PARIS, 28 set (AFP) - Em uma cena clássica de filmes sobre o Velho Oeste, o caubói cai em um poço de areia movediça e afunda lentamente, sem conseguir escapar do iminente afogamento, quando um companheiro consegue puxá-lo para a margem, salvando-lhe a vida.
Uma experiência realizada por físicos holandeses desmentiu a má fama da areia movediça. Eles construíram uma miniatura de um poço de areia movediça em laboratório, misturando areia fina, barro e água salgada.
Eles descobriram que a areia movediça fica viscosa muito lentamente, levando dias para que a substância assuma, progressivamente, a consistência que lembra a de um caramelo.
Por outro lado, a mistura perde sua viscosidade muito rapidamente quando lhe é aplicada uma força. Um objeto em movimento na areia movediça faz com que ela se liquefaça rapidamente, com a areia indo para o fundo e as camadas superficiais tornando-se mais líquidas.
A areia sedimentada fica, então, tão compacta que seria impossível para um objeto com a densidade do corpo humano submergir totalmente.
Por este motivo, sugere o estudo, um caubói que caísse na areia movediça não deveria temer o afogamento.
Por outro lado, é possível que ele permanecesse ali por um longo tempo, à espera de ajuda.
A areia na altura dos membros inferiores ficaria tão densa que o simples movimento de levantar o pé precisaria de uma força equivalente a 100 mil Newtons, aproximadamente a mesma necessária para erguer um carro de tamanho médio.
O estudo, que será publicado na edição desta quinta-feira do semanário científico britânico Nature, foi conduzido pelo pesquisador Daniel Bonn, da Universidade de Amsterdã.
quinta-feira, setembro 29, 2005
quarta-feira, setembro 28, 2005
american idiot
SoldadA dos EUA é condenada a 3 anos de prisão por abusos no Iraque
da Folha Online
Lynndie England, a soldado americana que foi fotografada cometendo abusos contra prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foi condenada a três anos de prisão nesta terça-feira.
Em depoimento antes da promulgação da sentença, England --que enfrentou a pena máxima de nove anos de prisão--pediu desculpas por suas ações e afirmou que continua a ser uma patriota.
"Depois que as fotos foram divulgadas, ouvi dizer que foram feitas muitas críticas às Forças Armadas por causa delas", afirmou a soldado.
A publicação das imagens em que ela aparece cometendo abusos, no início de 2002, causou grandes danos à imagem dos EUA.
"Eu peço desculpas às forças de coalizão e a todas as famílias", afirmou England ao júri, se desculpando também com os "presos, as famílias, os EUA e todos os soldados."
Condenação
England, 22, foi condenada nesta segunda-feira por abusos em Abu Ghraib, como ser fotografada apontando para os genitais de um prisioneiro iraquiano.
A ex-funcionária de uma fábrica de frangos atribuiu seu envolvimento nos abusos a Charles Graner, sargento do Exército apontado como líder dos abusos e pai do filho de 11 meses de England.
"Eu fui constrangida porque fui usada por Graner; eu não percebi isso na época", afirmou a soldado. "Eu o amava e confiava nele."
A mãe da soldado apareceu rapidamente na sala de audiências, levando o filho de England. A própria soldado falou bastante sobre como a criança havia transformado sua vida.
O testemunho de England e a aparição do bebê na sala de audiências foi um claro esforço para humanizar a imagem da soldado. Seu advogado, Jonathan Crisp, pediu ao júri que se lembrasse da criança e não a condenasse à prisão.
England foi considerada culpada por seis acusações nesta segunda-feira.
da Folha Online
Lynndie England, a soldado americana que foi fotografada cometendo abusos contra prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, foi condenada a três anos de prisão nesta terça-feira.
Em depoimento antes da promulgação da sentença, England --que enfrentou a pena máxima de nove anos de prisão--pediu desculpas por suas ações e afirmou que continua a ser uma patriota.
"Depois que as fotos foram divulgadas, ouvi dizer que foram feitas muitas críticas às Forças Armadas por causa delas", afirmou a soldado.
A publicação das imagens em que ela aparece cometendo abusos, no início de 2002, causou grandes danos à imagem dos EUA.
"Eu peço desculpas às forças de coalizão e a todas as famílias", afirmou England ao júri, se desculpando também com os "presos, as famílias, os EUA e todos os soldados."
Condenação
England, 22, foi condenada nesta segunda-feira por abusos em Abu Ghraib, como ser fotografada apontando para os genitais de um prisioneiro iraquiano.
A ex-funcionária de uma fábrica de frangos atribuiu seu envolvimento nos abusos a Charles Graner, sargento do Exército apontado como líder dos abusos e pai do filho de 11 meses de England.
"Eu fui constrangida porque fui usada por Graner; eu não percebi isso na época", afirmou a soldado. "Eu o amava e confiava nele."
A mãe da soldado apareceu rapidamente na sala de audiências, levando o filho de England. A própria soldado falou bastante sobre como a criança havia transformado sua vida.
O testemunho de England e a aparição do bebê na sala de audiências foi um claro esforço para humanizar a imagem da soldado. Seu advogado, Jonathan Crisp, pediu ao júri que se lembrasse da criança e não a condenasse à prisão.
England foi considerada culpada por seis acusações nesta segunda-feira.
segunda-feira, setembro 26, 2005
dicionário
semiótica
{verbete}
Datação
1881 cf. CA1
Acepções
� substantivo feminino
1 Rubrica: clínica médica.
m.q. semiologia
2 (sXX)Rubrica: semiologia.
para Charles S. Peirce (1839-1914), teoria geral das representações, que leva em conta os signos sob todas as formas e manifestações que assumem (lingüísticas ou não), enfatizando esp. a propriedade de convertibilidade recíproca entre os sistemas significantes que integram
3 (sXX)Rubrica: semiologia.
estudo dos fenômenos culturais considerados como sistemas de significação, tenham ou não a natureza de sistemas de comunicação (inclui, assim, práticas sociais, comportamentos etc.); semiologia
4 (1881)Rubrica: termo militar. Diacronismo: obsoleto.
ciência e arte de comandar manobras militares, não com a voz, mas por meio de sinais
Obs.: f. geral não pref.: semeiótica
Locuções
s. jurídica
Rubrica: termo jurídico.
estudo ou observação das mudanças de significação nas palavras empregadas no direito
Etimologia
fr. semiotique (1555 semeiotique) 'sintomatologia'; (1967) 'ciência geral dos signos'; o t. já fora us. em ing. (1690) sémeiótikê (assim mesmo, escrito em grego) pelo filósofo inglês Locke com o sentido de 'doutrina dos signos ou lógica' e nessa mesma linha significacional é retomado em (1897) por Peirce e mais adiante (1937) por C. Morris 'como ciência geral dos signos'; ainda em ingl. escrito semiotics (1880) 'ciência da comunicação estudada através dos signos e dos símbolos para detectar como operam nos vários campos, esp. na língua'; do gr. semeiótikê,ês 'diagnóstico ou observação dos sintomas', fem. substv. de sémeiótikós,ê,ón 'apto a notar, que concerne à observação'; f.hist. 1881 semiotico
Sinônimos
sematologia, semasiologia, semiologia
{verbete}
Datação
1881 cf. CA1
Acepções
� substantivo feminino
1 Rubrica: clínica médica.
m.q. semiologia
2 (sXX)Rubrica: semiologia.
para Charles S. Peirce (1839-1914), teoria geral das representações, que leva em conta os signos sob todas as formas e manifestações que assumem (lingüísticas ou não), enfatizando esp. a propriedade de convertibilidade recíproca entre os sistemas significantes que integram
3 (sXX)Rubrica: semiologia.
estudo dos fenômenos culturais considerados como sistemas de significação, tenham ou não a natureza de sistemas de comunicação (inclui, assim, práticas sociais, comportamentos etc.); semiologia
4 (1881)Rubrica: termo militar. Diacronismo: obsoleto.
ciência e arte de comandar manobras militares, não com a voz, mas por meio de sinais
Obs.: f. geral não pref.: semeiótica
Locuções
s. jurídica
Rubrica: termo jurídico.
estudo ou observação das mudanças de significação nas palavras empregadas no direito
Etimologia
fr. semiotique (1555 semeiotique) 'sintomatologia'; (1967) 'ciência geral dos signos'; o t. já fora us. em ing. (1690) sémeiótikê (assim mesmo, escrito em grego) pelo filósofo inglês Locke com o sentido de 'doutrina dos signos ou lógica' e nessa mesma linha significacional é retomado em (1897) por Peirce e mais adiante (1937) por C. Morris 'como ciência geral dos signos'; ainda em ingl. escrito semiotics (1880) 'ciência da comunicação estudada através dos signos e dos símbolos para detectar como operam nos vários campos, esp. na língua'; do gr. semeiótikê,ês 'diagnóstico ou observação dos sintomas', fem. substv. de sémeiótikós,ê,ón 'apto a notar, que concerne à observação'; f.hist. 1881 semiotico
Sinônimos
sematologia, semasiologia, semiologia
domingo, setembro 25, 2005
ê laiá!
Nokia Trends liga Rio e São Paulo em noite de música eletrônica
da Redação
São Paulo
Pavilhão Oeste no Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1209
Das 19h do sábado (24) às 8h de domingo
Preço: R$ 90,00 (estudante: R$ 45,00)
22h30 - Magal (DJ set)
23h30 - Human League (live)
00h30 - The Glimmers (DJ set)
2h - !!! (live p.a.)
3h - Tiefschwarz (DJ set)
5h - Alter Ego (live p.a.)
6h - Ellen Allien (DJ set)
8h - Anderson Noise (DJ set)
Rio de Janeiro
Galpões 5 e 6 do Cais do Porto
R. Rodrigues Alves - Praça Mauá
Das 19h do sábado (24) às 8h de domingo
Preço: R$ 90,00 (estudante: R$ 45,00)
22h30 - Zegon (DJ set)
23h30 - Money Mark (live p.a.)
1h - Asian Dub Foudation (DJ set)
2h - Luomo (live p.a.)
3h30 - Audio Bullys (DJ set)
4h30 - X-Press 2 (DJ set)
6h - Carl Craig (DJ set)
8h - Mau Mau (DJ set)
Site oficial do Nokia Trends:
http://www.nokiatrends.com.br/
da Redação
Começou neste sábado, ao redor das 22h30, simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Nokia Trends, evento de música eletrônica que pretende reunir um público estimado de mais de 16 mil pessoas nas duas cidades. No Rio o festival abriu com uma apresentação do DJ Zegon e em São Paulo com uma apresentação do DJ Magal.
