segunda-feira, junho 20, 2005

Chemical Brothers e DJ Yoda fazem os shows mais concorridos do Sónar 2005

Ana d'Arce
Especial para o UOL Música, em Bercelona


Na noite se sexta-feira (17), os britânicos Ed Simons e Tom Rowlands, a dupla que forma o Chemical Brothers, abarrotaram a maior pista do complexo montado na Fira Gran Via para o Sónar Noite, deixando muita gente para fora ou tentando acompanhar o show das portas do recinto. Esta foi a maior platéia de todo o festival, confirmando a escolha da organização, que colocou o grupo abrindo toda a comunicação, seja no pressbook, catálogo ou nos cartazes de publicidade espalhados pela cidade.

Toda a potência do ótimo sistema de som do SonarClub foi muito bem aproveitada pelo Chemical Brothers, que mais uma vez abriu seu show com o clássico "Hey Boy, Hey Girl" e apresentou um set list que incluia músicas de todos os seus álbuns, especialmente do mais recente, "Push The Botton", lançado este ano.

No sábado (18), o DJ Yoda lotou o SonarPark e fez o show mais concorrido daquela noite. Famoso por sua habilidade nos toca-discos, Yoda montou um repertório com os mais variados estilos musicais. Além disso, o inglês deu um show a parte ao mixar imagens de filmes --utilizando o aparelho DVJ, que permite misturar imagens e sons--, como, por exemplo, "Um Tira no Jardim de Infância", com um solo de banjo. Jeff Mills também apresentou-se com um DVJ ilustrando seu set, já um clássico no Sónar, para uma pista fiel e lotada.

O norte-americano James Murphy fez duas ótimas aparições no Sonar Noite. Como DJ no SonarPub, onde seu estilo barulhento se juntou a uma vasta cultura de black music, acrescida de muitos efeitos e distorções. Já com o grupo LCD Soundsystem, fez um show redondo e empolgou a platéia. Incomodado no início com a distância que separava a banda da beirada do palco, Murphy, que queria estar mais próximo do público, relaxou durante o show e bastante irônico apresentou seis vezes seu parceiro e multi-instrumentista da banda Tim Goldsworthy, chamando-o de Phil. Este se divertia com a brincadeira entre um gole e outro de champanhe no gargalo. O clima à vontade do grupo era tão grande que, quando duas cordas do baixo arrebentaram e não puderam ser trocadas, o baixista continuou no palco dançando animado. O show incluiu uma regravação do Siouxsie and The Banshees e terminou com uma versão mais longa do hit "Yeah".

Em seguida, subiu ao palco SonarClub a DJ Miss Kittin, que fez um set mais pesado que o apresentado na programação diurna e garantiu pista cheia até o final, o que deixou um pouco vazio o SonarPark durante a ótima apresentaçao de Cut Chemist. Trazendo um hip hop contemporâneo como base, este mestre o turntablism misturou vários estilos, colocando inclusive bossa nova e sons de berimbau num set inteligente e bem-humarado, que terminou com uma gravação de vozes do público editada e manipulada ao vivo.

O inglês Luke Vibert, do selo Warp, subiu ao palco depois de Miss Kittin e, tímido, atrás de seu laptop, fez um Live P.A. leve e para cima. Sua apresentação com breakbeats e acid house manteve a pista cheia e animada, apesar da concorrência dos outros palcos, onde um show case da Minus animava o SonarPub e a esperada apresentação de M.I.A.,que não chegou a lotar o SonarPark.

O show da cantora inglesa M.I.A. foi uma das decepções da programação. Sem muita experiência de palco e acompanhada pelo DJ Pancho e por uma vocalista e dançarina, M.I.A. apresentou músicas do seu elogiado disco de estréia "Arular" --que mistura pop, hip hop, raggamufin e funk carioca--, cujas boas críticas acabaram criando uma grande expectativa em torno da apresentação. Ao final, depois do hit "Galang", metade do público saiu do SonarPark antes do bis.

Enquanto isso, no SonarPub, palco a céu aberto na lateral da Fira Gran Via, uma multidão se amontoava em toda sua extensão acompanhando na maior empolgação o set de Richie Hawtin, que encerrou a extensa programação do festival.

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