segunda-feira, agosto 28, 2006

festival de curtas

17º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo
Programação
Guia Folha

MIS - SALA MULTIMÍDIA

KINOFORUM FORMAÇÃO DO OLHAR 4 "Augusta ao Gosto" (2006), de Fausto Kutka; "Exercício 1" (2006), de Marcus Vasconcelos; "Feira da Teixeira" (2005), de criação coletiva; "Fundo do Poço" (2005), de Gleice Ferreira; "Imbé Gikegü, Cheiro de Pequi" (2006), de Takumã e Marika Kuikuro; e "O Cavalo" (2005) de crianças da oficina de vídeo Minha Vila Filmo Eu. 63 min.20h.

Morre mulher mais velha do mundo no Equador

QUITO (Reuters) - A mulher mais velha do mundo registrada no Livro Guinness de recordes morreu no Equador aos 116 anos com sintomas de pneumonia, informou na segunda-feira a imprensa local.

María Esther Heredia de Capovilla, uma equatoriana que foi registrada pelo Guinness como a mulher mais velha do mundo em dezembro do ano passado, morreu na madrugada de domingo em um hospital do porto de Guayaquil.

Os familiares da anciã disseram à imprensa do país que ela foi internada em uma casa de saúde com um quadro de pneumonia.

Heredia nasceu no dia 14 de setembro de 1889 e teve cinco filhos, 11 netos, 20 bisnetos e cinco tataranetos. O funeral será na tarde de segunda-feira, em sua cidade natal.

Heredia superou a norte-americana Elizabeth Bolden, de 115 anos, como a mulher mais velha do planeta.

(Por Alexandra Valencia)

Novos astros do rock usam vídeos na Web para conquistar fãs

Por Yinka Adegoke

NOVA YORK (Reuters) - A banda de rock alternativo OK Go, de Chicago, tornou-se mais popular no site de vídeos online You Tube do que jamais havia sido na MTV. O vídeo de esteira rolante da banda atraiu milhões de visitas na Internet, e foi exibido em programas de notícias em todo o mundo.

Os observadores da indústria fonográfica podem aprender com a experiência do OK Go, que demonstra que os internautas podem catapultar um grupo para a fama, desafiando a suposição generalizada de que vídeos de música precisam de orçamentos de milhares de dólares ou de diretores conhecidos em Hollywood.

O setor passa por uma lenta e ocasionalmente dolorosa transição, da velha maneira de comercializar CDs e vídeos de música à era digital, com distribuição online de música e vídeos, assistidos pelos fãs na Internet ou em players de mídia como o popular iPod, da Apple Computer.

Sites como o YouTube, MySpace, PureVolume e outros permitem que artistas iniciantes divulguem vídeos, usualmente produções de imagem nebulosa e baixa definição, a custo baixo ou zero.

O OK Go, que grava para a Capitol Records, parte do EMI Group, diz que seus dois mais populares vídeos, "A Million Ways" e o novo sucesso "Here It Goes Again" --conhecido popularmente como "a dança da esteira rolante" (http://youtube.com/watch?v=jWCSGGrU9MA)-- foram primeiro veiculados no YouTube por fãs que os gravaram no site da banda, www.okgo.net.

"Por sorte tivemos algumas idéias excelentes", disse Damian Kulash, de 29 anos, vocalista do OK Go.

"O vídeo da esteira rolante, por exemplo, foi idéia da minha irmã... e não precisamos de muito dinheiro para executá-lo", disse.

"A Million Ways", gravado em apenas cinco tomadas, não só se tornou um dos vídeos mais assistidos no YouTube como um dos mais imitados. Centenas de paródias e imitações dos passos de dança foram enviados ao site por fãs entusiasmados dançando por toda parte, de bailes de formatura a festas de casamento.

O sucesso do OK Go e outras bandas no YouTube encorajou a empresa iniciante a abrir um canal dedicado aos músicos que ainda não se tornaram famosos. O YouTube diz que 120 mil bandas e artistas assinaram, desde o lançamento, em junho.

O adeus dos Cavalera

DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO

"O Sepultura permanece." É com essa idéia, de que ninguém é insubstituível, que Paulo Xisto, baixista do Sepultura e último remanescente do quarteto original que em 1985 gravou a primeira demo "Bestial Devastation/Século 20", fala sobre o recente lançamento de "Dante 21" e o futuro da banda.
Aos 21 anos, o Sepultura lança seu 11º disco de estúdio e separa de vez sua identidade do nome Cavalera, sobrenome dos irmãos Iggor e Max, fundadores do grupo. O disco é a última gravação de Iggor (agora com dois "g") com o grupo.
Logo no início da turnê de lançamento em que fizeram 40 shows na Europa, Iggor, baterista e fundador do Sepultura, deixou a banda. Quase dez anos antes disso era o outro Cavalera, Max, então "frontman", que saía para formar o Soulfly.
Disco nas lojas, banda no palco. E realmente o grupo não parece abalado pela saída do baterista. "Já temos dez shows agendados no Brasil, fora turnê nos EUA e festivais agendados até o próximo ano", contou Paulo em entrevista ao Folhateen na última sexta. Segundo ele, o plano imediato é fazer shows. Depois, entrar em estúdio, voltar a gravar e manter o Sepultura em atividade.
No lugar de Iggor, Jean Dolabella e a difícil missão de dar conta do trabalho de quem já foi apontado por inúmeras revistas especializadas como o melhor baterista do mundo.
Paliativo? "Ele é o baterista do Sepultura agora", diz Paulo, afirmando que Jean veio para ficar. "Ele toca muito. Tem uma pegada diferente, claro, mas tá entrando na banda com uma energia nova e muito tesão por tocar, o que é bom", disse Paulo, defendendo a novidade.
As mudanças na formação da banda, que poderiam ser uma época de baixa, acompanham a alegria do 11º lançamento. "Dante 21" é "nosso filho mais novo, mais querido no momento", diz Paulo, que se assume como um "pai" orgulhoso.
Para compor "Dante 21", álbum conceitual, o Sepultura se debruçou sobre "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, atualizando as idéias de inferno, purgatório e paraíso dessa obra central do poeta italiano do século 14.
Na adaptação das letras, o tom pessimista do inferno domina o disco, já que é tema da maior parte das composições. Mas tudo culmina com a esperança de que há uma saída. A última frase que sai da garganta de Derrick Green é "salvação".

quinta-feira, agosto 24, 2006

Quando Dylan eletrificou sua música: mitos e fatos

O célebre show de 25 de julho de 1965 no festival de Newport é considerado como o episódio em que o cantor "renegou" o folk acústico; mas a veracidade do fato é contestada

Bruno Lesprit

Em 3 de agosto de 2002, Bob Dylan retornou ao local do seu crime: o palco do festival de Newport (Rhode Island). Irreconhecível com o seu chapéu de caubói, seus cabelos e sua barba desmedidos, o bardo tocou guitarra elétrica com uma orquestra, sem ser alvo do menor apupo sequer. Ou seja, tudo foi muito diferente daquilo que havia acontecido 37 anos antes, naquele domingo, 25 de julho de 1965, em que, segundo reza a lenda, ele teria afastado todos os seus fãs da primeira hora com um gesto tão masoquista quanto revolucionário: eletrificando sua música e traindo a causa do folk em benefício do apelo do rock'n'roll.

Os fatos, que se desenrolaram então em menos de meia-hora, representam, segundo os historiadores, a grande batalha estética da música popular. A derrota dos "folkeiros", puristas retrógrados, e a irrupção espetacular da contracultura, quatro anos antes de Woodstock. Era a metamorfose de Dylan num Rimbaud elétrico que estava abandonando a canção de protesto em favor da introspecção e do verbo surrealista.

Ao fusionar a consciência do folk com a potência do rock, o cantor abre o caminho para a onda dos autores-compositores que estarão na crista da onda ao longo de uma década, até a revolta punk: Simon & Garfunkel, Neil Young, Leonard Cohen, Bruce Springsteen... Ele influenciou até mesmo os Beatles.

No vídeo-documentário "No Direction Home: The Life and Music of Bob Dylan", o biógrafo Robert Shelton não hesita a comparar sua performance naquele festival de Newport à estréia de "A Sagração da Primavera", de Stravinsky, em Paris em 1913. Uma querela dos anciões e dos modernos que se concluiu com a derrubada do velho mundo. Em 1965, Dylan, aos 24 anos, é a estrela em ascensão do folk americano, o qual conhece então uma fase de renascimento em volta da boemia nova-iorquina de Greenwich Village, vinculada à redescoberta do patrimônio como resultado da ação de musicólogos-colecionadores tais como os Lomax, John (o pai) e Alan (o filho).

Fundado em 1959 pelos cantores Pete Seeger, Theodore Bikel e Oscar Brand, associados com o produtor de jazz George Wein, o festival de Newport é o ponto de encontro obrigatório dos aficionados do gênero, em sua maioria, jovens brancos politizados, opositores da guerra do Vietnã que estava começando e próximos ao movimento em prol dos direitos cívicos liderado pelo pastor Martin Luther King.

Os seus gostos musicais orientam-se para a busca da autenticidade: as baladas de Woody Guthrie compostas durante a grande depressão (1929), a música dos fazendeiros dos Appalaches, o blues dos afro-americanos. Eles desprezam o rock e o pop, vistos como sorrateiramente comerciais.

A primeira edição de Newport revelou a jovem Joan Baez, e as duas mais recentes, seu companheiro, Bob Dylan. A música deste último, "Blowin' In The Wind", que se tornou um sucesso na versão de Peter, Paul & Mary, foi adotada como o grande hino pacifista, que é entoado no palco por esta comunidade como um todo.

Em 1965, Dylan já é um dos artistas os mais destacados do cenário. Cinco dias antes da sua apresentação em Newport, ele lançou uma música repleta de revolta e de eloqüência, "Like a Rolling Stone", que será o seu maior sucesso radiofônico. Ele está decidido a interpretá-la no festival. Mas, para tanto, ele precisa de um grupo, tal como aquele que o acompanha nesta gravação incendiária de mais de seis minutos que se estende pelos dois lados do compacto de 45 rpm.

Presente na gravação, o guitarrista de blues Mike Bloomfield é convidado para participar da aventura; a ele juntam-se o baixista Jerome Arnold e o baterista Sam Lay, ambos membros da sua orquestra, a Paul Butterfield Blues Band. O pianista Barry Goldberg foi recrutado no próprio local do show, assim como Al Kooper, que já tocara em "Like a Rolling Stone". Este guitarrista de profissão foi convidado por Dylan a trocar seu instrumento pelo órgão, o qual ele nunca havia tocado anteriormente. Às vésperas do concerto, este grupo recém-formado ensaia numa mansão até o sol raiar, tudo envolto no mais completo segredo.

Até então, o seu público conhecia apenas um único Dylan: o cantor de protesto trajando as roupas de um humilde trabalhador, o poeta solitário com o seu violão acústico e a sua gaita. No seu caderno de notas, Robert Shelton, surpreso, constata em duas oportunidades que ele aparece em Newport trajando um "blusão de couro" assim como os rebeldes do cinema, James Dean ou Marlon Brando. Dylan liga a sua guitarra num amplificador e canta três novidades, "Maggie's Farm", "Like a Rolling Stone" e "It Takes a Lot To Laugh, It Takes a Train To Cry". É a primeira vez que se ouve rock'n'roll no sacrossanto templo do folk.

Na opinião da maioria, a performance é catastrófica: o grupo não está sintonizado, a qualidade sonora é pavorosa devido à falta de tempo hábil para efetuar uma passagem de som correta, e a voz de Dylan some em meio à barulheira instrumental. Segundo Shelton, o público não tarda a reagir violentamente por meio de vaias e de invectivas ("Toquem folk!", "Queremos o nosso dinheiro de volta!", "Isto é um festival de folk!", "Livre-se desse grupo!").

Apesar de tudo, o cantor retorna ao palco, desta vez, acompanhado apenas pelo seu violão e sua gaita, parecendo conceder a vitória aos "folkeiros". Ele interpreta, atendendo ao seu pedido, "Mister Tambourine Man", precedida por "It's All Over Now Baby Blue". Os exegetas viram nesta música uma das mais belas canções de desamor jamais escritas, uma metáfora do adeus de Dylan ao folk ("Ascenda um fósforo, comece tudo de novo").

