autocatálise
{verbete}
Datação
1949 cf. MS10
Acepções
? substantivo feminino
Rubrica: química.
numa reação química, catálise efetuada por um dos seus próprios produtos
Etimologia
aut(o)- + catálise; ver cata- e lise
sábado, julho 30, 2005
dicionário
motivação
{verbete}
Datação
1899 cf. CF1
Acepções
? substantivo feminino
ato ou efeito de motivar
1 Rubrica: termo jurídico.
justificação, fundamento de uma decisão judicial
2 Rubrica: lingüística, semiologia.
no signo (lingüístico ou não), a relação de semelhança (lógica ou analógica) que pode ocorrer entre o significante e o significado
3 Rubrica: psicologia.
conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual
Locuções
m. altruísta
a que considera e favorece o bem-estar de outrem
m. de eficácia
Rubrica: psicologia.
m.q. competência ('capacidade')
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. de eficácia
Rubrica: psicologia.
m.q. competência ('capacidade')
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
Etimologia
motivar + -ção; cp. fr. motivation (início do sXX); ver mov-
Sinônimos
ver sinonímia de causa
Antônimos
desmotivação; ver antonímia de causa
{verbete}
Datação
1899 cf. CF1
Acepções
? substantivo feminino
ato ou efeito de motivar
1 Rubrica: termo jurídico.
justificação, fundamento de uma decisão judicial
2 Rubrica: lingüística, semiologia.
no signo (lingüístico ou não), a relação de semelhança (lógica ou analógica) que pode ocorrer entre o significante e o significado
3 Rubrica: psicologia.
conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual
Locuções
m. altruísta
a que considera e favorece o bem-estar de outrem
m. de eficácia
Rubrica: psicologia.
m.q. competência ('capacidade')
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. de eficácia
Rubrica: psicologia.
m.q. competência ('capacidade')
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. fonética
Rubrica: lingüística.
motivação de caráter externo à língua que ocorre quando se pretende que a forma fônica do signo lingüístico se assemelhe à coisa representada na língua [O grau máximo de motivação fônica ocorre com a onomatopéia, p.ex., em um vocábulo como zunzum com o qual se procura imitar o ruído produzido pelo vôo das abelhas.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. mórfica ou morfológica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre entre palavras já existentes na língua (de caráter interno), causada esp. pelos processos de derivação e composição [É exemplo de motivação mórfica a relação entre traseiro e dianteiro, ou entre superpor, superpovoar e superlotar, ou ainda a formação de dezoito resultante da combinação de dez com oito.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
m. semântica
Rubrica: lingüística.
motivação que ocorre esp. em linguagem figurada quando se relacionam palavras da língua semelhantes em um ou mais sentidos [Há, p.ex., em 'braço do corpo' e 'braço do rio' uma associação motivada pelo sentido 'algo que se estende articuladamente de um ponto a outro'.]
Etimologia
motivar + -ção; cp. fr. motivation (início do sXX); ver mov-
Sinônimos
ver sinonímia de causa
Antônimos
desmotivação; ver antonímia de causa
sexta-feira, julho 29, 2005
born slippy
Drive boy dog boy dirty numb angel boy
In the doorway boy she was a lipstick boy
She was a beautiful boy and tears boy
And all in your innerspace boy you had
Hands girl boy and steel boy you had
Chemicals boy I’ve grown so close to you
Boy and you just groan boy she said
Comeover comeover she smiled at you boy.
Let your feelings slip boy but never your mask boy
Random blonde bio high density rhythm blonde boy
Blonde country blonde high density
You are my drug boy you’re real boy speak to me
And boy dog dirty numb cracking boy
You get wet boy big big time boy
Acid bear boy babes and babes and babes and
Babes and babes and remembering nothing boy.
You like my tin horn boy and get wet like an angel.
Derail.
You got a velvet mouth you’re so succulent and beautiful
Shimmering and dirty wonderful and hot times
On your telephone line and God and everything
On your telephone and in walk an angel.
And look at me your mom squatting pissed in
A tube hole at tottenham court
Road I just come out of the ship
Talking to the most blonde I ever met.
Shouting
Lager lager lager lager shouting
Lager lager lager lager shouting
Lager lager lager shouting
Mega mega white thing mega mega white thing
Mega mega white thing mega mega shouting
Lager lager lager lager mega mega white thing
Mega mega white thing
So many things to see and do in the tube hole
True blonde going back to romford
Mega mega mega going back to romford
Hi mom are you having fun and now are you on
Your way to a new tension headache
In the doorway boy she was a lipstick boy
She was a beautiful boy and tears boy
And all in your innerspace boy you had
Hands girl boy and steel boy you had
Chemicals boy I’ve grown so close to you
Boy and you just groan boy she said
Comeover comeover she smiled at you boy.
Let your feelings slip boy but never your mask boy
Random blonde bio high density rhythm blonde boy
Blonde country blonde high density
You are my drug boy you’re real boy speak to me
And boy dog dirty numb cracking boy
You get wet boy big big time boy
Acid bear boy babes and babes and babes and
Babes and babes and remembering nothing boy.
You like my tin horn boy and get wet like an angel.
Derail.
You got a velvet mouth you’re so succulent and beautiful
Shimmering and dirty wonderful and hot times
On your telephone line and God and everything
On your telephone and in walk an angel.
And look at me your mom squatting pissed in
A tube hole at tottenham court
Road I just come out of the ship
Talking to the most blonde I ever met.
Shouting
Lager lager lager lager shouting
Lager lager lager lager shouting
Lager lager lager shouting
Mega mega white thing mega mega white thing
Mega mega white thing mega mega shouting
Lager lager lager lager mega mega white thing
Mega mega white thing
So many things to see and do in the tube hole
True blonde going back to romford
Mega mega mega going back to romford
Hi mom are you having fun and now are you on
Your way to a new tension headache
Droga utilizada por cardíacos pode reprimir lembrança ruim
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Você tem uma lembrança horrível, que causa pânico, pesadelos e piora sua vida? Tome um beta-bloqueador e viva feliz para todo o sempre. Essa receita fora do comum está sendo demonstrada agora como real. Beta-bloqueadores são remédios largamente usados para problemas cardíacos, como tratar pressão alta.
Mas um grupo de psiquiatras nos EUA descobriu que essas drogas também agem afetando memórias, notadamente apagando as ruins, se administradas no momento certo, segundo notícia veiculada nesta quinta-feira pela revista "Nature".
Segundo a revista, uma equipe de psiquiatras em Nova York vai em breve enviar artigo sobre seu estudo para uma revista científica. A pesquisa envolve o uso de beta-bloqueadores para afetar a memória de vítimas de PTSD --sigla em inglês para distúrbio de estresse pós-traumático.
Uma em cada três pessoas envolvidas num evento traumático como um dos recentes atentados terroristas em Londres terá sintomas da síndrome, como ataques de pânico e lembranças despertadas por sinais associados, como sirenes ou sons de explosão.
Pesquisas feitas com ratos já mostraram que o beta-bloqueador propanolol afetou a capacidade do animal de reagir a estímulos negativos --como um som tocado logo antes de receber um choque elétrico. Os ratos perdem o medo associado ao toque sonoro.
Segundo a psiquiatra Margaret Altemus, da Universidade Cornell, citada pela revista, a memória do evento e o medo associado a ele sempre ocorrem juntos.
Os voluntários do estudo clínico tomam uma dose de propanolol ao sentirem os sintomas do estresse pós-trauma. Os cientistas acham que a droga deve cortar a ligação entre lembrança e medo.
As terapias hoje procuram lidar com o problema ao tentar fazer o paciente pensar em experiências felizes como contraponto, mas um terço das pessoas não consegue. Usar uma droga seria uma opção, mas há o risco de o tratamento ser explorado para outros fins --por exemplo, temem alguns psiquiatras, para militares fazerem seus soldados esquecerem traumas de combate.
da Folha de S.Paulo
Você tem uma lembrança horrível, que causa pânico, pesadelos e piora sua vida? Tome um beta-bloqueador e viva feliz para todo o sempre. Essa receita fora do comum está sendo demonstrada agora como real. Beta-bloqueadores são remédios largamente usados para problemas cardíacos, como tratar pressão alta.
Mas um grupo de psiquiatras nos EUA descobriu que essas drogas também agem afetando memórias, notadamente apagando as ruins, se administradas no momento certo, segundo notícia veiculada nesta quinta-feira pela revista "Nature".
Segundo a revista, uma equipe de psiquiatras em Nova York vai em breve enviar artigo sobre seu estudo para uma revista científica. A pesquisa envolve o uso de beta-bloqueadores para afetar a memória de vítimas de PTSD --sigla em inglês para distúrbio de estresse pós-traumático.
Uma em cada três pessoas envolvidas num evento traumático como um dos recentes atentados terroristas em Londres terá sintomas da síndrome, como ataques de pânico e lembranças despertadas por sinais associados, como sirenes ou sons de explosão.
Pesquisas feitas com ratos já mostraram que o beta-bloqueador propanolol afetou a capacidade do animal de reagir a estímulos negativos --como um som tocado logo antes de receber um choque elétrico. Os ratos perdem o medo associado ao toque sonoro.
Segundo a psiquiatra Margaret Altemus, da Universidade Cornell, citada pela revista, a memória do evento e o medo associado a ele sempre ocorrem juntos.
Os voluntários do estudo clínico tomam uma dose de propanolol ao sentirem os sintomas do estresse pós-trauma. Os cientistas acham que a droga deve cortar a ligação entre lembrança e medo.
As terapias hoje procuram lidar com o problema ao tentar fazer o paciente pensar em experiências felizes como contraponto, mas um terço das pessoas não consegue. Usar uma droga seria uma opção, mas há o risco de o tratamento ser explorado para outros fins --por exemplo, temem alguns psiquiatras, para militares fazerem seus soldados esquecerem traumas de combate.
Punks de várias gerações unem forças para salvar o clube CBGB, berço do punk rock de Nova York
Reuters
Por Jordan Heller Weissman
NOVA YORK (Billboard) - Grupos e artistas punks de várias gerações prometeram dar seu apoio ao clube nova-iorquino CBGB. O espaço está lutando para renovar seu contrato de aluguel, que está prestes a chegar ao fim. O clube corre o risco de ser obrigado a fechar.
Nas próximas semanas, artistas como The Misfits, Thursday, Against Me, Liars, Dead Boys, Gorilla Biscuits e The Vandals vão se apresentar no clube numa série de concertos beneficentes para levantar fundos para a campanha do clube.
O fundo Save CBGB (Salve o CBGB) visa pagar as despesas legais do clube no lobby que este está fazendo junto ao Comitê de Residentes do Bowery (Bowery Residents Committee, ou BRC), proprietário do imóvel no qual o clube está instalado. O comitê é uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços e abrigo para nova-iorquinos sem-teto ou deficientes físicos.
Outros artistas programados para se apresentar no clube incluem o Living Color, Flipper, Kid Dynamite, Bush Tetras, Chevelle, The Exit e World Inferno Friendship Society.
Além das apresentações, artistas e grupos como The Bangles, Elvis Costello e Sting já doaram objetos pessoais para um leilão destinado a levantar fundos. Steven Van Zandt, do E Street Band, também vem procurando negociar com o BRC, assim como o ex-vocalista dos Talking Heads, David Byrne, que se ofereceu para ajudar na mediação.
O proprietário do CBGB, Hilly Kristal, disse: "O CBGB está a favor da luta do BRC para ajudar os sem-teto. Nós só queremos renovar nosso contrato de leasing, para conservar esta casa histórica em seu local original."
O conflito se deve a uma série de aumentos do aluguel. De acordo com um porta-voz do CBGB, Scott Goodstein, em várias ocasiões o BRC aumentou o aluguel do imóvel ocupado pelo CBGB, no endereço 313 Bowery, sem informar o clube corretamente do que estava fazendo e, mais tarde, levando a questão à justiça para poder cobrar juros. A disputa mais recente envolve cerca de 80 mil dólares em aluguéis atrasados que o BRC afirma que lhe são devidos.
Em maio, o BRC interrompeu as negociações com Kristal sobre a renovação do contrato de leasing do espaço do clube. O contrato vai terminar em 31 de agosto. O comitê alegou que o clube violou normas de segurança anti-incêndios, entre outros problemas. De acordo com Goodstein, essas acusações são mera desculpa; o que o comitê quer realmente, segundo ele, é dobrar a receita que pode obter com o imóvel.
Se houvesse riscos de segurança reais, disse ele, "a prefeitura não nos deixaria operar". Um representante do BRC não respondeu ao pedido de comentário sobre a situação.
Goodstein diz que não existe a possibilidade de transferir o clube para outro local. "Não dá para mudar de lugar o palco e o clube onde tantas bandas tocaram, desde onde elas foram lançadas", ele explicou. "O CBGB é o Bowery. O único lugar onde esse tipo de energia nova-iorquina poderia acontecer e se expressar é o Bowery."
Ele diz que, se o contrato de leasing for renovado, "estamos dispostos a transferir todo o dinheiro da conta 'save CBGB' ao BRC". A organização de sem-teto ajuda a comunidade, diz ele, e artistas ficariam felizes em ter a oportunidade de ajudar pessoas carentes. "Os músicos adoram fazer coisas desse tipo."
Por Jordan Heller Weissman
NOVA YORK (Billboard) - Grupos e artistas punks de várias gerações prometeram dar seu apoio ao clube nova-iorquino CBGB. O espaço está lutando para renovar seu contrato de aluguel, que está prestes a chegar ao fim. O clube corre o risco de ser obrigado a fechar.
Nas próximas semanas, artistas como The Misfits, Thursday, Against Me, Liars, Dead Boys, Gorilla Biscuits e The Vandals vão se apresentar no clube numa série de concertos beneficentes para levantar fundos para a campanha do clube.
O fundo Save CBGB (Salve o CBGB) visa pagar as despesas legais do clube no lobby que este está fazendo junto ao Comitê de Residentes do Bowery (Bowery Residents Committee, ou BRC), proprietário do imóvel no qual o clube está instalado. O comitê é uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços e abrigo para nova-iorquinos sem-teto ou deficientes físicos.
Outros artistas programados para se apresentar no clube incluem o Living Color, Flipper, Kid Dynamite, Bush Tetras, Chevelle, The Exit e World Inferno Friendship Society.
Além das apresentações, artistas e grupos como The Bangles, Elvis Costello e Sting já doaram objetos pessoais para um leilão destinado a levantar fundos. Steven Van Zandt, do E Street Band, também vem procurando negociar com o BRC, assim como o ex-vocalista dos Talking Heads, David Byrne, que se ofereceu para ajudar na mediação.
O proprietário do CBGB, Hilly Kristal, disse: "O CBGB está a favor da luta do BRC para ajudar os sem-teto. Nós só queremos renovar nosso contrato de leasing, para conservar esta casa histórica em seu local original."
O conflito se deve a uma série de aumentos do aluguel. De acordo com um porta-voz do CBGB, Scott Goodstein, em várias ocasiões o BRC aumentou o aluguel do imóvel ocupado pelo CBGB, no endereço 313 Bowery, sem informar o clube corretamente do que estava fazendo e, mais tarde, levando a questão à justiça para poder cobrar juros. A disputa mais recente envolve cerca de 80 mil dólares em aluguéis atrasados que o BRC afirma que lhe são devidos.
Em maio, o BRC interrompeu as negociações com Kristal sobre a renovação do contrato de leasing do espaço do clube. O contrato vai terminar em 31 de agosto. O comitê alegou que o clube violou normas de segurança anti-incêndios, entre outros problemas. De acordo com Goodstein, essas acusações são mera desculpa; o que o comitê quer realmente, segundo ele, é dobrar a receita que pode obter com o imóvel.
Se houvesse riscos de segurança reais, disse ele, "a prefeitura não nos deixaria operar". Um representante do BRC não respondeu ao pedido de comentário sobre a situação.
Goodstein diz que não existe a possibilidade de transferir o clube para outro local. "Não dá para mudar de lugar o palco e o clube onde tantas bandas tocaram, desde onde elas foram lançadas", ele explicou. "O CBGB é o Bowery. O único lugar onde esse tipo de energia nova-iorquina poderia acontecer e se expressar é o Bowery."
Ele diz que, se o contrato de leasing for renovado, "estamos dispostos a transferir todo o dinheiro da conta 'save CBGB' ao BRC". A organização de sem-teto ajuda a comunidade, diz ele, e artistas ficariam felizes em ter a oportunidade de ajudar pessoas carentes. "Os músicos adoram fazer coisas desse tipo."
dicionário.
animismo
{verbete}
Datação
1858 cf. MS6
Acepções
? substantivo masculino
1 Rubrica: filosofia, história da medicina.
doutrina explicativa do funcionamento do corpo humano formulada pelo médico e químico alemão Georg Ernst Stahl (1660-1734), com base no conceito tradicional de alma
Obs.: cf. vitalismo
2 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
cada uma das doutrinas que afirmam a existência da alma humana, considerada como princípio e sustentação de todas as atividades orgânicas, esp. das percepções, sentimentos e pensamentos
3 Derivação: por analogia. Rubrica: antropologia.
segundo Tylor (1832-1917), o primeiro estágio da evolução religiosa da humanidade, no qual o homem dito primitivo crê que todas as formas identificáveis da natureza possuem uma alma e agem intencionalmente [Concepção rejeitada pela antropologia do sXX.]
