervenção na praia de São Vicente".
O artista mexicano apresenta uma parede de elementos vazados feitos em conjunto com a artista brasileira Lucia Koch e comenta: "No pouco tempo que estive em São Paulo conheci muita gente como Lucia Koch e Marilá Dardot, e essa convivência está refletida nos trabalhos que apresento aqui".
O presidente da Fundação Bienal, Manoel Pires da Costa, perguntado sobre suas impressões sobre a 27ª Bienal, afirmou:
"Lisette Lagnado foi escolhida por um processo democrático justamente por sua audácia e a qualidade desta curadoria é excepcional. Estou maravilhado com a Bienal, que tem um tema importante que é Como Viver Junto. Estamos resgatando coisas da origem do Helio Oiticica, que representa uma passagem maravilhosa da história da arte brasileira. É claro que é Bienal propositiva, investigativa, e acho que vai gerar uma série de opiniões. O mais importante é que o público dialogue com os trabalhos e tire suas próprias conclusões".
Perguntado mais uma vez sobre as polêmicas que cercaram a abertura da Bienal, o presidente comenta:
"Eu penso que o espaço da Bienal é um espaço de debates, não é lugar homogêneo. Aqui é o lugar para aflorar o novo, a possibilidade de ver projeto de novos valores. Ao longo do período da exposição vamos observar quais obras que mais impressionaram o público. Penso que uma coisa que pode dar certo, é um prêmio em forma de aquisição de uma obra. Mas ainda estamos estudando a melhor forma de viabilizá-lo".
"Walk A Mile In My Shoes"
(As recorded by Joe South)
JOE SOUTH
If I could be you and you could be me for just one hour
If we could find a way to get inside each other's mind
If you could see me through your eyes instead of your ego
I believe you'd be surprised to see that you'd been blind.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
Now your whole world you see around you is just a reflection
And the law of common says you reap just what you sow
So unless you've lived a life of total perfection
You'd better be careful of every stone that you throw.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
And yet we spend the day throwing stones at one another
'Cause I don't think or wear my hair the same way you do
Well I may be common people but I'm your brother
And when you strike out and try to hurt me its a-hurtin' you.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
There are people on reservations and out in the ghettos
And brother there but for the grace of God go you and I
If I only had the wings of a little angel
Don't you know I'd fly to the top of the mountain, and then I'd cry.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes, shoes.
JOE SOUTH
If I could be you and you could be me for just one hour
If we could find a way to get inside each other's mind
If you could see me through your eyes instead of your ego
I believe you'd be surprised to see that you'd been blind.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
Now your whole world you see around you is just a reflection
And the law of common says you reap just what you sow
So unless you've lived a life of total perfection
You'd better be careful of every stone that you throw.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
And yet we spend the day throwing stones at one another
'Cause I don't think or wear my hair the same way you do
Well I may be common people but I'm your brother
And when you strike out and try to hurt me its a-hurtin' you.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes.
There are people on reservations and out in the ghettos
And brother there but for the grace of God go you and I
If I only had the wings of a little angel
Don't you know I'd fly to the top of the mountain, and then I'd cry.
Walk a mile in my shoes, walk a mile in my shoes
And before you abuse, criticize and accuse
Walk a mile in my shoes, shoes.
terça-feira, outubro 03, 2006
USP decide que 1ª fase não terá divisão pelas disciplinas
SIMONE HARNIK
da Folha de S.Paulo
A menos de dois meses do início do maior vestibular do país, a USP definiu que a prova da primeira fase não terá a divisão por disciplinas. "A opção conjunta da USP e da Fuvest foi a de apresentar as 90 questões da primeira fase em conjunto, sem a divisão por disciplinas", informou a pró-reitora de graduação, Selma Garrido Pimenta.
Mas a universidade não divulgou o número de questões de cada matéria. A única informação dada é que serão mantidos "o equilíbrio e a importância relativa das disciplinas" do ensino médio.
A reportagem procurou a pró-reitora de graduação e a questionou objetivamente sobre o número de perguntas de cada disciplina e sobre a quantidade de perguntas interdisciplinares, grandes dúvidas do exame. A professora Selma respondeu por e-mail, mas não informou a quantidade exata de questões.
Disse apenas, por meio de uma nota, que a prova será organizada com a "competência e lisura" que caracterizam a Fuvest. E completou: "A recomendação aos candidatos para que sejam bem sucedidos é a de que estudem, estudem, estudem... todas as disciplinas".
O problema para os vestibulandos é que, sem saber o total de questões de cada matéria, eles não têm como se organizar para responder a prova. Andréa Angélica Jordan Espinoza, 19, é uma das candidatas que vêem na falta de informação um empecilho. "É preciso saber como vai ser a primeira fase, porque o aluno se sente mais seguro e resolve com mais firmeza", opina.