Nos bastidores, o ambiente também é elétrico. O episódio o mais famoso é a reação furiosa de Pete Seeger, o mentor de Dylan, que teria ameaçado cortar os fios do equipamento de som com um machado. O patriarca do folk, que hoje tem 87 anos, sempre desmentiu esta versão, explicando que ele não queria em caso algum censurar Dylan, e sim que as suas palavras fossem ouvidas. Ele teria se precipitado sobre o engenheiro do som, Paul Rothschild (fundador da gravadora Elektra e futuro produtor dos Doors), intimando-o a executar a seguinte ordem: "Retire essa distorção da sua voz... É horrível! Se eu tivesse um machado, eu cortaria imediatamente o cabo do microfone!"

Um dos organizadores do festival, Bruce Jackson, vai muito mais longe em sua análise dos acontecimentos: ele contesta a veracidade daquilo que ele chama de "o mito de Newport", e que foi veiculado, contudo, pelas testemunhas no documentário de Martin Scorsese, "No Direction Home". Ele dedica a este caso um capítulo num livro a ser editado na primavera de 2007, "Telling Stories: How Stories Work and The Work Stories Do" (numa tradução livre, "Contando histórias: como as histórias funcionam e os efeitos que as histórias têm", a ser editado pela Temple University Press).

Jackson, que se baseia na gravação do concerto que foi integralmente transcrita, tem sólidos argumentos para defender: os espectadores não vaiaram Dylan, e sim a apresentação interminável feita pelo seu colega Peter Yarrow (de Peter, Paul & Mary) e o seu comentário desastrado quando ele anuncia que o messias "dispõe apenas de um tempo limitado". E a brevidade da apresentação de Dylan, decidida pelos organizadores que queriam naquela noite multiplicar as performances de artistas, os tornou furiosos.

Bem mais do que a música em si. Mesmo porque, será que eles poderiam ignorar a mutação de Bob Dylan? Afinal, conforme lembrou o próprio artista, "'Like a Rolling Stone' já havia sido lançado, tocava no rádio, e, de qualquer forma eu já havia começado minha carreira tocando música elétrica, muito antes do advento da cena folk" (ele se refere a "Mixed Up Confusion", uma música que passara completamente despercebida em 1962). Antes de Newport, Dylan havia lançado "Bringing It All Back Home", um álbum bicéfalo com um lado inteiramente elétrico e o outro acústico. Portanto, ele não estava se apresentando com uma máscara.

Geralmente descritos como membros de uma seita de tradicionalistas, os fiéis de Newport estavam abertos para outros gêneros, até mesmo eletrificados. Assim, o festival já havia acolhido estrelas da música country (Johnny Cash e Bill Monroe) e os bluesmen Howlin'Wolf e Muddy Waters. Por fim, no que diz respeito a Pete Seeger, descrito como o vilão reacionário desta história, as suas gravações com os Weavers já incluíam então guitarras elétricas.

Ainda assim, aquela edição do festival de Newport ficou na história como uma data decisiva, no auge do frenesi criativo que conhece Dylan em meados dos anos 60. Quatro meses depois do festival, ele lança o álbum "Highway 61 Revisited", o seu primeiro inteiramente elétrico, completando a sua metamorfose num rock star misterioso e fascinante.

Por sua vez, a turnê que acompanha esta nova obra-prima será profundamente marcada pelo caos, sem dúvida suscitado pelas reações à polêmica apresentação de Newport. O seu empresário lhe impôs uma parte acústica. O resultado disso é que durante o primeiro show no Forest Hills Stadium de Nova York, Dylan é vaiado enquanto ele se apresenta com o seu novo grupo, integrado por Al Kooper, pelo baixista Harvey Brooks e dois músicos dos Hawks (o futuro The Band), o guitarrista Robbie Robertson e o baterista Levon Helm.

A situação será ainda pior do outro lado do Atlântico. "A maior parte dos ataques contra Dylan na primavera 1966 na Inglaterra foi planejada pelo Partido comunista britânico", declarou, em 5 de novembro de 2005, em entrevista a "Le Monde" o ensaísta e crítico de rock Greil Marcus, por ocasião do lançamento do seu livro, "Like a Rolling Stone" (editora Galaade). "Na época, os clubes de folk haviam sido enquadrados; eles deviam preservar a cultura do povo do capitalismo e da corrupção, e Dylan representava uma ameaça. Durante as suas apresentações, grupos de agitadores batiam palmas para perturbar a orquestra".

O incidente o mais célebre ocorreu no Manchester Free Trade Hall, quando, durante um intervalo, um espectador grita "Judas!". Com a voz tremendo, Dylan responde: "Eu não acredito em você, seu mentiroso!" Ele se volta então para a sua orquestra e lhe ordena tocar "Like a Rolling Stone" "alto e bom som".

Tradução: Jean-Yves de Neufville

Definição científica de planeta exclui Plutão

Praga, 24 ago (EFE).- A União Astronômica Internacional retirou de Plutão nesta quinta-feira (24) o status de planeta de pleno direito do Sistema Solar, após longas e intensas controvérsias.

Com a decisão votada no plenário da 26ª Assembléia Geral da entidade, realizada em Praga, se reduz o número de planetas no Sistema Solar de nove para oito. Os mais de 2.500 analistas de 75 países reunidos na capital tcheca reconhecem desta forma que se cometeu um erro quando se outorgou a Plutão a categoria de planeta, em 1930, ano de sua descoberta.

A definição adotada hoje preenche um vazio que existia neste campo científico desde os tempos do astrônomo polonês Copérnico (1473-1543).

A nova definição estabelece três grupos de planetas, o primeiro com os oito planetas "clássicos" - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Netuno, Saturno e Urano -, depois um segundo, que são os asteróides, e um terceiro grupo, com Plutão e o novo objeto UB313, descoberto no ano passado.

Plutão, descoberto há 76 anos pelo cientista norete-americano Clyde Tombaugh (1906-1997), é objeto de polêmica há décadas, principalmente devido a seu tamanho, que foi reduzido ano após ano e que foi estabelecido agora em 2.300 quilômetros de diâmetro.

Assim, Plutão é muito menor que a Terra (12.750 quilômetros) e até mesmo menor que a Lua (3.480 quilômetros) e o UB313 (3.000 quilômetros), que no entanto está muito mais longe do Sol.

Outro argumento contra Plutão é a forma pouco ortodoxa de sua órbita, cuja inclinação não é paralela à da Terra e a dos outros sete planetas do Sistema Solar.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Grigori Perelman solucionou um mistério de um século, mas resolveu ficar em casa com sua mãe no dia da premiação

Gênio recluso, de 40 anos, também deve rechaçar um prêmio de US$ 1 milhão pela sua resolução da chamada conjectura de Poincaré

DA REDAÇÃO

O matemático russo Grigori Perelman, 40, se recusou ontem a receber a Medalha Fields, o equivalente ao Prêmio Nobel para a área. O pesquisador, aparentemente magoado com alguns colegas, permaneceu incomunicável em São Petersburgo enquanto os mais prestigiosos matemáticos do mundo se reuniam na cerimônia de entrega em Madrid.
Perelman foi indicado para a Medalha Fields por resolver um enigma que durava um século, conhecido como conjectura de Poincaré. O matemático, que cultiva fama de excêntrico, ficou trancado com a mãe em casa e não explicou suas razões para recusar o prêmio, entregue durante a reunião quadrienal da IMU (União Matemática Internacional). Segundo colegas, ele também deve recusar um prêmio de US$ 1 milhão oferecido por uma fundação americana por sua façanha.
As razões da recusa ainda não estão claras, mas jornais russos afirmam que ele estaria reagindo à sua não-reeleição como membro do Instituto Matemático Steklov, de São Petersburgo. Anatoli Verchik, amigo de Perelman, diz que o gênio recluso só estava interessado em ver seu trabalho declarado como correto e via outras formas de reconhecimento como "superficiais". "Ele é muito reservado, não gosta de falar sobre esse assunto", diz.
John Ball, presidente do comitê da Medalha Fields, diz que passou dois dias em São Petersburgo tentando em vão convencer Perelman a aceitar a honraria. A recusa teria a ver com ele se sentir "isolado da comunidade matemática".
A conjectura provada por Perelman, criada pelo matemático francês Henri Poincaré em 1904, foi um dos maiores enigmas matemáticos do século 20. No ano 2000, o Instituto Clay, de Massachusetts (EUA), classificou a questão como um dos chamados "problemas do milênio", sete quebra-cabeças infernais com um prêmio de US$ 1 milhão para quem resolvesse cada um deles.
O problema solucionado trata de questões importantes na área da topologia, o estudo das propriedades geométricas fundamentais de espaços conhecidos como variedades topológicas, ou Manifolds. São ferramentas matemáticas com aplicações diversas, utilizadas em teorias que descrevem o Universo, por exemplo.
O prêmio milionário para o russo deve ser anunciado em breve, assim que equipes de matemáticos encarregadas de examinar a prova entregarem seus pareceres. Poucos duvidam que um erro seja encontrado -e ninguém duvida que Perelman possa rejeitá-lo.
O australiano Terence Tao, um dos três outros ganhadores da Medalha Fields na noite de ontem, classificou a solução de Perelman como uma "realização fantástica". "É a que mais merece [o prêmio] entre as de nós todos", disse.
Com Associated Press

Clássico do Radiohead ganha releitura reggaeira



Foi lançado nesta terça-feira (22/8) nos EUA o CD "Radiodread", versão do clássico álbum "OK Computer", do Radiohead. As faixas do disco original ganharam releituras de reggae feitas pelo Easy Star All-Stars, grupo de artistas que já havia feito a versão dub para a obra-prima "The Dark Side of The Moon", do Pink Floyd. O disco, que virou "The Dub Side of The Moon" em 2003, conquistou milhares de fãs no mundo todo, inclusive no Brasil, onde houve show lotado há alguns meses.
Formado por músicos e produtores do selo de reggae baseado em Nova York Easy Star, o projeto de covers do Radiohead obedece a mesma ordem das faixas do disco que o inspirou - como aconteceu no caso do Pink Floyd. Mas as semelhanças param por aí. No mais, o Easy Star All-Star teve liberdade total para dar a cada música a cara do artista que a recriou.
Antes de optar pela releitura de "OK Computer", os músicos e executivos do selo Easy Star chegaram a cogitar outros clássicos, como "London Calling", do The Clash, e "The Wall", do Pink Floyd. A escolha pelo Radiohead, porém, veio após uma análise aprofundada de cada disco. "OK Computer" era o mais complexo para ser transposto para o reggae. "Escolhemos o Radiohead porque era o mais desafiador", conta o músico Michael G., arranjador do Easy Star no site da gravadora.
Entre os momentos altos do álbum está a participação do mestre Horace Andy (colaborador de longa data do Massive Attack) na faixa de abertura "Airbag" e "Exit Music (For a Film)", que virou um dub à la King Tubby pelas mãos de Sugar Minnot. Dá para ouvir trechos do álbum em sites como o Amazon.com.

Um pouco de rebeldia, Bob, por favor.

Às vésperas de lançar disco novo, Bob Dylan diz que gravações modernas não valem nada

da Redação

Reuters
Dylan: "Não conheço ninguém que tenha feito uma gravação com o som decente nos últimos 20 anos"
BOB DYLAN NO UOL MEGASTORE

Às vésperas de lançar seu primeiro disco de músicas inéditas em cinco anos, "Modern Times", Bob Dylan, 65, afirmou em entrevista que a qualidade das gravações modernas é uma "atrocidade", e que, no estúdio, as músicas do seu novo álbum tem o som muito melhor do que no disco.

"Não conheço ninguém que tenha feito uma gravação com o som decente nos últimos 20 anos", disse o roqueiro em uma entrevista à revista "Rolling Stone".

Segundo o cantor, as novas tecnologias de gravação deixam o som sem definição. "Não dá pra distinguir nada. É como... estática", disse o cantor, comparando a música ao ruído de interferência.

O cantor aproveitou para criticar as campanhas contra download gratuito de música na Internet. "Por que não?", disse o cantor, "não vale nada mesmo".

Dylan afirma fazer de tudo "para lutar contra a tecnologia", apesar de saber que esta é uma "batalha perdida".

