sexta-feira, junho 03, 2005

ok, ok... tb acho.



Adquiriu um tom político como as letras do grupo a minicoletiva de lançamento do primeiro CD do F.UR.T.O., "Sangueaudiência", hoje em São Paulo. A banda, cuja sigla vem de Frente Urbana de Trabalhos Organizados, é liderada pelo ex-baterista do Rappa, Marcelo Yuka. Juntam-se a ele o baterista e percussionista Garnizé, que tocava no grupo de hip hop Faces do Subúrbio, o instrumentista Maurício Pacheco e o também percussionista Jamilson da Silva.

O grupo fez até hoje apenas três apresentações: uma no MTV Video Music Brasil em agosto do ano passado, outra no TIM Festival em outubro ("mas foi covardia tocar no mesmo horário do Kraftwerk", diz Yuka) e uma terceira em Recife.


Yuka afirmou que, se tivesse que escolher um alvo para as letras do grupo, seria a elite econômica e cultural do país. "Essa nova Daslu que está sendo inaugurada em São Paulo, por exemplo, é um verdadeiro ato de violência. É um shopping feito da elite para a elite, um totem da má distribuição de renda. Soube que tem um dos melhores acessos para deficientes do país, mas não se pode entrar sem carro. Quer maior exclusão que essa?", disse.

Garnizé completou criticando o governo federal: "O Lula ainda não assumiu o seu posto de presidente. A cadeira continua vazia. Mas ele tem razão quando diz que o brasileiro tem que tirar a bunda da cadeira. Precisamos protestar mais".

Sobre o som do grupo, Jamilson diz que o F.UR.T.O conseguiu atingir uma mistura natural entre os instrumentos e a música eletrônica. Yuka fez uma comparação entre o seu trabalho de compositor no Rappa e hoje. "Minhas letras foram amadurecendo, ficaram mais ácidas sem perder a metáfora, o lado poético."

O grupo defendeu o tom político de suas letras. "Não fazemos política partidária, mas de transformação", disse Garnizé. "A indústria cultural freia o poder crítico dos artistas hoje. Isso é errado, porque o artista nada mais é do que um cidadão amplificado", comentou Yuka. O F.UR.T.O. se associa a grupos como o Coletivo X, organização que combate o tráfico de armas o abuso da autoridade policial.

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