4 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
estágio primordial da atividade racional e cognitiva em nossa espécie, no qual a motivação e a ação intencional da subjetividade humana são atribuídas à realidade objetiva
5 Derivação: por analogia. Rubrica: pedagogia.
em Piaget (1896-1980), fase primeva do desenvolvimento intelectual infantil
Etimologia
anim(i/o)- + -ismo; por influxo do fr. animisme (1781) 'id.' e, este, do alemão Animismus 'id.', t. forjado por Georg Stahl, do lat. anìma 'alma' + -ismus
{verbete}
Datação
1858 cf. MS6
Acepções
? substantivo masculino
1 Rubrica: filosofia, história da medicina.
doutrina explicativa do funcionamento do corpo humano formulada pelo médico e químico alemão Georg Ernst Stahl (1660-1734), com base no conceito tradicional de alma
Obs.: cf. vitalismo
2 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
cada uma das doutrinas que afirmam a existência da alma humana, considerada como princípio e sustentação de todas as atividades orgânicas, esp. das percepções, sentimentos e pensamentos
3 Derivação: por analogia. Rubrica: antropologia.
segundo Tylor (1832-1917), o primeiro estágio da evolução religiosa da humanidade, no qual o homem dito primitivo crê que todas as formas identificáveis da natureza possuem uma alma e agem intencionalmente [Concepção rejeitada pela antropologia do sXX.]
4 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
estágio primordial da atividade racional e cognitiva em nossa espécie, no qual a motivação e a ação intencional da subjetividade humana são atribuídas à realidade objetiva
5 Derivação: por analogia. Rubrica: pedagogia.
em Piaget (1896-1980), fase primeva do desenvolvimento intelectual infantil
Etimologia
anim(i/o)- + -ismo; por influxo do fr. animisme (1781) 'id.' e, este, do alemão Animismus 'id.', t. forjado por Georg Stahl, do lat. anìma 'alma' + -ismus
quinta-feira, julho 28, 2005
Usando guaraná, dinamarqueses criam cerveja 'de código aberto'
da BBC, em Londres
Um grupo de estudantes da Universidade de Informática de Copenhague, na Dinamarca, criou o que eles estão chamando de "primeira cerveja de código aberto".
A idéia vem dos programas de computador de código aberto, como o Linux. O código desses programas está disponível para o público fazer mudanças e melhorá-los. Essas mudanças são então compartilhadas com o resto do público.
A cerveja chama-se Vores Oel, ou Nossa Cerveja, em tradução livre. Ramus Nielsen, que lidera um grupo de artistas baseados em Copenhague chamado Superflex, teve a idéia para desafiar o conceito de cerveja "patenteada".
Fora do mundo digital
Nielsen foi fazer uma palestra a respeito de propriedade intelectual e patente na Universidade de Informática de Copenhague e perguntou aos estudantes para pensar sobre a idéia de aplicar a idéia de código aberto fora do mundo digital.
"Por que não pegar estas idéias e aplicá-las a outros setores também?", perguntou Nielsen.
Questionado por que a cerveja foi o produto escolhido, Nielsen explicou: "É um produto que a gente gostaria que fosse grátis, mas, infelizmente, não é. Então eu achei que era um meio apropriado de confrontar essas questões".
Um grupo de 15 estudantes que participaram da palestra concordou com a idéia.
"Cerveja é um assunto de diversão num ambiente de universidade. É algo mais estimulante do que trabalhar com um objeto que não é comestível ou que não pode ser bebido", disse Thorarin Stefansson, um dos estudantes que estão participando do projeto.
Versão 1.0
Para começar o projeto, os estudantes se reuniram com o autor de um livro sobre fabricação caseira de cerveja.
Chegaram a um acordo sobre que tipo de cerveja queriam, compraram os ingredientes e fabricaram mais de 100 litros no restaurante da universidade.
A "Nossa Cerveja" é mais escura e pesada do que a tradicional cerveja dinamarquesa, e os estudantes decidiram colocar um ingrediente diferente: guaraná.
Stefansson conta que ele e os demais estudantes decidiram batizar o produto de Nossa Cerveja, Versão 1.0.
"Como na indústria de programas de computadores, a primeira versão é a 1.0. Abre espaço para o aperfeiçoamento."
O grupo também criou uma página na internet para a cerveja, com música tema e efeitos sonoros. Tudo de código aberto. E, o mais importante, os estudantes liberaram a receita sob a Licença Criativa de Bens Comuns.
"Você é livre para mudar (a receita). Mas, se você usa a nossa receita como base para a sua cerveja, é preciso abrir (o código da) sua receita também. Este é o sistema legal que segue a cerveja", disse Nielsen.
Os autores das novas receitas podem até vender suas cervejas, mas precisam dar o crédito da receita inicial à Nossa Cerveja.
Nielsen afirmou que o projeto já é um sucesso.
"Temos um monte de questões enviadas por pequenos fabricantes de cerveja do Brasil, do México e até do Afeganistão", disse.
Para Nielsen, o projeto da "Nossa Cerveja" visa mostrar que o modelo de código aberto pode ser usado para outros produtos, como por exemplo, no caso de países em desenvolvimento usando o conceito para fabricar medicamentos de combate à Aids.
Um grupo de estudantes da Universidade de Informática de Copenhague, na Dinamarca, criou o que eles estão chamando de "primeira cerveja de código aberto".
A idéia vem dos programas de computador de código aberto, como o Linux. O código desses programas está disponível para o público fazer mudanças e melhorá-los. Essas mudanças são então compartilhadas com o resto do público.
A cerveja chama-se Vores Oel, ou Nossa Cerveja, em tradução livre. Ramus Nielsen, que lidera um grupo de artistas baseados em Copenhague chamado Superflex, teve a idéia para desafiar o conceito de cerveja "patenteada".
Fora do mundo digital
Nielsen foi fazer uma palestra a respeito de propriedade intelectual e patente na Universidade de Informática de Copenhague e perguntou aos estudantes para pensar sobre a idéia de aplicar a idéia de código aberto fora do mundo digital.
"Por que não pegar estas idéias e aplicá-las a outros setores também?", perguntou Nielsen.
Questionado por que a cerveja foi o produto escolhido, Nielsen explicou: "É um produto que a gente gostaria que fosse grátis, mas, infelizmente, não é. Então eu achei que era um meio apropriado de confrontar essas questões".
Um grupo de 15 estudantes que participaram da palestra concordou com a idéia.
"Cerveja é um assunto de diversão num ambiente de universidade. É algo mais estimulante do que trabalhar com um objeto que não é comestível ou que não pode ser bebido", disse Thorarin Stefansson, um dos estudantes que estão participando do projeto.
Versão 1.0
Para começar o projeto, os estudantes se reuniram com o autor de um livro sobre fabricação caseira de cerveja.
Chegaram a um acordo sobre que tipo de cerveja queriam, compraram os ingredientes e fabricaram mais de 100 litros no restaurante da universidade.
A "Nossa Cerveja" é mais escura e pesada do que a tradicional cerveja dinamarquesa, e os estudantes decidiram colocar um ingrediente diferente: guaraná.
Stefansson conta que ele e os demais estudantes decidiram batizar o produto de Nossa Cerveja, Versão 1.0.
"Como na indústria de programas de computadores, a primeira versão é a 1.0. Abre espaço para o aperfeiçoamento."
O grupo também criou uma página na internet para a cerveja, com música tema e efeitos sonoros. Tudo de código aberto. E, o mais importante, os estudantes liberaram a receita sob a Licença Criativa de Bens Comuns.
"Você é livre para mudar (a receita). Mas, se você usa a nossa receita como base para a sua cerveja, é preciso abrir (o código da) sua receita também. Este é o sistema legal que segue a cerveja", disse Nielsen.
Os autores das novas receitas podem até vender suas cervejas, mas precisam dar o crédito da receita inicial à Nossa Cerveja.
Nielsen afirmou que o projeto já é um sucesso.
"Temos um monte de questões enviadas por pequenos fabricantes de cerveja do Brasil, do México e até do Afeganistão", disse.
Para Nielsen, o projeto da "Nossa Cerveja" visa mostrar que o modelo de código aberto pode ser usado para outros produtos, como por exemplo, no caso de países em desenvolvimento usando o conceito para fabricar medicamentos de combate à Aids.
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quarta-feira, julho 27, 2005
dicionário
ontologia
{verbete}
Datação
1858 cf. MS6
Acepções
? substantivo feminino
1 Rubrica: filosofia.
segundo o aristotelismo, parte da filosofia que tem por objeto o estudo das propriedades mais gerais do ser, apartada da infinidade de determinações que, ao qualificá-lo particularmente, ocultam sua natureza plena e integral; metafísica ontológica
2 Rubrica: filosofia.
no heideggerianismo, reflexão a respeito do sentido abrangente do ser, como aquilo que torna possível as múltiplas existências [Opõe-se à tradição metafísica que, em sua orientação teológica, teria transformado o ser em geral num mero ente com atributos divinos.]
3 Rubrica: história da medicina.
doutrina que estuda o ser da doença (esp. o ser das febres), como se a enfermidade existisse em conformidade a um tipo bem definido, a uma essência
Etimologia
ont(o)- + -logia; f.hist. 1858 ontología
{verbete}
Datação
1858 cf. MS6
Acepções
? substantivo feminino
1 Rubrica: filosofia.
segundo o aristotelismo, parte da filosofia que tem por objeto o estudo das propriedades mais gerais do ser, apartada da infinidade de determinações que, ao qualificá-lo particularmente, ocultam sua natureza plena e integral; metafísica ontológica
2 Rubrica: filosofia.
no heideggerianismo, reflexão a respeito do sentido abrangente do ser, como aquilo que torna possível as múltiplas existências [Opõe-se à tradição metafísica que, em sua orientação teológica, teria transformado o ser em geral num mero ente com atributos divinos.]
3 Rubrica: história da medicina.
doutrina que estuda o ser da doença (esp. o ser das febres), como se a enfermidade existisse em conformidade a um tipo bem definido, a uma essência
Etimologia
ont(o)- + -logia; f.hist. 1858 ontología
terça-feira, julho 26, 2005
dicionário
moral
{verbete}
Datação
sXIV cf. FichIVPM
Acepções
adjetivo de dois gêneros
1 concernente a ou próprio da moral
2 pertencente ao domínio do espírito do homem
3 orientado pela moral (fil); proveniente dos estudos filosóficos sobre a moral (fil)
Ex.: tratado m.
4 que segue princípios socialmente aceitos
Ex.: teve um comportamento m., ético
4.1 que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado grupo social
4.2 que denota honestidade; correto
Ex.: atitude m.
4.3 que ensina, educa; edificante
Ex.: fábula m.
? substantivo masculino
5 estado de espírito
Ex.: as endomorfinas podem contribuir para elevar o m. dos pacientes
5.1 disposição de espírito que uma pessoa apresenta para agir com maior ou menor vigor diante de circunstâncias difíceis; espírito de luta
5.2 sentimento de confiança; coragem
Ex.: homem de grande m.
v substantivo feminino
6 conjunto de valores como a honestidade, a bondade, a virtude etc., considerados universalmente como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens
Ex.: defendia a m. e os bons costumes
6.1 conjunto das regras, preceitos etc. característicos de determinado grupo social que os estabelece e defende
Ex.:
6.2 conjunto dos princípios, ger. virtuosos, adotados por um indivíduo, e que, em última análise, norteia o seu modo de agir e pensar
Ex.: <é um homem de pouca ou nenhuma m.>
7 Rubrica: filosofia.
cada um dos sistemas variáveis de leis e valores estudados pela ética (disciplina autônoma da filosofia), caracterizados por organizarem a vida das múltiplas comunidades humanas, diferenciando e definindo comportamentos proscritos, desaconselhados, permitidos ou ideais
8 Rubrica: filosofia.
parte da filosofia que estuda o comportamento humano à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das sociedades; ética
9 Derivação: por metonímia.
obra ou tratado sobre a moral
10 qualquer teoria, doutrina (não necessariamente defensora de um padrão de comportamento) que se fundamenta em certos princípios
11 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
capacidade de se impor, de influenciar ou ter ascendência, hegemonia sobre outrem
Ex.: foi lá e conseguiu a vaga na m.
Locuções
m. da história
1 lição moral que se depreende de uma obra literária [É ger. a fábula que apresenta um desfecho edificante com dimensões morais, porém outros textos literários podem-no apresentar.]
Obs.: cf. fábula (lit)
2 Derivação: por extensão de sentido.
lição, conclusão, ger. edificante, que se pode extrair de algum acontecimento, fato etc.; ensinamento
Obs.: ver uso a seguir
Etimologia
lat. moraális,e 'moral, relativo aos costumes'; como t. de filosofia, houve prov. influxo do fr. morale (1525); ver 3mor-; f.hist. sXV moraaes, sXV morall adj.
Sinônimos
ver antonímia de devasso
Antônimos
imoral; ver tb. sinonímia de devasso
Parônimos
mural(adj.2g.s.m.)
Uso
a acp. 2 da loc. moral da história é, por vezes, us. ironicamente
{verbete}
Datação
sXIV cf. FichIVPM
Acepções
adjetivo de dois gêneros
1 concernente a ou próprio da moral
2 pertencente ao domínio do espírito do homem
3 orientado pela moral (fil); proveniente dos estudos filosóficos sobre a moral (fil)
Ex.: tratado m.
4 que segue princípios socialmente aceitos
Ex.: teve um comportamento m., ético
4.1 que denota bons costumes, boa conduta, segundo os preceitos socialmente estabelecidos pela sociedade ou por determinado grupo social
4.2 que denota honestidade; correto
Ex.: atitude m.
4.3 que ensina, educa; edificante
Ex.: fábula m.
? substantivo masculino
5 estado de espírito
Ex.: as endomorfinas podem contribuir para elevar o m. dos pacientes
5.1 disposição de espírito que uma pessoa apresenta para agir com maior ou menor vigor diante de circunstâncias difíceis; espírito de luta
5.2 sentimento de confiança; coragem
Ex.: homem de grande m.
v substantivo feminino
6 conjunto de valores como a honestidade, a bondade, a virtude etc., considerados universalmente como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens
Ex.: defendia a m. e os bons costumes
6.1 conjunto das regras, preceitos etc. característicos de determinado grupo social que os estabelece e defende
Ex.:
6.2 conjunto dos princípios, ger. virtuosos, adotados por um indivíduo, e que, em última análise, norteia o seu modo de agir e pensar
Ex.: <é um homem de pouca ou nenhuma m.>
7 Rubrica: filosofia.
cada um dos sistemas variáveis de leis e valores estudados pela ética (disciplina autônoma da filosofia), caracterizados por organizarem a vida das múltiplas comunidades humanas, diferenciando e definindo comportamentos proscritos, desaconselhados, permitidos ou ideais
8 Rubrica: filosofia.
parte da filosofia que estuda o comportamento humano à luz dos valores e prescrições que regulam a vida das sociedades; ética
9 Derivação: por metonímia.
obra ou tratado sobre a moral
10 qualquer teoria, doutrina (não necessariamente defensora de um padrão de comportamento) que se fundamenta em certos princípios
11 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
capacidade de se impor, de influenciar ou ter ascendência, hegemonia sobre outrem
Ex.: foi lá e conseguiu a vaga na m.
Locuções
m. da história
1 lição moral que se depreende de uma obra literária [É ger. a fábula que apresenta um desfecho edificante com dimensões morais, porém outros textos literários podem-no apresentar.]
Obs.: cf. fábula (lit)
2 Derivação: por extensão de sentido.
lição, conclusão, ger. edificante, que se pode extrair de algum acontecimento, fato etc.; ensinamento
Obs.: ver uso a seguir
Etimologia
lat. moraális,e 'moral, relativo aos costumes'; como t. de filosofia, houve prov. influxo do fr. morale (1525); ver 3mor-; f.hist. sXV moraaes, sXV morall adj.
Sinônimos
ver antonímia de devasso
Antônimos
imoral; ver tb. sinonímia de devasso
Parônimos
mural(adj.2g.s.m.)
Uso
a acp. 2 da loc. moral da história é, por vezes, us. ironicamente
Pressão cotidiana ou humilhação continuada?
Leandro Beguoci
da reportagem local
da reportagem local
Diminuição no número de funcionários, pressão por resultados, individualização e altas taxas de desemprego, tudo isso está fazendo do ambiente de trabalho um lugar propício ao surgimento de chefes que se sentem à vontade para submeter seus empregados a condições constrangedoras. Nesse cenário, não se salva nem a Organização Internacional do Trabalho, que deveria lutar contra todo tipo de violência no ambiente profissional
>Especializada em seguros para empresas, a Chubb Seguros registrou, no primeiro semestre deste ano, um aumento de 67% na procura por sua apólice de responsabilidade de executivos. Esse produto cobre custos judiciais e eventuais punições que uma empresa tenha de pagar em razão de falhas de seus altos funcionários. Ao pesquisar os motivos desse crescimento, a Chubb notou que o interesse das empresas ao contratá-la era o de se prevenir contra o assédio moral, a perseguição sistemática de uma pessoa por outra no ambiente de trabalho. "O seguro de responsabilidade de executivos vem apresentando um crescimento significativo. A área de reclamações na administração de pessoas é uma das que mais vêm sendo procuradas", diz Renato Rodrigues, gerente do seguro de responsabilidade de executivos da Chubb.