"O tempo que se gasta para questões de humanas é diferente do tempo para perguntas de exatas. E quem é melhor em humanas começa a resolver por aí", justifica a jovem.
Para Luiz Ricardo Arruda, coordenador do Anglo, há um "lado negativo grave" na não-divulgação das características da prova. "Isso cria uma insegurança para os alunos. Precisamos de transparência. Quanto mais informação o candidato tiver, melhor para ele vencer esse obstáculo que é o vestibular", aponta. Mas afirma que os alunos bem preparados não deverão sofrer com as mudanças.
Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo, pondera: "O estudante tem de ter confiança no aprendizado dele. Precisa ter calma. A divisão por disciplinas muitas vezes só gera ansiedade. É preciso reconhecer que o conhecimento não é compartimentado".
da Folha de S.Paulo
A menos de dois meses do início do maior vestibular do país, a USP definiu que a prova da primeira fase não terá a divisão por disciplinas. "A opção conjunta da USP e da Fuvest foi a de apresentar as 90 questões da primeira fase em conjunto, sem a divisão por disciplinas", informou a pró-reitora de graduação, Selma Garrido Pimenta.
Mas a universidade não divulgou o número de questões de cada matéria. A única informação dada é que serão mantidos "o equilíbrio e a importância relativa das disciplinas" do ensino médio.
A reportagem procurou a pró-reitora de graduação e a questionou objetivamente sobre o número de perguntas de cada disciplina e sobre a quantidade de perguntas interdisciplinares, grandes dúvidas do exame. A professora Selma respondeu por e-mail, mas não informou a quantidade exata de questões.
Disse apenas, por meio de uma nota, que a prova será organizada com a "competência e lisura" que caracterizam a Fuvest. E completou: "A recomendação aos candidatos para que sejam bem sucedidos é a de que estudem, estudem, estudem... todas as disciplinas".
O problema para os vestibulandos é que, sem saber o total de questões de cada matéria, eles não têm como se organizar para responder a prova. Andréa Angélica Jordan Espinoza, 19, é uma das candidatas que vêem na falta de informação um empecilho. "É preciso saber como vai ser a primeira fase, porque o aluno se sente mais seguro e resolve com mais firmeza", opina.
"O tempo que se gasta para questões de humanas é diferente do tempo para perguntas de exatas. E quem é melhor em humanas começa a resolver por aí", justifica a jovem.
Para Luiz Ricardo Arruda, coordenador do Anglo, há um "lado negativo grave" na não-divulgação das características da prova. "Isso cria uma insegurança para os alunos. Precisamos de transparência. Quanto mais informação o candidato tiver, melhor para ele vencer esse obstáculo que é o vestibular", aponta. Mas afirma que os alunos bem preparados não deverão sofrer com as mudanças.
Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo, pondera: "O estudante tem de ter confiança no aprendizado dele. Precisa ter calma. A divisão por disciplinas muitas vezes só gera ansiedade. É preciso reconhecer que o conhecimento não é compartimentado".
segunda-feira, outubro 02, 2006
Pontos Cegos
Piloto de Boeing teria pedido para subir antes de bater em jato
da Agência Folha
da Folha de S.Paulo
As gravações dos diálogos do controle de vôo de Manaus (AM) teriam registrado um pedido do piloto do Boeing da Gol para mudar de nível, de 35 mil pés para 39 mil pés. Esse pedido teria ocorrido às 16h35 da última sexta-feira. O Legacy estaria a 37 mil pés. O acidente aéreo teria ocorrido por volta das 17h.
A informação, vinda de pessoas ligadas ao setor da aviação brasileira, pode explicar o que provocou o acidente, considerado o maior da história do país e que vitimou 155 pessoas. Segundo essa hipótese, o Boeing, no momento em que ampliava a altitude de 35 mil pés para 39 mil pés, poderia ter se chocado com o Legacy, que estava na faixa dos 37 mil pés.
Ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que, em depoimento, os pilotos do Legacy que colidiu com o Boeing afirmaram que os equipamentos do aparelho estavam em perfeita ordem antes e depois do incidente, ocorrido na última sexta.
Eles disseram que equipamentos como o transponder, a antena que envia e recebe dados do avião, e o dispositivo para evitar colisões em pleno ar, estavam ligados da decolagem em São José dos Campos até o pouso em Cachimbo (PA). De acordo com o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, isso terá de ser comprovado ou não a partir da análise da caixa-preta do Legacy.
O equipamento, que registra o funcionamento dos instrumentos de bordo e a comunicação entre os pilotos e o controle aéreo, já está sendo analisado. "A única coisa que dá para afirmar por enquanto é que houve a colisão", disse a diretora da Anac Denise Abreu.