"Modern Times" chega às lojas dos Estados Unidos na próxima segunda (28).

logo do cara que pôs a guitarra no folk.

terça-feira, agosto 22, 2006

A USP abre seu coração ( a visão do médico ).

MARCOS BOULOS

A USP se compromete com a construção de mecanismos e alternativas que combatam as formas tradicionais de exclusão


O EMPOBRECIMENTO da nossa sociedade provocou uma diminuição crônica dos investimentos em educação em nosso país e, por causa disso, houve nítida piora da qualidade do ensino público. Essa queda se acentuou nos últimos 30 anos, e a educação pré-universitária foi, com certeza, a mais prejudicada.
É consenso que o acesso ao conhecimento é fator fundamental para inclusão e transformação social. Assim, mais do que nunca, todos os brasileiros devem ter acesso à educação, desde a mais tenra idade até a profissionalização, seja esta de que nível for.
No caso brasileiro, contudo, é preciso ir além desse consenso. Tendo em vista os graves problemas sociais que vivenciamos atualmente, não basta apenas educar até o estágio profissionalizante. É necessário discutir que tipo de profissionalização devemos promover. São tantas as carências, que a formação profissionalizante deve ir além da capacitação técnica.
Deve incutir no educando o compromisso público de atuar em prol do bem comum, da superação das limitações impostas pelo tecido social. Deve formar profissionais e cidadãos.
A universidade pública deveria ser o agente por excelência desse esforço.
Mas, hoje, está longe disso. Historicamente informadora, formadora e transformadora, epicentro de grandes movimentos sociais, vê-se presa e inerte na atual conjuntura, preocupando-se apenas em graduar estudantes e realizar pesquisas que dão notoriedade ou promoção aos seus docentes. Vive centrada em seu umbigo, sem participar ativamente da turbulência social que a circunda.
A universidade pública também é afetada pela crise. As verbas para manutenção são cada vez menores, e, por causa disso, seus funcionários e docentes passaram a ter dificuldades para manter suas famílias, o que estimula a evasão de recursos humanos capacitados para a iniciativa privada.
A conseqüência direta desse quadro é a desmotivação, resultando em prejuízo na formação dos jovens. Ensinamos como décadas atrás, sem modernizar nosso "instrumental" de ensino. Ainda estamos vinculados a objetivos formais, com metodologias superadas, esquecendo que o objeto da atuação docente também é sujeito.
A despeito das sempre presentes discussões sobre a valorização do processo ensino-aprendizagem, dando maior destaque à participação do aluno, essa prática não está incorporada pela maioria dos docentes. O mérito acadêmico objetivo tem prevalecido largamente sobre a necessidade social, que é subjetiva -e raramente é levada em consideração.
Felizmente, há um início de mudança nesse panorama. A Universidade de São Paulo acaba de aprovar um projeto denominado de "inclusão social", por meio do qual procura abrir seus olhos e coração para a realidade que a circunda. O projeto visa as escolas públicas responsáveis pelo ensino secundário, propondo uma interação para aprimorar a formação de seus alunos. Para tanto, oferece mecanismos para aperfeiçoar os professores, com oportunidade para fazerem cursos de reciclagem e espaço para discutirem metodologias de ensino.
Os estímulos também se dirigem aos alunos. Para os da própria USP -de forma que também se engajem nesse esforço e dêem sua contribuição-, oferece subsídios para que montem cursos de aperfeiçoamento para estudantes oriundos das escolas públicas, visando fortalecê-los na disputa de uma vaga na universidade.
Para os alunos das escolas públicas, por sua vez, oferece um "bônus" de 3% na nota obtida no vestibular para ingressar na universidade. E possibilita que os aprovados realmente freqüentem a universidade, dando-lhes também subsídios econômicos que lhes permitam cursá-la até o fim.
Ao abrir essa janela, ou melhor dizendo, o seu coração, a USP se compromete com a construção de mecanismos e alternativas que combatam as formas tradicionais de exclusão e oferece à sociedade um modelo a ser seguido por outras instituições universitárias que não queiram fugir de sua responsabilidade social.
Paulo Freire, educador de maior relevância em nosso país, destacava em seu discurso um componente social que jamais devemos ignorar: "Há perguntas a serem feitas insistentemente por todos nós e que nos fazem ver a impossibilidade de estudar por estudar. De estudar descomprometidamente, como se, misteriosamente, de repente, nada tivéssemos que ver com o mundo, um lá fora e distante mundo, alheado de nós e nós dele". As perguntas a que se refere Paulo Freire já são bastante conhecidas. Nosso desafio é construir as respostas. A USP já deu um passo. Há muitos outros a serem dados.
MARCOS BOULOS , 60, é professor titular da Faculdade de Medicina da USP e diretor-clínico do Hospital das Clínicas.

domingo, agosto 20, 2006

Pesquisa aponta que 17% das jovens fizeram aborto

TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, do Rio

Ilegal no país, o aborto faz parte da realidade de boa parte dos adolescentes brasileiros. Pesquisa realizada com quase 5.000 jovens em três municípios do Brasil (Rio, Salvador e Porto Alegre) aponta que 16,7% das adolescentes abortaram o primeiro filho, e 45,9% dos jovens homens entrevistados tiveram namoradas que interromperam a primeira gravidez.

A pesquisa mostrou ainda que 15,5% das moças desejaram provocar aborto ao engravidar do primeiro filho, e 11,12% tentaram realizá-lo sem sucesso. Já entre os rapazes, 20% informaram que desejavam que suas parceiras interrompessem a gravidez.

Para a pesquisadora Greice Menezes, a diferença entre as declarações dos rapazes e das moças sobre a realização do aborto deve-se a dois fatores básicos. Primeiro, as meninas têm problemas em assumir terem recorrido ao aborto. Segundo, os homens podem ter um maior número de parceiras. Ainda de acordo com a pesquisadora, ao contrário do que o "imaginário popular" entende, quem mais faz abortos são as jovens de maior renda e escolaridade. A pesquisa apontou que as mulheres que tinham nível de escolaridade médio ou superior completo relataram três vezes mais o desfecho do aborto na primeira gravidez do que as jovens de baixa escolaridade.

Em relação à renda, as jovens que vinham de famílias cuja renda per capita era superior a um salário mínimo, relataram ter recorrido ao aborto quatro vezes mais do que as jovens que vieram de famílias com renda inferior a um salário mínimo. Meninas de maior renda podem se submeter ao procedimento em clínicas particulares e ter atendimento médico. Já as mais pobres, segundo a pesquisadora, fazem uso de medicamentos abortivos e chás.

"Os estudos já realizados nessa área sempre eram feitos com mulheres que se submetiam a procedimentos de finalização de abortos mal feitos em hospitais particulares, o que gerava a idéia equivocada de que eram as mais pobres que faziam, já que só elas procuram clínicas públicas", disse.

Diferenças de regiões

Greice destacou ainda a diferença entre as capitais pesquisadas. Salvador é o local onde as meninas se iniciam sexualmente mais tarde, mas há mais ocorrências de gravidez e, conseqüentemente, abortos: 19% das meninas e 60,7% dos meninos tiveram namoradas que interromperam a gravidez.

O Rio de Janeiro está em segundo lugar, com 17% das moças e 39,5% dos rapazes. Em Porto Alegre, capital onde a iniciação sexual ocorre mais cedo, o aborto é menos usual, com 8,4% das gaúchas e 31% dos rapazes declarando que suas parceiras o fizeram.

A pesquisa Gravad (Gravidez na Adolescência) gerou o livro "O Aprendizado da Sexualidade: Reprodução e Trajetórias Sociais de Jovens Brasileiros" (536 páginas, R$ 59, Editora Garamond/Editora Fiocruz), que será lançado na terça-feira. O livro reúne os resultados da pesquisa realizada com 4.634 moças e rapazes com idades entre 18 e 24 anos com perguntas que retrocedem ao início da adolescência.

Um pouco de rebeldia, Caio, por favor

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fui editora do Folhateen, caderno jovem da Folha, por dois anos. Nesse meio tempo, cansei de ouvir adolescentes declarando-se fãs de músicas do passado. Tinha desde o pessoal que curtia rockão, tipo Led Zeppelin ou Creedence -com o argumento de que esses, sim, é que faziam música "com o coração", e não eram vendidos à "indústria cultural"- até a garotada fã dos nomões da MPB (tipo Caetano Veloso e Gil).
Com algum esforço, dava para entendê-los. O primeiro verdadeiro susto que levei com esse improvável gosto passadista dos teens foi quando conheci uma garota de 14 anos cuja banda preferida era o Jesus and Mary Chain, um grupo oitentista que só era conhecido do pessoal indie... nos próprios anos 80!.
O segundo vem agora, ao saber do sucesso explosivo desse jovem saxofonista cujo repertório é o mais clássico e manjado dentro da nossa música popular tradicional.
"Jovem Brazilidade", de Caio Mesquita, não é exatamente ruim. É só muito quadradão. Não traz nenhum indício, por exemplo, de que tenha sido gravado neste século e não no anterior. De cara, "Samba de Verão" já mostra que os arranjos não sairão muito do básico. "Lilás" surge ainda mais kitsch que a versão original, e "Carinhoso" e "Papel Machê" estão abaixo da linha do aceitável.
No geral, o disco evoca a imagem daqueles músicos que tocam aos domingos em restaurante tradicional -o pianista de paletó puído, a flautista de vestido cor-de-rosa... Cenário que deveria fazer um garoto de 16 anos, no mínimo, sair correndo.

Lula deve usar 2ª semana de horário eleitoral para conquistar classe média

da Folha Online

O "Painel" da Folha de S.Paulo deste domingo informa que os programas do presidente Lula na segunda semana de horário eleitoral gratuito abordarão os temas infra-estrutura, energia e inserção do Brasil no mundo, entre outros.

Como na primeira semana, a propaganda eleitoral de Lula deve comparar os avanços ocorridos nessas áreas sob a gestão petista em relação à administração de Fernando Henrique Cardoso.

Na avaliação dos coordenadores da campanha de Lula, as propostas para o segundo mandato e as comparações estão ajudado o petista a avançar nas pesquisas qualitativas.

Além disso, o presidente irá se dirigir a partir de agora para o eleitor de classe média, revela o "Painel", editado por Renata Lo Prete. Na primeira semana, Lula priorizou a baixa renda em seu programa eleitoral.

sábado, agosto 19, 2006

Novos poetas nomeiam o agora e "agoram-se"

Revista "Inimigo Rumor" aposta no fragmento

NOEMI JAFFE
ESPECIAL PARA A FOLHA


Se a idéia de totalidade está previamente fracassada, o melhor a fazer não é lamentar-se nem acreditar num grande futuro, que também não virá. Nem luminoso nem catastrófico a ponto de justificar uma total desilusão. O que resta, então, para os produtores da cultura? Transformar o presente em tempo e em linguagem. Nomear o agora e "agorar-se".
É o que fazem os novíssimos poetas na revista "Inimigo Rumor", publicação da editora Sette Letras, do Rio de Janeiro e da editora Cosacnaify, de São Paulo. Os 15 novos poetas apostam no fragmento, na fala do agora. Os cortes dos versos são inesperados, estranhos, com aparência de prosa gratuita. O tempo métrico é trôpego: "cruza uma esquina e vê. desligou/ a chamada na hora/ precisa, a voz cortada outra/ vez antes de seguir/pelas ramblas"; um título de poema que é: "O QUE PASSOU PELA CABEÇA DO VIOLINISTA EM QUE A MORTE ACENTUOU A PALIDEZ AO DESPENHAR-SE COM SUA CABELEIRA NEGRA & SEU STRADIVARIUS NO GRANDE DESASTRE AÉREO DE ONTEM"; ou "Venho tomar café/ como quem reincide no vício./ Disse/ a mim mesma/ uns dias atrás" ou "sabe aquele tecido que quanto mais a gente lava/mais fica macio e desbotado?", alguns dentre inúmeros exemplos de pontuação insólita, interrupções bruscas, criando descontinuidade.
A descontinuidade é uma das chaves para a transformação do tempo caótico em coisa, em nome e em alguma luz. Não mais o total; mas o completo parcial. É o que aparece na entrevista que a revista traz com o escultor Richard Serra, sobre seu último trabalho, a série "Torqued Ellipses". Em meio a uma extensa explanação sobre o projeto, o artista diz ter criado um espaço desestabilizador e de desorientação. E afirma que o significado de uma obra não está nas intenções, mas em seu esforço e atividade. O esforço não como demonstração de destreza, mas como ação, mesmo que desorientada e desorientadora. O tempo como ato e não somente como potência.
Finalmente, no polêmico ensaio final da revista, Ricardo Domeneck procura entender o porquê da ínfima repercussão da produção poética no Brasil. Recusa um cânone, a formação de uma tradição e sua continuidade, e propõe uma poesia antenada com seu tempo e as determinações históricas e tecnológicas, quebrando tabus sobre a necessidade da arte de adequar-se aos meios de comunicação de massas.
Em outras palavras, o "Make it New" de Pound precisa hoje ser acrescido do "Make it Necessary". Afinal, o tempo também pede algumas coisas ao homem. Precisamos responder ao tempo e, por isso, revistas como essa são necessárias.