O evento terá programações distintas na escalação carioca e paulistana, e os shows que acontecem numa cidade serão transmitidos, ao vivo, via satélite, para a outra, num telão, numa tenda chamada Nokia Trends Virtual.
Em São Paulo, os shows acontecem no Anhembi, numa área de 12 mil m², com capacidade de mais de 10 mil pessoas. No Rio, os artistas se apresentam no Armazém 6, Cais do Porto, espaço para cerca de seis mil pessoas. Até às 23h30, em São Paulo foram vendidos 10 mil ingressos e já chegaram ao Anhembi mais de duas mil pessoas, segundo a organização do festival.
Os destaques da programação do festival em São Paulo, que acontece no Anhembi, são a banda inglesa de tecnopop criada no final dos anos 70 Human League, o grupo norte-americano de punk funk !!! (nome que, segundo a banda, deve ser pronunciado como "chk chk chk" ou "qualquer som monossilábico repetido três vezes"), o produtor alemão Alter Ego --que teve em 2004 o hit "Rocker"-- e ainda os DJs The Glimmers e Ellen Allien.
No Rio de Janeiro, destacam-se os shows do produtor finlandês Luomo e o tecladista e produtor Money Mark --que já tocou com os Beastie Boys-- além das discotecagens dos ingleses Audio Bullys e do norte-americano Carl Craig. A ex-vocalista do Moloko, Roisin Murphy, que estava escalada para a programação carioca, cancelou sua participação no festival e foi substituída pelos ingleses do Asian Dub Foundation.
Veja abaixo a programação completa do Nokia Trends 2005:
O evento terá programações distintas na escalação carioca e paulistana, e os shows que acontecem numa cidade serão transmitidos, ao vivo, via satélite, para a outra, num telão, numa tenda chamada Nokia Trends Virtual.
Em São Paulo, os shows acontecem no Anhembi, numa área de 12 mil m², com capacidade de mais de 10 mil pessoas. No Rio, os artistas se apresentam no Armazém 6, Cais do Porto, espaço para cerca de seis mil pessoas. Até às 23h30, em São Paulo foram vendidos 10 mil ingressos e já chegaram ao Anhembi mais de duas mil pessoas, segundo a organização do festival.
Os destaques da programação do festival em São Paulo, que acontece no Anhembi, são a banda inglesa de tecnopop criada no final dos anos 70 Human League, o grupo norte-americano de punk funk !!! (nome que, segundo a banda, deve ser pronunciado como "chk chk chk" ou "qualquer som monossilábico repetido três vezes"), o produtor alemão Alter Ego --que teve em 2004 o hit "Rocker"-- e ainda os DJs The Glimmers e Ellen Allien.
No Rio de Janeiro, destacam-se os shows do produtor finlandês Luomo e o tecladista e produtor Money Mark --que já tocou com os Beastie Boys-- além das discotecagens dos ingleses Audio Bullys e do norte-americano Carl Craig. A ex-vocalista do Moloko, Roisin Murphy, que estava escalada para a programação carioca, cancelou sua participação no festival e foi substituída pelos ingleses do Asian Dub Foundation.
Veja abaixo a programação completa do Nokia Trends 2005:
São Paulo
Pavilhão Oeste no Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1209
Das 19h do sábado (24) às 8h de domingo
Preço: R$ 90,00 (estudante: R$ 45,00)
22h30 - Magal (DJ set)
23h30 - Human League (live)
00h30 - The Glimmers (DJ set)
2h - !!! (live p.a.)
3h - Tiefschwarz (DJ set)
5h - Alter Ego (live p.a.)
6h - Ellen Allien (DJ set)
8h - Anderson Noise (DJ set)
Rio de Janeiro
Galpões 5 e 6 do Cais do Porto
R. Rodrigues Alves - Praça Mauá
Das 19h do sábado (24) às 8h de domingo
Preço: R$ 90,00 (estudante: R$ 45,00)
22h30 - Zegon (DJ set)
23h30 - Money Mark (live p.a.)
1h - Asian Dub Foudation (DJ set)
2h - Luomo (live p.a.)
3h30 - Audio Bullys (DJ set)
4h30 - X-Press 2 (DJ set)
6h - Carl Craig (DJ set)
8h - Mau Mau (DJ set)
Site oficial do Nokia Trends:
http://www.nokiatrends.com.br/
sexta-feira, setembro 23, 2005
Reclassificação do tipo ocorreu no século 19
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudanças desse tipo na verdade não são incomuns. "Até 1845, você encontrava livros de escola ensinando que o Sistema Solar tinha 11 planetas, de Mercúrio a Urano", conta Brian Marsden.
Isso porque alguns dos asteróides do cinturão entre Marte e Júpiter então descobertos, a começar por Ceres, em 1801, foram inicialmente classificados como planetas.
"A classificação só mudou quando Netuno foi descoberto, então inventaram os termos "planetas maiores" e "planetas menores'", afirma.
Ironicamente, se a nova proposta pegar, ela poderá resgatar alguns desses "planetas perdidos". (SN)
Isso porque alguns dos asteróides do cinturão entre Marte e Júpiter então descobertos, a começar por Ceres, em 1801, foram inicialmente classificados como planetas.
"A classificação só mudou quando Netuno foi descoberto, então inventaram os termos "planetas maiores" e "planetas menores'", afirma.
Ironicamente, se a nova proposta pegar, ela poderá resgatar alguns desses "planetas perdidos". (SN)
Comitê propõe abolir o termo "planeta"
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a acaloradas discussões, o grupo de astrônomos encarregado pela IAU (União Astronômica Internacional) de decidir quem é quem no Universo está chegando a uma incômoda conclusão: não existe uma definição satisfatória do que seja um planeta. Para solucionar a crise, eles propõem uma ação radical. Ninguém mais deve usar a palavra "planeta", a não ser que venha acompanhada de qualificativo.
O comitê, inicialmente encarregado apenas de criar uma definição satisfatória do que é um planeta, foi apressado pela descoberta recente de um astro na borda do Sistema Solar. Designado apenas por seu nome técnico (2003 UB313), o objeto é maior que Plutão, o que em tese o qualificaria para o posto de décimo planeta.
Se a proposta for adotada pela IAU, ninguém mais poderá falar de um Sistema Solar com nove (ou dez) planetas, mas de um que tem quatro planetas terrestres, quatro planetas gigantes gasosos, um punhado de planetas transnetunianos e, pela mesma lógica, alguns planetas cisjovianos. Não há dúvida de que a primeira aula do curso de geografia vai ficar imensamente mais complicada.
Os astrônomo vêem a confusão atual como uma oportunidade dupla. Primeiro, para resolver uma pendenga que se arrasta há várias décadas, essa indefinição do que seja um planeta. Em segundo lugar, pode ter um valor educativo, eliminando a falsa crença de que o Sistema Solar é um lugar arrumado e cheio de objetos de fácil classificação.
"Talvez isso não seja satisfatório para o público, mas tem um valor educacional. Podemos fazer uso dessa descoberta do 2003 UB313 para resolver a questão", diz Brian Marsden, britânico que trabalha no Centro para Astrofísica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e faz parte do comitê da IAU que discute a questão.
"O ponto principal é se podemos ou não definir o termo "planeta'", diz Marsden. A maioria dos cientistas, dentro ou fora do comitê da IAU, acha que não.
"Com nossa ignorância do passado, uma palavra era suficiente. Agora nós temos objetos como Plutão em torno do Sol e descobrimos gigantescos objetos como Júpiter orbitando ao redor de outras estrelas. Pela primeira vez na história humana, precisamos de um conjunto de descrições mais ricas para todos esses astros celestes", diz Geoffrey Marcy, astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkeley e líder na busca por planetas fora do Sistema Solar.
Ele não mostra sinais de trauma com as mudanças. "A palavra "gato" não captura a diversidade entre todos os felinos. De repente, a palavra "planeta" fracassa em capturar a diversidade dos objetos que orbitam ao redor de estrelas."
Classes
A idéia seria definir os vários tipos possíveis de "objetos planetários". No caso do Sistema Solar, já se pode ver três categorias. Planetas terrestres seriam os que têm solo rochoso: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os grandalhões do Sistema Solar, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, seriam os planetas gigantes gasosos. E os mundos que fossem esféricos e estivessem além da órbita de Netuno seriam os planetas transnetunianos.
A esse grupo pertenceriam não só Plutão e o 2003 UB313 mas também outros astros de porte similar descobertos em anos recentes, como o Quaoar e o Sedna. Ou seja, já haveria hoje um punhado de planetas transnetunianos conhecidos no Sistema Solar.
"E talvez haja ainda uma outra categoria, que chamo de planetas cisjovianos, porque eles estão perto de Júpiter", diz Marsden. Ela responderia pelos asteróides esféricos e grandes que estão entre Marte e Júpiter, como Ceres.
A proposta inicial, ainda em discussão, foi obtida e divulgada hoje pela revista científica britânica "Nature". E, embora ela represente a opinião da maioria dos cientistas no comitê da IAU, ainda pode haver uma reviravolta.
"Parecia que estávamos chegando a um consenso até o início da semana, mas então surgiu uma minoria que não concorda e que ainda acha que podemos conseguir definir o que é um "planeta'", diz Marsden. A última cartada dos que querem salvar o velho termo deve vir amanhã. "Eles prometeram apresentar sua definição até sexta-feira. Então teremos novas discussões."
O comitê, inicialmente encarregado apenas de criar uma definição satisfatória do que é um planeta, foi apressado pela descoberta recente de um astro na borda do Sistema Solar. Designado apenas por seu nome técnico (2003 UB313), o objeto é maior que Plutão, o que em tese o qualificaria para o posto de décimo planeta.
Se a proposta for adotada pela IAU, ninguém mais poderá falar de um Sistema Solar com nove (ou dez) planetas, mas de um que tem quatro planetas terrestres, quatro planetas gigantes gasosos, um punhado de planetas transnetunianos e, pela mesma lógica, alguns planetas cisjovianos. Não há dúvida de que a primeira aula do curso de geografia vai ficar imensamente mais complicada.
Os astrônomo vêem a confusão atual como uma oportunidade dupla. Primeiro, para resolver uma pendenga que se arrasta há várias décadas, essa indefinição do que seja um planeta. Em segundo lugar, pode ter um valor educativo, eliminando a falsa crença de que o Sistema Solar é um lugar arrumado e cheio de objetos de fácil classificação.
"Talvez isso não seja satisfatório para o público, mas tem um valor educacional. Podemos fazer uso dessa descoberta do 2003 UB313 para resolver a questão", diz Brian Marsden, britânico que trabalha no Centro para Astrofísica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e faz parte do comitê da IAU que discute a questão.
"O ponto principal é se podemos ou não definir o termo "planeta'", diz Marsden. A maioria dos cientistas, dentro ou fora do comitê da IAU, acha que não.