Para Lélio Bentes, ministro do Tribunal Superior do Trabalho, a explicação para isso é que "não tem havido, por parte das empresas, uma preocupação em melhorar as condições de trabalho junto com a introdução de inovações tecnológicas e gerenciais". Segundo Margarida Barreto, uma das maiores especialistas brasileiras em assédio moral, "as empresas acham que ouvidoria e estatuto resolvem o problema, mas não resolvem". Durante seu mestrado e doutorado em psicologia do trabalho, ela se dedicou a pesquisar o número de brasileiros que sofreram algum tipo de violência no trabalho e quais foram as conseqüências dessa humilhação. Descobriu um universo que envolve atribuição de erros imaginários, boatos sobre a saúde e a família, difamação, colocação de apelidos e pressão intensa para produzir dentro de uma longa jornada de trabalho.
O universo da pesquisa de Margarida envolveu 42 mil trabalhadores de empresas públicas e privadas, governos e ONGs. Desse número, 10 mil pessoas (23,8%) declararam já ter sofrido algum tipo de violência psicológica e humilhação no trabalho. "O mais freqüente, no Brasil, é a humilhação de cima para baixo, de um subordinado por um chefe. Com a introdução de novas práticas de gestão, nos últimos 20 anos, caracterizadas pela pressão exagerada, as marcas de personalidade dos agressores afloraram e tiveram ambiente propício para se desenvolverem", diz ela.
Entre as vítimas, os dados revelam que 63% são mulheres e 37% são homens. Cerca de 70% dos homens assediados pensaram em cometer suicídio, 90% das mulheres sofreram de pensamentos fixos e perda de memória, 70% dos homens e 50% das mulheres tiveram depressão.
O trabalho de Margarida também mostrou que o tempo que uma pessoa suporta o assédio varia de acordo com o setor. Na iniciativa privada e nas ONGs, o assédio dura entre seis e 12 meses. Nos órgãos públicos, 60% dos casos duram mais de 37 meses. A duração da violência, o número de pessoas afetadas, os dramas em comum e a abrangência dos setores onde atua denunciam: ninguém está imune.
Ruy Braga, professor se sociologia da Universidade de São Paulo e especialista em sociologia do trabalho, afirma que o único caminho encontrado pelas empresas para se adequar às mudanças do mercado foi alterar sua organização interna. Tendo de cortar despesas, elas diminuíram os níveis hierárquicos, concentraram funções e criaram metas. "Surgiu a administração por estresse, por meio de metas", diz Braga.
Segundo Luiz Carlos Campos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, algumas empresas não cumprem seus códigos de ética porque seria preciso transparência em todos os níveis da administração. "Se as normas fossem cumpridas, alguns [presidentes de empresas] seriam os primeiros a serem punidos", diz. A advogada Adriana Calvo concorda: "As empresas têm medo de criar uma política de combate à violência psicológica porque não sabem, realmente, o tamanho da sujeira que está debaixo do tapete".
José Roberto Heloani, professor da Fundação Getúlio Vargas, diz que a vítima costuma ser "criativa, solidária e crítica" e o agressor, "um narcisista, alguém que gosta de pegar outro para reforçar sua autoridade".
Se conhecer as características de quem sofre e de que violenta é simples, provar a agressão, porém, é bem difícil. O advogado Mário Gonçalves Júnior diz que nunca defendeu um caso em que a humilhação fosse fácil de definir: "A violência é sub-reptícia, a pessoa acredita que o problema é com ela". Para ter certeza de que vale a pena entrar com uma ação, ele recomenda que a pessoa saiba discernir o que é pressão cotidiana do que é humilhação continuada.
Tratar bem os empregados, no entanto, não é bom só para eles. Marcos Piccini, da consultoria Hay Group, pesquisou 185 empresas brasileiras e descobriu que o lucro das 35 que melhor tratavam seus funcionários era 38% maior que o da média. "Há uma crescente preocupação em acabar com lideranças autoritárias, mas as empresas apenas "engatinham" quando o assunto é gestão de pessoas", conclui.
>Especializada em seguros para empresas, a Chubb Seguros registrou, no primeiro semestre deste ano, um aumento de 67% na procura por sua apólice de responsabilidade de executivos. Esse produto cobre custos judiciais e eventuais punições que uma empresa tenha de pagar em razão de falhas de seus altos funcionários. Ao pesquisar os motivos desse crescimento, a Chubb notou que o interesse das empresas ao contratá-la era o de se prevenir contra o assédio moral, a perseguição sistemática de uma pessoa por outra no ambiente de trabalho. "O seguro de responsabilidade de executivos vem apresentando um crescimento significativo. A área de reclamações na administração de pessoas é uma das que mais vêm sendo procuradas", diz Renato Rodrigues, gerente do seguro de responsabilidade de executivos da Chubb.
Para Lélio Bentes, ministro do Tribunal Superior do Trabalho, a explicação para isso é que "não tem havido, por parte das empresas, uma preocupação em melhorar as condições de trabalho junto com a introdução de inovações tecnológicas e gerenciais". Segundo Margarida Barreto, uma das maiores especialistas brasileiras em assédio moral, "as empresas acham que ouvidoria e estatuto resolvem o problema, mas não resolvem". Durante seu mestrado e doutorado em psicologia do trabalho, ela se dedicou a pesquisar o número de brasileiros que sofreram algum tipo de violência no trabalho e quais foram as conseqüências dessa humilhação. Descobriu um universo que envolve atribuição de erros imaginários, boatos sobre a saúde e a família, difamação, colocação de apelidos e pressão intensa para produzir dentro de uma longa jornada de trabalho.
O universo da pesquisa de Margarida envolveu 42 mil trabalhadores de empresas públicas e privadas, governos e ONGs. Desse número, 10 mil pessoas (23,8%) declararam já ter sofrido algum tipo de violência psicológica e humilhação no trabalho. "O mais freqüente, no Brasil, é a humilhação de cima para baixo, de um subordinado por um chefe. Com a introdução de novas práticas de gestão, nos últimos 20 anos, caracterizadas pela pressão exagerada, as marcas de personalidade dos agressores afloraram e tiveram ambiente propício para se desenvolverem", diz ela.
Entre as vítimas, os dados revelam que 63% são mulheres e 37% são homens. Cerca de 70% dos homens assediados pensaram em cometer suicídio, 90% das mulheres sofreram de pensamentos fixos e perda de memória, 70% dos homens e 50% das mulheres tiveram depressão.
O trabalho de Margarida também mostrou que o tempo que uma pessoa suporta o assédio varia de acordo com o setor. Na iniciativa privada e nas ONGs, o assédio dura entre seis e 12 meses. Nos órgãos públicos, 60% dos casos duram mais de 37 meses. A duração da violência, o número de pessoas afetadas, os dramas em comum e a abrangência dos setores onde atua denunciam: ninguém está imune.
Ruy Braga, professor se sociologia da Universidade de São Paulo e especialista em sociologia do trabalho, afirma que o único caminho encontrado pelas empresas para se adequar às mudanças do mercado foi alterar sua organização interna. Tendo de cortar despesas, elas diminuíram os níveis hierárquicos, concentraram funções e criaram metas. "Surgiu a administração por estresse, por meio de metas", diz Braga.
Segundo Luiz Carlos Campos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, algumas empresas não cumprem seus códigos de ética porque seria preciso transparência em todos os níveis da administração. "Se as normas fossem cumpridas, alguns [presidentes de empresas] seriam os primeiros a serem punidos", diz. A advogada Adriana Calvo concorda: "As empresas têm medo de criar uma política de combate à violência psicológica porque não sabem, realmente, o tamanho da sujeira que está debaixo do tapete".
José Roberto Heloani, professor da Fundação Getúlio Vargas, diz que a vítima costuma ser "criativa, solidária e crítica" e o agressor, "um narcisista, alguém que gosta de pegar outro para reforçar sua autoridade".
Se conhecer as características de quem sofre e de que violenta é simples, provar a agressão, porém, é bem difícil. O advogado Mário Gonçalves Júnior diz que nunca defendeu um caso em que a humilhação fosse fácil de definir: "A violência é sub-reptícia, a pessoa acredita que o problema é com ela". Para ter certeza de que vale a pena entrar com uma ação, ele recomenda que a pessoa saiba discernir o que é pressão cotidiana do que é humilhação continuada.
Tratar bem os empregados, no entanto, não é bom só para eles. Marcos Piccini, da consultoria Hay Group, pesquisou 185 empresas brasileiras e descobriu que o lucro das 35 que melhor tratavam seus funcionários era 38% maior que o da média. "Há uma crescente preocupação em acabar com lideranças autoritárias, mas as empresas apenas "engatinham" quando o assunto é gestão de pessoas", conclui.
Single de Paul McCartney chega às rádios nesta terça
da Folha Online
Chega amanhã às rádios de todo o mundo o single de Paul McCartney, "Fine Line", que está no repertório do CD do ex-Beatle, "Chaos And Creation In The Back Yard", seu 20º trabalho em estúdio, a ser lançado no dia 12 de setembro.
O novo disco de 13 faixas foi co-produzido por Nigel Godrich (Radiohead, Travis e Beck) em parceria com McCartney e gravado em Londres e Los Angeles nos últimos dois anos. Seu lançamento coincide com o início da nova turnê do músico por 37 cidades nos Estados Unidos.
"Nós realmente fomos criando muita coisa enquanto íamos em frente. Eu tentava algo novo e, se não funcionasse, tentava outro, até dar certo. Foi como fazer um carrinho de rolimã no quintal", disse McCartney, que tocou quase todos os instrumentos no novo trabalho, como bateria, guitarra, baixo, teclado, entre outros.
Chega amanhã às rádios de todo o mundo o single de Paul McCartney, "Fine Line", que está no repertório do CD do ex-Beatle, "Chaos And Creation In The Back Yard", seu 20º trabalho em estúdio, a ser lançado no dia 12 de setembro.
O novo disco de 13 faixas foi co-produzido por Nigel Godrich (Radiohead, Travis e Beck) em parceria com McCartney e gravado em Londres e Los Angeles nos últimos dois anos. Seu lançamento coincide com o início da nova turnê do músico por 37 cidades nos Estados Unidos.
"Nós realmente fomos criando muita coisa enquanto íamos em frente. Eu tentava algo novo e, se não funcionasse, tentava outro, até dar certo. Foi como fazer um carrinho de rolimã no quintal", disse McCartney, que tocou quase todos os instrumentos no novo trabalho, como bateria, guitarra, baixo, teclado, entre outros.
Pânico Moral
20.07.05
do rraurl.com
“Pânico moral” é o conceito sociológico que pode ser aplicado a uma comunidade que apresenta uma reação diante de grupos que fogem do “padrão”. Considera-se que a mídia amplia e exagera episódios ou fenômenos bem além do seu significado real, contribuindo dessa forma para a construção do "Pânico moral". Isso não lembra alguma coisa?
Quem achava que capas de revista e programas no melhor estilo “mundo cão” não iriam surtir efeito, a prova vem sendo mostrada no calendário de festas e raves. Palavras como “suspensa”, “cancelada” são cada vez mais presentes.
A triste lista cresce com uma regularidade que incomoda. Como já bem apontou a coluna Bate-Estaca (link abaixo), os núcleos Circuito, SP Groove, The Influence e Odisséia já mudaram seus rumos. As duas primeiras mantêm as datas pré-acertadas, mas a Circuito vai ser indoor. Isso porque os locais onde iriam rolar as festas ao ar livre não foram cedidos pelos proprietários - eles estão receosos com a possibilidade de ver seu imóvel, também utilizado para outros tipos de evento, figurando entre as “temíveis” raves, mesmo conhecendo e confiando em quem aluga o local. Allex S, nome por trás da SP Groove, conta que a festa vai rolar no dia 17 de setembro mas ainda sem local divulgado: “Tô trabalhando para manter a data. Até porque a festa tá toda pronta, line up, etc. Mas o local e formato ainda não foi definido”, diz. Já os núcleos Odisséia, Influence e Wicked (do interior paulista) e Techno Route cogitam dar um tempo ou realizar eventos indoor.
Outra rave cancelada foi a Magikland, de trance psicodélico. O comunicado oficial da organização levanta um dos pontos mais delicados dessa situação: o fornecimento de alvarás e licenças. Segundo o núcleo, “a Magikland solicitou a documentação necessária para a realização do evento, mas devido aos últimos acontecimentos, as prefeituras locais negaram os pedidos de alvará mesmo com toda a documentação necessária sendo fornecida”. E aí a coisa pega.
O rraurl.com consultou o advogado Fábio Tofic sobre uma possível proibição das raves. Ele é taxativo: “É inconstitucional. Fere o direito à reunião e à liberdade de expressão, por exemplo”. Juntando o comunicado da Magikland e o parecer do Dr. Fábio, uma perversa conclusão vem à tona: as ações policiais – e sua repercussão na mídia – conseguem inviabilizar um modelo de divertimento que existe há cerca de 10 anos no país. Após todo esse tempo, o cenário é composto não só por jovens querendo festa, mas por empresas profissionais devidamente registradas nos órgãos competentes. Se esse quadro não sofrer um revés, a ilegalidade receberá festas cada vez menos equipadas para atender à segurança do público. Isso é preocupante.
Os núcleos e a entrada de drogas
Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, a própria organização da rave Tribe & Psychogarden, que no começo de julho recebeu um público de 10.000 pessoas e foi notícia por conta de uma ação do DENARC que levou à detenção de 44 frequentadores, sendo 12 por tráfico, enviou um ofício ao órgão policial “pedindo que fosse fiscalizada a presença de drogas no local”. O rraurl.com procurou a organização da rave para ouvi-los sobre os acontecimentos da última festa. Através da sua assessoria, o núcleo informou que não iria dar declarações. O site também procurou o Denarc mas até o fechamento desse texto, não tivemos uma resposta.
Se o intuito da atuação do Denarc é coibir o consumo de drogas, a apuração do rraurl mostra que todos os núcleos ouvidos estão dispostos a colaborar. Não é de se espantar, afinal, a profissionalização das festas de música eletrônica é inegável. Paralelamente a essa disposição, organizadores pensam em como é possível aumentar o controle na entrada do público e coibir o uso de entorpecentes.
A próxima edição ao ar livre da Circuito vai contar com uma novidade. Uma espécie de regulamento da festa será impresso no verso do ingresso. Esse regulamento vai prever que, caso alguém for pego portando ou consumindo substância ilegal, será encaminhado à delegacia mais próxima. Só entra quem concorda e assina.
Por falar em quem entra, ninguém ouvido pelo rraurl ignora o consumo de drogas nas festas. Porém, não se pode inviabilizar o trabalho de um todo como conseqüência do comportamento de uma parcela irresponsável. Conscientizar usuários, fornecer informação e encarar o problema de forma séria é um caminho que não pode ser ignorado.
Prejuízo
Ainda é cedo para medir o impacto econômico que esse rolo todo implica. Mas alguns números são imediatos. Para fazer sua próxima edição no Lago, a Circuito contaria com uma equipe de 90 pessoas. Como a rave foi transferida para o espaço 220, esse número cai para 40. Se for para falar em empregos que deixam de ser gerados, vale lembrar que muitas raves foram canceladas e não tem previsão de retorno. As que ainda mantém suas atividades optaram por versões reduzidas, indoor.
As agências contam que os cancelamentos ainda não interferiram na rotina de negócios. Isso pode ser explicado pelo próprio profissionalismo dos núcleos, com raves organizadas com antecedência cada vez maior. “Muita gente que ia fazer festa desistiu. Isso vai dar pra começar a sentir daqui 1 mês ou 2”, aponta Tamy Punder, da Eletronika. “Mas essa situação é ruim por também diminuir a possibilidade de venda de artistas internacionais para esse tipo de evento”, completa Marco Oliveira, da Clunk.
André dos Santos
do rraurl.com
“Pânico moral” é o conceito sociológico que pode ser aplicado a uma comunidade que apresenta uma reação diante de grupos que fogem do “padrão”. Considera-se que a mídia amplia e exagera episódios ou fenômenos bem além do seu significado real, contribuindo dessa forma para a construção do "Pânico moral". Isso não lembra alguma coisa?
Quem achava que capas de revista e programas no melhor estilo “mundo cão” não iriam surtir efeito, a prova vem sendo mostrada no calendário de festas e raves. Palavras como “suspensa”, “cancelada” são cada vez mais presentes.