Empregada doméstica torna-se estrela literária na Índia

Amelia Gentleman
em Nova Déli

Abandonada por sua mãe aos 4 anos, casada aos 12 com um marido abusivo, mãe aos 13 - pouca coisa na infância traumática de Baby Halder poderia sugerir que ela se tornaria uma estrela emergente no panorama literário da Índia.

Mãe solteira aos 25, lutando para alimentar seus três filhos trabalhando como empregada para vários patrões exploradores, Halder não teve tempo para se dedicar a ler ou a contemplar a dura realidade de sua existência - até que começou a trabalhar na casa de um professor aposentado simpático, que a pegou folheando seus livros quando deveria estar limpando as prateleiras.

Ele descobriu seu interesse latente por literatura, deu a ela um caderno e uma caneta e a incentivou a começar a escrever.

"A Life Less Ordinary" [Uma Vida Menos Banal], a sensação editorial desta temporada em Nova Déli, é o resultado de suas sessões de escrita à noite, depois de terminar suas tarefas domésticas, quando despejou as memórias cruas de sua vida em cadernos escolares pautados.

Prabodh Kumar, o professor de antropologia aposentado que a descobriu, ficou impressionado com o que leu e a incentivou a continuar. Depois de vários meses ele sentou-se com ela e a ajudou a editar o texto em forma de livro.

Traduzida para o inglês no início deste ano, a autobiografia de Baby Halder tornou-se um best-seller.

No conteúdo, é uma versão indiana de "Angela's Ashes" - o relato de Frank McCourt vencedor do prêmio Pulitzer sobre sua vida miserável na Irlanda -, a história de uma infância pobre nos anos 70 no nordeste da Índia. O estilo de Halder nunca lhe conquistará prêmios literários; mesmo com a edição de Kumar, a narrativa é árida e a profusão de personagens que entram e saem de cena é surpreendente. Mas apesar disso o livro oferece uma imagem profundamente emocionante da vida de milhões de mulheres pobres indianas.

Seu livro dá voz a um grupo de pessoas que por motivos de tradição e educação geralmente são condenadas a permanecer em silêncio. Ele oferece uma visão fascinante de um lado desconhecido da vida indiana, que geralmente não atrai o interesse dos romancistas. A história da vida de Halder é escrita com coragem, sem qualquer vestígio de autocomiseração. Ela começa com um instantâneo de como sua mãe - exausta pelas prolongadas ausências do pai e seu fracasso em sustentar a família - sai do mercado um dia e nunca mais volta.

Com uma clara ausência de sentimentalismo, ela conta que seu pai lhe bateu por contar a uma amiga da escola que não tinha comida em sua casa, como surgem uma madrasta e depois outra, sobre os períodos intermitentes de estudos, interrompidos por falta de dinheiro e o caos doméstico, e como sua irmã mais velha é casada subitamente porque seu pai não pode mais sustentá-la.

Ela era jovem demais para entender o significado dos preparativos de seu próprio casamento, preferindo brincar com suas amigas na rua. Depois de conhecer seu futuro marido, com o dobro de sua idade, Baby, com 12 anos, conta a uma amiga: "Vai ser bom me casar. Pelo menos terei um banquete".

Mesmo nas horas que precederam seu casamento, "eu cantava e pulava de alegria", ela escreve. A percepção do horror de sua nova vida de casada chega rapidamente.

Logo ela está grávida, e, mal entendendo o que aconteceu, se vê criticada pelo médico por "decidir" ter um filho em idade tão tenra. Dois outros filhos se seguem, então seu marido quebra sua cabeça com uma pedra e sua irmã mais velha é assassinada pelo próprio marido violento.

Halder decide abandonar o casamento. Foge de trem para Déli, onde, como muitas outras mulheres desesperadas, procura trabalho como faxineira nas casas da nova classe média rica da capital. Lá ela escapa da destituição mandando seu filho mais velho trabalhar ilegalmente como empregado doméstico, e ela mesma trabalhando para patrões egoístas. Os patrões a tratam de maneira desumana, obrigando-a a trancar seus filhos no sótão durante o dia enquanto trabalha. Ela escreve sobre uma empregadora: "Assim que ela se sentava eu tinha de oferecer chá, água, sorvete, o que ela quisesse. Depois tinha de massagear sua cabeça ou seus pés ou alguma parte do corpo: o trabalho nunca terminava".

Ela não articula diretamente sua raiva, e raramente culpa seu pai ou o marido pela crueldade que sofreu, mas os fatos falam por si e formam um relato poderoso de seu sofrimento. É uma descrição simples de uma existência triste, que dispensa adornos literários. Em uma entrevista na casa de Kumar, onde ela ainda trabalha como governanta, Halder parece inicialmente mais à vontade com seu papel de empregada do que com o de escritora, recusando-se a sentar-se até que todos recebam água ou chá.

Hoje com 32 anos, Halder diz que escrevia depois de terminar suas tarefas e de as crianças estarem dormindo, nos quartos dos empregados na casa em Gurgaon, uma cidade próxima a Déli. "Quando eu escrevia, sentia que estava conversando com alguém e depois me sentia mais leve, como se tivesse de certa forma me vingado de meu pai, que nunca cuidou de mim como um pai deveria, e de meu marido", ela diz. "Nunca pensei que outras pessoas poderiam se interessar por minha história."
Kumar, porém, ficou imediatamente impressionado pelo que ela havia escrito.

"Fiquei surpreso, vi que era muito especial", ele diz. Ele fez fotocópias do texto e o enviou para amigos no mundo editorial.
"Eles gostaram e disseram que se lembraram dos textos de Anne Frank - uma garota que escreveu um diário e morreu jovem", Halder acrescenta. "Fui incentivada a escrever tudo, minha vida inteira. Eu não pretendia começar um livro, estava apenas escrevendo." Elogiada pela elite literária de Déli como uma obra inovadora, "Uma Vida Menos Banal" foi traduzida para várias línguas indianas e encontrou um público entre as mulheres que viveram as mesmas dificuldades de Halder.

"Este não é um livro que pode ser lido e deixado de lado. Ele levanta questões sobre o destino dos milhões de trabalhadores domésticos em nosso país e como são maltratados", conclui uma resenha no jornal "The Hindu".

"Realmente é uma história de coragem sob fogo." Este também é um retrato da maneira como a sociedade indiana moderna trata as mulheres que deixam seus maridos - estigmatizando-as e colocando-as nas margens da existência.

"É a coisa mais difícil para uma mulher fazer", diz Halder. "As pessoas nas aldeias dizem coisas feias sobre você, mas eu quis dar aos meus filhos uma vida melhor, por isso não tive escolha." "Uma mulher me disse que essa história era exatamente a dela, o que me deixou muito contente", ela acrescentou. "Há tantas outras mulheres na Índia que deixaram suas casas, como eu. Não há ajuda para elas - a vida não é fácil, e elas não são capazes de se manifestar. Se eu puder lhes dar alguma confiança, ficarei satisfeita."

Kumar explica como ele ajudou sua empregada a organizar o texto para se tornar um relato cronológico de sua vida, tirando muitas repetições e consertando os erros gramaticais. Ele diz que no início ela cometia muitos erros, mas melhorou rapidamente e aos poucos adquiriu maior sofisticação como escritora. Seus manuscritos mais recentes mostram um bengali em boa caligrafia, apertada nas páginas pautadas do bloco como se ela tivesse a preocupação de não desperdiçar papel.

Apesar de ter sido adotada pelos círculos literários de Déli (um lançamento recente da edição em bengali foi patrocinado pela escritora de Bangladesh Taslima Nasreen), Halder não tem planos de deixar a profissão de faxineira.

Está escrevendo seu segundo livro entre os trabalhos domésticos.

"Quero ser uma escritora e continuarei escrevendo, mas por enquanto não posso deixar Tatush, por isso continuarei trabalhando aqui", ela diz, desaparecendo para preparar o almoço para seu patrão - Tatush, como ela o chama.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

O assassinato de García Lorca

Há 70 anos o poeta espanhol foi executado junto com um professor e dois auxiliares de toureiro

Luis García Montero

Na noite de 13 de julho de 1936 Federico García Lorca tomou o trem para Granada. Os poeta ainda avaliava a possibilidade de viajar para o México, convidado pela atriz Margarita Xirgu, para desfrutar do sucesso que estavam alcançando suas obras teatrais. Vivia um momento de plena maturidade e reconhecimento público, haviam-se perfilado todos os matizes de sua voz lírica nos poemas do "Divã de Tamarit" e acabava de escrever "A Casa de Bernarda Alba", uma obra plena, de grande significado na evolução teatral do autor, porque nela suas indagações estéticas superavam ao mesmo tempo o experimentalismo elitista da vanguarda e as facilidades populistas da arte comercial.

Poucos dias depois de ler diante de um grupo seleto de amigos o manuscrito de "A Casa de Bernarda Alba", tomou o trem para Granada. Além de passar o 18 de julho, dia de seu santo, com seus pais e sua irmã Concha, parece que queria afastar-se dos ares conflituosos de Madri por uma rápida temporada.

Mas Granada estava longe de respirar tranqüilidade. O poeta devia conhecer as tensões que se haviam condensado na cidade. Sua relação estreita com Fernando de los Ríos, deputado socialista por Granada, fazem pensar assim. A Frente Popular havia impugnado o resultado das eleições de fevereiro de 1936, denunciando a manipulação dos caciques na província. A repetição das eleições em 31 de março não serviu para acalmar as feridas abertas durante meses de grandes comícios, greves, tiroteios falangistas, incêndios, provocações e reações violentas.

Tratava-se de um mal-estar parecido com o que havia se apoderado de Madri, a mesma agitação promovida pela radicalização social e pelos conspiradores contra a República, interessados em alimentar a desordem.

Mas em Granada, uma pequena cidade de província, quase todo mundo se conhecia e as intrigas, os rancores, os ânimos de vingança, adquiriam uma proximidade caseira, muito propícia para encarniçar os ódios desatados em uma guerra civil.

García Lorca estava na casa de verão de sua família, a Huerta de San Vicente, quando os militares golpistas se apoderaram da cidade em 20 de julho. Granada era então um Comando Militar sob as ordens da Capitania Geral de Sevilha, assumida desde o dia 19 pelo general Queipo de Llano, um dos comandantes do exército que recorreu de forma mais decidida ao terror como conduta oficial dos golpistas.

A resistência da cidade foi mínima e heróica: grupos de operários com escopetas se entrincheiraram no Albaicín e mal puderam resistir ao ataque da aviação e da artilharia rebeldes. A repressão foi sem dúvida muito dura, e cruel, pois desnecessária. Nem Queipo de Llano nem o comandante Valdés Guzmán, as autoridades militares máximas, vacilaram na hora de aplicar o extermínio como o melhor método para a regeneração espanhola.

Sempre me surpreenderam as suposições sobre as razões últimas da morte de García Lorca (homossexualidade, disputas familiares, notícias de rádio, apolitismo). O poeta foi um dos mais de 5 mil granadinos executados em virtude dos conselhos de guerra ou dos passeios da Esquadra Negra. Entre outros, foram fuzilados o general Miguel Campins, chefe do Comando Militar e leal à República, o prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores, o reitor da universidade, o diretor do jornal mais importante da cidade, "El Defensor de Granada", e diversos deputados, vereadores, professores, sindicalistas...