"Com nossa ignorância do passado, uma palavra era suficiente. Agora nós temos objetos como Plutão em torno do Sol e descobrimos gigantescos objetos como Júpiter orbitando ao redor de outras estrelas. Pela primeira vez na história humana, precisamos de um conjunto de descrições mais ricas para todos esses astros celestes", diz Geoffrey Marcy, astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkeley e líder na busca por planetas fora do Sistema Solar.
Ele não mostra sinais de trauma com as mudanças. "A palavra "gato" não captura a diversidade entre todos os felinos. De repente, a palavra "planeta" fracassa em capturar a diversidade dos objetos que orbitam ao redor de estrelas."
Classes
A idéia seria definir os vários tipos possíveis de "objetos planetários". No caso do Sistema Solar, já se pode ver três categorias. Planetas terrestres seriam os que têm solo rochoso: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os grandalhões do Sistema Solar, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, seriam os planetas gigantes gasosos. E os mundos que fossem esféricos e estivessem além da órbita de Netuno seriam os planetas transnetunianos.
A esse grupo pertenceriam não só Plutão e o 2003 UB313 mas também outros astros de porte similar descobertos em anos recentes, como o Quaoar e o Sedna. Ou seja, já haveria hoje um punhado de planetas transnetunianos conhecidos no Sistema Solar.
"E talvez haja ainda uma outra categoria, que chamo de planetas cisjovianos, porque eles estão perto de Júpiter", diz Marsden. Ela responderia pelos asteróides esféricos e grandes que estão entre Marte e Júpiter, como Ceres.
A proposta inicial, ainda em discussão, foi obtida e divulgada hoje pela revista científica britânica "Nature". E, embora ela represente a opinião da maioria dos cientistas no comitê da IAU, ainda pode haver uma reviravolta.
"Parecia que estávamos chegando a um consenso até o início da semana, mas então surgiu uma minoria que não concorda e que ainda acha que podemos conseguir definir o que é um "planeta'", diz Marsden. A última cartada dos que querem salvar o velho termo deve vir amanhã. "Eles prometeram apresentar sua definição até sexta-feira. Então teremos novas discussões."
sinal dos novos tempos, e só podia ser na holanda.
Em cena surreal, atleta belga faz gol ao tentar interromper jogo
Da Folhapress
Em São Paulo
Da Folhapress
Em São Paulo
O meia belga Jan Vertonghen marcou um gol involuntariamente para seu time, o Ajax II, quando pretendia afastar a bola para que o jogo fosse interrompido e um atleta machucado fosse atendido.
O gol foi anotado nesta quinta-feira em uma partida válida pela Copa da Holanda. Nela, o Ajax II, time B do clube de Amsterdã formado essencialmente por juniores e reservas (também conhecido como o "Jovem Ajax"), venceu o Cambuur Leeuwaden por 3 a 1.
A partida estava 2 a 0 para o Ajax II, quando Vertonghen, que já havia marcado um gol, percebeu que um colega de time estava no chão, sentindo uma lesão.
Para interromper o jogo, ele chutou a bola na direção do goleiro rival, Peter van der Flag. O arqueiro, no entanto, não estava em sua meta e a bola entrou no gol.
Vertonghen, surpreso, não sabia nem o que falar. "Ofereci a todos as minhas desculpas, inclusive para o goleiro", afirmou o meia ao site do clube holandês.
Mais impressionante foi o que se seguiu após o lance inusitado. Depois de o árbitro validar o gol, o técnico John van den Brom, do Ajax II, orientou seus jogadores a ficarem estáticos em suas posições para que o adversário pudesse anotar um gol. Assim, o Cambuur conseguiu descontar, marcando pela única vez na partida, com Thijs Houwing.
"Fiquei feliz que o Cambuur tenha tido a chance de fazer um gol em troca. Eu estava me sentindo muito culpado. Foi uma partida estranha, mas fiquei contente com a vitória, que dá confiança ao time", afirmou Vertonghen.
Com a vitória, o Ajax II jogará pelas oitavas-de-final da Copa da Holanda contra o AGOVV Apeldoorn. O confronto também marcou a estréia do espanhol Juanfran com a camisa do Ajax.
O gol foi anotado nesta quinta-feira em uma partida válida pela Copa da Holanda. Nela, o Ajax II, time B do clube de Amsterdã formado essencialmente por juniores e reservas (também conhecido como o "Jovem Ajax"), venceu o Cambuur Leeuwaden por 3 a 1.
A partida estava 2 a 0 para o Ajax II, quando Vertonghen, que já havia marcado um gol, percebeu que um colega de time estava no chão, sentindo uma lesão.
Para interromper o jogo, ele chutou a bola na direção do goleiro rival, Peter van der Flag. O arqueiro, no entanto, não estava em sua meta e a bola entrou no gol.
Vertonghen, surpreso, não sabia nem o que falar. "Ofereci a todos as minhas desculpas, inclusive para o goleiro", afirmou o meia ao site do clube holandês.
Mais impressionante foi o que se seguiu após o lance inusitado. Depois de o árbitro validar o gol, o técnico John van den Brom, do Ajax II, orientou seus jogadores a ficarem estáticos em suas posições para que o adversário pudesse anotar um gol. Assim, o Cambuur conseguiu descontar, marcando pela única vez na partida, com Thijs Houwing.
"Fiquei feliz que o Cambuur tenha tido a chance de fazer um gol em troca. Eu estava me sentindo muito culpado. Foi uma partida estranha, mas fiquei contente com a vitória, que dá confiança ao time", afirmou Vertonghen.
Com a vitória, o Ajax II jogará pelas oitavas-de-final da Copa da Holanda contra o AGOVV Apeldoorn. O confronto também marcou a estréia do espanhol Juanfran com a camisa do Ajax.
quarta-feira, setembro 21, 2005
Sarcasmo sobre racismo tem efeito bumerangue
A situação dos negros na França não é diferente de Nova Orleans
John Tagliabue
Em Paris
John Tagliabue
Em Paris
Os veículos de informação franceses foram cativados pelo furacão Katrina. Eles apontam de que maneira a reação pífia do governo americano ao desastre trouxe à tona, e à vista de todos, a triste condição de muitos negros americanos. Mas, desta vez, os franceses, que há muito têm criticado o racismo da América, não puderam evitar traçar alguns paralelos com o que ocorre no seu próprio território.
Sissouo Cheicka teve dificuldade para obter empréstimo ao abrir sua loja, que dá lucro
"É verdade que as devastações do Katrina expuseram cruelmente à luz do dia as feridas da América, a multiplicação dos guetos na sociedade, a pobreza, a criminalidade, as tensões raciais e territoriais", afirma o diário conservador "Le Figaro", num editorial publicado em 8 de setembro. "Na França, os que discordam com essa situação apressam-se a apedrejar o `modelo americano' e o seu presidente neo-conservador. Mas será que eles ao menos viram o estado em que se encontra o seu próprio país?".
Quatro dias apenas antes disso, um incêndio havia destruído um apartamento no sul de Paris, matando doze pessoas, a maioria das quais era negra. E poucos dias antes disso, 17 negros morreram num único incêndio. Desde abril, 48 pessoas, a maioria das quais eram crianças e todas elas negras, morreram em quatro incêndios diferentes em Paris.
Em cidades suburbanas tais como Château Rouge, lotadas de centenas de milhares de imigrantes não-brancos, entre os quais alguns árabes, mas, sobretudo uma maioria de negros, os quais a França foi absorvendo ao longo dos anos, vindos das suas ex-colônias na África e no Caribe, dá para sentir a cólera das pessoas no ar.
"Pode até ser uma coincidência", diz Sissouo Cheickh, num tom amargo, "mas há uma pergunta à qual os franceses precisam responder: Das 48 pessoas que morreram, por que todas as 48 eram negras?".
Cheickh, 28, obteve um diploma universitário na França, mas em vez de trabalhar para alguma pessoa ou empresa e de ter de encarar aquilo que ele e outros jovens negros chamam de "baixo teto de vidro da França", ele optou por iniciar o seu próprio negócio. Seis meses atrás, ele juntou algum dinheiro e abriu uma loja.
"Você vê esses tecidos? Tudo isso vem da África, da minha família", diz Cheickh, que é originário do Mali, gesticulando em volta de rolos de panos multicoloridos.
Há muito a França se gaba de ser o berço dos direitos humanos e um baluarte contra o racismo. No passado, regularmente, ela denunciava o racismo nos Estados Unidos, abria as suas portas para artistas que se dispunham a fazer a viagem de Harlem até Paris, convidava negros americanos talentosos tais como a dançarina Josephine Baker, músicos como Sidney Bechet e escritores como Richard Wright e James Baldwin.
Mas a insistência dos franceses em defender a igualdade entre os homens os empurra fora da realidade, segundo afirmam os seus críticos negros, uma vez que eles perpetuam com isso a ficção de uma sociedade sem minorias.
O censo na França não classifica as pessoas por raças. Com isso, enquanto se supõe que o número de negros seja de cerca de 1,5 milhão, para uma população total de 59 milhões, ninguém sabe realmente qual é o número exato, o qual na realidade, segundo outras estimativas, é bem mais elevado.
Não há praticamente negros no mundo empresarial francês, enquanto os negros não têm praticamente nenhuma representação política. Nenhuma pessoa negra tem assento na Assembléia Nacional ou num parlamento regional, e raros são aqueles vistos atuando nas câmaras municipais. A União Européia financia programas de ajuda às minorias, mas não na França, por causa da sua recusa a reconhecer a existência das minorias.
Com isso, hoje, os negros não aparecem nem um pouco na ordem do dia francesa. Depois dos recentes incêndios, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, propôs implantar um programa de ação afirmativa e um projeto de lei visando a pôr fim à ocultação da identidade racial ou étnica de uma pessoa. Mas os outros membros do ministério, inclusive o ministro para a igualdade das oportunidades, rejeitaram essas idéias, alegando que elas ofendem o princípio fundamental de igualdade.
"Os franceses gostam de dizer: `Os negros são um problema social, não racial"', diz Gaston Kelman, 52, um nativo de Camarões autor de muitos livros sobre a população negra na França. "Por esta razão, as nossas instituições não têm meios para resolver o problema".
Até recentemente, praticamente todos os negros encontravam-se no degrau mais baixo da escada social. No entanto, aos poucos, uma nova geração, da qual faz parte Cheickh, recebe uma educação, uma formação, abre empresas e gradualmente vai dando à luz uma classe média negra. Eles estão sentindo a discriminação que, segundo eles impregna a sociedade francesa e estão começando a resistir.