A triste lista cresce com uma regularidade que incomoda. Como já bem apontou a coluna Bate-Estaca (link abaixo), os núcleos Circuito, SP Groove, The Influence e Odisséia já mudaram seus rumos. As duas primeiras mantêm as datas pré-acertadas, mas a Circuito vai ser indoor. Isso porque os locais onde iriam rolar as festas ao ar livre não foram cedidos pelos proprietários - eles estão receosos com a possibilidade de ver seu imóvel, também utilizado para outros tipos de evento, figurando entre as “temíveis” raves, mesmo conhecendo e confiando em quem aluga o local. Allex S, nome por trás da SP Groove, conta que a festa vai rolar no dia 17 de setembro mas ainda sem local divulgado: “Tô trabalhando para manter a data. Até porque a festa tá toda pronta, line up, etc. Mas o local e formato ainda não foi definido”, diz. Já os núcleos Odisséia, Influence e Wicked (do interior paulista) e Techno Route cogitam dar um tempo ou realizar eventos indoor.
Outra rave cancelada foi a Magikland, de trance psicodélico. O comunicado oficial da organização levanta um dos pontos mais delicados dessa situação: o fornecimento de alvarás e licenças. Segundo o núcleo, “a Magikland solicitou a documentação necessária para a realização do evento, mas devido aos últimos acontecimentos, as prefeituras locais negaram os pedidos de alvará mesmo com toda a documentação necessária sendo fornecida”. E aí a coisa pega.
O rraurl.com consultou o advogado Fábio Tofic sobre uma possível proibição das raves. Ele é taxativo: “É inconstitucional. Fere o direito à reunião e à liberdade de expressão, por exemplo”. Juntando o comunicado da Magikland e o parecer do Dr. Fábio, uma perversa conclusão vem à tona: as ações policiais – e sua repercussão na mídia – conseguem inviabilizar um modelo de divertimento que existe há cerca de 10 anos no país. Após todo esse tempo, o cenário é composto não só por jovens querendo festa, mas por empresas profissionais devidamente registradas nos órgãos competentes. Se esse quadro não sofrer um revés, a ilegalidade receberá festas cada vez menos equipadas para atender à segurança do público. Isso é preocupante.
Os núcleos e a entrada de drogas
Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, a própria organização da rave Tribe & Psychogarden, que no começo de julho recebeu um público de 10.000 pessoas e foi notícia por conta de uma ação do DENARC que levou à detenção de 44 frequentadores, sendo 12 por tráfico, enviou um ofício ao órgão policial “pedindo que fosse fiscalizada a presença de drogas no local”. O rraurl.com procurou a organização da rave para ouvi-los sobre os acontecimentos da última festa. Através da sua assessoria, o núcleo informou que não iria dar declarações. O site também procurou o Denarc mas até o fechamento desse texto, não tivemos uma resposta.
Se o intuito da atuação do Denarc é coibir o consumo de drogas, a apuração do rraurl mostra que todos os núcleos ouvidos estão dispostos a colaborar. Não é de se espantar, afinal, a profissionalização das festas de música eletrônica é inegável. Paralelamente a essa disposição, organizadores pensam em como é possível aumentar o controle na entrada do público e coibir o uso de entorpecentes.
A próxima edição ao ar livre da Circuito vai contar com uma novidade. Uma espécie de regulamento da festa será impresso no verso do ingresso. Esse regulamento vai prever que, caso alguém for pego portando ou consumindo substância ilegal, será encaminhado à delegacia mais próxima. Só entra quem concorda e assina.
Por falar em quem entra, ninguém ouvido pelo rraurl ignora o consumo de drogas nas festas. Porém, não se pode inviabilizar o trabalho de um todo como conseqüência do comportamento de uma parcela irresponsável. Conscientizar usuários, fornecer informação e encarar o problema de forma séria é um caminho que não pode ser ignorado.
Prejuízo
Ainda é cedo para medir o impacto econômico que esse rolo todo implica. Mas alguns números são imediatos. Para fazer sua próxima edição no Lago, a Circuito contaria com uma equipe de 90 pessoas. Como a rave foi transferida para o espaço 220, esse número cai para 40. Se for para falar em empregos que deixam de ser gerados, vale lembrar que muitas raves foram canceladas e não tem previsão de retorno. As que ainda mantém suas atividades optaram por versões reduzidas, indoor.
As agências contam que os cancelamentos ainda não interferiram na rotina de negócios. Isso pode ser explicado pelo próprio profissionalismo dos núcleos, com raves organizadas com antecedência cada vez maior. “Muita gente que ia fazer festa desistiu. Isso vai dar pra começar a sentir daqui 1 mês ou 2”, aponta Tamy Punder, da Eletronika. “Mas essa situação é ruim por também diminuir a possibilidade de venda de artistas internacionais para esse tipo de evento”, completa Marco Oliveira, da Clunk.
André dos Santos
Simon Reynolds
Simon Reynolds é um dos mais influentes críticos musicais da Inglaterra. É dele o polêmico artigo no New York Times do começo de 2005 que afirma que a música eletrônica se fragmentou tanto em subgêneros e nichos que perdeu força e mercado. Reynolds também é autor essencial para entender um pouco mais da força que as raves tiveram como movimento durante a década de 90 e quais foram as raízes dessa árvore gigantesca, com o livro "Energy Flash: a Journey Through Rave Music and Dance Culture", de 1998 (nos EUA: "Generation Ecstasy: Into the World of Techno and Rave Culture", infelizmente não publicado no Brasil). Sua mais recente publicação é o livro "Rip It Up and Start Again: Post Punk 1978-1984" (2005).
O debate será em português e contará com os jornalistas Gaía Passarelli (aqui do rraurl.com!), Álvaro Pereira Jr. (da Folha de S. Paulo) e André Barcinski. Após perguntas, será aberto para participação da platéia.
Quinta, 11 de agosto, 19h ( meu aniversário, aliás. )
Indie Records
Rua Inácio Pereira da Rocha, 622 - Pinheiros
Telefone: 11 3816 1220
O debate é limitado aos cinquenta primeiros que chegarem.
segunda-feira, julho 25, 2005
Últimos dias de vida de Kurt Cobain inspiram filme de Van Sant
Por Sheri Linden
LOS ANGELES (Reuters) - O novo filme do diretor Gus Van Sant pode ser inspirado em Kurt Cobain e dedicado a ele, mas quem for ao cinema esperando encontrar uma visão sensacionalista do suicídio do roqueiro do Nirvana não o encontrará em "Last Days".
O filme estreou em Nova York e Los Angeles na sexta-feira e traz Michael Pitt, de "Os Sonhadores", no papel de um músico que, em sua enorme casa de campo, tenta se esconder de sua carreira, sua família, seus colegas de banda e de seus fãs que agem como parasitas.
Feito em tom mais reflexivo do que documental, "Last Days" rejeita muitas das convenções dos filmes narrativos comerciais -- embora Van Sant, que dirigiu "Gênio Indomável", não seja novato quando se trata de fazer filmes que agradam ao grande público.
Como os dois filmes anteriores do diretor, "Last Days" toma como ponto de partida um fato real. "Gerry" (2002) era sobre dois caminhantes perdidos no deserto, e "Elefante", que ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes em 2003, acompanha um grupo de estudantes de um colégio nos dias que antecederam um massacre semelhante ao de Columbine.
Como nesses dois filmes, Van Sant, nas conjecturas que faz sobre o mergulho final de Cobain em 1994, não procura tanto encontrar respostas quanto fazer sugestões e observações.
Em entrevista recente, o diretor disse: "Não existe uma resposta só, na realidade. Se ela existe, tendo a pensar que as respostas viram bodes expiatórios, de certo modo. As pessoas querem encontrar respostas, do mesmo modo que querem encontrar culpados. Não importa se o sujeito ou a sujeita foi responsável de fato pelo crime, desde que haja alguém que se possa enforcar."
Mas questões complicadas como morte, suicídio e assassinatos em massa, diz ele, não comportam respostas simples. "Em 'Last Days', mostramos instâncias de coisas que poderiam estar angustiando o personagem, mas não afirmamos 'foi essa a razão, com certeza'."
Van Sant se interessou pelo capítulo final da saga de Kurt Cobain precisamente porque se sabia tão pouco sobre ela.
O que se sabe é que Cobain, combatendo a dependência de heroína, uma doença estomacal crônica e a insegurança criativa, passou seus últimos dias em solidão quase total, até isolar-se na estufa de sua residência em Seattle e disparar uma arma em sua boca. Seu corpo só foi encontrado depois de vários dias.
O filme acompanha um personagem inspirado em Cobain em tomadas longas, enquanto ele procura proteger sua solidão ameaçada de uma série de colegas, amigos e desconhecidos, incluindo quatro fãs drogados que estavam vivendo em sua casa.
Michael Pitt contribui com suas próprias composições musicais. Não há canções do Nirvana no filme.
Para formar o elenco, Van Sant recorreu tanto a atores profissionais (Lukas Haas, Ricky Jay, Asia Argento) quanto a novatos como a cantora Kim Gordon, da veterana banda de indie rock Sonic Youth.
O diretor cria um clima de isolamento e desconexão no filme, rodado em sua maioria num castelo do século 19 no interior do Estado de Nova York.
De acordo com Van Sant, "Last Days" tem uma direção, mas não tem história.
"Odeio as bandas tradicionais", diz líder do Cake
da Folha de S. Paulo
O grupo existe há mais de dez anos, seus discos alcançaram o topo das paradas, mas, mesmo assim, John McCrea, vocalista e líder do Cake, se considera um outsider no mundo do pop.
Se não se sentia dentro da turma na época do grunge, quando o Cake apareceu, no início dos anos 90, McCrea afirma estar ainda mais fora de lugar hoje, quando o rock é dominado por bandas de garagem ou por figurões como U2 e Dave Matthews Band.
"Começamos quando o grunge ainda existia. Parecia que tudo tinha que ser grande. As bandas grunge agiam como se não dessem importância, mas era o contrário, pois o som que faziam era grandioso. Achávamos que se fizéssemos uma música menos sofisticada seríamos mais subversivos e rebeldes num país como os EUA. Era uma reação à indústria", disse McCrea à Folha, por telefone, de Chicago.
"Nos anos 70 havia os grandes grupos de hard rock; nos 80 vieram as bandas de metal exageradas; nos 90 tivemos o grunge. Agora, não quero citar nomes, mas odeio essas bandas de rock tradicionais, formadas apenas por caras brancos... Não fazemos parte de nenhum movimento. Somos outsiders."
Não é coisa que se espera ouvir de uma banda que vendeu milhões de cópias de discos, puxados por músicas como "The Distance", "Never There" e o cover "I Will Survive", de Gloria Gaynor.
"É ambíguo, porque de um lado tivemos certo sucesso, mas não nos sentimos parte de nada relacionado à indústria. Por exemplo: hoje a maioria das bandas soa como Strokes ou Interpol, e nós nunca fizemos parte de nada ou parecemos nada."
Toda essa conversa é motivada pela turnê que a banda realiza no Brasil em agosto. É a segunda vez que o Cake vem ao país -a primeira foi em 1999, durante o Free Jazz, no Rio e em São Paulo, quando tiveram a participação de Tom Zé. O último disco do Cake, "Pressure Chief", saiu em outubro de 2004. Como todos os outros, foi produzido pela própria banda.
"É engraçado, pois um pintor nunca chama alguém para lhe dizer que tom de vermelho usar ou como segurar o pincel. Mas, com música, sempre há alguém que vai ao estúdio para te dizer como tocar. Nós gostamos de controlar o que fazemos", diz McCrea. McCrea não concorda quando chamam suas letras de irônicas.
"Duas coisas: as pessoas têm problemas para definir ironia. 'Never There' é irônica? Não. 'The Distance' é irônica? Acho que não. 'I Will Survive' é irônica? Não. Para mim são apenas como sátiras, no máximo. E talvez por termos um som que não é sofisticado, de fidelidade baixa, muita gente pensa: 'Eles não podem estar falando sério, deve ser uma piada'. Mas nós temos mais ódio e motivação em nossas músicas do que várias dessas bandas plastificadas de hard rock e punk. Aquilo é uma raiva fabricada; a nossa é real."
McCrea fala sério mesmo quando o assunto é sua versão de "I Will Survive", em que eles transformaram o hino disco de Gaynor num "downtempo" pessimista.
"Muita gente nos EUA não entende a disco ou acha que é ruim. Eu adoro disco music e adoro essa canção. Tentamos substituir o ponto de vista feminino da música por um masculino. Menos vulnerável e mais raivoso."
McCrea é o tipo de cara que diz fazer música ainda com uma certa raiva juvenil, mas que considera sua carreira "normal, um trabalho como outro qualquer".
OS SHOWS
Porto Alegre
Quando: 3 de agosto, 23h
Onde: Bar Opinião (r. José do Patrocínio, 834)
Quanto: R$ 50
Informações: (0/xx/51) 3299-0900
Goiânia
Quando: 4 de agosto, 22h
Onde: Go Music Festival (autódromo internacional de Goiânia)
Quanto: R$ 70
Informações: (0/xx/62) 281-0491 ou www.gomusic.com.br
São Paulo
Quando: 5 de agosto, 24h
Onde: hotel Unique (av. Brigadeiro Luís Antônio, 4.700)
Quanto: de R$ 120 a R$ 300 (área vip)
Ingressos: (0/xx/11) 6846-6000 ou www.ticketmaster.com.br
Curitiba
Quando: 6 de agosto, 1h
Onde: Curitiba Master Hall (r. Itajubá, 143)
Quanto: R$ 80
Informações: (0/xx/41) 3248-1001
O grupo existe há mais de dez anos, seus discos alcançaram o topo das paradas, mas, mesmo assim, John McCrea, vocalista e líder do Cake, se considera um outsider no mundo do pop.
Se não se sentia dentro da turma na época do grunge, quando o Cake apareceu, no início dos anos 90, McCrea afirma estar ainda mais fora de lugar hoje, quando o rock é dominado por bandas de garagem ou por figurões como U2 e Dave Matthews Band.
"Começamos quando o grunge ainda existia. Parecia que tudo tinha que ser grande. As bandas grunge agiam como se não dessem importância, mas era o contrário, pois o som que faziam era grandioso. Achávamos que se fizéssemos uma música menos sofisticada seríamos mais subversivos e rebeldes num país como os EUA. Era uma reação à indústria", disse McCrea à Folha, por telefone, de Chicago.
"Nos anos 70 havia os grandes grupos de hard rock; nos 80 vieram as bandas de metal exageradas; nos 90 tivemos o grunge. Agora, não quero citar nomes, mas odeio essas bandas de rock tradicionais, formadas apenas por caras brancos... Não fazemos parte de nenhum movimento. Somos outsiders."
Não é coisa que se espera ouvir de uma banda que vendeu milhões de cópias de discos, puxados por músicas como "The Distance", "Never There" e o cover "I Will Survive", de Gloria Gaynor.
"É ambíguo, porque de um lado tivemos certo sucesso, mas não nos sentimos parte de nada relacionado à indústria. Por exemplo: hoje a maioria das bandas soa como Strokes ou Interpol, e nós nunca fizemos parte de nada ou parecemos nada."
Toda essa conversa é motivada pela turnê que a banda realiza no Brasil em agosto. É a segunda vez que o Cake vem ao país -a primeira foi em 1999, durante o Free Jazz, no Rio e em São Paulo, quando tiveram a participação de Tom Zé. O último disco do Cake, "Pressure Chief", saiu em outubro de 2004. Como todos os outros, foi produzido pela própria banda.
"É engraçado, pois um pintor nunca chama alguém para lhe dizer que tom de vermelho usar ou como segurar o pincel. Mas, com música, sempre há alguém que vai ao estúdio para te dizer como tocar. Nós gostamos de controlar o que fazemos", diz McCrea. McCrea não concorda quando chamam suas letras de irônicas.
"Duas coisas: as pessoas têm problemas para definir ironia. 'Never There' é irônica? Não. 'The Distance' é irônica? Acho que não. 'I Will Survive' é irônica? Não. Para mim são apenas como sátiras, no máximo. E talvez por termos um som que não é sofisticado, de fidelidade baixa, muita gente pensa: 'Eles não podem estar falando sério, deve ser uma piada'. Mas nós temos mais ódio e motivação em nossas músicas do que várias dessas bandas plastificadas de hard rock e punk. Aquilo é uma raiva fabricada; a nossa é real."
McCrea fala sério mesmo quando o assunto é sua versão de "I Will Survive", em que eles transformaram o hino disco de Gaynor num "downtempo" pessimista.
"Muita gente nos EUA não entende a disco ou acha que é ruim. Eu adoro disco music e adoro essa canção. Tentamos substituir o ponto de vista feminino da música por um masculino. Menos vulnerável e mais raivoso."
McCrea é o tipo de cara que diz fazer música ainda com uma certa raiva juvenil, mas que considera sua carreira "normal, um trabalho como outro qualquer".
OS SHOWS
Porto Alegre
Quando: 3 de agosto, 23h
Onde: Bar Opinião (r. José do Patrocínio, 834)
Quanto: R$ 50
Informações: (0/xx/51) 3299-0900
Goiânia
Quando: 4 de agosto, 22h
Onde: Go Music Festival (autódromo internacional de Goiânia)
Quanto: R$ 70
Informações: (0/xx/62) 281-0491 ou www.gomusic.com.br
São Paulo
Quando: 5 de agosto, 24h
Onde: hotel Unique (av. Brigadeiro Luís Antônio, 4.700)
Quanto: de R$ 120 a R$ 300 (área vip)
Ingressos: (0/xx/11) 6846-6000 ou www.ticketmaster.com.br
Curitiba
Quando: 6 de agosto, 1h
Onde: Curitiba Master Hall (r. Itajubá, 143)
Quanto: R$ 80
Informações: (0/xx/41) 3248-1001
puts.