Como não iriam fuzilar um poeta republicano, partidário da Frente Popular e exemplo de liberdade viva nos ambientes mais sórdidos de um provincianismo que ele mesmo havia caracterizado como "a pior burguesia da Espanha"?

Federico García Lorca não se sentiu realmente ameaçado até 9 de agosto, quando uma patrulha irrompeu na Huerta de San Vicente em busca dos irmãos do caseiro, Gabriel Perea Ruiz. Insultado, golpeado, humilhado, temeu por sua vida e pediu auxílio a Luis Rosales, um poeta amigo, bem situado no novo regime pelo papel que seus irmãos falangistas e ele mesmo haviam exercido na rebelião. Rosales foi à Huerta e reuniu-se com a família para avaliar as diversas possibilidades. Federico García Lorca não quis se arriscar a cruzar as linhas inimigas para passar à zona republicana e preferiu se abrigar na casa familiar dos Rosales, no número 1 da rua Angulo.

Ali recebeu a notícia, em 16 de agosto, da execução de seu cunhado José Fernández-Montesinos, prefeito socialista da cidade. Nesse mesmo dia, por volta da 1 da tarde, Ramón Ruiz Alonso apresentou-se na casa dos Rosales com uma ordem de detenção. Ruiz Alonso, antigo deputado da CEDA e muito ativo nas lides repressivas dos primeiros dias da sublevação, cumpriu seu encargo de forma espetacular, com tumulto de tropas e cerco da casa.

O poeta foi conduzido ao Governo Civil. Luis Rosales tentou libertar seu amigo, mas no regime militar que ele e seus irmãos estavam ajudando a impor não havia lugar para cidadãos como Federico García Lorca.
Angelina Cordobilla, uma mulher que trabalhava para a família Lorca, levou comida para o prisioneiro na manhã dos dias 17 e 18 de agosto. Quando se apresentou na manhã do 19, disseram-lhe que o poeta não estava ali. Com efeito, durante a noite de 18 para 19 fora conduzido para La Colonia, uma prisão improvisada em uma vila de recreio nas proximidades de Víznar.

Ao amanhecer, como escreveu Antonio Machado, foi visto caminhando entre fuzis em Granada, a sua Granada. Foi executado junto com o professor Dióscoro Galindo e os banderilheiros Francisco Galadí e Joaquín Arcollas.

Um coveiro de La Colonia acompanhou há anos o escritor Ian Gibson à fossa onde foram sepultados os corpos. Durante muitos anos o Barranco de Víznar foi o território sagrado dos democratas granadinos, o lugar no qual prestamos culto a nossos mortos. A democracia urbanizou aquele espaço simbólico que havia formado a história bárbara da Espanha, construindo ali um parque em memória das vítimas da Guerra Civil.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Marina celebra boate gay de SP; confira letra de "Vestidinho Vermelho"

da Folha Online

Em seu novo CD ("Lá nos Primórdios"), que já coleciona críticas positivas, a cantora carioca Marina Lima, 50, faz uma referência a um dos principais "points" do público GLS de São Paulo, o clube "A Lôca", que também é freqüentada por heterossexuais.

A música "Vestidinho Vermelho", que tem também no CD uma versão remix feita pelo DJ Zé Pedro (aquele do antigo programa de Adriane Galisteu) , descreve "A Lôca" como um inferninho.

A cantora disse que já visitou a boate, localizada no número 916 da rua Frei Caneca, na Bela Vista (região central de São Paulo), e considerou o lugar perfeito para a canção. Neste mês, "A Lôca" completa 11 anos de existência.

"Vestidinho Vermelho" é uma versão em português da canção "Beautiful Red Dress", da cantora Laurie Anderson. O parceiro de Marina nessa música foi Alvin L, que no início cogitou colocar na letra uma referência à boate OO, que fica ao lado do planetário da Gávea, no Rio.

Em "Vestidinho Vermelho", Marina também faz referência às eleições presidenciais: "Dizem que mulheres não podem ser presidentes/Porque a gente pira, a gente mente/Mas quer saber?Colem em mim."

Não é a única ousadia de Marina. Em "Anna Bella", ela volta à temática homossexual. A letra indaga: "Por que as mulheres não podem ter a sua sauna gay?".

Confira a letra de "Vestidinho Vermelho"

"Eu tava lá, na Lôca
É, na Lôca, aquele inferninho
E todo mundo falando, falando ao mesmo tempo
E tava ficando tudo tão histérico
Mas tudo bem, eu não ligo
Eu topo todas

Mas cuidado, meu bem
porque a Lôca cheia... e minha maré também

O vestidinho vermelho
Que botei pra você ver
O sapatinho novinho
Que combina com você
500 graus de febre
E a maré só faz encher

Sabe
Outro dia mesmo eu ganhei na loteria
Tipo assim
Muita grana

E eu fiquei tão excitada que eu corri pra casa
E eu gritei
Hey, tem alguém ai
Ninguém respondeu

Mas tudo bem, tudo bem
Eu moro sozinha mesmo

O vestidinho vermelho que botei pra você ver
O sapatinho novinho
Novinho
Que combina com você
500 graus de febre
E a maré só faz crescer

Dizem que mulheres não podem ser presidentes
Porque a gente pira, a gente mente
Mas quer saber
Colem em mim

Mas cuidado, meu bem
porque a minha maré tá cheia
E a sua, a sua vai subir também

O vestidinho vermeho que botei pra você ver
O sapatinho novinho, novinho
que combina com você

Um vestinho vermelho que botei pra você ver
O sapatinho novinho
Novinho
que combina com você"

Idosa atropela três e mata um durante exame de motorista

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um acidente provocado por uma professora aposentada de 70 anos que perdeu o controle do carro durante uma prova de habilitação para motoristas em Sumaré (120 km de São Paulo).

A aposentada ficou com deficiência motora no braço esquerdo após uma cirurgia para extrair um seio e teve que realizar a prova para poder dirigir, apesar de sua carteira de habilitação ter vencimento em 2007.

Após atravessar uma guia e atropelar as três pessoas, a mulher ainda passou por cima de três canteiros e continuou com o carro em círculos em alta velocidade nas imediações do pátio, onde são realizadas as provas.

Cerca de 200 pessoas estavam no local para realizar provas de habilitação, entre elas dez pessoas com alguma deficiência física, que passariam por bancas especiais de avaliação.

Dorote Aparecida de Matos, de Piracicaba, dirigia um carro Honda Fit, modelo 2007, com câmbio hidramático e engatou a ré em vez da primeira marcha, segundo a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Sumaré. Além disso, ela alegou à polícia ter confundido o pedal do freio com o do acelerador.

Ela estava sem o instrutor no carro no momento do acidente. O delegado da Ciretran, Fernando Fincatti Periolo, disse que não há exigência para que o instrutor esteja no carro no momento da baliza. "Na hora da prova de baliza, o instrutor tem que ficar do lado de fora do carro para ver a distância que a pessoa estaciona da guia", disse.

Célia de Almeida, 57, ainda foi levada ao hospital após ser atropelada, mas não resistiu aos ferimentos. Ela era de Limeira (SP) e havia viajado para Sumaré para fazer a prova. Era deficiente e andava com auxílio de uma muleta.

Uma das mulheres feridas é deficiente física e está internada em estado grave. A outra ferida fraturou uma das pernas. As duas estão internadas no Hospital Estadual de Sumaré.

A aposentada foi indiciada por homicídio culposo (sem intenção de matar) e por direção perigosa. Ela prestou depoimento e foi liberada. Antes de prestar depoimento, a professora ficou em estado de choque e foi levada a um hospital.

Ela declarou à polícia que não tinha experiência em dirigir carros automáticos e que também se confundiu porque o veículo não tem embreagem. Por isso, ela disse que pisou no acelerador em vez de apertar o freio.

Antes da prova, ela passou por duas aulas com o carro na Auto Escola Viena, em Sumaré, na semana passada. A Ciretran instaurou um procedimento administrativo para apurar se houve alguma responsabilidade da auto-escola e do instrutor.

Segundo a Polícia Civil, a auto-escola apresentou um documento no qual atesta que a aposentada tinha condições de fazer a prova.

A aposentada alegou ainda que, após realizar a cirurgia para extrair um dos seios, o médico sugeriu que ela realizasse uma nova prova de habilitação, caso tivesse a intenção de voltar a dirigir. Ela tem habilitação para guiar desde 1968.

A Auto Escola Viena foi procurada, mas ninguém quis se manifestar. O marido da aposentada, que preferiu não se identificar, disse que a mulher não se pronunciaria.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Revista inglesa inicia votação para escolher o melhor DJ do mundo

da Redação

O alemão Paul Van Dyk, eleito o melhor DJ do mundo em 2005


O site da revista inglesa "DJ Magazine" abriu a votação online para a escolha dos 100 melhores DJs do mundo.

Esta é a décima edição do prêmio, que acontece desde 1997, quando 700 pessoas votaram pelo correio (o site da revista ainda não existia). No ano passado, a enquete recebeu 123.933 votos, que chegaram de 147 países.

Em 2005, três DJs de trance music foram eleitos os melhores, Paul Van Dyk, Tiësto e Armin Van Buuren, numa demonstração da grande popularidade desta vertente da música eletrônica.

O único DJ brasileiro presente na lista do ano passado foi o gaúcho Fabricio Peçanha, que ocupou a 242ª posição.

Os votos serão computados até dia 25 de setembro e os resultados serão conhecidos em outubro, durante uma festa em Londres.

Para participar da votação, vá ao site da "DJ Magazine":
http://www.djmag.com/top100

quinta-feira, agosto 17, 2006

Software organiza coleção de música por sentimentos

MARIANA BARROS
da Folha de S. Paulo

Quem já ficou de bom humor só porque ouviu determinada canção ou foi acometido por um ímpeto melodramático quando escutou "aquela" música, sabe bem da estreita relação que pode se estabelecer entre as composições e os sentimentos humanos.

Partindo daí, pesquisadores da Universidade de Munique, na Alemanha, desenvolveram um programa capaz de mapear graficamente as canções conforme as sensações que elas evocam, segundo reportagem publicada no site Technology Review.

Batizado de AudioRadar e ainda em fase de desenvolvimento, o software organiza a biblioteca virtual de música não por intérprete nem por gênero, mas pelo que cada canção pode fazer o usuário sentir.

Um sistema de algoritmos é usado para analisar as faixas, verificando sua melodia, harmonia, acordes e ritmos empregados. A análise serve de base para a classificação da música, que pode ser rotulada como rápida ou lenta, melódica ou rítmica, turbulenta ou calma, suja ou limpa.

As canções são exibidas em uma espécie de tabuleiro redondo, em que o título escolhido pelo usuário fica no meio, cercado por outros similares a ele. As distâncias indicam o grau de semelhança. Se a música do meio é mais acelerada, a que está na ponta será tanto mais calma quanto mais longe estiver da primeira.

Aceitam-se sugestões

Outros programas que organizam canções por algoritmos têm se popularizado na rede. A diferença é que, na maioria das vezes, trata-se de softwares que ajudam o internauta a descobrir novas canções das quais ele pode gostar. É o que acontece com os sites www.pandora.com ou www.last.fm/, que ajudam seus usuários a descobrir títulos que tenham alguma semelhança com outros que eles já conheçam e gostem.

O AudioRadar, ao contrário, organiza músicas que já estão em poder do usuário, oferecendo novas formas de navegar pela biblioteca de músicas. Dois outros programas, também ainda em desenvolvimento, prometem concorrer com a invenção dos pesquisadores de Munique: Playola, da Universidade Columbia, e Search Inside the Musica, projetado pela Sun Microsystems.

Dave Grohl ensaia carreira solo em trilha de documentário

da Folha Online

O cantor, baterista e guitarrista Dave Grohl, do Foo Fighters, deverá ter um trabalho solo lançado em novembro. Mas não se trata de um álbum inteiro nem do fim da banda surgida em 1995 em Seattle.

Grohl assina a música "Vile", que estará na trilha sonora de "Rising Son: The Legend of Skateboarder Christian Hosoi", com estréia nos Estados Unidos prevista para 13 de novembro. Dirigido por Cesario Montaño, o filme mostra a ascensão, queda e superação de Christian Hosoi, americano que é um dos ícones do skate e que ajudou o esporte a se consolidar como uma verdadeira cultura nos anos 80. Ele foi preso por tráfico de drogas e depois decidiu voltar sua vida à religião.