Após ter obtido em diploma em economia e processamento de dados, Claude Vuaki fez a sua aprendizagem em vários empregos antes de decidir iniciar o seu próprio negócio.
Junto com a sua mulher, Kibe, ele abriu um salão de beleza na região central de Paris. Mas a procura de Vuaki de um capital para a sua start-up foi típica dos sofrimentos que os negros costumam suportar. "Eles disseram imediatamente, nada de empréstimo, nada de dinheiro", conta Vuaki, 52. Junto com a sua mulher, ele conseguiu reunir algum dinheiro economizado pela sua família para auto-financiar sua loja.
Agora, os negócios vão indo tão bem que eles planejam abrir uma segunda loja, em Nice ou em Cannes. Kibe Vuaki viaja regularmente para os Estados Unidos onde ela estuda os cortes de cabelos afro-americanos.
Ainda assim, ela se inclui dentro de uma minoria relativamente pequena. A maioria dos negros é empregada em trabalhos domésticos ou servis, na construção civil ou nos transportes. O que incentiva pessoas como Vuaki é que o teto de vidro que os jovens negros que têm acesso a uma formação sentem com tanta freqüência não os deixa desencorajados, mas, cada vez mais, os motiva a irem à luta por conta própria.
"Muitas pessoas que eu conheço querem criar algo por conta própria", diz ele, com freqüência nos setores do paisagismo, da construção e dos serviços de entrega.
Mesmo assim, Kelman precisa que esta pequena abertura não está inibindo muitos jovens africanos que receberam uma educação de irem embora para a Grã-Bretanha, o Canadá ou os Estados Unidos, onde eles acreditam que encontrarão maiores oportunidades.
Indagado se o povo francês é racista, Kelman respondeu: "É um racismo matizado. Todo francês lhe dirá imediatamente: `Um dos meus melhores amigos é negro"'.
Kelman acrescenta que as políticas de habitação e de emprego criam uma "fábrica de guetos institucionalizada". Ele descreve dando boas risadas uma típica entrevista para um emprego para um candidato negro.
Quando o patrão percebe que o candidato é negro, ele começa celebrando as paisagens e os sons da África, que ele descobriu durante suas mais recentes férias neste continente: As praias de perder de vista, a vegetação belíssima, o vasto céu. Nem é preciso dizer que o candidato não consegue o emprego.
Nas escolas, os alunos brancos são normalmente incentivados a darem prosseguimento aos seus estudos, enquanto as crianças negras não raro são orientadas a seguirem estudos vocacionais. A influência dos afro-americanos, por intermédio da televisão, dos filmes e dos esportes, está em toda parte.
Alguns jovens negros acabam se voltando para o afrocentrismo (filosofia que faz da África o centro do mundo), explica Kelman, outros para os rappers e outros ainda para os grupos de negros muçulmanos. O que eles não fazem é se inserir na corrente principal da sociedade francesa.
"Nós estamos num impasse", conclui Kelman.
Sissouo Cheicka teve dificuldade para obter empréstimo ao abrir sua loja, que dá lucro
"É verdade que as devastações do Katrina expuseram cruelmente à luz do dia as feridas da América, a multiplicação dos guetos na sociedade, a pobreza, a criminalidade, as tensões raciais e territoriais", afirma o diário conservador "Le Figaro", num editorial publicado em 8 de setembro. "Na França, os que discordam com essa situação apressam-se a apedrejar o `modelo americano' e o seu presidente neo-conservador. Mas será que eles ao menos viram o estado em que se encontra o seu próprio país?".
Quatro dias apenas antes disso, um incêndio havia destruído um apartamento no sul de Paris, matando doze pessoas, a maioria das quais era negra. E poucos dias antes disso, 17 negros morreram num único incêndio. Desde abril, 48 pessoas, a maioria das quais eram crianças e todas elas negras, morreram em quatro incêndios diferentes em Paris.
Em cidades suburbanas tais como Château Rouge, lotadas de centenas de milhares de imigrantes não-brancos, entre os quais alguns árabes, mas, sobretudo uma maioria de negros, os quais a França foi absorvendo ao longo dos anos, vindos das suas ex-colônias na África e no Caribe, dá para sentir a cólera das pessoas no ar.
"Pode até ser uma coincidência", diz Sissouo Cheickh, num tom amargo, "mas há uma pergunta à qual os franceses precisam responder: Das 48 pessoas que morreram, por que todas as 48 eram negras?".
Cheickh, 28, obteve um diploma universitário na França, mas em vez de trabalhar para alguma pessoa ou empresa e de ter de encarar aquilo que ele e outros jovens negros chamam de "baixo teto de vidro da França", ele optou por iniciar o seu próprio negócio. Seis meses atrás, ele juntou algum dinheiro e abriu uma loja.
"Você vê esses tecidos? Tudo isso vem da África, da minha família", diz Cheickh, que é originário do Mali, gesticulando em volta de rolos de panos multicoloridos.
Há muito a França se gaba de ser o berço dos direitos humanos e um baluarte contra o racismo. No passado, regularmente, ela denunciava o racismo nos Estados Unidos, abria as suas portas para artistas que se dispunham a fazer a viagem de Harlem até Paris, convidava negros americanos talentosos tais como a dançarina Josephine Baker, músicos como Sidney Bechet e escritores como Richard Wright e James Baldwin.
Mas a insistência dos franceses em defender a igualdade entre os homens os empurra fora da realidade, segundo afirmam os seus críticos negros, uma vez que eles perpetuam com isso a ficção de uma sociedade sem minorias.
O censo na França não classifica as pessoas por raças. Com isso, enquanto se supõe que o número de negros seja de cerca de 1,5 milhão, para uma população total de 59 milhões, ninguém sabe realmente qual é o número exato, o qual na realidade, segundo outras estimativas, é bem mais elevado.
Não há praticamente negros no mundo empresarial francês, enquanto os negros não têm praticamente nenhuma representação política. Nenhuma pessoa negra tem assento na Assembléia Nacional ou num parlamento regional, e raros são aqueles vistos atuando nas câmaras municipais. A União Européia financia programas de ajuda às minorias, mas não na França, por causa da sua recusa a reconhecer a existência das minorias.
Com isso, hoje, os negros não aparecem nem um pouco na ordem do dia francesa. Depois dos recentes incêndios, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, propôs implantar um programa de ação afirmativa e um projeto de lei visando a pôr fim à ocultação da identidade racial ou étnica de uma pessoa. Mas os outros membros do ministério, inclusive o ministro para a igualdade das oportunidades, rejeitaram essas idéias, alegando que elas ofendem o princípio fundamental de igualdade.
"Os franceses gostam de dizer: `Os negros são um problema social, não racial"', diz Gaston Kelman, 52, um nativo de Camarões autor de muitos livros sobre a população negra na França. "Por esta razão, as nossas instituições não têm meios para resolver o problema".
Até recentemente, praticamente todos os negros encontravam-se no degrau mais baixo da escada social. No entanto, aos poucos, uma nova geração, da qual faz parte Cheickh, recebe uma educação, uma formação, abre empresas e gradualmente vai dando à luz uma classe média negra. Eles estão sentindo a discriminação que, segundo eles impregna a sociedade francesa e estão começando a resistir.
Após ter obtido em diploma em economia e processamento de dados, Claude Vuaki fez a sua aprendizagem em vários empregos antes de decidir iniciar o seu próprio negócio.
Junto com a sua mulher, Kibe, ele abriu um salão de beleza na região central de Paris. Mas a procura de Vuaki de um capital para a sua start-up foi típica dos sofrimentos que os negros costumam suportar. "Eles disseram imediatamente, nada de empréstimo, nada de dinheiro", conta Vuaki, 52. Junto com a sua mulher, ele conseguiu reunir algum dinheiro economizado pela sua família para auto-financiar sua loja.
Agora, os negócios vão indo tão bem que eles planejam abrir uma segunda loja, em Nice ou em Cannes. Kibe Vuaki viaja regularmente para os Estados Unidos onde ela estuda os cortes de cabelos afro-americanos.
Ainda assim, ela se inclui dentro de uma minoria relativamente pequena. A maioria dos negros é empregada em trabalhos domésticos ou servis, na construção civil ou nos transportes. O que incentiva pessoas como Vuaki é que o teto de vidro que os jovens negros que têm acesso a uma formação sentem com tanta freqüência não os deixa desencorajados, mas, cada vez mais, os motiva a irem à luta por conta própria.
"Muitas pessoas que eu conheço querem criar algo por conta própria", diz ele, com freqüência nos setores do paisagismo, da construção e dos serviços de entrega.
Mesmo assim, Kelman precisa que esta pequena abertura não está inibindo muitos jovens africanos que receberam uma educação de irem embora para a Grã-Bretanha, o Canadá ou os Estados Unidos, onde eles acreditam que encontrarão maiores oportunidades.
Indagado se o povo francês é racista, Kelman respondeu: "É um racismo matizado. Todo francês lhe dirá imediatamente: `Um dos meus melhores amigos é negro"'.
Kelman acrescenta que as políticas de habitação e de emprego criam uma "fábrica de guetos institucionalizada". Ele descreve dando boas risadas uma típica entrevista para um emprego para um candidato negro.
Quando o patrão percebe que o candidato é negro, ele começa celebrando as paisagens e os sons da África, que ele descobriu durante suas mais recentes férias neste continente: As praias de perder de vista, a vegetação belíssima, o vasto céu. Nem é preciso dizer que o candidato não consegue o emprego.
Nas escolas, os alunos brancos são normalmente incentivados a darem prosseguimento aos seus estudos, enquanto as crianças negras não raro são orientadas a seguirem estudos vocacionais. A influência dos afro-americanos, por intermédio da televisão, dos filmes e dos esportes, está em toda parte.
Alguns jovens negros acabam se voltando para o afrocentrismo (filosofia que faz da África o centro do mundo), explica Kelman, outros para os rappers e outros ainda para os grupos de negros muçulmanos. O que eles não fazem é se inserir na corrente principal da sociedade francesa.
"Nós estamos num impasse", conclui Kelman.
O Teatro Mágico lota shows por fora da mídia
Alex Ribeiro/AE
Misturando circo, dança, teatro, música, o grupo de 17 integrantes vai conquistando o público mesmo sem espaço na mídia
São Paulo - "Sem horas e sem dores, respeitável público pagão, bem-vindo ao Teatro Mágico! Sintaxe a vontade..." Assim, brincando com um jogo de palavras e vestindo-se como palhaços, O Teatro Mágico se apresenta ao público, misturndo circo, dança, teatro, música.
A escolha da maquiagem e do figurino não foi por acaso. "Quando estou pintado e vestido como palhaço, é quando eu sou mais eu. Estou livre para falar sobre o que quiser e me mostrar por completo, sem censuras", diz o vocalista e criador da banda, Fernando Anitelli.