ONGs acusam banda Bidê ou Balde de "incentivar o incesto"
da Folha de S.Paulo
Grupos não-governamentais e entidades ligadas ao direito da criança entraram com requerimento ontem no Ministério Público do Rio Grande do Sul pedindo o recolhimento do CD e DVD "Acústico MTV - Bandas Gaúchas" e o impedimento da veiculação da música "E Por Que Não?". Alegam que a canção, da Bidê ou Balde, "incita à violência sexual e incentiva o incesto".
O pedido foi feito pelo Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, entre outros grupos. O promotor Miguel Velasquez, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do Ministério Público, encaminhará a ação na segunda-feira ao promotor que cuidará do caso.
"Estávamos fazendo a divulgação do disco e isso nos assustou muito", disse Cristiano Rosa, empresário da Bidê ou Balde, que, a pedido de advogados, não está concedendo entrevistas. "E como fica a liberdade de expressão? Isso é a volta da Censura." A banda, que faz pop/rock por vezes bem-humorado, já lançou três álbuns. O último, "É Preciso Dar Vazão aos Sentimentos", em 2004.
"Não é censura", argumenta Velasquez. "A liberdade de expressão tem limites, não é incondicional. Diversos sites que têm conteúdo pedófilo são tirados do ar. Em Porto Alegre, fechamos hotéis que recebiam crianças que eram exploradas sexualmente. Isso não é considerado censura do direito de trabalho, pois são pessoas que desrespeitavam a lei."
De autoria do vocalista Carlos Carneiro e do guitarrista Rossato, a letra de "E Por Que Não?" tem versos como "Eu estou amando/ a minha menina/ E como eu adoro/ suas pernas fininhas (...) Eu estou adorando ver a minha menina/ com algumas colegas, dela da escolinha/ Eu estou apaixonado pela minha menina".
"A música é uma obra de arte, é sobre um caso de amor. O funk carioca é que faz apologia sexual. A canção está no primeiro disco da banda, que é de 2000, e tocou muito nas rádios do Sul e ninguém reclamou. Só agora que estão reclamando", diz Rosa. "[A canção] Vai contra todos os nossos propósitos de proteção à criança. Não podemos aceitar isso", rebate Velasquez.
O CD e o DVD "Acústico MTV - Bandas Gaúchas" foram lançados em 13 de maio. A MTV, produtora do projeto, não quis se pronunciar antes de ser notificada pela Justiça. A Sony BMG, que lançou os produtos, por meio de assessoria afirma que "o problema é do compositor da obra e da banda", e que a gravadora "acatará qualquer decisão da Justiça".
da Folha de S.Paulo
Grupos não-governamentais e entidades ligadas ao direito da criança entraram com requerimento ontem no Ministério Público do Rio Grande do Sul pedindo o recolhimento do CD e DVD "Acústico MTV - Bandas Gaúchas" e o impedimento da veiculação da música "E Por Que Não?". Alegam que a canção, da Bidê ou Balde, "incita à violência sexual e incentiva o incesto".
O pedido foi feito pelo Movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, entre outros grupos. O promotor Miguel Velasquez, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do Ministério Público, encaminhará a ação na segunda-feira ao promotor que cuidará do caso.
"Estávamos fazendo a divulgação do disco e isso nos assustou muito", disse Cristiano Rosa, empresário da Bidê ou Balde, que, a pedido de advogados, não está concedendo entrevistas. "E como fica a liberdade de expressão? Isso é a volta da Censura." A banda, que faz pop/rock por vezes bem-humorado, já lançou três álbuns. O último, "É Preciso Dar Vazão aos Sentimentos", em 2004.
"Não é censura", argumenta Velasquez. "A liberdade de expressão tem limites, não é incondicional. Diversos sites que têm conteúdo pedófilo são tirados do ar. Em Porto Alegre, fechamos hotéis que recebiam crianças que eram exploradas sexualmente. Isso não é considerado censura do direito de trabalho, pois são pessoas que desrespeitavam a lei."
De autoria do vocalista Carlos Carneiro e do guitarrista Rossato, a letra de "E Por Que Não?" tem versos como "Eu estou amando/ a minha menina/ E como eu adoro/ suas pernas fininhas (...) Eu estou adorando ver a minha menina/ com algumas colegas, dela da escolinha/ Eu estou apaixonado pela minha menina".
"A música é uma obra de arte, é sobre um caso de amor. O funk carioca é que faz apologia sexual. A canção está no primeiro disco da banda, que é de 2000, e tocou muito nas rádios do Sul e ninguém reclamou. Só agora que estão reclamando", diz Rosa. "[A canção] Vai contra todos os nossos propósitos de proteção à criança. Não podemos aceitar isso", rebate Velasquez.
O CD e o DVD "Acústico MTV - Bandas Gaúchas" foram lançados em 13 de maio. A MTV, produtora do projeto, não quis se pronunciar antes de ser notificada pela Justiça. A Sony BMG, que lançou os produtos, por meio de assessoria afirma que "o problema é do compositor da obra e da banda", e que a gravadora "acatará qualquer decisão da Justiça".
Dono de "dois quartos de discos", Madlib diz que torrou cachê de show em lojas de vinis raros de SP
Da Redação
O produtor Madlib lotou a choperia do Sesc Pompéia na última quinta, 21, e fez show para uma platéia de 800 pessoas, na abertura da primeira Mostra de Filmes de Hip Hop em São Paulo. Um dos mais respeitados e ativos produtores de hip hop do mundo, assinando trabalhos sob diversos nomes como Quasimoto, Jaylib, Madvillain e Yesterday's New Quintet, entre outros, Madlib lançou o disco "Shades Of Blue", remixando músicas do acervo da lendária gravadora de jazz Blue Note. Seu mais novo álbum, "Further Adventures of Lord Quas", sob o nome de Quasimoto, foi lançado em maio de 2005.
Antes do show, Madlib recebeu o MC Kamau, integrante dos grupos Instituto e Simples, e o fotógrafo e cineasta B+, autor do documentário "Keepintime", filme integrante da mostra, que retrata uma reunião de grandes bateristas do jazz e funk americano com DJs e produtores de hip hop, com participação do próprio Madlib. Em 2002, B+ produziu o documentário "Brasilintime", mostrando o encontro e jams entre bateristas brasileiros como Wilson das Neves, João Parahyba e Mamão com DJs brasileiros e americanos.
Em São Paulo desde o começo da semana, Madlib conta que já gastou praticamente todo o cachê de seu show na capital nas lojas de vinis raros da cidade. Diz que gostaria de trabalhar com os compositores brasileiros Arthur Verocai e Marcos Valle e que vai lançar ainda este ano mais três álbuns: um sob o nome de Madlib, uma nova compilação remixada da Blue Note e um disco tributo ao grupo brasileiro Azymuth.
Leia a seguir trechos da entrevista:
MC Kamau - Em primeiro lugar, apresentem-se às pessoas que não os conhecem.
Madlib - Eu sou o Beat Conductor (condutor das batidas) Madlib, também conhecido como Quasimoto.
B+ - B+, fotógrafo, cineasta
MC Kamau - O que mudou do tempo da Antidote (selo pelo qual Madlib gravava) para agora, quando você é conhecido como produtor, instrumentista, trabalha com músicos de jazz?
Madlib - No Lootpack, eu só rimava e fazia alguma batidas, mas desde aquela época eu já tinha muitos projetos. Lootpack era apenas um deles, mas foi o primeiro a sair, então foi a partir de dele que as pessoas me conheceram. Mas eu precisava progredir, e fiz música ao vivo, jazz, eletrônica, hip hop, qualquer coisa.
MC Kamau - Que instrumentos você toca?
Madlib - Eu brinco com teclados, bateria, percussão, baixo, vibrafone, guitarras, tudo menos instrumentos de sopro ou coisa parecida.
MC Kamau - Eu sei que você é um colecionador de discos. Quantos você tem?
Madlib - Eu tenho uns dois quartos cheios, um em Santa Barbara e outro em Los Angeles. Sei lá, uns milhares.
MC Kamau - E você ainda está comprando?
Madlib - Cara, vim aqui e já gastei todo o dinheiro do show (risos). (Comprei) quase tudo brasileiro, rock brasileiro, soul, jazz, samba.
MC Kamau - Do que vai gosta na música brasileira?
Madlib - É uma música cheia de soul, com bons ritmos, faz você se sentir bem, os acordes, os diferentes climas, muita fusão, como no hip hop ou qualquer outro tipo de música, jazz...
MC Kamau (para B+) - O que você mostrou para ele?
B+ - Rappin' Hood, Instituto, Nação Zumbi, o que cruzou nosso caminho, nós dividimos. Coisas de que a gente gosta. Tem uma cena forte aqui. Ele também sabe a respeito do Fernandinho (Beat Box).
MC Kamau - Com quem você gostaria de trabalhar?
Madlib - É muita gente para mencionar.
MC Kamau - E brasileiros?
Madlib - Principalmente, eu gostaria que Arthur Verocai arranjasse alguma música para mim. Ou o Marcos Valle, os caras antigos.
MC Kamau - Com que MCs você vem trabalhando?
Madlib - Estou fazendo uma coletânea para a BBE Records, estou trabalhando com caras como Common, De La (Soul), CDP e outros caras. Minha galera.
MC Kamau - O que você preparou para o show aqui?
Malib - Vou tocar um pouco de Quasimoto, Jaylib, algumas faixas do Lootpack.
MC Kamau - Vocês estiveram aqui antes para a gravação do (filme) Brasilintime. Como foi?
Madlib - Eu nunca tinha pensado em vir ao Brasil. E aí, me conectar com os músicos dos discos que eu escuto, encontrar Mamão, João Parahyba, Wilson das Neves. E eles se mostraram tão legais quanto qualquer MC ou cara mais novo.
B+ - Tem umas três ou quatro batidas no disco do Madvillain (dupla formada por Madlib e o MF Doom) que foram feitas aqui no hotel Georges 5, no quarto. Foram gravadas direto para cassete, que ele (Madlib) depois transformou em CD, entregou para Doom, que rimou em cima. Algumas coisas clássicas foram feitas ali naquele hotel.
MC Kamau (para Madlib) - E você, quais são seus projetos futuros, Jaylib 2? J-Rocc me disse algo sobre Jaylib 2...
Madlib - Jaylib 2, Madvillain 2, um disco solo como Madlib que deve sair até o fim do ano, BB (Beat Generation), possivelmente outro disco da Blue Note até o fim do ano, muitos discos instrumentais saindo, um disco de tributo ao (grupo brasileiro) Azymuth que acompanha o Brasilintime, muitas outras coisas...
sexta-feira, julho 22, 2005
Começou .... com 20 anos de atraso.
Repressão policial ameaça as raves em São Paulo
THIAGO NEY
da Folha de S. Paulo
As raves tomaram o noticiário policial dos jornais e da televisão, e a negativa repercussão de alguns casos está levando ao cancelamento de um expressivo número dessas grandes festas ao ar livre e, há quem diga, à sua extinção.
No último dia 10, policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) prenderam 44 pessoas numa rave em Pirapora do Bom Jesus (Grande SP) por envolvimento com drogas. O episódio foi apenas o último de uma série de apreensões e detenções que vêm ocorrendo em raves paulistas há várias semanas.
Como conseqüência, prefeituras de inúmeras cidades estão cancelando ou recusando o fornecimento de alvarás para a realização desses eventos, e núcleos de festas têm dificuldades até para convencer donos de sítios e chácaras a alugar seus espaços. Parece que ninguém quer ter o nome associado às polêmicas raves.
"A polícia não está errada, apoiamos uma maior fiscalização nas festas. Os maiores interessados em limpar a cena somos nós que vivemos dela: DJs, promotores, donos de clubes", afirma André Barcinski, da Circuito, núcleo que teve que mudar o local de sua próxima festa --aconteceria na Dieters, um espaço à beira da represa Billings, em São Bernardo do Campo. A pedido do proprietário do lugar, o evento do dia 30 deste mês foi transferido para um galpão em Santo Amaro --e não haverá mais raves nesse local.
"O que não é correto é a sociedade julgar todas as raves de forma generalizada. Parece que em todas as festas só há drogados, e não é assim. E todo tipo de evento sofre com problemas desse tipo, seja de pagode, forró ou rock."
Sem mercado
Outros núcleos paulistas de raves, como Technopride, Techcardia, Automatic e Influence desistiram de fazer suas próximas festas ao ar livre ou tiveram alvarás negados. A fazenda Arujabel, mais tradicional local de raves do Estado --e onde, em 18 de junho, dez pessoas foram presas durante uma festa--, não receberá mais autorização da Prefeitura de Arujá para realizar raves. "Eu já tive duas datas canceladas por causa dos problemas. Desse jeito, caminha-se para o fim dessas festas no Brasil", disse Camilo Rocha, conhecido DJ de São Paulo.
"Para o DJ isso é muito complicado. Existe a idéia de que as raves são freqüentadas por usuários de drogas. É aquela história: a vítima da vez é a eletrônica", diz Fernando Moreno, da Smartbiz, agência que cuida de 23 DJs. "Isso restringe o mercado. Tem muitos DJs que se apresentam apenas em raves. Esses estão em situação muito delicada."
Para Paulo Silveira, da agência Hypno --a maior da América do Sul, com mais de 60 DJs--, a culpa recai sobre os maus organizadores de raves. "A fonte desse problema vem de promotores de festas trance que realizam eventos sem o menor cuidado ou controle. Sou contra isso. A conexão entre raves e drogas é feita há anos e é errônea. Mas a partir de agora um monte de gente que não usa drogas deixará de ir a esse tipo de festa porque sabe que pode ter que passar por batidas policiais e coisas do gênero."
Mais repressão
Há o consenso entre os envolvidos na cena eletrônica de que há a necessidade de um maior controle na realização das raves. A polícia, por sua vez, promete intensificar suas estratégias. "A ação policial se tornará cada vez mais repressiva. Espero que não precisemos chegar a novos estágios", afirma o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc.
"Trata-se de eventos privados, cujos organizadores são responsáveis civil e criminalmente por tudo o que acontecer durante o evento. Se há 10 mil pessoas numa festa, deve-se tentar criar um formato em que o consumo de drogas não seja permitido. Os promotores têm que encontrar uma forma de acabar com isso. Se esses empresários adotarem procedimentos de responsabilidade, serei o primeiro a cumprimentá-los."
Há três anos o Denarc realiza em clubes e festas do Estado a chamada Operação Dancing, em que policiais disfarçados se infiltram nesses locais para pegar usuários e traficantes.
"Não é a polícia a responsável por esse estigma que está se criando em torno das raves. O que está acontecendo é culpa dos próprios organizadores", afirma Cayres de Souza. "No início, eles podem até ter prejuízo [com a diminuição do número de eventos], mas depois, quando essas atividades estiverem mais qualificadas, o resultado será positivo."
THIAGO NEY
da Folha de S. Paulo
As raves tomaram o noticiário policial dos jornais e da televisão, e a negativa repercussão de alguns casos está levando ao cancelamento de um expressivo número dessas grandes festas ao ar livre e, há quem diga, à sua extinção.
No último dia 10, policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) prenderam 44 pessoas numa rave em Pirapora do Bom Jesus (Grande SP) por envolvimento com drogas. O episódio foi apenas o último de uma série de apreensões e detenções que vêm ocorrendo em raves paulistas há várias semanas.
Como conseqüência, prefeituras de inúmeras cidades estão cancelando ou recusando o fornecimento de alvarás para a realização desses eventos, e núcleos de festas têm dificuldades até para convencer donos de sítios e chácaras a alugar seus espaços. Parece que ninguém quer ter o nome associado às polêmicas raves.
"A polícia não está errada, apoiamos uma maior fiscalização nas festas. Os maiores interessados em limpar a cena somos nós que vivemos dela: DJs, promotores, donos de clubes", afirma André Barcinski, da Circuito, núcleo que teve que mudar o local de sua próxima festa --aconteceria na Dieters, um espaço à beira da represa Billings, em São Bernardo do Campo. A pedido do proprietário do lugar, o evento do dia 30 deste mês foi transferido para um galpão em Santo Amaro --e não haverá mais raves nesse local.
"O que não é correto é a sociedade julgar todas as raves de forma generalizada. Parece que em todas as festas só há drogados, e não é assim. E todo tipo de evento sofre com problemas desse tipo, seja de pagode, forró ou rock."
Sem mercado
Outros núcleos paulistas de raves, como Technopride, Techcardia, Automatic e Influence desistiram de fazer suas próximas festas ao ar livre ou tiveram alvarás negados. A fazenda Arujabel, mais tradicional local de raves do Estado --e onde, em 18 de junho, dez pessoas foram presas durante uma festa--, não receberá mais autorização da Prefeitura de Arujá para realizar raves. "Eu já tive duas datas canceladas por causa dos problemas. Desse jeito, caminha-se para o fim dessas festas no Brasil", disse Camilo Rocha, conhecido DJ de São Paulo.