A trilha do documentário terá ainda Gnarls Barkley ("Just a Thought"), Murs ("Transitions of a Rider"), System of a Down ("Dreaming"), Queens Of The Stone Age ("Mexicola"), Fishbone ("Cheyenne"), Steel Pulse e Damian Marley ("No More Weapons"), Team Sleep e Chino do Deftones ("Antaraxia"), entre outros.

quarta-feira, agosto 16, 2006

dicionário

planeta

{verbete}
Datação
sXIII cf. CBN

Acepções
? substantivo masculino
1 Rubrica: astronomia.
astro sem luz própria, que reflete a luz do Sol [São nove os planetas que gravitam em torno do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.]
Obs.: ver quadro acima
1.1 Uso: sentido absoluto.
o astro habitado pelo homem; Terra
Ex.: uma guerra como essa pode destruir o p.


Locuções
p. inferior
Rubrica: astronomia.
aquele que gira em torno do Sol em órbita menor que a da Terra
p. interior
Rubrica: astronomia.
qualquer dos quatro planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) do sistema solar cujas órbitas estão mais próximas do Sol
p. maior
Rubrica: astronomia.
cada um dos quatro planetas maiores que a Terra (Júpiter, Saturno, Netuno e Urano)
p. menor
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas menores que a Terra (Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão)
p. superior
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas que estão mais longe do Sol do que a Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
p. interior
Rubrica: astronomia.
qualquer dos quatro planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) do sistema solar cujas órbitas estão mais próximas do Sol
p. maior
Rubrica: astronomia.
cada um dos quatro planetas maiores que a Terra (Júpiter, Saturno, Netuno e Urano)
p. menor
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas menores que a Terra (Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão)
p. superior
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas que estão mais longe do Sol do que a Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
p. maior
Rubrica: astronomia.
cada um dos quatro planetas maiores que a Terra (Júpiter, Saturno, Netuno e Urano)
p. menor
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas menores que a Terra (Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão)
p. superior
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas que estão mais longe do Sol do que a Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
p. menor
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas menores que a Terra (Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão)
p. superior
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas que estão mais longe do Sol do que a Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
p. superior
Rubrica: astronomia.
cada um dos planetas que estão mais longe do Sol do que a Terra (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
pequeno p.
Rubrica: astronomia.
pequeno corpo celeste que gravita em torno do Sol; asteróide
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende
ter nascido debaixo de bom p.
ter sorte, ser feliz; sair-se bem de tudo quanto empreende


Etimologia
lat.tar. planéta,ae 'planeta' plánés,étos ou planêtés,ou 'errante, vagabundo' e no snt. plánétes astéres 'planetas', der. do v.gr. planáó 'afastar-se do caminho certo, desviar do caminho, extraviar'; ver planet(o)-; f.hist. sXV preneta, sXV pranetas; registra-se a f. perneta entre 1450 e 1516

Homônimos
planeta(s.f.)
When You Wasn't Famous - The Streets





Ahhh see
Right see the thing that's got it all fucked up now is camera-phones.
How the hell am I supposed to be able to do a line in front of complete strangers
When I know they've all got cameras?

When you're a famous boy
It gets really easy to get girls
it's all so easy you get a bit spoilt
So when you try to pull a girl
Who is also famous too
It feels just like when you wasn't famous

The celebrity pages in papers don't tell tales that are always to the line of the truth
It's 'til a line at which most likely you'll have the time, or enough finance to sue
Which is why it's so frightening buying papers in the morning fearing the next Mike Skinner scoop
'Cos I used to believe what I read, so now I know that others will believe that it's true

But I realised, with you the truth could be, a whole lot worse than the flack
My whole life I never thought I'd see, a pop star smoke crack
And I must admit I was quite shocked, with that thing you did with me on my back
But, outside in the lobby, I shouldn't have laughed when you slapped that man

When you're a famous boy
It gets really easy to get girls
it's all so easy you get a bit spoilt
So when you try to pull a girl
Who is also famous too
It feels just like when you wasn't famous

You were so much fun
I really got to like you more than you liked me
I really hoped that you'd stay
Considering the amount of prang you'd done, you looked amazing on cd uk
You learn dances, do promo, cameras flashing, get in the van, zoom away
I wake up high, dizzed feel hung over and sorry for my doomed day

But I know I got a bit close to you, and that you found it fucking boring
You taught me so much about how to deal with the fire I'd fallen in
And what version of a rumour would be next day everyone's story of me
You taught me all the realities and turn the page & ignore 'em

When you're a famous boy
It gets really easy to get girls
it's all so easy you get a bit spoilt
So when you try to pull a girl
Who is also famous too
It feels just like when you wasn't famous

Anyway, I had to rest my beer hat, delete my dealer's number and unroll my bank notes
And we were on borrowed time anyway, what with the daily toilet papers not knowin'
And I knew that when the people who thought they knew you, when they found out, I would've been mocked
Which is ironic, 'cos in reality, standing next to you I look fucking soft

Whenever I see you on MTV, I can't stop my big wide smile
And past the children's appeal, I see the darkness behind
We both know the scratches on my back, much better than the alludes and lies
I miss the bitchin' and shoutin', but I'm glad I got out in time

When you're a famous boy
It gets really easy to get girls
it's all so easy you get a bit spoilt
So when you try to pull a girl
Who is also famous too
It feels just like when you wasn't famous

You can't keep fucking popstars
We've got a fucking business to run
There are industry repercussions, Michael!

Há 29 anos morria Elvis Presley; músico inventou linguagem musical e visual do rock

da Redação


Nesta quarta (16), faz 29 anos da morte do cantor e compositor norte-americano Elvis Presley, de insuficiência cardíaca causada por overdose, em sua mansão, Graceland, na cidade de Memphis, EUA.

Elvis foi um dos mais importantes músicos populares dos EUA, e, com mais de 100 milhões de discos vendidos e uma extensa memorabilia ligada ao seu nome, continua até hoje a influenciar bandas de rock e de música pop.

Com uma mistura original de country, blues, gospel e rhythm'n'blues, o cantor estabeleceu, a partir dos anos 50, a linguagem musical e visual do rock. Sua importância na popularização do estilo -impulsionada por seu enorme carisma- não tem paralelo na história da música americana.

Desde sua morte, Memphis recebe anualmente uma peregrinação de cerca de 50 mil fãs do cantor que comparecem para homenageá-lo com uma vigília na noite do dia 15 para o dia 16 de agosto.

Com o lançamento em junho de 2002 de um remix da canção "A Little less Conversation", Presley chegou pela 18ª vez ao topo das paradas britânicas, passando os Beatles, que chegaram 17 vezes. Além disso, o cantor é, segundo a revista Forbes, a celebridade que mais ganha dinheiro depois de sua morte.

Elvis nasceu no dia 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississippi, filho de uma família de operários. Seu primeiro disco demo foi gravado em 1953, mas a primeira gravação profissional só foi feita no ano seguinte.

Em 1956, ao aparecer num programa de TV, "The Milton Berle Show", Elvis levou a platéia ao delírio com seu rebolado ao interpretar "Hound Dog", e provocou a ira de grupos conservadores que condenaram sua performance e sua música.

Durante sua carreira, o cantor foi premiado com 131 discos de platina e foi indicado para 14 Grammys, dos quais ganhou três, um deles pelo conjunto de sua obra.

Além de músico, Elvis foi também ator, e participou de 33 filmes, como "Feitiço Havaiano", "O Seresteiro de Acapulco" e "Carrossel de Emoções", que nem sempre repetirama o sucesso que ele tinha como cantor.

A imagem de Elvis passou por grandes transformações durante sua carreira. Essas mudanças revelam aspectos divergentes da personalidade do cantor: Pouco a pouco, o rebelde de casaco de couro e cabelo empastado que chocou conservadores americanos assumiu a persona de bom moço, abraçou os valores da classe média americana e entrou para o exército.

Foi no final dos anos 60, quando passou a se apresentar regularmente em hotéis de Las Vegas, que o cantor engordou e adotou um visual extravagante, com macacões boca de sino e correntes de ouro, que marcaria seus últimos anos.

terça-feira, agosto 15, 2006

Conferência decide se Plutão merece receber título de planeta

Encontro iniciado ontem busca critérios para definir esses objetos celestes

DA ASSOCIATED PRESS


Quase 2.500 astrônomos de 75 países começaram ontem na República Tcheca um encontro que deve realmente mexer com os destinos do Universo: eles devem votar uma definição para planeta, e decidir se Plutão, afinal, faz ou não parte dessa categoria de corpo celeste.
Há décadas a maioria das pessoas considera que o Sistema Solar tem nove planetas, embora alguns cientistas tenham questionado se Plutão -menor que a Lua- merece o título. A descoberta, no último ano, de um objeto maior e mais distante que Plutão transformou a definição de planeta numa bagunça.
Durante os 12 dias do encontro da União Astronômica Internacional (IAU na sigla em inglês) em Praga, os cientistas devem definir o que torna um objeto celeste um planeta. O resultado da discussão dirá se o Sistema Solar fica com oito planetas (se Plutão não "passar" no teste, pelos novos critérios) ou se o novo objeto, apelidado de Xena (cujo nome verdadeiro é 2003 UB313), e possivelmente vários outros, entra para a família da Terra.
"É claro que, primeiro, precisamos de uma definição de planeta", disse Pavel Suchan, um dos organizadores da reunião.
Até agora não existem critérios definitivos. A maioria descreve como planetas objetos grandes e esféricos orbitando uma estrela. Os cientistas em Praga trabalharão no estabelecimento desses critérios, incluindo a massa do objeto, sua órbita e a distância que ele está da sua estrela.
"Até agora parece haver um impasse", disse Suchan. "Metade quer que Plutão continue sendo um planeta, a outra diz que ele não merece tanto."
O resultado do debate será anunciado no final da conferência. E pode expandir o número de planetas no Sistema Solar para 23, 39 ou até mesmo 53. Se Xena for considerado planeta, vários objetos semelhantes do chamado cinturão de Kuiper -uma zona além de Netuno contendo cometas e vários objetos planetários gelados-, onde ele e Plutão se encontram, subiriam de posto. Do contrário, Plutão também cai.
Um terceiro grupo de cientistas tem sugerido que a palavra "planeta" venha sempre acompanhada de um qualificativo. Esses astros seriam classificados com base em sua composição, da mesma maneira que as estrelas e as galáxias são qualificadas. Assim, Júpiter seria um "planeta gasoso gigante"; Plutão e Xena, "planetas gelados anões".
Uma das estrelas do debate é Michael Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA). Ele anunciou a descoberta de Xena em 2005, precipitando a palavra final sobre o assunto -pendente desde a descoberta de Plutão, em 1930.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Mostra de filmes trata dance music como se fosse jazz

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Num festival que se propõe a discutir linguagens eletrônicas, natural que exista espaço para a música eletrônica. Mas num festival que se propõe a discutir linguagens eletrônicas, espera-se que os documentários sobre música eletrônica tenham um mínimo de ousadia estética, uma narrativa que procure fugir do tradicionalismo. Não é o que acontece na mostra File-CD [Cinema Documenta].
A seleção traz 11 produções que, em sua maioria, pelo padrão de filmagem (entrevistas estáticas com os personagens seguidas por imagens de apresentações), poderiam ter como tema não a dance music, mas o jazz dos anos 30 ou o rock progressivo dos 70.
Mas como o assunto aqui é fascinante, vamos esquecer a forma. "Put the Needle on the Record" (ou "Ponha a Agulha sobre o Registro"), de Jason Rem, mostra a popularização do DJ, principalmente sob o olhar americano.
Já "Modulations" (98), de Iara Lee, "10 Anos de Música Eletrônica no Brasil" (2002), de Ruth Slinger, e "Ground: Do Under ao Over" (04), de Cristiano Winter, levam a discussão para a Europa (o primeiro) e Brasil.
O File-CD tem entrada gratuita e acontece na Galeria de Arte do Sesi, a partir das 18h30, de amanhã até 3/ 9. A programação completa está em www.file.org.br.