O nome da banda surgiu a partir da leitura do livro O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse, que discute a existência de vários personagens que trazemos dentro de nós mesmos. O protagonista da história, Harry Heller, se depara com um luminoso no qual se lê "O Teatro Mágico - Entrada para Raros". Aquilo chamou a atenção do personagem. E de Anitelli também. "Eu sou uma pessoa rara, só tem um de mim, assim como você e todas as outras pessoas. Todos os momentos são raros."
Raro mesmo é sair de um show nota dez e encontrar o CD da banda à venda no saguão por apenas R$ 5. Todo o material gravado, isso significa CD e DVD (R$ 10), é feito de forma independente, dentro de casa mesmo sob supervisão de seu pai, Odácio Anitelli.
O sucesso que já se alastra pelo País (vide comunidades interestaduais no Orkut, tudo por causa de duas aparições na TV, pois ainda não se apresentaram fora de São Paulo), já rendeu a venda de aproximadamente 4 mil CDs, cerca de 150 por apresentação.
No show, os 17 integrantes d´O Teatro Mágico apresentam novas músicas (que o público já sabe cantar de cor e salteado, diga-se de passagem), que estão sendo organizadas para o segundo CD do grupo, como Pena, de Maíra Viana e Fernando Anitelli, e Sobrenomes, de Carlos Trevisan e Anitelli -
Quem quiser conhecer mais sobre a trupe, acesse www.oteatromagico.mus.br ou ligue para 3081-2911. O show apenas começou e muito ainda está por vir.
O Teatro Mágico. Blen Blen . Rua Inácio Pereira da Rocha, 520. Dom., 19h. R$ 15 (estudantes ou c/ flyer). Em outubro, a banda também se apresenta aos domingos (9 e 23) no Coppola. R. Girassol, 323. Dom., a partir das 18h. R$ 15 (estudantes ou c/ flyer)
Misturando circo, dança, teatro, música, o grupo de 17 integrantes vai conquistando o público mesmo sem espaço na mídia
São Paulo - "Sem horas e sem dores, respeitável público pagão, bem-vindo ao Teatro Mágico! Sintaxe a vontade..." Assim, brincando com um jogo de palavras e vestindo-se como palhaços, O Teatro Mágico se apresenta ao público, misturndo circo, dança, teatro, música.
A escolha da maquiagem e do figurino não foi por acaso. "Quando estou pintado e vestido como palhaço, é quando eu sou mais eu. Estou livre para falar sobre o que quiser e me mostrar por completo, sem censuras", diz o vocalista e criador da banda, Fernando Anitelli.
O nome da banda surgiu a partir da leitura do livro O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse, que discute a existência de vários personagens que trazemos dentro de nós mesmos. O protagonista da história, Harry Heller, se depara com um luminoso no qual se lê "O Teatro Mágico - Entrada para Raros". Aquilo chamou a atenção do personagem. E de Anitelli também. "Eu sou uma pessoa rara, só tem um de mim, assim como você e todas as outras pessoas. Todos os momentos são raros."
Raro mesmo é sair de um show nota dez e encontrar o CD da banda à venda no saguão por apenas R$ 5. Todo o material gravado, isso significa CD e DVD (R$ 10), é feito de forma independente, dentro de casa mesmo sob supervisão de seu pai, Odácio Anitelli.
O sucesso que já se alastra pelo País (vide comunidades interestaduais no Orkut, tudo por causa de duas aparições na TV, pois ainda não se apresentaram fora de São Paulo), já rendeu a venda de aproximadamente 4 mil CDs, cerca de 150 por apresentação.
No show, os 17 integrantes d´O Teatro Mágico apresentam novas músicas (que o público já sabe cantar de cor e salteado, diga-se de passagem), que estão sendo organizadas para o segundo CD do grupo, como Pena, de Maíra Viana e Fernando Anitelli, e Sobrenomes, de Carlos Trevisan e Anitelli -
Quem quiser conhecer mais sobre a trupe, acesse www.oteatromagico.mus.br ou ligue para 3081-2911. O show apenas começou e muito ainda está por vir.
O Teatro Mágico. Blen Blen . Rua Inácio Pereira da Rocha, 520. Dom., 19h. R$ 15 (estudantes ou c/ flyer). Em outubro, a banda também se apresenta aos domingos (9 e 23) no Coppola. R. Girassol, 323. Dom., a partir das 18h. R$ 15 (estudantes ou c/ flyer)
terça-feira, setembro 20, 2005
Antes de aprender a falar, nós já praguejamos
Insultar e falar palavrões é uma necessidade natural do ser humano
Natalie Angier
Em Nova York
Natalie Angier
Em Nova York
Irritadíssimos com aquilo que eles consideram como uma virtual pandemia de vulgaridade verbal provinda de figuras tão diversas quanto Howard Stern, Bono do U2 e Robert Novak, o Senado americano está disposto a estudar um projeto de lei que aumentaria consideravelmente as penalidades às quais estaria sujeito quem profere obscenidades no ar.
Ao aumentar em cerca de quinze vezes o valor das multas que seriam aplicadas contra animadores que utilizam uma linguagem ofensiva, para chegar a uma pena de cerca de US$ 500.000 (R$ 1.146,85 milhão) por grosseria proferida no ar, e ao ameaçar revogar as licenças dos "poluidores" reincidentes, o Senado busca retornar ao bom comportamento em público que os tenores mais bem educados mostravam ter num passado distante, quando raramente se ouviam palavras de baixo calão, e que as figuras mais famosas não despejavam palavras sujas o dia inteiro.
Contudo, os pesquisadores que estudam a evolução da linguagem e da psicologia do palavrão afirmam que eles não têm a menor idéia de qual modelo místico de bom comportamento lingüístico os críticos poderiam ter em mente.
Segundo eles, praguejar é um tipo de comportamento humano universal.
Ocorre que toda e qualquer língua, dialeto ou patuá que já tenha sido estudado, que ela seja viva ou morta, falada por milhões ou por uma única tribo minúscula, possui uma parte mais ou menos importante de expressões proibidas, e algumas variáveis da famosa lista de comediante George Carlin que estabelece os sete palavrões que não podem em caso algum ser pronunciados no rádio ou na televisão.
As crianças muito novas irão memorizar este inventário ilícito muito antes de conseguirem entender o seu significado, explica John McWhorter, um especialista em lingüística no Instituto de Manhattan e autor de "The Power of Babel" ("O Poder de Babel"), enquanto os gigantes da literatura sempre construíram sua arte sobre a coluna dorsal das palavras chulas.
"O autor dramático jacobita (que viveu sob o reinado de Jaime 1º de Inglaterra) Ben Jonson apimentou suas peças com expressões tais como "fackings" (forma antiga da palavra "fucking) e "peremptorie Asses" (traseiros proeminentes), enquanto Shakespeare dificilmente conseguia redigir uma estrofe sem nela inserir as impiedades do dia tais como "zounds" ou "sblood" --contrações ofensivas das expressões "God's wounds" (ferimentos de Deus) e "God's blood" (sangue de deus)-- ou ainda algum trocadilho sexual maravilhoso.
Segundo John McWhorter, o título "Much Ado About Nothing" (Muito barulho por nada) é um jogo de palavras com a expressão "Much Ado About an O Thing" (Muito agito sobre uma coisa de O), essa "coisa de O" sendo uma referência à genitália feminina.
Até mesmo o fundamental Bom Livro (a Bíblia) é rico em trechos impróprios tais como aquele que descreve os homens em 2 Reis - 18:27 que, conforme a tradução comparativamente branda do rei James sugere, "comem seus próprios excrementos, e bebem seu próprio mijo".
De fato, segundo explica Guy Deutscher, um lingüista na universidade de Leiden, na Holanda, e autor de "O Desdobramento da Linguagem: Uma Turnê Evolucionista Pela Maior Invenção da Humanidade", os escritos os mais antigos, que datam de cerca de 5.000 anos atrás, incluem uma boa quantidade de descrições ricas em cores das formas humanas e das suas funções ainda mais ricas em cores. E o registro escrito é sempre o reflexo de uma tradição oral que Deutscher e muitos outros psicólogos da linguagem e lingüistas evolucionistas acreditam ter nascido a partir do desenvolvimento da laringe humana, ou até mesmo antes disso.
Alguns pesquisadores estão tão impressionados com a profundidade e o poder da linguagem "forte" que eles a estão utilizando como um orifício de observação da arquitetura do cérebro, como um meio de sondar os vínculos misteriosos e confusos que existem entre as regiões mais novas e "mais elevadas" do cérebro responsáveis pelo intelecto, a razão e o planejamento, e as vizinhanças neuronais mais antigas e mais "bestiais" que dão à luz e governam nossas emoções.
Os pesquisadores apontam para o fato de que o ato de proferir insultos é com freqüência um amálgamo de sensações cruas, espontâneas e dirigidas a um alvo, de modo corrosivo e astucioso. Quando uma pessoa pragueja contra uma outra, dizem eles, o praguejador raramente profere suas obscenidades e seus insultos ao acaso, mas tende a avaliar primeiro o objeto da sua cólera, e ajusta então o conteúdo de sua explosão "incontrolável" de acordo.
Uma vez que o ato de insultar aciona caminhos do cérebro responsáveis pelo pensamento e os sensações numa proporção praticamente equivalente e com um fervor fácil de ser determinado, os cientistas acreditam que ao estudar os circuitos neurais que estão por trás deles, eles conseguem obter uma melhor compreensão dos modos com os quais os diferentes campos do cérebro comunicam entre eles --e tudo em nome de uma réplica bem venenosa.
Outros investigadores examinaram a fisiologia do ato de praguejar, ou seja, como os nossos sentidos e reflexos reagem ao som ou à visão de uma palavra obscena. Eles apuraram que o fato de ouvir obscenidades sendo proferidas e provoca literalmente arrepios nas pessoas. Quando fios eletrodérmicos são colocados nos braços e nas pontas dos dedos das pessoas para estudar a condutividade da sua pele e que elas ouvem então algumas obscenidades proferidas com clareza e firmeza, esses participantes mostram sinais instantâneos de excitação.
Os padrões de condutividade da sua pele disparam, os pêlos dos seus braços ficam em pé, o seu pulso acelera e a sua respiração se torna ofegante.
De maneira Interessante, explica Kate Burridge, uma professora de lingüística da universidade Monash em Melbourne, na Austrália, uma reação similar ocorre com os estudantes universitários e com outros que se orgulham de possuir certa educação quando eles escutam colegas empregarem frases gramaticamente erradas ou expressões de gíria, as quais eles consideram como irritantes, e provenientes de alguém iletrado ou desclassificado.