"Para o DJ isso é muito complicado. Existe a idéia de que as raves são freqüentadas por usuários de drogas. É aquela história: a vítima da vez é a eletrônica", diz Fernando Moreno, da Smartbiz, agência que cuida de 23 DJs. "Isso restringe o mercado. Tem muitos DJs que se apresentam apenas em raves. Esses estão em situação muito delicada."
Para Paulo Silveira, da agência Hypno --a maior da América do Sul, com mais de 60 DJs--, a culpa recai sobre os maus organizadores de raves. "A fonte desse problema vem de promotores de festas trance que realizam eventos sem o menor cuidado ou controle. Sou contra isso. A conexão entre raves e drogas é feita há anos e é errônea. Mas a partir de agora um monte de gente que não usa drogas deixará de ir a esse tipo de festa porque sabe que pode ter que passar por batidas policiais e coisas do gênero."
Mais repressão
Há o consenso entre os envolvidos na cena eletrônica de que há a necessidade de um maior controle na realização das raves. A polícia, por sua vez, promete intensificar suas estratégias. "A ação policial se tornará cada vez mais repressiva. Espero que não precisemos chegar a novos estágios", afirma o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc.
"Trata-se de eventos privados, cujos organizadores são responsáveis civil e criminalmente por tudo o que acontecer durante o evento. Se há 10 mil pessoas numa festa, deve-se tentar criar um formato em que o consumo de drogas não seja permitido. Os promotores têm que encontrar uma forma de acabar com isso. Se esses empresários adotarem procedimentos de responsabilidade, serei o primeiro a cumprimentá-los."
Há três anos o Denarc realiza em clubes e festas do Estado a chamada Operação Dancing, em que policiais disfarçados se infiltram nesses locais para pegar usuários e traficantes.
"Não é a polícia a responsável por esse estigma que está se criando em torno das raves. O que está acontecendo é culpa dos próprios organizadores", afirma Cayres de Souza. "No início, eles podem até ter prejuízo [com a diminuição do número de eventos], mas depois, quando essas atividades estiverem mais qualificadas, o resultado será positivo."
quinta-feira, julho 21, 2005
dicionário
curioso
{verbete}
Datação
sXIV cf. IVPM
Acepções
adjetivo e substantivo masculino
1 que ou aquele que é ou se comporta de modo zeloso, cuidadoso
Ex.:
2 que ou quem manifesta desejo de ver, ouvir, experimentar, ficar conhecendo
Ex.:
2.1 que ou quem mostra vontade de aprender, pesquisar, saber
Ex.:
2.2 Derivação: por extensão de sentido. Uso: pejorativo.
que ou aquele que é presa do desejo de se inteirar de segredos ou particularidades alheias; indiscreto, bisbilhoteiro
Ex.:
3 que ou aquele que não tem interesse particular em qualquer fato, mas circunstancialmente, e ger. por ociosidade, os acompanha com atenção
Ex.:
4 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou quem se ocupa de uma atividade ou profissão sem formação regular e/ou sem experiência no assunto; amador, prático
4.1 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou quem procura fazer curas através de práticas não profissionais, utilizando-se de simpatias, feitiços, benzeduras etc.
5 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou aquele que é homossexual ativo
6 Rubrica: termo jurídico. Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
diz-se de ou juiz, delegado ou escrivão que assim é apelidado por fazer muitas perguntas
? adjetivo
7 movido, guiado pela curiosidade
Ex.: olhar c.
8 que desperta interesse, chama a atenção, surpreende pela originalidade, novidade
Ex.:
9 que é inesperado, estranho, notável
Ex.: acontecimento c.
Etimologia
lat. curiósus,a,um 'cuidadoso, diligente, que busca, procura com cuidado, desejoso de saber, curioso, indiscreto, imprudente'; ver cur-; f.hist. sXIV corioso, sXV curioso, sXV coriosso
Sinônimos
como adj.: ver antonímia de comum e maçante; como adj. e/ou subst.: ver sinonímia de intrometido
Antônimos
descurioso, desinteressante, discreto, incurioso, indiferente, profissional; como adj. e/ou subst.: discreto; como adj.: ver sinonímia de comum e maçante
Gramática
acp. 9 consid. gal. pelos puristas, que sugeriram em seu lugar: estranho, singular
{verbete}
Datação
sXIV cf. IVPM
Acepções
adjetivo e substantivo masculino
1 que ou aquele que é ou se comporta de modo zeloso, cuidadoso
Ex.:
2 que ou quem manifesta desejo de ver, ouvir, experimentar, ficar conhecendo
Ex.:
2.1 que ou quem mostra vontade de aprender, pesquisar, saber
Ex.:
2.2 Derivação: por extensão de sentido. Uso: pejorativo.
que ou aquele que é presa do desejo de se inteirar de segredos ou particularidades alheias; indiscreto, bisbilhoteiro
Ex.:
3 que ou aquele que não tem interesse particular em qualquer fato, mas circunstancialmente, e ger. por ociosidade, os acompanha com atenção
Ex.:
4 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou quem se ocupa de uma atividade ou profissão sem formação regular e/ou sem experiência no assunto; amador, prático
4.1 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou quem procura fazer curas através de práticas não profissionais, utilizando-se de simpatias, feitiços, benzeduras etc.
5 Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
que ou aquele que é homossexual ativo
6 Rubrica: termo jurídico. Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
diz-se de ou juiz, delegado ou escrivão que assim é apelidado por fazer muitas perguntas
? adjetivo
7 movido, guiado pela curiosidade
Ex.: olhar c.
8 que desperta interesse, chama a atenção, surpreende pela originalidade, novidade
Ex.:
9 que é inesperado, estranho, notável
Ex.: acontecimento c.
Etimologia
lat. curiósus,a,um 'cuidadoso, diligente, que busca, procura com cuidado, desejoso de saber, curioso, indiscreto, imprudente'; ver cur-; f.hist. sXIV corioso, sXV curioso, sXV coriosso
Sinônimos
como adj.: ver antonímia de comum e maçante; como adj. e/ou subst.: ver sinonímia de intrometido
Antônimos
descurioso, desinteressante, discreto, incurioso, indiferente, profissional; como adj. e/ou subst.: discreto; como adj.: ver sinonímia de comum e maçante
Gramática
acp. 9 consid. gal. pelos puristas, que sugeriram em seu lugar: estranho, singular
dicionário
profissional
{verbete}
Datação
1803 cf. MS6
Acepções
adjetivo de dois gêneros
1 relativo a profissão
Ex.:
2 próprio de uma determinada profissão
Ex.: equipamento p.
3 responsável e aplicado no cumprimento dos seus deveres de ofício
Ex.: esse ator é muito p.
4 Uso: jocoso.
que dá caráter de profissão a (um modo de ser), seja por praticá-lo sistematicamente, seja por auferir lucros dele
Ex.:
? adjetivo e substantivo de dois gêneros
5 que ou aquele que exerce por profissão determinada atividade
Obs.: p.opos. a amador
Ex.:
Locuções
p. liberal
aquele que exerce alguma profissão liberal
Etimologia
profissão sob a f. rad. profission- + -al; ver profess-
Antônimos
curioso
{verbete}
Datação
1803 cf. MS6
Acepções
adjetivo de dois gêneros
1 relativo a profissão
Ex.:
2 próprio de uma determinada profissão
Ex.: equipamento p.
3 responsável e aplicado no cumprimento dos seus deveres de ofício
Ex.: esse ator é muito p.
4 Uso: jocoso.
que dá caráter de profissão a (um modo de ser), seja por praticá-lo sistematicamente, seja por auferir lucros dele
Ex.:
? adjetivo e substantivo de dois gêneros
5 que ou aquele que exerce por profissão determinada atividade
Obs.: p.opos. a amador
Ex.:
Locuções
p. liberal
aquele que exerce alguma profissão liberal
Etimologia
profissão sob a f. rad. profission- + -al; ver profess-
Antônimos
curioso
dicionário.
diletantismo
{verbete}
Datação
1887 AJChed 75
Acepções
substantivo masculino
1 qualidade de diletante
2 gosto acentuado pelas artes, esp. pela música
3 dedicação a uma arte ou ofício exclusivamente por prazer
4 atitude de indiferença em relação às exigências que o exercício de uma atividade pode envolver
5 qualidade de obra ou ato realizados desinteressadamente
Etimologia
diletante + -ismo;prov. por infl. do fr. dilettantisme (1821) 'profundo gosto pela música italiana, (1838) atitude do espírito que consiste em se interessar por qualquer coisa como amador'; ver laç-
{verbete}
Datação
1887 AJChed 75
Acepções
substantivo masculino
1 qualidade de diletante
2 gosto acentuado pelas artes, esp. pela música
3 dedicação a uma arte ou ofício exclusivamente por prazer
4 atitude de indiferença em relação às exigências que o exercício de uma atividade pode envolver
5 qualidade de obra ou ato realizados desinteressadamente
Etimologia
diletante + -ismo;prov. por infl. do fr. dilettantisme (1821) 'profundo gosto pela música italiana, (1838) atitude do espírito que consiste em se interessar por qualquer coisa como amador'; ver laç-
Kassin mostra música feita com videogame
Produtor carioca apresenta hoje em São Paulo um projeto no qual os sons são criados a partir de jogo eletrônico portátil
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com apenas 30 anos, o produtor carioca Alexandre Kassin já conta com um dos mais respeitáveis currículos de nossa história musical recente. Também instrumentista (toca guitarra, teclado, bateria e especialmente baixo) e autor de remixes, Kassin soma colaborações com músicos tão variados como Los Hermanos, Caetano Veloso, Marisa Monte, Fernanda Abreu, Lenine, Bebel Gilberto, Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata, Orquestra Imperial e Jards Macalé. E são só alguns exemplos.
Atualmente, entre tantos outros planos, prepara-se para lançar o disco de estréia de um novo projeto solo, chamado de Artificial, onde cria sons a partir do pequeno videogame Game Boy. Com esse projeto, vem hoje a São Paulo para um show no pequeno e disputado bar Milo Garage (r. Minas Gerais, 203, Higienópolis, tel.0/ xx/11/3129-8027) -seu primeiro show após voltar da Espanha, onde se apresentou no conceituado festival Sónar, exatamente com o Artificial. O disco será lançado no começo do mês que vem pela gravadora de Kassin, a Ping Pong.
Ao lado do também produtor Berna Ceppas, Kassin é dono do estúdio Monaural, que produz, além de discos, trilhas para publicidade, TV e cinema. Mas talvez seu projeto mais consistente seja ao lado dos músicos Moreno Veloso (filho de Caetano) e Domenico Lancelotti. Juntos, criaram o projeto +2, onde revezam-se como protagonistas e coadjuvantes, criando coletivamente os sons para as canções e voz de cada um. Primeiro veio Moreno +2, depois Domenico +2. O próximo será Kassin +2, a ser lançado ainda neste ano.
Leia, a seguir, entrevista com o produtor Alexandre Kassin.
Folha - Como surgiu este projeto de fazer música com videogame?
Alexandre Kassin - Eu fui fazer uma viagem para o Japão um tempo atrás com o plano de ficar apenas um mês. Acabei ficando seis. Nessa mesma época, eu tinha comprado um programa que acessa o chip de som do Game Boy, como se fosse um sintetizador -um lance primitivo, mas que funciona muito bem. Aí, aconteceu que o único instrumento que levei na viagem foi esse Game Boy. Como fiquei lá muito mais tempo do que planejava, fui fazendo o disco do Artificial. Criei todos os sons de bateria eletrônica e baixo com o Game Boy e coloquei uns acordes de teclado. Ficou legal, mas não dava uma sensação de algo que se pudesse ouvir muito. Então resolvi fazer um falso álbum pop, imaginei que ia ficar mais do mal ainda se fosse cantado. Fiz umas letras estúpidas em inglês e cantei tudo em falsete, tipo Prince. O som gera uma estranheza, mas ficou algo divertido, interessante. Quando me apresentei no Sónar, foi uma loucura, todo mundo dançou. Aí eu vi que funciona.
Folha - Seus trabalhos são sempre variados entre si, você trabalha com artistas de estilos diferentes. Existe alguma preferência ou seleção?
Kassin - Isso é um reflexo do meu próprio gosto. É claro que tem coisas que eu gosto mais, mas acho que escolhi trabalhar com produção para não fazer a mesma coisa todo dia. Gosto de coisas distintas, até acho que faço pouco. Queria produzir um disco de pagode, por exemplo, ia ser um grande aprendizado. Adoraria trabalhar também com funk carioca, com o DJ Marlboro, que é amigo meu. O que me move é isso, conhecer coisas que não enfrentei antes. Produzir artistas como Caetano em um dia e Totonho no outro é o que me dá vontade de seguir fazendo.
Folha - Depois de Moreno +2 e Domenico +2, como vai o Kassin +2?
Kassin - O disco sai até o fim do ano. Nós já gravamos baixo e bateria em todas as faixas, falta colocar as guitarras, as vozes e acrescentar outros detalhes. No meu disco eu resolvi fazer uma coisa ensaiada, queria que fosse a banda tocando, quente. Nos outros a gente fez tudo praticamente no estúdio, gravando. O disco segue a linha do trio: os três são diferentes, mas são parecidos. As idéias mudam, mas o jeito de a gente se relacionar é o mesmo. Acho que a nossa amizade transparece na música.
Folha - E o que vem agora, depois da conclusão da trilogia?
Kassin - A gente tem muito essa dúvida também. Talvez a solução seja seguir como apenas +2. Não dá para voltar à trilogia do início nem tocar as músicas só de um -agora todo mundo já tem música nova, quem vai ao show quer ouvir músicas de todos. Assim continua sendo bem livre e continua sendo nosso.
Folha - Como aconteceu de trabalhar com Caetano Veloso e Jorge Mautner? Como foi?
Kassin - O Caetano gostava muito da produção dos discos do Moreno e do Domenico, aí me chamou para produzir o disco dele com o Mautner, "Eu Não Peço Desculpa". Tanto que a banda desse disco é quase a mesma dos discos do +2. Eu e o Caetano nos demos muito bem trabalhando juntos, foi incrível. Ele tem aquela visão de quem já fez muito, via coisas que eu não via, foi uma complementação boa. E eu estou querendo agora fazer um disco solo do Mautner. Eu já toco de vez em quando com ele, ao vivo, ele tem um monte de composições boas. O cara é um grande mestre, eu queria ser aluno em um colégio em que ele fosse professor.
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com apenas 30 anos, o produtor carioca Alexandre Kassin já conta com um dos mais respeitáveis currículos de nossa história musical recente. Também instrumentista (toca guitarra, teclado, bateria e especialmente baixo) e autor de remixes, Kassin soma colaborações com músicos tão variados como Los Hermanos, Caetano Veloso, Marisa Monte, Fernanda Abreu, Lenine, Bebel Gilberto, Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata, Orquestra Imperial e Jards Macalé. E são só alguns exemplos.
Atualmente, entre tantos outros planos, prepara-se para lançar o disco de estréia de um novo projeto solo, chamado de Artificial, onde cria sons a partir do pequeno videogame Game Boy. Com esse projeto, vem hoje a São Paulo para um show no pequeno e disputado bar Milo Garage (r. Minas Gerais, 203, Higienópolis, tel.0/ xx/11/3129-8027) -seu primeiro show após voltar da Espanha, onde se apresentou no conceituado festival Sónar, exatamente com o Artificial. O disco será lançado no começo do mês que vem pela gravadora de Kassin, a Ping Pong.
Ao lado do também produtor Berna Ceppas, Kassin é dono do estúdio Monaural, que produz, além de discos, trilhas para publicidade, TV e cinema. Mas talvez seu projeto mais consistente seja ao lado dos músicos Moreno Veloso (filho de Caetano) e Domenico Lancelotti. Juntos, criaram o projeto +2, onde revezam-se como protagonistas e coadjuvantes, criando coletivamente os sons para as canções e voz de cada um. Primeiro veio Moreno +2, depois Domenico +2. O próximo será Kassin +2, a ser lançado ainda neste ano.
Leia, a seguir, entrevista com o produtor Alexandre Kassin.
Folha - Como surgiu este projeto de fazer música com videogame?
Alexandre Kassin - Eu fui fazer uma viagem para o Japão um tempo atrás com o plano de ficar apenas um mês. Acabei ficando seis. Nessa mesma época, eu tinha comprado um programa que acessa o chip de som do Game Boy, como se fosse um sintetizador -um lance primitivo, mas que funciona muito bem. Aí, aconteceu que o único instrumento que levei na viagem foi esse Game Boy. Como fiquei lá muito mais tempo do que planejava, fui fazendo o disco do Artificial. Criei todos os sons de bateria eletrônica e baixo com o Game Boy e coloquei uns acordes de teclado. Ficou legal, mas não dava uma sensação de algo que se pudesse ouvir muito. Então resolvi fazer um falso álbum pop, imaginei que ia ficar mais do mal ainda se fosse cantado. Fiz umas letras estúpidas em inglês e cantei tudo em falsete, tipo Prince. O som gera uma estranheza, mas ficou algo divertido, interessante. Quando me apresentei no Sónar, foi uma loucura, todo mundo dançou. Aí eu vi que funciona.