"Afinação da Interioridade"

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

São só 60 segundos e uma frase, mas o efeito é de um estrondo em torno de "Afinação da Interioridade", vídeo estrelado pelo músico e ministro da Cultura Gilberto Gil.
O filmete virou tema de debate em listas de discussão de cineastas e levou o seu diretor, Roberto Berliner, a publicar uma texto de esclarecimento no site oficial do artista (www.gilbertogil.com.br).
Tudo porque "Afinação da Interioridade" brinca com uma característica de Gil, a de pontuar sua fala por intervalos de silêncio ou balbucios, em busca da palavra mais exata para dar seqüência ao seu raciocínio.
Na prática, com truques de montagem Berliner faz com que Gil leve um minuto para dizer a frase "A música é a afinação da interioridade".
"Quando fiz esse filme [em 2001], era uma homenagem ao músico Gilberto Gil, uma brincadeira com ele, uma espécie de poesia", afirma Berliner, que teve autorização de Gil para usar as imagens.
"Ele foi superlegal, nem sei se gostava ou não do filme, acho que, de início, não gostava", conta o diretor, para quem a reação ao vídeo "foi superpotencializada pelo fato de ele ter se tornado ministro".
De fato, o vídeo é visto por alguns como uma chacota com o ministro e por outros como um tributo ao artista. Ou seja, é um filme-homenagem. Ou não.

Artistas passam a criar de olho no YouTube

ADRIANA FERREIRA SILVA
da Folha de S.Paulo

Com milhões de vídeos, de piadas a registros históricos, o www.youtube.com está entre os grandes hits da internet atualmente. Segundo o site, em um só dia são 40 milhões de visitantes e 35 mil novos vídeos. De carona nessa onda, videomakers, músicos, atores e outros tantos entusiastas começam a criar vídeos especialmente para serem veiculados no site.

Além de divulgação, os artistas também estão utilizando o endereço para experimentar linguagens audiovisuais; já os amadores querem mesmo é tirar uma chinfra.

Há quem consiga atuar em todas essas frentes, como o DJ e produtor George M. Ele criou uma página no YouTube para difundir seu projeto de música eletrônica, o Las Bibas from Vizcaya, que se tornou um estrondoso sucesso na rede.

Mais de 100 mil pessoas já assistiram aos vídeos na página do Las Bibas, e dezenas de outras criaram histórias inspiradas nas de George.

O que ele fez de tão especial? Simples: capturou cenas de videoclipes e de novelas globais, como "Vale Tudo" (1988) e "América" (2005), tirou o som, inseriu dublagens absurdas e músicas do Las Bibas. Seu principal hit é a versão para um diálogo entre Heleninha (Renata Sorrah) e Odete Roitman (Beatriz Segall) com falas impublicáveis (veja no quadro à esquerda).

George, 34, vai direto ao ponto: "É publicidade para vender o CD. Meu trabalho é com música. Os vídeos são caseiros." O retorno, diz ele, surpreendeu. "As pessoas cobram vídeos novos. Vou fazer uma trilogia para acabar com essa história", conta. Para os fãs, ele adianta que as cenas do próximo capítulo incluem uma interpretação "hilária" para um colóquio com Joana Fomm e Sônia Braga em "Dancin" Days".

No Brasil, o YouTube se popularizou, principalmente, como um arquivo do lado B da televisão, com cenas de novelas como essas, resgatadas por "garimpeiros" como George M.; e gafes cometidas ao vivo por famosos, como a que mostra o jornalista Fernando Vanucci apresentando seu programa com um jeitão meio chapado.

"Coisas como o YouTube são muito benéficas, porque revertem a passividade do espectador", defende a pesquisadora de linguagens audiovisuais Renata Gomez, 30. "A possibilidade da produção televisiva ser revista e comentada, como no caso do [Fernando] Vanucci, já interfere na criação."

Além de funcionar como uma espécie de "TV comentada em escala global", Gomez afirma que o YouTube está sendo descoberto pelos artistas brasileiros, apesar de existir uma certa resistência ao site.

"Os cineastas têm preconceito com o digital, por conta da baixa definição", diz ela. "Também há a paranóia de ter o trabalho usurpado, o que é um pouco ingênuo."

Quem está aproveitando o YouTube como espaço de criação são artistas experimentais, que utilizam a rede para divulgar e distribuir as obras, ou jovens em início de carreira.

O jornalista Pedro Bayeux, por exemplo, transformou sua página no making of do documentário "Rec Beat e o Hipertexto", com registros do festival de música pernambucano deste ano. "Coloquei para rolar uma interatividade com as pessoas", conta Bayeux, 26.

Antes, ele realizou o filme "Gamer BR", que também está na rede www.pirex.com.br. Desta vez, adotou o YouTube por ser mais "democrático" e ter "fácil acesso", afirma.

O artista Leonardo Castro, 27, inseriu trabalhos de vídeo abstratos, feitos a partir de imagens da internet, arquivos etc., como parte de uma pesquisa sobre videoarte. "O YouTube é mais conhecido e é mais fácil de distribuir o vídeo", diz.

Mais descompromissada, a DJ Polly se "especializou" em curtas caseiros, realizados para o site. "Para mim, acabou blog. Não tenho mais saco para nada. Só para o YouTube."

Boy George tenta varrer ruas de Nova York mas é impedido por multidão de fotógrafos

NOVA YORK (Reuters) - O cantor Boy George tentou cumprir, na segunda-feira, um trabalho de serviço comunitário ordenado por um tribunal, mas topou com um obstáculo quando uma multidão de fotógrafos o impediu de varrer as ruas em Lower Manhattan.

"A idéia é que esse trabalho me torne humilde. Por que vocês não me deixam, simplesmente, fazê-lo?", pediu o artista aos fotógrafos.

Um juiz o sentenciou em março a cinco dias de serviços comunitários por ter feito uma falsa denúncia de furto. A sentença fez parte de um acordo judicial que lhe permitiu escapar da acusação criminal mais séria de posse de drogas.

Vocalista "cross-dresser" da banda pop britânica Culture Club, que liderou as paradas nos anos 1980, Boy George trocou seu figurino mais habitual por óculos de sol, luvas e um colete de segurança cor-de-laranja.

Mas ele foi cercado por fotógrafos, obrigando o Departamento de Saneamento da cidade a transferi-lo de ruas próximas a Chinatown para um estacionamento fechado, onde continuou a varrer.

Boy George riu enquanto varria as folhas em direção aos fotógrafos.

"Minha mãe era faxineira e meu pai trabalhou na construção", disse ele.

As acusações contra o cantor se devem a um incidente ocorrido no ano passado, quando a polícia respondeu a seu telefonema denunciando um furto e encontrou 13 papelotes de cocaína em seu apartamento.

Em audiência judicial realizada em junho, o advogado de defesa Louis Freeman avisou que, se George tivesse que varrer ruas, isso "viraria um circo da mídia" e pediu para que, em lugar disso, seu cliente pudesse trabalhar numa organização beneficente de combate à Aids.

O juiz da Corte Criminal Anthony Ferrara ameaçou enviar Boy George à prisão se ele não completar seu serviço comunitário até 28 de agosto.

domingo, agosto 13, 2006

Mostra de filmes sobre música eletrônica é um dos destaques do FILE 2006

Da Redação

O Festival Internacional de Linguagem Eletrônica 2006 (FILE) traz este ano em sua programação, uma mostra de documentários sobre música eletrônica, FILE CD - Cinema Documenta. São 11 filmes selecionados pelo jornalista e publicitário paulistano Eric Marke, que serão exibidos gratuitamente na Galeria de Arte do SESI, sempre no fim da tarde.

Marke, que em 2000 fez um mestrado sobre música eletrônica de vanguarda, escreve atualmente o primeiro livro que contará a trajetória da música eletrônica brasileira, desde o início da década de 50.

A idéia da mostra surgiu do convívio do curador com a organização do Festival: "Em 2003 enviei um projeto de música eletrônica para o festival, no outro ano, fiz a Navesonica, uma rave itinerante dentro de um ônibus que circulava pela avenida Paulista. Como já atuei como DJ, nos anos 80, achei importante resgatar aspectos da música eletrônica através de documentários que normalmente não entram no circuito de exibição de filmes ou nas emissoras de televisão".

A mostra dá conta dos primórdios da música eletrônica no Brasil, especialmente em São Paulo, e na Europa. "Podemos começar com "Eletricidade" (1983), que mostra o universo musical de Kodiak Bachine, do grupo Agentss, pioneiro no Brasil do movimento new-wave, que incorporou elementos da música eletrônica e minimalista, no começo da década de 80", comenta o curador.

Outros dois documentários tratam deste início: "Ground, do Under ao Over", 2004, de Cristiano Winter, que cobre o período entre 83 até os dias de hoje e "10 Anos de Música Eletrônica Brasileira", de Ruth Slinger, documentário realizado com base nos arquivos pessoais da videomaker, que cobre o período entre 1989 a 2001.

A mostra apresenta ainda documentários internacionais, como o reconhecido "Modulations", 1998, de Iara Lee, que trata da evolução da música eletrônica, desde 1913 até a explosão do Prodigy, na década de 90.

A França comparece com filmes sobre duas figuras emblemáticas, os DJs Bob Sinclair e Gregory, que são responsáveis, entre outros, pela French Touch, onda de música eletrônica francesa da década de 90, de onde saíram bandas como Air e Daft Punk. Os dois documentários foram dirigidos por Sophie Blandillère, a convite do Ministério de Assuntos Estrangeiros Francês, com colaboração do Bureau Export de la Musique Française, que financiou uma série de filmes sobre a musica francesa na atualidade.

Este é o primeiro ano da mostra, mas Eric Marke já começou a preparar a segunda edição: "Tenho seis filmes selecionados para ano que vem, mas quem quiser se inscrever para a seleção de 2007, pode entrar em contato pelo e-mail: marke_e@hotmail.com."

Confira a programação completa do FILE-CD (Cinema Documenta) 2006:

Dia 14 - das 19h às 23h - Apresentação dos trailers dos documentários

Dia 15 - às 18h30
Eletricidade, (Fritz Nagib, Kodiak Bachine e Jayme Rocco Júnior -Brasil, 1983) - 11 min.
Une Vie de DJ Bob Sinclair, (Sophie Blandillère - França, 2003) - 26 min.

Dia 16 - às 18h30
Prazeres Sintéticos,(Iara Lee - EUA, 1996) - 72 min.

Dia 17 - às 18h30
Put the Needle on the Record, (Jason Rem - EUA, 2004) - 85 min.

Dia 18 - às 18h30
Ground, do Under ao Over, (Cristiano Winter - Brasil, 2004) - 70 min.

Dia 19 - às 17h30
Modulações (Iara Lee - EUA, 1998) - 75 min.
Une Vie de DJ Gregory (Sophie Blandillère - França, 2003)- 26 min.

Dia 20 - às 17h30
Operação Cavalo-de-Tróia (Axel Weiss, Laura Taffarel, Tiago Villas Boas - Brasil - 2004) - 26 min.
Vídeo Guerrilha (Alexis Anastasiou, a.k.a. VJ Aléxis - Brasil, 2006) - 25 min.

Dia 21 - às 18h30
Prazeres Sintéticos

Dia 22 - às 18h30
Une Vie de DJ Gregory
Drum In Braz (Bobby Nogueira - Brasil, 2001) - 40 min.

Dia 23 - às 18h30
Une Vie de DJ Bob Sinclair
Vídeo-Guerrilha

Dia 24 - às 18h30
Eletricidade
Operação Cavalo-de-Tróia

Dia 25 - às 18h30
10 Anos de Música Eletrônica Brasileira (Ruth Slinger - Brasil, 2002) - 72 min.

Dia 26 - às 17h30
Ground, do Under ao Over

Dia 27 - às 17h30
Put the Needle on the Record


FILE CD
Onde: Galeria Arte do SESI, avenida Paulista, 1.313
Quando: 14 a 27/08
Entrada: franca
Informações: (11) 3146-7405 / 3146-7406

Muitos anos sem GG Allin

Dez anos sem GG Allin...


http://www.youtube.com/watch?v=BR8i2J4UYaQ

GG Allin on Springer


http://www.youtube.com/watch?v=u2LvZd_9aMU&mode=related&search=

sábado, agosto 12, 2006

=)

Com o PC 5150, a IBM deu o pontapé para a criação de uma poderosa e revolucionária indústria

Quando, no dia 12 de agosto de 1981, Don Estridge, diretor do laboratório da IBM, anunciou em uma entrevista coletiva em Nova York o lançamento do PC ninguém em sua empresa imaginava que aquele equipamento, que levava o nome de 5150 (foto), seria o marco para o nascimento de uma poderosa indústria.