"As pessoas podem ter reações apaixonadas em relação à linguagem", diz Burridge, "como se ela fosse um objeto querido que precisa ser protegido a todo custo das depravações dos bárbaros e dos alienados do léxico".
Burridge e um dos seus colegas da universidade Monash, Keith Allan, são os autores de "Palavras proibidas: O Tabu e a Censura da Linguagem", que será publicado no ano que vem (nos Estados Unidos) pela editora Cambridge University Press.
Os pesquisadores também descobriram que certas obscenidades podem se alojar sob a pele arrepiada de alguém e então se recusar a sair dali. Num desses estudos, os cientistas começaram com o conhecido teste de Stroop, no qual os pacientes vêem uma série de palavras escritas que piscam em cores diferentes. Então, eles devem reagir chamando as cores das palavras em vez das palavras em si.
Se os pacientes observam a palavra "cadeira" escrita em letras amarelas, eles devem então dizer "amarelo".
Os pesquisadores passam então a inserir certo número de obscenidades e palavras chulas dentro do elenco padrão de palavras. Ao rastrearem as respostas imediatas ou atrasadas dos participantes, os pesquisadores descobriram que, em primeiro lugar, as pessoas precisavam de um tempo significativamente maior para pronunciar as cores dos palavrões do que era necessário para palavras neutras tais como cadeira.
A experiência de ver surgir um texto excitante obviamente distraiu os participantes da sua tarefa de classificar palavras e cores. Ainda assim, essas interferências arriscadas deixaram sua marca. Nos quiz de memória aos quais eles foram então submetidos, não só os participantes se lembraram muito melhor dos palavrões que das palavras neutras, mas esta memória mais aguçada também se aplicou às cores das palavras chulas, assim como ao seu sentido.
Sim, é difícil trabalhar na sombra do lixo. Quando pesquisadores, num outro estudo, pediram aos participantes para examinarem cuidadosamente listas de palavras que incluíam obscenidades e então para se lembrarem da maior quantidade de palavras possível, os pacientes, mais uma vez, se mostraram mais aptos a relembrarem dos insultos --e encontraram muitos problemas quando se tratou de lembrar quais eram as palavras neutras que precediam ou se seguiam aos trechos obscenos.
Ainda assim, da mesma forma que a linguagem chula pode transmitir solavancos, ela pode também ajudar a se livrar do estresse e da cólera. Em certas situações, o fluxo livre da linguagem chula pode ser um sintoma não de hostilidade ou de uma patologia social, e sim de harmonia e tranqüilidade.
"As pesquisas mostram que se você com um grupo de amigos íntimos, quanto mais descontraído você está, quanto mais você profere palavrões", explica Burridge. "É uma forma de dizer: `Eu estou tão à vontade aqui que eu posso despejar vapor. Eu posso dizer o que bem entendo'".
As provas coletadas cientificamente também sugerem que o ato de dizer palavrões pode ser um meio eficiente de prevenir uma possível agressão e, desta forma, de evitar a violência física.
Com ajuda de um pequeno exército de estudantes e de voluntários, Timothy B. Jay, um professor de psicologia na universidade de artes liberais de North Adams, no Massachusetts, e autor de "Praguejando na América" e de "Por que nós praguejamos", explorou a dinâmica dos insultos de maneira muito detalhada.
Os pesquisadores descobriram, entre outras coisas, que os homens em geral praguejam mais que as mulheres, a menos que as ditas mulheres façam parte de uma associação de estudantes, e que os reitores de universidades praguejam mais do que os bibliotecários ou que os membros da equipe diurna do centro médico da universidade.
Independentemente de quem está praguejando e de qual possa ser a provocação, explica Jay, a motivação que levou a proferir palavrões é quase sempre a mesma.
"Tantas vezes as pessoas têm me dito que o ato de praguejar é um mecanismo libertador para elas, uma maneira de reduzir o estresse", disse ele numa entrevista por telefone. "Trata-se de uma forma de manejar a cólera que quase sempre é subestimada".
Além disso, por exemplo, os chimpanzés travam o que parece ser uma espécie de troca de insultos como meio de expressar sua agressividade e de evitar um choque físico potencialmente perigoso.
Frans de Waal, um professor de comportamento dos primatas na Universidade Emory de Atlanta, indica que quando os chimpanzés estão irritados, "eles grunhem ou cospem, ou ainda fazem um gesto abrupto que segue uma curva ascendente, o qual se fosse executado por um humano, seria facilmente identificável como sendo agressivo".
Tais comportamentos são gestos de ameaças, explica de Waal, e todos eles são sinais positivos. "Um chimpanzé que está realmente interessado numa briga não perde tempo fazendo gestos, mas ele simplesmente vai em frente e ataca", acrescenta este especialista.
Considerando este mesmo sintoma, prossegue de Waal, não há nada mais mortal que uma pessoa que está enraivecida demais para proferir insultos --e que simplesmente e tranquilamente saca uma arma e começa a atirar.
Mulher e religião
Os pesquisadores também examinaram de que maneira certas palavras alcançam o status de linguagem proibida e como a evolução da linguagem chula influencia as camadas mais lisas do discurso civil que foi criado por cima dela. Eles descobriram que o que tem valor de linguagem tabu numa dada cultura quase sempre é um espelho que reflete os medos e as fixações desta cultura.
"Em certas culturas, os palavrões são derivados essencialmente do sexo e das funções do corpo, enquanto em outras, eles derivam, sobretudo do campo da religião", comenta Deutscher.
Em sociedades onde a pureza e a honra das mulheres são de suma importância, diz, "não surpreende que muitos palavrões sejam variações sobre o tema do `filho da puta' ou que eles se refiram graficamente à genitália da mãe ou das irmãs do insultado".
O próprio conceito de um xingamento ou de um juramento para rogar uma praga tem origem na importância considerável que as culturas da Antiguidade atribuíam ao nome de um deus ou de deuses. Na antiga Babilônia, utilizava-se o nome de um deus para praguejar para significar uma certeza absoluta contra uma mentira, diz Deutscher, "e esses povos acreditavam que fazer um juramento falso usando o nome de um deus atrairia a terrível cólera daquele deus contra quem o proferisse".
Uma advertência contra todo abuso em relação ao juramento sagrado está reproduzida no mandamento bíblico segundo o qual não se deve "invocar o nome do Senhor em vão", e até mesmo hoje, as testemunhas que comparecem a um processo juram em nome da Bíblia que elas estão dizendo toda a verdade, e nada além da verdade.
Entre os cristãos, a condenação do ato de invocar o nome do Senhor em vão estendeu-se a alusões eventuais ao filho de Deus ou aos sofrimentos corporais do filho de Deus --tampouco se podia mencionar o sangue sobre as feridas ou no corpo, e isso vale para as contrações astuciosas, também.
Hoje em dia, a expressão "Oh, golly!" ("Ó meu Deus") pode ser considerada uma expressão engraça e saudável, mas nem sempre foi assim. "Golly" é uma contração de "God's body" ("Corpo de Deus") e, portanto, foi considerada numa determinada época como uma profanidade.
Ainda assim, nenhum mandamento bíblico e nem o mais zeloso dos censores vitorianos podem impedir a mente humana de seguir caminhos retorcidos na exploração do corpo humano desregrado, as suas demandas crônicas e embaraçosas e a sua triste decadência. O desconforto para com as funções do corpo nunca arrefece, diz Burridge, e a necessidade de manter uma seleção sempre renovada de eufemismos em relação a assuntos sujos serve há muito como um motor impressionante da invenção lingüística.
Toalete
Uma vez que uma palavra se torna associada de maneira excessiva a uma função específica do corpo, acrescenta, uma vez que ele se torna evocativo demais daquilo que não deveria ser evocado, ele começa a ingressar no plano do tabu e deve ser substituído por um novo eufemismo, mais leve.
Por exemplo, a palavra "toalete" deriva de uma palavra francesa que significa "pequena toalha" e era inicialmente usada como uma maneira elegantemente indireta de se referir ao lugar onde fica o penico ou o seu equivalente.
Mas, desde então "toalete" passou a significar a própria privada de porcelana, e como tal soa obtuso demais para ser usada de maneira elegante e bem educada. Em vez disso, as pessoas indagam ao seu anfitrião onde fica o "sala das damas" ("ladies' room") ou a "sala de descanso" ("restroom") ou, ainda, se for necessário, o banheiro.
Da mesma forma, a palavra "caixão" ("coffin") significava inicialmente uma caixa ordinária, mas a partir do momento em que ela foi associada à morte, as pessoas deixaram de lado a palavra e passaram a usar expressões tais como "ele bateu as botas". O valor de tabu do sentido de uma palavra, conclui Burridge, "sempre a leva a adquirir outros significados que aqueles que ela poderia ter tido".
Tradução: Jean-Yves de Neufville
Ao aumentar em cerca de quinze vezes o valor das multas que seriam aplicadas contra animadores que utilizam uma linguagem ofensiva, para chegar a uma pena de cerca de US$ 500.000 (R$ 1.146,85 milhão) por grosseria proferida no ar, e ao ameaçar revogar as licenças dos "poluidores" reincidentes, o Senado busca retornar ao bom comportamento em público que os tenores mais bem educados mostravam ter num passado distante, quando raramente se ouviam palavras de baixo calão, e que as figuras mais famosas não despejavam palavras sujas o dia inteiro.
Contudo, os pesquisadores que estudam a evolução da linguagem e da psicologia do palavrão afirmam que eles não têm a menor idéia de qual modelo místico de bom comportamento lingüístico os críticos poderiam ter em mente.
Segundo eles, praguejar é um tipo de comportamento humano universal.
Ocorre que toda e qualquer língua, dialeto ou patuá que já tenha sido estudado, que ela seja viva ou morta, falada por milhões ou por uma única tribo minúscula, possui uma parte mais ou menos importante de expressões proibidas, e algumas variáveis da famosa lista de comediante George Carlin que estabelece os sete palavrões que não podem em caso algum ser pronunciados no rádio ou na televisão.
As crianças muito novas irão memorizar este inventário ilícito muito antes de conseguirem entender o seu significado, explica John McWhorter, um especialista em lingüística no Instituto de Manhattan e autor de "The Power of Babel" ("O Poder de Babel"), enquanto os gigantes da literatura sempre construíram sua arte sobre a coluna dorsal das palavras chulas.
"O autor dramático jacobita (que viveu sob o reinado de Jaime 1º de Inglaterra) Ben Jonson apimentou suas peças com expressões tais como "fackings" (forma antiga da palavra "fucking) e "peremptorie Asses" (traseiros proeminentes), enquanto Shakespeare dificilmente conseguia redigir uma estrofe sem nela inserir as impiedades do dia tais como "zounds" ou "sblood" --contrações ofensivas das expressões "God's wounds" (ferimentos de Deus) e "God's blood" (sangue de deus)-- ou ainda algum trocadilho sexual maravilhoso.