Folha - Seus trabalhos são sempre variados entre si, você trabalha com artistas de estilos diferentes. Existe alguma preferência ou seleção?
Kassin - Isso é um reflexo do meu próprio gosto. É claro que tem coisas que eu gosto mais, mas acho que escolhi trabalhar com produção para não fazer a mesma coisa todo dia. Gosto de coisas distintas, até acho que faço pouco. Queria produzir um disco de pagode, por exemplo, ia ser um grande aprendizado. Adoraria trabalhar também com funk carioca, com o DJ Marlboro, que é amigo meu. O que me move é isso, conhecer coisas que não enfrentei antes. Produzir artistas como Caetano em um dia e Totonho no outro é o que me dá vontade de seguir fazendo.
Folha - Depois de Moreno +2 e Domenico +2, como vai o Kassin +2?
Kassin - O disco sai até o fim do ano. Nós já gravamos baixo e bateria em todas as faixas, falta colocar as guitarras, as vozes e acrescentar outros detalhes. No meu disco eu resolvi fazer uma coisa ensaiada, queria que fosse a banda tocando, quente. Nos outros a gente fez tudo praticamente no estúdio, gravando. O disco segue a linha do trio: os três são diferentes, mas são parecidos. As idéias mudam, mas o jeito de a gente se relacionar é o mesmo. Acho que a nossa amizade transparece na música.
Folha - E o que vem agora, depois da conclusão da trilogia?
Kassin - A gente tem muito essa dúvida também. Talvez a solução seja seguir como apenas +2. Não dá para voltar à trilogia do início nem tocar as músicas só de um -agora todo mundo já tem música nova, quem vai ao show quer ouvir músicas de todos. Assim continua sendo bem livre e continua sendo nosso.
Folha - Como aconteceu de trabalhar com Caetano Veloso e Jorge Mautner? Como foi?
Kassin - O Caetano gostava muito da produção dos discos do Moreno e do Domenico, aí me chamou para produzir o disco dele com o Mautner, "Eu Não Peço Desculpa". Tanto que a banda desse disco é quase a mesma dos discos do +2. Eu e o Caetano nos demos muito bem trabalhando juntos, foi incrível. Ele tem aquela visão de quem já fez muito, via coisas que eu não via, foi uma complementação boa. E eu estou querendo agora fazer um disco solo do Mautner. Eu já toco de vez em quando com ele, ao vivo, ele tem um monte de composições boas. O cara é um grande mestre, eu queria ser aluno em um colégio em que ele fosse professor.
O controvertido cineasta registrou a crise do sonho americano em filmes como “Vidas Amargas”, lançado em DVD
mais textos: Trópico
Elia Kazan foi um cineasta controvertido. Em 1999, quando recebeu um Oscar honorário, a divisão na platéia que aplaudia ou vaiava ruidosamente ilustrou bem a recepção sempre conflituosa que teve este artista desde que, em 1952, já consagrado diretor de teatro e cinema, tornou-se delator na Comissão de Assuntos Antiamericanos do Congresso dos Estados Unidos.
Ao realizar sua obra mais significativa, "Sindicato de Ladrões" (1954), após a delação para a comissão macartista, em 1952, afirmou sua persistência em continuar a produzir cinema apesar do estigma, a receptividade e a pertinência de uma visão de mundo multifacetada e ambivalente, onde até o culpado pode encontrar remissão. Em lugar de mostrar bons e maus, colocou a nu o conflito no embate e engendramento destes termos, seu caráter mutante e as dores inerentes à imposição de "verdades", modos sociais de agir, onde a história é conflituada e não se encaminha para o "final feliz", mas para o final "possível".
Se o cinema até 1945 ainda partilha a crença na construção do "sonho americano" e nos EUA como uma nação justa e uma terra de oportunidades, o cinema do pós-Segunda Guerra, do país que venceu as trevas do nazismo, é carregado de dúvidas. Apesar de vitoriosa no campo externo, a nação americana, antes una em sua aparência, começa a se cindir no interior. A Comissão de Atividades Antiamericanas do Congresso, que se instala em 1947 e logo atinge Hollywood, é a cunha mais visível desse mal-estar, demonstração de que algo muito grave está acontecendo.
Os cineastas do pós-guerra, como Nicholas Ray, Jules Dassin, Joseph Losey, Richard Brooks, Samuel Fuller e Elia Kazan, são todos marcados por esse mal-estar. São também, com seus filmes, expressões desse período. "A geração dos anos 50 pertence inteira à aventura cinematográfica que transformou Hollywood numa ilha apartada da realidade americana, isolada por seu funcionamento autárquico e pelas mitologias erguidas entre ela e seu público. Toda a história do cinema americano aí se encontra, no atulhamento dos estúdios, seguindo seu próprio curso, obedecendo às suas próprias regras e se oferecendo às contradições da época para melhor transformá-las em ficções que as revelam a si mesmas. Assim, nos anos 50, Hollywood é uma formidável máquina de sofrer e interpretar as dúvidas que nascem da Guerra Fria, restituindo-lhes seu lugar numa continuidade histórica cuja imagem está em evolução. O paradoxo do cinema desta época é pertencer, ao mesmo tempo, à história do seu mito e à história da sua crise, sem que um dos termos possa ser dissociado do outro", escreveu Olivier-René Veillon1.
Elia Kazan se insere nesse quadro: suas obras refletem, narram e procuram compreender o período de incertezas em que vive. Na tentativa de entendê-lo, faz de momentos de crise e de mudanças na história americana o seu tema recorrente. Ao mesmo tempo, ao colaborar com o macartismo, em vez de resistir a ele, o que era esperado pelos seus contemporâneos, tornou-se personagem histórico. Ele é provavelmente o único cineasta delator cuja obra cinematográfica mais significativa se constituiu depois da delação. Como protagonista conflituado do seu tempo, seus filmes refletem essa ambiguidade que vai mais além da justificação pessoal, como vêem alguns autores.
Elia Kazan produziu 19 filmes comerciais entre 1945 e 1976. Em todos eles a história americana é um elemento presente e ativo. Se contribui para que se conheça uma situação dada durante o governo de Franklin Roosevelt, ou o crach de 1929, o seu assunto central são a mudança e as crises. Momentos em que os indivíduos são defrontados com seus limites: sua capacidade de se transformar, de aceitar perdas, ou quando se aferram para não permitir que o tempo passe. Mas há também situações nas quais a mudança atinge o inalienável direito do indivíduo a exprimir suas próprias idéias, quando a pressão social o obriga a adesões que rechaça. O tempo, os despojos de sua passagem e o que sobrevive são objetos de seu interesse.
Kazan foi um sobrevivente. Aquilo que analisa nos filmes nada mais é do que a extensão desse mesmo exercício, de sobreviver à história e tentar compreender como os homens o fazem. Como resistem, se entregam ou são submetidos, e a ambiguidade que se inscreve entre as ações pessoais e a moral estabelecida. São os conflitos entre pais e filhos, como se vê no torturado Eddy (James Dean) em "Vidas amargas" (1955), em sua busca pelo amor e reconhecimento do pai, ou o casal apaixonado de "Clamor do sexo" (1961), alvo da forte repressão sexual. Em todos os personagens, as aspirações pessoais se defrontam violentamente com ditames morais, restrições sociais, raciais, sexuais. Kazan, ao não sucumbir a sua própria história -controvertida e conflituada- foi capaz de gerar mais do que simples justificações para um ato moralmente condenável -a delação- e fez daquilo que seria sua queda o seu exercício de compreensão histórica e humana.
Dessa forma, preocupações pessoais de um criador dialogam com a sua realidade: oscilam em Kazan uma forte pertinência à sua origem mediterrânea, estrangeira e crítica: a sensualidade, a capacidade de adaptação e a desconfiança, ao lado de uma adesão firme àquilo que identifica como americano: a liberdade de expressão, a democracia que permitem que, a partir do pleno funcionamento das instituições, do cumprimento da lei e da exposição e conhecimento do que está errado, a sociedade possa caminhar.
Fora e dentro da sociedade
"Emigração é a melhor escola de dialética. Refugiados são os mais ousados dialéticos. São refugiados como resultado de mudanças e seu único objeto de estudo é a mudança", escreveu Bertolt Brecht em "Diálogos dos refugiados"2.
Elia Kazan era anatoliniano, grego que vivia na diáspora da Ásia Menor, em Kaisery, Turquia3. Nasceu em 1909. Em 1913 chegou aos Estados Unidos. Duplamente imigrante, sua atividade artística é marcada pela oscilação constante entre ser ao mesmo tempo estrangeiro e americano. Entre ser alguém que está fora e dentro da sociedade e dos problemas que analisa. Entre envolvimento e crítica. "Eu cresci numa família onde dos dois lados se sabia que a sobrevivência dependia da capacidade de enfrentar uma ameaça permanente. Foi assim que trouxemos conosco o sentimento de que estamos sempre no estrangeiro"4.
Kazan vive sua juventude durante os "anos ferventes"5, os anos 30, quando a Depressão e a necessidade de reverter um quadro de miséria e desemprego nunca experimentados nos Estados Unidos dão margem ao idealismo e à possibilidade aparente de se mudar o mundo. É o momento de crença e de esperança na revolução e na União Soviética, no poder das massas, da conscientização, da militância intelectual e do Partido Comunista. Mas é também o momento do New Deal, que navega paralelo e também fomenta a idéia de reconstrução de um mundo em destroços, enquanto no Velho Continente o fascismo floresce. "Nós idealizávamos os povos da União Soviética e o que faziam. Esse sentimento não nos abandonou jamais. Adorávamos o seu teatro: Meyerhold, Vaktangov, Stanislavski. Imitávamos os seus métodos"6.
No plano político parecia ser possível lutar e agir praticamente pela criação de um mundo melhor, atuando nos teatros amadores jovens ou voltados para os proletários, levantando platéias com palavras de ordem. O próprio teatro também mudava, abraçando estas mesmas causas, ao mesmo tempo em que o realismo e a exploração do cotidiano se impunham. Kazan participa então de vários grupos de teatro. O mais importante deles é o Group Theatre, onde faz sua formação: "A idéia central do Group Theatre era fazer poesia dos acontecimentos ordinários da vida. Isso foi ativado pela Depressão e pela nossa reação. Tínhamos a impressão que eram os fundamentos da sociedade que deveriam mudar. Depois havia um outro elemento: o sistema de Stanislavski nos permitiu compreender melhor a vida dos seres humanos e a nossa tarefa era então revelar as profundezas. De outro lado, Freud começava a ser bem conhecido. Todas estas correntes se misturavam no grupo: à esquerda, a introdução de Freud e de Marx, um engajamento desinteressado e a vontade de criar um mundo novo"7.
Em outros grupos controlados pelos comunistas, como o League of Workers Theatre ou o Theatre of Action, Kazan trabalhava como ator, diretor ou técnico. "Nestes grupos" -segundo sua opinião 30 anos depois- "as peças eram contos de fada comunistas típicos. A injustiça social era vencida pela união das pessoas numa ação de massa. Mas isso não acontecia na sociedade, só nos nossos teatros. Era um ritual tão imutável quanto a missa católica"8.
Ideais políticos se misturam a ideais artísticos vindos da União Soviética, como o método Stanislavski, que chegou aos Estados Unidos em 1925. O elemento central de sua concepção artística é o realismo centrado na interpretação dos atores. O famoso "Método", que Kazan viu pela primeira vez com Harold Clurman e Lee Strasberg no Group Theatre, baseava-se na veracidade da interpretação. O ator não interpreta, ele virtualmente se torna o personagem, deve pensar e reagir como ele, a partir de exercícios e da observação minuciosa: os laboratórios. Kazan torna-se um mestre na formação de atores pelo "Método". Em 1947, cria o Actor's Studio com Cheryl Crawford. Segundo Kazan, "Stanislavski nos convinha porque não tornava magnífico o homem heróico, mas o herói em cada homem. Essa idéia russa da alma profunda num ser apagado combina bem com o temperamento americano"9.
É a partir de 1935, que a União Soviética, preocupada com Hitler, procura, através dos Partidos Comunistas, armar "frentes populares" com o apoio e a adesão de várias tendências de esquerda. Para o partido e para as frentes carregadas de "companheiros de viagem" iam comunistas e esquerdistas de vários matizes, estimulados pela situação interna e externa e a esperança numa mudança. "Em 1935, aderir ao Partido Comunista significava sustentar a justiça social, patriotismo e, realmente, moderação. Como o comunismo nas democracias ocidentais projetava uma imagem reformista democrática e antifascista em meados dos 30, sua política ou imagem atraía para suas fileiras muita gente de classe média que nunca antes, ou depois, consideraria aderir, assim pode-se afirmar que o PC nesses anos estava carregado de companheiros de viagem"10. Isso torna possível privar das práticas no interior do Partido Comunista americano, e rejeitá-las.
Assim, tornar-se americano para Elia Kazan combina com atividade artística e militância política, termos que podem inclusive se confundir. Mas não sem conflitos. Ter pertencido ao Partido Comunista americano entre 1934 e 1936 tem conseqüências bem mais profundas em sua existência e em sua obra. Kazan deixou o partido em 1936, depois que se negou a levar para a órbita comunista alguns dos grupos amadores que dirigia.
Cinema sem artifícios
Durante os anos 1940, Kazan torna-se um diretor de teatro consagrado na Broadway, e em 1944 é chamado por Hollywood. Ele pertenceu a geração de cineastas que começou a filmar em meados dos anos 40 (Nicholas Ray, Joseph Losey, Robert Hossen entre outros), marcada por preocupações sociais e a influência do neo-realismo italiano, que pregava um cinema sem artifícios, em contato direto com a realidade, feito fora dos estúdios e que preferia não utilizar atores profissionais, mas gente que vivia como os próprios personagens retratados pelo filme.
Nos Estados Unidos, no mesmo período, já aparecem filmes cujos temas centrais colocam em evidência estas questões. Foi para fazer um cinema desse tipo que o então prestigiado diretor de teatro da Broadway é convidado para ir para Hollywood, levando sua experiência de encenações e textos realistas (Tenneesse Williams, Arthur Miller, Clifford Odets e outros). Mas, conforme o próprio Kazan reconheceria anos depois, esses filmes eram ainda muito edulcorados. "Zanuck (o produtor da Fox que orientava como se dosavam os ingredientes dos filmes) pegava os problemas sociais -do negro, do judeu- e transformava em histórias de amor"11.
Apesar disso, para a época já era um avanço mostrar negros no cinema em suas próprias casas, com seus próprios problemas, e não como serviçais. Neste período Kazan fez "Laços humanos" (1945), sobre a puberdade numa família pobre, "O justiceiro" (1947), sobre um erro judiciário, "A luz é para todos" (1947", sobre o anti-semitismo, que recebeu Oscar de melhor filme e melhor direção, e "O que a carne herda" (1949), sobre o racismo negro, o que era uma grande novidade.
1 - Veillon, Olivier-René, "O cinema americano dos anos 50", São Paulo, Martins Fontes, 1993, p. 3.
2 - Brecht, Bertolt, "Diálogo dos refugiados", in: Ewen, Frederic, "Bertolt Brecht: sua vida, sua arte, seu tempo", tradução de Lya Luft, São Paulo, Ed. Globo, 1991, p. 353.
3 - A região da Ásia menor onde se encontra Kaisery foi grega até a conquista turca, por volta de 1300. Mas os habitantes gregos lá permaneceram na condição de minoria oprimida. Kazan descreve esta situação em seu filme "América América", de 1964. Ciment, Michel, "Kazan par Kazan", Stock, Paris, 1973, p. 9.
4 - Ciment, Michel, op. cit. p. 24.
5 - Clurman, Harold, "The fervent years: The story of the Group Theater and the thirties", Nova York, Hill and Wang, 1957.
6 - Ciment, Michel, op. cit., p. 59.
7 - Ciment, Michel, op. cit., p. 38 e 39.
8 - Ciment, Michel, op. cit., p. 30.
9 - Ciment, Michel, op. cit., p. 59.
10 - Caute, David, "The fellow travellers - Intelectual friends of communism", New Haven, Yale University Press, 1988, p. 176 (original de 1973).
11 - Ciment, Michel, op. cit., p. 104
Elia Kazan foi um cineasta controvertido. Em 1999, quando recebeu um Oscar honorário, a divisão na platéia que aplaudia ou vaiava ruidosamente ilustrou bem a recepção sempre conflituosa que teve este artista desde que, em 1952, já consagrado diretor de teatro e cinema, tornou-se delator na Comissão de Assuntos Antiamericanos do Congresso dos Estados Unidos.
Ao realizar sua obra mais significativa, "Sindicato de Ladrões" (1954), após a delação para a comissão macartista, em 1952, afirmou sua persistência em continuar a produzir cinema apesar do estigma, a receptividade e a pertinência de uma visão de mundo multifacetada e ambivalente, onde até o culpado pode encontrar remissão. Em lugar de mostrar bons e maus, colocou a nu o conflito no embate e engendramento destes termos, seu caráter mutante e as dores inerentes à imposição de "verdades", modos sociais de agir, onde a história é conflituada e não se encaminha para o "final feliz", mas para o final "possível".
