quinta-feira, setembro 14, 2006

Pesquisadores encontram graves falhas em urna eletrônica usada nos EUA

Por Redação do IDG Now!

São Paulo - Grupo acusa brechas de segurança no aparelho da Diebold que permitiria a infecção de pragas que manipulam votos sem sinais evidentes.

A aura de inatingível que cerca a urna eletrônica atualmente pode estar com os dias contados.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Princeton divulgou um estudo nesta quinta-feira (14/09) reportando ter descoberto graves falhas de segurança o suficiente no equipamento para viabilizar uma fraude eleitoral.

No estudo "Análise de segurança da urna eletrônica Diebold AccuVote-TS", os pesquisadores Ariel Feldman, Alex Halderman e Edward Felten analisaram possíveis brechas de segurança no aparelho da Diebold, usado nas eleições norte-americanas de novembro de 2006 para registrar cerca de 10% dos votos no país.

Segundo o grupo, a urna é "vulnerável a ataques extremamente sérios", que permitiriam que a execução de códigos maliciosos apagasse, transferisse ou gerenciasse o número de votos de uma zona eleitoral.

"Um cracker que tenha acesso físico à máquina ou ao seu cartão de memória que seja por um minuto poderia instalar códigos maliciosos", afirma o blog do Centro de Política da tecnologia da Informação da universidade, onde o estudo foi divulgado.

"Pragas na urna poderiam roubar votos sem ser detectada, modificar todos os registros, logs e contadores para que a fraude seja consistente" o suficiente para não ser detectada por exames forenses de órgãos reguladores, afirma o estudo.

O grupo indica ainda que a presença de pragas de uma urna pode levar à infecção em massa de todos os outros equipamentos de uma zona eleitoral. Para demonstrar o risco, os pesquisadores forjaram um malware de demonstração que explora a falha.

Modificações para que as vulnerabilidades sejam corrigidas passam por melhorias no software da Diebold, mas, de acordo com o estudo, implicaria também na troca do hardware da urna eletrônica, além de mudanças no sistema de distribuição durante as eleições, para restringir o acesso às urnas.

O estudo do grupo da Universidade de Princeton é o primeiro a vir a público relatar problemas de segurança nos sistemas de votação eletrônica que podem implicar em fraudes eleitorais.

No Brasil, a votação eletrônica completará 10 anos nas eleições presidenciais do próximo dia 1º de outubro, em que 100% de todo o eleitorado, estimado em 126 milhões de brasileiros, votará em urnas eletrônicas.

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