Segundo John McWhorter, o título "Much Ado About Nothing" (Muito barulho por nada) é um jogo de palavras com a expressão "Much Ado About an O Thing" (Muito agito sobre uma coisa de O), essa "coisa de O" sendo uma referência à genitália feminina.
Até mesmo o fundamental Bom Livro (a Bíblia) é rico em trechos impróprios tais como aquele que descreve os homens em 2 Reis - 18:27 que, conforme a tradução comparativamente branda do rei James sugere, "comem seus próprios excrementos, e bebem seu próprio mijo".
De fato, segundo explica Guy Deutscher, um lingüista na universidade de Leiden, na Holanda, e autor de "O Desdobramento da Linguagem: Uma Turnê Evolucionista Pela Maior Invenção da Humanidade", os escritos os mais antigos, que datam de cerca de 5.000 anos atrás, incluem uma boa quantidade de descrições ricas em cores das formas humanas e das suas funções ainda mais ricas em cores. E o registro escrito é sempre o reflexo de uma tradição oral que Deutscher e muitos outros psicólogos da linguagem e lingüistas evolucionistas acreditam ter nascido a partir do desenvolvimento da laringe humana, ou até mesmo antes disso.
Alguns pesquisadores estão tão impressionados com a profundidade e o poder da linguagem "forte" que eles a estão utilizando como um orifício de observação da arquitetura do cérebro, como um meio de sondar os vínculos misteriosos e confusos que existem entre as regiões mais novas e "mais elevadas" do cérebro responsáveis pelo intelecto, a razão e o planejamento, e as vizinhanças neuronais mais antigas e mais "bestiais" que dão à luz e governam nossas emoções.
Os pesquisadores apontam para o fato de que o ato de proferir insultos é com freqüência um amálgamo de sensações cruas, espontâneas e dirigidas a um alvo, de modo corrosivo e astucioso. Quando uma pessoa pragueja contra uma outra, dizem eles, o praguejador raramente profere suas obscenidades e seus insultos ao acaso, mas tende a avaliar primeiro o objeto da sua cólera, e ajusta então o conteúdo de sua explosão "incontrolável" de acordo.
Uma vez que o ato de insultar aciona caminhos do cérebro responsáveis pelo pensamento e os sensações numa proporção praticamente equivalente e com um fervor fácil de ser determinado, os cientistas acreditam que ao estudar os circuitos neurais que estão por trás deles, eles conseguem obter uma melhor compreensão dos modos com os quais os diferentes campos do cérebro comunicam entre eles --e tudo em nome de uma réplica bem venenosa.
Outros investigadores examinaram a fisiologia do ato de praguejar, ou seja, como os nossos sentidos e reflexos reagem ao som ou à visão de uma palavra obscena. Eles apuraram que o fato de ouvir obscenidades sendo proferidas e provoca literalmente arrepios nas pessoas. Quando fios eletrodérmicos são colocados nos braços e nas pontas dos dedos das pessoas para estudar a condutividade da sua pele e que elas ouvem então algumas obscenidades proferidas com clareza e firmeza, esses participantes mostram sinais instantâneos de excitação.
Os padrões de condutividade da sua pele disparam, os pêlos dos seus braços ficam em pé, o seu pulso acelera e a sua respiração se torna ofegante.
De maneira Interessante, explica Kate Burridge, uma professora de lingüística da universidade Monash em Melbourne, na Austrália, uma reação similar ocorre com os estudantes universitários e com outros que se orgulham de possuir certa educação quando eles escutam colegas empregarem frases gramaticamente erradas ou expressões de gíria, as quais eles consideram como irritantes, e provenientes de alguém iletrado ou desclassificado.
"As pessoas podem ter reações apaixonadas em relação à linguagem", diz Burridge, "como se ela fosse um objeto querido que precisa ser protegido a todo custo das depravações dos bárbaros e dos alienados do léxico".
Burridge e um dos seus colegas da universidade Monash, Keith Allan, são os autores de "Palavras proibidas: O Tabu e a Censura da Linguagem", que será publicado no ano que vem (nos Estados Unidos) pela editora Cambridge University Press.
Os pesquisadores também descobriram que certas obscenidades podem se alojar sob a pele arrepiada de alguém e então se recusar a sair dali. Num desses estudos, os cientistas começaram com o conhecido teste de Stroop, no qual os pacientes vêem uma série de palavras escritas que piscam em cores diferentes. Então, eles devem reagir chamando as cores das palavras em vez das palavras em si.
Se os pacientes observam a palavra "cadeira" escrita em letras amarelas, eles devem então dizer "amarelo".
Os pesquisadores passam então a inserir certo número de obscenidades e palavras chulas dentro do elenco padrão de palavras. Ao rastrearem as respostas imediatas ou atrasadas dos participantes, os pesquisadores descobriram que, em primeiro lugar, as pessoas precisavam de um tempo significativamente maior para pronunciar as cores dos palavrões do que era necessário para palavras neutras tais como cadeira.
A experiência de ver surgir um texto excitante obviamente distraiu os participantes da sua tarefa de classificar palavras e cores. Ainda assim, essas interferências arriscadas deixaram sua marca. Nos quiz de memória aos quais eles foram então submetidos, não só os participantes se lembraram muito melhor dos palavrões que das palavras neutras, mas esta memória mais aguçada também se aplicou às cores das palavras chulas, assim como ao seu sentido.
Sim, é difícil trabalhar na sombra do lixo. Quando pesquisadores, num outro estudo, pediram aos participantes para examinarem cuidadosamente listas de palavras que incluíam obscenidades e então para se lembrarem da maior quantidade de palavras possível, os pacientes, mais uma vez, se mostraram mais aptos a relembrarem dos insultos --e encontraram muitos problemas quando se tratou de lembrar quais eram as palavras neutras que precediam ou se seguiam aos trechos obscenos.
Ainda assim, da mesma forma que a linguagem chula pode transmitir solavancos, ela pode também ajudar a se livrar do estresse e da cólera. Em certas situações, o fluxo livre da linguagem chula pode ser um sintoma não de hostilidade ou de uma patologia social, e sim de harmonia e tranqüilidade.
"As pesquisas mostram que se você com um grupo de amigos íntimos, quanto mais descontraído você está, quanto mais você profere palavrões", explica Burridge. "É uma forma de dizer: `Eu estou tão à vontade aqui que eu posso despejar vapor. Eu posso dizer o que bem entendo'".
As provas coletadas cientificamente também sugerem que o ato de dizer palavrões pode ser um meio eficiente de prevenir uma possível agressão e, desta forma, de evitar a violência física.
Com ajuda de um pequeno exército de estudantes e de voluntários, Timothy B. Jay, um professor de psicologia na universidade de artes liberais de North Adams, no Massachusetts, e autor de "Praguejando na América" e de "Por que nós praguejamos", explorou a dinâmica dos insultos de maneira muito detalhada.
Os pesquisadores descobriram, entre outras coisas, que os homens em geral praguejam mais que as mulheres, a menos que as ditas mulheres façam parte de uma associação de estudantes, e que os reitores de universidades praguejam mais do que os bibliotecários ou que os membros da equipe diurna do centro médico da universidade.
Independentemente de quem está praguejando e de qual possa ser a provocação, explica Jay, a motivação que levou a proferir palavrões é quase sempre a mesma.
"Tantas vezes as pessoas têm me dito que o ato de praguejar é um mecanismo libertador para elas, uma maneira de reduzir o estresse", disse ele numa entrevista por telefone. "Trata-se de uma forma de manejar a cólera que quase sempre é subestimada".
Além disso, por exemplo, os chimpanzés travam o que parece ser uma espécie de troca de insultos como meio de expressar sua agressividade e de evitar um choque físico potencialmente perigoso.
Frans de Waal, um professor de comportamento dos primatas na Universidade Emory de Atlanta, indica que quando os chimpanzés estão irritados, "eles grunhem ou cospem, ou ainda fazem um gesto abrupto que segue uma curva ascendente, o qual se fosse executado por um humano, seria facilmente identificável como sendo agressivo".
Tais comportamentos são gestos de ameaças, explica de Waal, e todos eles são sinais positivos. "Um chimpanzé que está realmente interessado numa briga não perde tempo fazendo gestos, mas ele simplesmente vai em frente e ataca", acrescenta este especialista.
Considerando este mesmo sintoma, prossegue de Waal, não há nada mais mortal que uma pessoa que está enraivecida demais para proferir insultos --e que simplesmente e tranquilamente saca uma arma e começa a atirar.
Mulher e religião
Os pesquisadores também examinaram de que maneira certas palavras alcançam o status de linguagem proibida e como a evolução da linguagem chula influencia as camadas mais lisas do discurso civil que foi criado por cima dela. Eles descobriram que o que tem valor de linguagem tabu numa dada cultura quase sempre é um espelho que reflete os medos e as fixações desta cultura.
"Em certas culturas, os palavrões são derivados essencialmente do sexo e das funções do corpo, enquanto em outras, eles derivam, sobretudo do campo da religião", comenta Deutscher.
Em sociedades onde a pureza e a honra das mulheres são de suma importância, diz, "não surpreende que muitos palavrões sejam variações sobre o tema do `filho da puta' ou que eles se refiram graficamente à genitália da mãe ou das irmãs do insultado".
O próprio conceito de um xingamento ou de um juramento para rogar uma praga tem origem na importância considerável que as culturas da Antiguidade atribuíam ao nome de um deus ou de deuses. Na antiga Babilônia, utilizava-se o nome de um deus para praguejar para significar uma certeza absoluta contra uma mentira, diz Deutscher, "e esses povos acreditavam que fazer um juramento falso usando o nome de um deus atrairia a terrível cólera daquele deus contra quem o proferisse".
Uma advertência contra todo abuso em relação ao juramento sagrado está reproduzida no mandamento bíblico segundo o qual não se deve "invocar o nome do Senhor em vão", e até mesmo hoje, as testemunhas que comparecem a um processo juram em nome da Bíblia que elas estão dizendo toda a verdade, e nada além da verdade.
Entre os cristãos, a condenação do ato de invocar o nome do Senhor em vão estendeu-se a alusões eventuais ao filho de Deus ou aos sofrimentos corporais do filho de Deus --tampouco se podia mencionar o sangue sobre as feridas ou no corpo, e isso vale para as contrações astuciosas, também.
Hoje em dia, a expressão "Oh, golly!" ("Ó meu Deus") pode ser considerada uma expressão engraça e saudável, mas nem sempre foi assim. "Golly" é uma contração de "God's body" ("Corpo de Deus") e, portanto, foi considerada numa determinada época como uma profanidade.