Se o cinema até 1945 ainda partilha a crença na construção do "sonho americano" e nos EUA como uma nação justa e uma terra de oportunidades, o cinema do pós-Segunda Guerra, do país que venceu as trevas do nazismo, é carregado de dúvidas. Apesar de vitoriosa no campo externo, a nação americana, antes una em sua aparência, começa a se cindir no interior. A Comissão de Atividades Antiamericanas do Congresso, que se instala em 1947 e logo atinge Hollywood, é a cunha mais visível desse mal-estar, demonstração de que algo muito grave está acontecendo.
Os cineastas do pós-guerra, como Nicholas Ray, Jules Dassin, Joseph Losey, Richard Brooks, Samuel Fuller e Elia Kazan, são todos marcados por esse mal-estar. São também, com seus filmes, expressões desse período. "A geração dos anos 50 pertence inteira à aventura cinematográfica que transformou Hollywood numa ilha apartada da realidade americana, isolada por seu funcionamento autárquico e pelas mitologias erguidas entre ela e seu público. Toda a história do cinema americano aí se encontra, no atulhamento dos estúdios, seguindo seu próprio curso, obedecendo às suas próprias regras e se oferecendo às contradições da época para melhor transformá-las em ficções que as revelam a si mesmas. Assim, nos anos 50, Hollywood é uma formidável máquina de sofrer e interpretar as dúvidas que nascem da Guerra Fria, restituindo-lhes seu lugar numa continuidade histórica cuja imagem está em evolução. O paradoxo do cinema desta época é pertencer, ao mesmo tempo, à história do seu mito e à história da sua crise, sem que um dos termos possa ser dissociado do outro", escreveu Olivier-René Veillon1.
Elia Kazan se insere nesse quadro: suas obras refletem, narram e procuram compreender o período de incertezas em que vive. Na tentativa de entendê-lo, faz de momentos de crise e de mudanças na história americana o seu tema recorrente. Ao mesmo tempo, ao colaborar com o macartismo, em vez de resistir a ele, o que era esperado pelos seus contemporâneos, tornou-se personagem histórico. Ele é provavelmente o único cineasta delator cuja obra cinematográfica mais significativa se constituiu depois da delação. Como protagonista conflituado do seu tempo, seus filmes refletem essa ambiguidade que vai mais além da justificação pessoal, como vêem alguns autores.
Elia Kazan produziu 19 filmes comerciais entre 1945 e 1976. Em todos eles a história americana é um elemento presente e ativo. Se contribui para que se conheça uma situação dada durante o governo de Franklin Roosevelt, ou o crach de 1929, o seu assunto central são a mudança e as crises. Momentos em que os indivíduos são defrontados com seus limites: sua capacidade de se transformar, de aceitar perdas, ou quando se aferram para não permitir que o tempo passe. Mas há também situações nas quais a mudança atinge o inalienável direito do indivíduo a exprimir suas próprias idéias, quando a pressão social o obriga a adesões que rechaça. O tempo, os despojos de sua passagem e o que sobrevive são objetos de seu interesse.
Kazan foi um sobrevivente. Aquilo que analisa nos filmes nada mais é do que a extensão desse mesmo exercício, de sobreviver à história e tentar compreender como os homens o fazem. Como resistem, se entregam ou são submetidos, e a ambiguidade que se inscreve entre as ações pessoais e a moral estabelecida. São os conflitos entre pais e filhos, como se vê no torturado Eddy (James Dean) em "Vidas amargas" (1955), em sua busca pelo amor e reconhecimento do pai, ou o casal apaixonado de "Clamor do sexo" (1961), alvo da forte repressão sexual. Em todos os personagens, as aspirações pessoais se defrontam violentamente com ditames morais, restrições sociais, raciais, sexuais. Kazan, ao não sucumbir a sua própria história -controvertida e conflituada- foi capaz de gerar mais do que simples justificações para um ato moralmente condenável -a delação- e fez daquilo que seria sua queda o seu exercício de compreensão histórica e humana.
Dessa forma, preocupações pessoais de um criador dialogam com a sua realidade: oscilam em Kazan uma forte pertinência à sua origem mediterrânea, estrangeira e crítica: a sensualidade, a capacidade de adaptação e a desconfiança, ao lado de uma adesão firme àquilo que identifica como americano: a liberdade de expressão, a democracia que permitem que, a partir do pleno funcionamento das instituições, do cumprimento da lei e da exposição e conhecimento do que está errado, a sociedade possa caminhar.
Fora e dentro da sociedade
"Emigração é a melhor escola de dialética. Refugiados são os mais ousados dialéticos. São refugiados como resultado de mudanças e seu único objeto de estudo é a mudança", escreveu Bertolt Brecht em "Diálogos dos refugiados"2.
Elia Kazan era anatoliniano, grego que vivia na diáspora da Ásia Menor, em Kaisery, Turquia3. Nasceu em 1909. Em 1913 chegou aos Estados Unidos. Duplamente imigrante, sua atividade artística é marcada pela oscilação constante entre ser ao mesmo tempo estrangeiro e americano. Entre ser alguém que está fora e dentro da sociedade e dos problemas que analisa. Entre envolvimento e crítica. "Eu cresci numa família onde dos dois lados se sabia que a sobrevivência dependia da capacidade de enfrentar uma ameaça permanente. Foi assim que trouxemos conosco o sentimento de que estamos sempre no estrangeiro"4.
Kazan vive sua juventude durante os "anos ferventes"5, os anos 30, quando a Depressão e a necessidade de reverter um quadro de miséria e desemprego nunca experimentados nos Estados Unidos dão margem ao idealismo e à possibilidade aparente de se mudar o mundo. É o momento de crença e de esperança na revolução e na União Soviética, no poder das massas, da conscientização, da militância intelectual e do Partido Comunista. Mas é também o momento do New Deal, que navega paralelo e também fomenta a idéia de reconstrução de um mundo em destroços, enquanto no Velho Continente o fascismo floresce. "Nós idealizávamos os povos da União Soviética e o que faziam. Esse sentimento não nos abandonou jamais. Adorávamos o seu teatro: Meyerhold, Vaktangov, Stanislavski. Imitávamos os seus métodos"6.
No plano político parecia ser possível lutar e agir praticamente pela criação de um mundo melhor, atuando nos teatros amadores jovens ou voltados para os proletários, levantando platéias com palavras de ordem. O próprio teatro também mudava, abraçando estas mesmas causas, ao mesmo tempo em que o realismo e a exploração do cotidiano se impunham. Kazan participa então de vários grupos de teatro. O mais importante deles é o Group Theatre, onde faz sua formação: "A idéia central do Group Theatre era fazer poesia dos acontecimentos ordinários da vida. Isso foi ativado pela Depressão e pela nossa reação. Tínhamos a impressão que eram os fundamentos da sociedade que deveriam mudar. Depois havia um outro elemento: o sistema de Stanislavski nos permitiu compreender melhor a vida dos seres humanos e a nossa tarefa era então revelar as profundezas. De outro lado, Freud começava a ser bem conhecido. Todas estas correntes se misturavam no grupo: à esquerda, a introdução de Freud e de Marx, um engajamento desinteressado e a vontade de criar um mundo novo"7.
Em outros grupos controlados pelos comunistas, como o League of Workers Theatre ou o Theatre of Action, Kazan trabalhava como ator, diretor ou técnico. "Nestes grupos" -segundo sua opinião 30 anos depois- "as peças eram contos de fada comunistas típicos. A injustiça social era vencida pela união das pessoas numa ação de massa. Mas isso não acontecia na sociedade, só nos nossos teatros. Era um ritual tão imutável quanto a missa católica"8.
Ideais políticos se misturam a ideais artísticos vindos da União Soviética, como o método Stanislavski, que chegou aos Estados Unidos em 1925. O elemento central de sua concepção artística é o realismo centrado na interpretação dos atores. O famoso "Método", que Kazan viu pela primeira vez com Harold Clurman e Lee Strasberg no Group Theatre, baseava-se na veracidade da interpretação. O ator não interpreta, ele virtualmente se torna o personagem, deve pensar e reagir como ele, a partir de exercícios e da observação minuciosa: os laboratórios. Kazan torna-se um mestre na formação de atores pelo "Método". Em 1947, cria o Actor's Studio com Cheryl Crawford. Segundo Kazan, "Stanislavski nos convinha porque não tornava magnífico o homem heróico, mas o herói em cada homem. Essa idéia russa da alma profunda num ser apagado combina bem com o temperamento americano"9.
É a partir de 1935, que a União Soviética, preocupada com Hitler, procura, através dos Partidos Comunistas, armar "frentes populares" com o apoio e a adesão de várias tendências de esquerda. Para o partido e para as frentes carregadas de "companheiros de viagem" iam comunistas e esquerdistas de vários matizes, estimulados pela situação interna e externa e a esperança numa mudança. "Em 1935, aderir ao Partido Comunista significava sustentar a justiça social, patriotismo e, realmente, moderação. Como o comunismo nas democracias ocidentais projetava uma imagem reformista democrática e antifascista em meados dos 30, sua política ou imagem atraía para suas fileiras muita gente de classe média que nunca antes, ou depois, consideraria aderir, assim pode-se afirmar que o PC nesses anos estava carregado de companheiros de viagem"10. Isso torna possível privar das práticas no interior do Partido Comunista americano, e rejeitá-las.
Assim, tornar-se americano para Elia Kazan combina com atividade artística e militância política, termos que podem inclusive se confundir. Mas não sem conflitos. Ter pertencido ao Partido Comunista americano entre 1934 e 1936 tem conseqüências bem mais profundas em sua existência e em sua obra. Kazan deixou o partido em 1936, depois que se negou a levar para a órbita comunista alguns dos grupos amadores que dirigia.
Cinema sem artifícios
Durante os anos 1940, Kazan torna-se um diretor de teatro consagrado na Broadway, e em 1944 é chamado por Hollywood. Ele pertenceu a geração de cineastas que começou a filmar em meados dos anos 40 (Nicholas Ray, Joseph Losey, Robert Hossen entre outros), marcada por preocupações sociais e a influência do neo-realismo italiano, que pregava um cinema sem artifícios, em contato direto com a realidade, feito fora dos estúdios e que preferia não utilizar atores profissionais, mas gente que vivia como os próprios personagens retratados pelo filme.
Nos Estados Unidos, no mesmo período, já aparecem filmes cujos temas centrais colocam em evidência estas questões. Foi para fazer um cinema desse tipo que o então prestigiado diretor de teatro da Broadway é convidado para ir para Hollywood, levando sua experiência de encenações e textos realistas (Tenneesse Williams, Arthur Miller, Clifford Odets e outros). Mas, conforme o próprio Kazan reconheceria anos depois, esses filmes eram ainda muito edulcorados. "Zanuck (o produtor da Fox que orientava como se dosavam os ingredientes dos filmes) pegava os problemas sociais -do negro, do judeu- e transformava em histórias de amor"11.
Apesar disso, para a época já era um avanço mostrar negros no cinema em suas próprias casas, com seus próprios problemas, e não como serviçais. Neste período Kazan fez "Laços humanos" (1945), sobre a puberdade numa família pobre, "O justiceiro" (1947), sobre um erro judiciário, "A luz é para todos" (1947", sobre o anti-semitismo, que recebeu Oscar de melhor filme e melhor direção, e "O que a carne herda" (1949), sobre o racismo negro, o que era uma grande novidade.
1 - Veillon, Olivier-René, "O cinema americano dos anos 50", São Paulo, Martins Fontes, 1993, p. 3.
2 - Brecht, Bertolt, "Diálogo dos refugiados", in: Ewen, Frederic, "Bertolt Brecht: sua vida, sua arte, seu tempo", tradução de Lya Luft, São Paulo, Ed. Globo, 1991, p. 353.
3 - A região da Ásia menor onde se encontra Kaisery foi grega até a conquista turca, por volta de 1300. Mas os habitantes gregos lá permaneceram na condição de minoria oprimida. Kazan descreve esta situação em seu filme "América América", de 1964. Ciment, Michel, "Kazan par Kazan", Stock, Paris, 1973, p. 9.
4 - Ciment, Michel, op. cit. p. 24.
5 - Clurman, Harold, "The fervent years: The story of the Group Theater and the thirties", Nova York, Hill and Wang, 1957.
6 - Ciment, Michel, op. cit., p. 59.
7 - Ciment, Michel, op. cit., p. 38 e 39.
8 - Ciment, Michel, op. cit., p. 30.
9 - Ciment, Michel, op. cit., p. 59.
10 - Caute, David, "The fellow travellers - Intelectual friends of communism", New Haven, Yale University Press, 1988, p. 176 (original de 1973).
11 - Ciment, Michel, op. cit., p. 104
The map is not the territory.
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and her music : http://www.rraurl.com/paula
Ill tell you a little bit about Brazil. Its a huge country full of people with amazingly different backgrounds: Germans, Italians (most of us), Portuguese, Japanese, Chinese, native Indians, Austrians, English (a few), French and so on. Most of them moved to South America a hundred years ago to start a new life. And they did! Very new indeed! They worked hard, saved money, got married and created the most energetic population of the New World. We are happy, yes. There is something about being born in Brazil that gives us a better amount of serotonin running in our veins. We are easy to please, approachable people, usually light and smiley, fond of good food and a lot of sex. We shine, so happy and healthy we are. We meet, laugh together, and if we like each other we fuck with no guilty feeling. There is nothing wrong about it as long as we dont move to England. Here, before any potential date there must be a lot of talking, stupid amounts of beer, a few splifs and... the date is over cos the boy is too drunk too fuck. Something in the back of my head tells me that he didnt want to fuck in the first place, and his mates are more important than anything. They give him the intellectual reward he needs.Why dont you hang around with other people, Paula? You must ask. Well, I like English people for many reasons. I like the way they talk. I love the language. When I moved to London I promised myself I wouldnt spend my time with my Brazilian friends in order to improve my language skills and I did. My accent is quite good for a Brazilian girl who spent two year in London so far and as you can read, I can write ok. I know I dont use sophisticated structures or obscure words, but I bet you can understand what Im saying, yeah? Right.So now Im here, attached to the British way of life, trying to understand the way they communicate, changing my mind set to accommodate their expressions. Bob is your uncle, funny is your auntie.They treat me very well and some of them have the patience to explain things, screwing up the flow of information. Thank you, but now Im feeling a bit frustrated.My frustrations made me read about Schizoid personality disorder and Neurosis and the texts I came across pictured the people I know as being ill. Jung sees them as being sexually repressed, neurotic, stuck in childhood and so on. If there is so many specialists pointing out to the problems of being repressed, why do they keep on destructing themselves with drugs and ignoring nature? The whole city of London is on drugs.Thats fine for me. I wont tell them what to do cos its not my job, and I will keep them company for as long as my body can handle, but my sexual life is close to none.I got married to a beautiful boy as soon as I moved to England. We had serious problems of communication and when we broke up last July I didnt know I was going to be immersed in other peoples frustrations everytime I tried to fuck.Men run away from me. They say they are scared of my sexuality and me. One of them, a well known DJ, spent some sunny afternoons with me, telling me about his trips to India, his records and his desire to make music. Nice! I thought I had a mate to make music with. He thought he had a girlfriend and told everyone he was seeing me. He didnt fuck me or anything like it but he scared all my potential dates leaving me fuckless again. It was a shame cos I was shagging a very big cock every other week, but he ran away. He actually borrowed money and ran away.I tried to tell the big cock that Mr. DJ was just a friend and I would love to see him again, but I didnt work. He said he only do things connected to many other things. Maybe he wanted me to be part of his hive or something like that. Neurotic. I don't know. The big cock still owes me money and never fucked me again. A friend of mine told me there was some gossips going around that I fucked more people in the house I live so he didnt want to interfere. Bollocks. They like to gossip, especially if the gossip takes away the responsibility of fucking. What if I fucked more people? Is it a problem? I didnt anyway. Would love to have done.So here is me. In theory I fucked everyone. In practice I fucked a pathetic amount of men. 2.. 3? In months and months!!! I would be glad if I had one but an active one. Whats the problem of wanting to fuck 3, 4 times a week? Its surely much less than the amount of love I used to get in Brazil. Yes, love! I call it love! Hugging, kissing, laughing together and fucking. Love!Parties all about drugs, and I dont take drugs, I love myself, and there is no motivation to get dressed and be nice cos in the end I wont shag anyone. They say Im gorgeous, I look great! Oh! Sexy!. Shut tha fuck up, bastards! You dont really think Im sexy! You dont know what sexy is!!!!The good part of it is that Im reading books compulsively, learning new words and stretching my brain. Im feeling good, and now I found a very nice man to keep me company. Hes English, yes. He seems scared of me sometimes, hesitating, but I like him. And Im free to try and fuck other people. But I gave up. I wont try, cos its ridiculous! I think a woman should be grabbed and treated right with no hesitation, but Im aware that London is not the place for this sort of expectations.Everyday there is hundreds of Brazilians moving to London. No wonder they get the jobs and people want them near. Londoners love Brazilians. They need this symbiosis and our spark of life is refreshing. The other way round can be frustrating, but Ill keep my mouth shut. Let them come.Hey fellow brazilians! They eat badly, they don't like fucking but there is nothing wrong with them! No! We are primitives! We are here to entertain them! It's refresing!
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