Ela não deu outros detalhes sobre as investigações ou sobre aspectos técnicos, dizendo que isso caberia à Aeronáutica, mas afirmou ser "praticamente zero" a possibilidade de que tenha havido falha do controle aéreo, o que dá a entender que, para a agência, a falha ocorreu em uma das duas aeronaves.
Segundo a reportagem apurou, o Legacy sumiu das telas dos radares já antes do choque. O presidente da Anac não quis comentar a informação, mas indiretamente admitiu aquilo que a Aeronáutica sempre faz questão de negar: que há a possibilidade de haver "pontos cegos" na cobertura de radar do país.
Relatório
Os Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) 1 e 4, responsáveis pelo controle de todo o tráfego aéreo nas regiões Norte, Centro-oeste e Sudeste do Brasil irão entregar nos próximos dias ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) um relatório completo de tudo o que ocorreu durante os vôos do Boeing da Gol e o Legacy.
De acordo com o coronel aviador Eduardo Antonio Carcavallo Filho, responsável pelo Cindacta 4, o cruzamento das informações das rotas utilizadas pelas duas aeronaves poderá esclarecer parte do que ocorreu no ar, na tarde da última sexta-feira.
O coronel também disse que ainda não é possível determinar se algum dos aviões desapareceu ou não dos radares dos centros de controle da Aeronáutica e também qual das duas aeronaves pode ter alterado a sua rota original.
A Folha tentou contatar durante a tarde de ontem, por telefone, os responsáveis pelo Cindacta 1. Todos os funcionários diziam estar proibidos de dar informações e que todas elas serão passadas em momento certo pelo setor de comunicação da Aeronáutica.
da Agência Folha
da Folha de S.Paulo
As gravações dos diálogos do controle de vôo de Manaus (AM) teriam registrado um pedido do piloto do Boeing da Gol para mudar de nível, de 35 mil pés para 39 mil pés. Esse pedido teria ocorrido às 16h35 da última sexta-feira. O Legacy estaria a 37 mil pés. O acidente aéreo teria ocorrido por volta das 17h.
A informação, vinda de pessoas ligadas ao setor da aviação brasileira, pode explicar o que provocou o acidente, considerado o maior da história do país e que vitimou 155 pessoas. Segundo essa hipótese, o Boeing, no momento em que ampliava a altitude de 35 mil pés para 39 mil pés, poderia ter se chocado com o Legacy, que estava na faixa dos 37 mil pés.
Ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que, em depoimento, os pilotos do Legacy que colidiu com o Boeing afirmaram que os equipamentos do aparelho estavam em perfeita ordem antes e depois do incidente, ocorrido na última sexta.
Eles disseram que equipamentos como o transponder, a antena que envia e recebe dados do avião, e o dispositivo para evitar colisões em pleno ar, estavam ligados da decolagem em São José dos Campos até o pouso em Cachimbo (PA). De acordo com o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, isso terá de ser comprovado ou não a partir da análise da caixa-preta do Legacy.
O equipamento, que registra o funcionamento dos instrumentos de bordo e a comunicação entre os pilotos e o controle aéreo, já está sendo analisado. "A única coisa que dá para afirmar por enquanto é que houve a colisão", disse a diretora da Anac Denise Abreu.
Ela não deu outros detalhes sobre as investigações ou sobre aspectos técnicos, dizendo que isso caberia à Aeronáutica, mas afirmou ser "praticamente zero" a possibilidade de que tenha havido falha do controle aéreo, o que dá a entender que, para a agência, a falha ocorreu em uma das duas aeronaves.
Segundo a reportagem apurou, o Legacy sumiu das telas dos radares já antes do choque. O presidente da Anac não quis comentar a informação, mas indiretamente admitiu aquilo que a Aeronáutica sempre faz questão de negar: que há a possibilidade de haver "pontos cegos" na cobertura de radar do país.
Relatório
Os Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) 1 e 4, responsáveis pelo controle de todo o tráfego aéreo nas regiões Norte, Centro-oeste e Sudeste do Brasil irão entregar nos próximos dias ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) um relatório completo de tudo o que ocorreu durante os vôos do Boeing da Gol e o Legacy.
De acordo com o coronel aviador Eduardo Antonio Carcavallo Filho, responsável pelo Cindacta 4, o cruzamento das informações das rotas utilizadas pelas duas aeronaves poderá esclarecer parte do que ocorreu no ar, na tarde da última sexta-feira.
O coronel também disse que ainda não é possível determinar se algum dos aviões desapareceu ou não dos radares dos centros de controle da Aeronáutica e também qual das duas aeronaves pode ter alterado a sua rota original.
A Folha tentou contatar durante a tarde de ontem, por telefone, os responsáveis pelo Cindacta 1. Todos os funcionários diziam estar proibidos de dar informações e que todas elas serão passadas em momento certo pelo setor de comunicação da Aeronáutica.
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