A previsão da empresa era comercializar cerca de 250 mil máquinas até 1986. Antes do final desse prazo, mais de um milhão de computadores pessoais já tinham sido vendidos. Nos últimos 25 anos, cerca de 1,6 bilhão de PCs foram comercializados, com 870 milhões atualmente em uso, e receita anual do setor estimada em US$ 200 bilhões, de acordo com a consultoria Gartner.

O IBM 5150 não foi o primeiro computador pessoal da IBM. Na década de 1970, a companhia desenvolveu outros protótipos, mas nenhum que motivasse a empresa a apostar no lançamento em larga escala – havia grande resistência interna em aceitar que esse tipo de equipamento fosse viável comercialmente.

O projeto vencedor começou em 1980, quando os principais executivos da companhia nomearam Bill Lowe, diretor do laboratório de Boca Raton, na Flórida, para comandar a iniciativa. Ele escolheu 12 executivos e engenheiros, que trabalharam sem parar na criação do equipamento e em sua estratégia de vendas, sob o comando de Don Estridge.

Sua configuração parece piada para os dias de hoje, mas era mais do que suficiente para as necessidades dos usuários da época. Pela bagatela de 1.565 dólares, o consumidor levava para casa um computador com o tamanho de uma máquina de escrever com 64 KB de memória ROM e 16 KB de memória disponível para o usuário. Para armazenar os dados, disquetes de 160 KB. Mas vale lembrar que vinte anos antes, um computador da IBM custava 9 milhões de dólares, era maior que uma sala e exigia 60 pessoas para funcionar.

O que levou o IBM PC a se tornar o padrão de computador pessoal? Em primeiro lugar o fato de a empresa ter disponibilizado suas especificações, o que permitiu o surgimento em pouco tempo de máquinas compatíveis, ao contrário do que aconteceu com os computadores proprietários da Apple.

Mais do que a própria fabricante, empresas como Intel e Microsoft, que equiparam o computador pessoal com o processador e o sistema operacional, respectivamente, lucraram com a iniciativa. Hoje, os processadores Intel (apesar da concorrência com a AMD) são referência no mercado de PCs e o Windows está em nove de cada dez computadores.

Ironia do destino, hoje a IBM não fabrica mais PCs. Pressionada pela concorrência e a queda nas margens de lucros do setor de computadores pessoais, a companhia vendeu a unidade de produção à empresas chinesa Lenovo em 2004. E mesmo o PC já enfrenta a concorrência de outros dispositivos, que incorporaram recursos disponíveis até então apenas no bom e velho desktop. Os celulares, por exemplo, contam com sistema operacional, navegam na internet ou mandam e-mails. Mas, com 55 milhões de unidades vendidas só no segundo trimestre deste ano, ainda será necessário muito tempo para que novos dispositivos levem o computador pessoal à aposentadoria.

domingo, agosto 06, 2006

sexta-feira, agosto 04, 2006

isso pq eu ia postar todo dia té o dia 11. = /

pior que eu só o happymondays que demorou 14 anos pra postar...

Happy Mondays finaliza primeiro álbum em 14 anos
Publicidade
da Folha Online

Já são 14 anos desde "Yes Please!" (1992). Agora, o Happy Mondays finaliza seu próximo álbum de estúdio. O grupo, um dos ícones da onda Madchester (alusão a Manchester, local de origem da banda, e ao estilo de rock que misturava indie, psicodélico e dance), já concluiu as gravações das faixas.

O disco independente levará a assinatura de pelo menos dois produtores: o escocês Howie B (Howard Bernstein), que já trabalhou com Björk e U2, e o americano Sunny Levine, mais ligado ao hip hop. O produtor americano Ry Cooder, conhecido como o mentor do projeto Buena Vista Social Club, fará uma participação especial.

"É um projeto 'mental'. É muito estimulante", disse Howie B. "É a volta de Shaun [Ryder, vocalista e líder da banda]. Shaun é um diamante, está cantando bem, versando bem. As letras estão demais, sua linguagem, que sempre foi única, está ainda melhor."

A data de lançamento e o nome do disco ainda não foram definidos.

terça-feira, agosto 01, 2006

... sabe que qui é ?

É tanta coisa...
assim de bate pronto... os highlights do ano que passou:

"Não há sexo sem amor. O sexo humano, muito simplesmente, é o amor. O sexo sem amor é o sexo... sem sexo (eu ia botar "sem nexo", mas vou poupar o Henry Miller dessa). Ele pode ser bem ou mal urdido, com parceiros sofisticados ou toscos, amantes doces e refinados ou pouco mais do que punheteiros ao vivo. Mas aquele ápice de reconhecimento que precede a dissolução do ego, o mergulho no todo indistinto, continua a ser uma das nossas mais sensacionais experiências possíveis de amor: exatamente o amor vivido no corpo animal (que, por si, não ama. Amar sem corpo é fácil)...
...
Os espíritos covardes picam o feminino em pedacinhos (às vezes literalmente). Querem uma esposa em casa, na qual se baseia o "lar" - não há lar sem alma, sem mulher -, mas logo perdem a excitação sexual, porque essa já é terra conquistada. E querem as "vagabundas" na rua, que garantem a vibração da novidade, mas que não dão boas esposas - afinal elas lidam com o tesão muito objetivamente, como homens."


do alex antunes...

aí eu fui conferir hoje que que tem lá pra ser lido e leio como se fosse o horóscopo:

>>DIÁLOGO COM O CRISTÃO

O CRISTÃO: Você certamente é um cara inteligente, mas está caindo no mesmo erro do demônio: não reverenciar o que está acima de ti. Quem fode tudo que ama, ama demais tudo que fode. Jesus te ama e acredita demais no teu potencial. Desculpe a intromissão, não fiz isso pra ninguém saber como sou bonzinho, até porque estou me regenerando... muita paz!

EU: Ué, eu reverencio o que está acima de mim. Mas certamente o que está acima de mim (e também abaixo e dos lados, por sinal) não é um deus branco barbado que perde tempo inventando regras idiotas de comportamento, e que tem garotos de recado masoquistas. Meu deus/deusa dança, e quando ele/ela dança eu sequer o/a respeito, porque eu sequer existo nessa presença; eu simplesmente me reintegro ao absoluto e não sou mais nada a não ser tudo. E o demônio é apenas um ponto escuro; eu realmente não me importaria com ele, a menos que eu quisesse me escravizar a ele - em nome de deus. O resto é gozação.
Thanx pelo inteligente. Lamento você ser burro.

O CRISTÃO: Mesmo que eu desista de você, Jesus não desistirá nunca. Lembre dos dois ladrões, um de cada lado da cruz, representando nosso direito de escolher. Deus nos deixa escolher o que quisermos, mas meninos de recado como eu sabem que você também conta. Não acho que eu seja o mais masoquista de nós dois não, embora não esteja dizendo isso pra te provocar, sou apenas sincero, sem artifícios. O sadismo, indiretamente, também é masoquismo. Eu concordo que sou burro, por isso preciso de Deus me guiando... Não te chamei de inteligente no sentido de que é um homem esclarecido, sábio, foi apenas reconhecendo que tem condições de vir a entender a verdade.

EU:
Deixa de ser pretensioso, o garoto de recados masoquista é Jesus, não é você
;)


boa.

tem uma entrevista ( hoje velha ) dos groove armadas...

"Is it true Superstylin and My Friend were used on a Brazilian soap opera?

Superstylin is on a Brazilian tampon advert and My Friend was used on a soap. This Brazilian soap did a series of episodes around a story on drugs, a bit like with Grange Hill and Zamo, and My Friend was used as the soundtrack when this girl was taking heroin, which is a bit weird, but anyway! They don't have a massive record industry in South America, and you don't sell a huge amount of records so it's just a good way of getting exposure. We've gone onto play quite big gigs off the back of our Brazilian tampon ad which is strange but great!

We played in Sao Paulo, in the middle of an enormous race track with Goldie. They love drum and bass out there, absolutely love it! For Paul Oakenfold read Goldie, he's a legend out there!"


no dicionário eu busquei...

backbone, incúria, convicção, adolescência, inerência, sampleador, fenomenologia, metafísica, transcendência, imanência, epistemologia, autocatálise, motivação, animismo, ontologia, moral, curioso, profissional, diletantismo, cáustico, ironia, sarcasmo, hermenêutica, heurística, síntese, antítese, tese, dialética, destino, coincidência, implícito, semiótica, letargia, teoria, pulsão, pulsional, recalque, suscitar, memória, exegese, sujeito, animal, irracional, antipatia, simpatia, antipático, simpático, patético, resíduo, endianness, piada, arrocho, ontologia ( eu procurei pela ontologia duas vezes ), festa, margem, esquerda, direita, democracia, atabalhoar, ralé, acepção, acostumar, costume, hábito, vacuidade, entropia,
prosódia, drama, cosmogonia, semelhante, catarse, hipocrisia, demagogia, louca, porra, justaposição, alteridade, cenobita, tésis, tese, hipótese, hipóstase, escola, universidade, faculdade


"O Quinto Andar é uma cooperativa não-hierárquica em forma de rede de trabalhadores autônomos. Entendemos que os produtos culturais (sejam eles músicas, textos, filmes, etc.) são de crucial importância na formação dos seres, não podendo estar reféns da lógica de lucro que determina a banalização e a padronização de conteúdo e forma. Constataremos que esses produtos tratados como mercadoria perpetuam a mentalidade conformista do consumo e a crença absurda de que o atual modelo de organização econômica e social não é apenas o me-lhor, como único e inevitável."
... quinto andar se explicando - também - no trabalho sujo

For Paul Oakenfold read Goldie, For Goldie read Marky... but Marky has left the building....

"Acontece amanhã a separação da mais consistente união da cena eletrônica de São Paulo: após sete anos, Marky deixará de comandar sua noite Vibe no Lov.e.

O fim do relacionamento, que deixa um gosto amargo para ambos, é simbólico: Marky é o mais conhecido DJ brasileiro, tanto aqui como lá fora, enquanto o Lov.e, que dá/deu espaço para estilos como tecno, house, electro, breaks, funk carioca, rock e o próprio drum'n'bass, é o clube-referência da cidade."


... e a internet comanda....

"Não é de hoje que as grandes gravadoras encontram nas bandas independentes a solução para o marasmo do mercado musical. Nos anos 90 rolou uma grande reviravolta, que acabou revelando importantes nomes do cenário atual como Planet Hemp, Pato Fu e Raimundos, entre outros. Depois deste feliz casamento entre majors e independetes, nunca mais os alternativos conseguiram espaço com o grande público.

Felizmente, de um ano para cá as grandes gravadoras parecem ter aberto os olhos novamente e estão realmente empenhadas na busca de novos nomes no mercado paralelo alternativo. Isto, com certeza, se deve ao crescimento espantoso da oferta e da procura por bandas que estão fora do mainstream. A própria TramaVirtual é um exemplo disso. Lançado em maio de 2004, atualmente o site já tem quase 15 mil artistas cadastrados, 35 mil músicas e uma média de mais de 10 mil visitantes por dia."


"um dia eu ainda vou cantar pro mundo o que eu construí pensando em ti."

" O QUE É ROUBAR A DASLU DIANTE DE FUNDÁ-LA"

"adicto.
todo processo em mim, vira mania."




; )

A buon intenditor poche parole.
A word to the wise is sufficient.




...ah,

eu não penso pra falar ...
eu penso falando e acho q é um jeito de ser ... sendo; sem máscara.
esse troço de máscara mesmo quem diz que se vale do 'artefato' num sabe direito quanto é e quanto num é o peso e a figura do que veste...

eu boto tudo no mesmo saco.


leão, escorpião com lua em áries e depois de umas e outras ando lendo sagitário também. : )
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em todo boato há pelo menos 1% de verdade: o nome dos envolvidos.
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...em todo caso, pra meio entendedor uma palavra: besta.
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entre picuinha e picanha fico com maçã.