Em alta - Gravadoras abraçam os indies
Por Fernanda Cardoso@Tramavirtual
Não é de hoje que as grandes gravadoras encontram nas bandas independentes a solução para o marasmo do mercado musical. Nos anos 90 rolou uma grande reviravolta, que acabou revelando importantes nomes do cenário atual como Planet Hemp, Pato Fu e Raimundos, entre outros. Depois deste feliz casamento entre majors e independetes, nunca mais os alternativos conseguiram espaço com o grande público.
Felizmente, de um ano para cá as grandes gravadoras parecem ter aberto os olhos novamente e estão realmente empenhadas na busca de novos nomes no mercado paralelo alternativo. Isto, com certeza, se deve ao crescimento espantoso da oferta e da procura por bandas que estão fora do mainstream. A própria TramaVirtual é um exemplo disso. Lançado em maio de 2004, atualmente o site já tem quase 15 mil artistas cadastrados, 35 mil músicas e uma média de mais de 10 mil visitantes por dia.
Para Rodrigo, integrante da banda Leela (foto da capa) – contratada em julho do ano passado pela EMI – este súbito interesse das gravadoras está ligado ao comprometimento dos “indies” com o seu trabalho. “As bandas independentes têm uma verdade (pelo menos pra elas próprias) para ser ‘vendida’. E, num momento de crise no mercado, acredito que o que vai valer é fazer um trabalho sincero e sem grandes armações para enganar o público”.
Além disso, Rodrigo acredita que o baixo custo deste tipo de banda ajuda muito na hora da contratação. “Acho que é mais barato e menos arriscado apostar em artistas já ‘experimentados’ pelo público. O conceito dos artistas independentes tem e terá um valor cada vez maior na vida das pessoas”.
O mais bacana é que o público vem cada vez mais perdendo preconceitos. Antigamente, se uma banda assinava com uma grande gravadora, automaticamente já era tachada como “traidora”. Felizmente, hoje em dia as pessoas estão mais interessadas na qualidade musical da banda. Não importa se aquele artista é um achado da Noruega ou está estampando a capa da NME.
Antigamente falava-se muito em exigências ou regrinhas pré-estabelecidas pelas majors, mas a verdade é que isso dificilmente acontece. As gravadoras devem agregar valores e proporcionar um suporte melhor dando mais qualidade técnica para as bandas.
São inúmeros os exemplos de bandas do circuito alternativo que assinaram recentemente com gravadoras de médio ou grande porte: o Leela com a EMI, Forgotten Boys com a ST2, Ludov, Gram e Cachorro Grande com a Deck e, recentemente, o Cansei de Ser Sexy com a Trama, mais especificamente com o selo TramaVirtual.
Este feliz reencontro só tende a crescer e a beneficiar os consumidores de boa música. O único problema é o preço dos CDs, que muitas vezes chega a dobrar. Mas, apesar disso, as vantagens, tanto do público como das bandas, ainda são maiores. Além da distribuição – que passa a ser muito mais forte, facilitando a vida dos compradores – ainda existe a divulgação feita por pessoas especializadas, a estrutura técnica e, é claro, aquela “forcinha” para tocar em rádio, TV e até mesmo em alguns festivais.
O fato é que, independente de como ou quem lançou a banda, o mais importante é facilitar o consumo da boa música para o público interessado. Seja na música, cinema, artes plásticas ou qualquer outro tipo de manifestação artística, o que vale mesmo é divulgar, tornar a arte comum a todos, acessível e possível para todo e qualquer tipo de pessoa.
quarta-feira, junho 15, 2005
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