Ainda assim, nenhum mandamento bíblico e nem o mais zeloso dos censores vitorianos podem impedir a mente humana de seguir caminhos retorcidos na exploração do corpo humano desregrado, as suas demandas crônicas e embaraçosas e a sua triste decadência. O desconforto para com as funções do corpo nunca arrefece, diz Burridge, e a necessidade de manter uma seleção sempre renovada de eufemismos em relação a assuntos sujos serve há muito como um motor impressionante da invenção lingüística.
Toalete
Uma vez que uma palavra se torna associada de maneira excessiva a uma função específica do corpo, acrescenta, uma vez que ele se torna evocativo demais daquilo que não deveria ser evocado, ele começa a ingressar no plano do tabu e deve ser substituído por um novo eufemismo, mais leve.
Por exemplo, a palavra "toalete" deriva de uma palavra francesa que significa "pequena toalha" e era inicialmente usada como uma maneira elegantemente indireta de se referir ao lugar onde fica o penico ou o seu equivalente.
Mas, desde então "toalete" passou a significar a própria privada de porcelana, e como tal soa obtuso demais para ser usada de maneira elegante e bem educada. Em vez disso, as pessoas indagam ao seu anfitrião onde fica o "sala das damas" ("ladies' room") ou a "sala de descanso" ("restroom") ou, ainda, se for necessário, o banheiro.
Da mesma forma, a palavra "caixão" ("coffin") significava inicialmente uma caixa ordinária, mas a partir do momento em que ela foi associada à morte, as pessoas deixaram de lado a palavra e passaram a usar expressões tais como "ele bateu as botas". O valor de tabu do sentido de uma palavra, conclui Burridge, "sempre a leva a adquirir outros significados que aqueles que ela poderia ter tido".
Tradução: Jean-Yves de Neufville
Porque avião não decola sem co-piloto
Arthur Baker
16.09.05
16.09.05
1977. Larry Levan, no Paradise Garage, é ícone do pleno apogeu da disco. "Kind of Life", canção de um garoto de 22 anos, é sucesso nas mãos do DJ. Ele assina para o selo West End e atende pela alcunha North End, mas seu nome é Arthur Baker. Filho de Boston, Massachussets, era recém-chegado na Big Apple e levava na memória seus dias de discotecar, principalmente influenciado pela escola do soul da Filadélfia. "Nunca fiz uma música realmente boa sem ter saído para dançar no dia anterior", diria décadas após.
Dois anos depois, encontra o cantor Joe Bataan, especialista em soul latino. Em sociedade, recrutados para o selo Salsoul, compõem "Rap-O, Clap-O", que, Bataan jura, é ainda mais antiga que "King Tim III", da Fatback Band, e "Rapper's Delight", da Sugarhill Gang", podendo levar o título de primeiro hip hop gravado na história.
1981. Vendedor de uma loja de discos, Arthur Baker investia suas horas de descanso em passeios a parques, onde podia escutar sons que vinham do gueto e ver o que aprontavam os b-boys. A toda hora, "Trans-Europe Express", do Kraftwerk, nas caixas. O tecladista John Robie, seu braço direito, um tal Kevin Donovan, homem Nação Zulu Universal, e sua trupe Soul Sonic Force, se unem a ele em parceria. Donovan, já revelado Afrika Bambaataa, entra no estúdio segurando uma cópia do disco "Super Sporm", de 1978, single do baixista Captain Sky. "Taí a batida. Vamos usar", diz firme. Deu pitaco, Baker executou. Estava eleito o break de "Planet Rock", logo sucedida por "Looking For The Perfect Beat" e "Renegades of Funk", um todo alienígena e meio ameaçador, mas absolutamente inovador. Eram as vigas, então, do que chamaríamos de electro. Experiência adquirida por Baker para as suas artimanhas em "Put The Needle To The Record", de 1987, feita sob seu pseudônimo Criminal Element Orchestra, "Breaker's Revenge", de 1984 (da trilha do essencial filme "Beat Street"), "I.O.U.", do Freeez, e "Walking On Sunshine", do "Rockers Revenge", ambas de 1982.
1983. Uma banda chamada New Order cruza o Atlântico em direção a Nova York, a fim de colher as glórias de "Blue Monday", e encontra um cicerone especial. Era Baker. Dias no estúdio do produtor renderam "Confusion", que equilibrava a perspectiva electrofunk e soul do americano e a instumentação melódica dos rapazes de Manchester. Foi a primeira vez que o New Order viu uma música ser feita e tocada na mesma data. Arthur a incluiu em seu set, à noite.
Hoje, do alto de 60 anos, Baker olha para seus cerca de quarenta anos de carreira e rememora uma lista infindável de nomes. Rolling Stones, U2, David Bowie, Cyndi Lauper, Diana Ross, Bruce Springsteen, Ash, Lou Reed, Jimmy Cliff, Robbie Williams, New Kids On the Block, Quincy Jones, Gypsy Kings, Debbie Harry, Oingo Boingo, Tom Tom Club, Bee Gees, Nene Cherry, Lolleatta Hollaway, Morcheeba e tantos mais. A todos, produziu, mixou ou compôs, deixando claro que, sem co-piloto, avião não decola.
Se é viável concentrar em uma só figura o pioneirismo do hip hop, do electro e de larga parte da música eletrônica dançante como a conhecemos hoje, é na de Arthur Baker. E citar estes três campos, apenas, é simplista. Mais influente e imitado do que ele? Díficil. Como seria a música de hoje sem o dedo do homem na história? Incógnita.
Arthur Baker é atração da edição 2005 do Tim Festival.
» É verdade que você tem um salão de sinuca em Londres atualmente? Você tem feito algo em sua carreira artística?
Sou dono de um restaurante chamado Harlem Soul, e tenho sociedade em uma rede de salões de sinuca chamada The Elbow Room. Mas a música está novamente em meu horizonte, tanto através das minhas discotecagens na minha noite itinerante “Return To New York”, que está viajando o mundo todo, quanto pelo fato de estar produzindo um álbum novo para ser lançado no início de 2006. Ainda estou no páreo!
» Você concorda que seus experimentos com edição e produção de sons de batidas quebradas e eletrônicas definiram boa parte da música dançante dos últimos vinte e cinco anos?
Sempre fui um fã de música com mente bem aberta, desde o rock'n'roll dos Rolling Stones e do David Bowie até o funky soul de James Brown e de Sly & The Family Stone, ou a eletrônica do Kraftwerk. A combinação de todos estes elementos me fez querer experimentar. Por sorte, o período em que eu fui começar coincidiu com o advento de uma nova tecnologia em produção musical, que incluía scratches, o uso de samples, a prática de uso dos loopings, além de programar e seqüenciar. Inicialmente, o processo se deu com bandas ao vivo, depois através de edição de fitas de rolo e do o uso de baterias eletrônicas, e finalmente com o uso de laptops e computadores durante todas as fases do processo. A verdadeira quebra de normas ocorreu quando se começou a emular música ao vivo a partir de equipamentos eletrônicos, e quando se começou a pensar em produzir faixas para os clubes, especialmente quando se tinha como inspiração um repertório para clubes como o Paradise Garage ou o Fun House.
» O breakdance é considerado um marco essencial para as cenas de hip hop e electro-funk dos anos oitenta. Por que você acha que este movimento emergiu justamente dos guetos americanos?
Tudo eclodiu a partir da cidade de Nova York porque foi ali que se desencadeou a valorização do DJ e a era disco do meio dos anos setenta. As gravadoras estavam lá, assim como DJs criativos e grandes lojas. Outro fator interessante é que a Big Apple atraía imigrantes de lugares como Jamaica e Porto Rico. Era uma grande mistura cultural e musical. A combinação destas culturas está na origem do hip hop, movimento que abrange o rap (contração para "Rhythm And Poetry"), os grafiteiros e o breakdance. Os jovens de Porto Rico eram os mais influentes no breakdance, e muitos grafiteiros eram de origem espanhola.
» Por falar nisso, tem uma faixa sua chamada “Jamaica”. Ela nos lembra da importância que teve a cultura musical jamaicana através do dub, dos Mestres de Cerimônia (MCs) e dos movimentos musicais populares de rua...
Foi mesmo de uma importância fundamental, porque a cultura DJ era muito forte por lá durante as décadas de sessenta e setenta, e foram eles os verdadeiros pais do rap como movimento. A idéia de se improvisar falas em bases instrumentais de dub veio da Jamaica. As trajetórias de DJs como François Kevorkian, Larry Levan, e, de uma forma mais direta, Kool DJ Herc e Afrika Bambaataa, é significativa. Todos eles foram diretamente influenciados pelo dub jamaicano.
» O início da sua parceria com o New Order parece ter mudado para sempre a trajetória da banda. Que contribuição você honestamente acredita ter dado?
Nós servimos de inspiração um para o outro. É assim até hoje. Eles já estavam interessados em disco, na música eletrônica e dançante já antes de me conhecerem, mas creio que acabaram aprendendo comigo a não ter medo de arriscar em estúdio, de tentar. Ali não tem erro: tudo pode ser usado no processo criativo.
» Alguns dizem que é de 1982, outros juram que foi em 1981, então, por favor, esclareça essa dúvida tão pertinente de nós, pobres mortais e fãs deste clássico: quando foi que vocês lançaram o “Planet Rock”, do Afrika Bambaataa & The Soulsonic Force? Teria sido este o primeiro grande estouro do gênero?
Pelo que recordo, foi feito em 1981, e lançado, se não me engano, entre o final de 1981 e o início de 1982. Me lembro de tocar a demo dela numa festa de natal de 1981. Virou o hino da cena, e foi tocada desde o Paradise Garage até o Fun House... realmente não tinha como deixar de ouvir. No momento em que a gravamos, sabia que estávamos entrando para a história da música.
» Você chegou a discotecar no início da sua carreira, não? É verdade que foi em um clube em Boston? Como era a cena daquela região dos Estados Unidos na época?
A cena no nordeste dos EUA era muito próxima à de Nova York, só que com alguns meses de atraso durante o início da era disco [1972-1974]. Depois disso, esse atraso musical passou a ser de cerca de uma semana. Muitos ítalo-americanos estiveram envolvidos na cena disco americana e vários dos grandes DJs desta época, tanto de Nova Iorque quanto de Boston, eram ítalo-americanos. Uma das minhas primeiras faixas, “Kind Of Life (Kind Of Love)”, lançada pela gravadora West End [a mesma pela qual o EP do paulistano Anderson Soares foi lançado recentemente], era um tributo à região italiana de Boston.
» Por outro lado, através do famoso selo Emergency (por onde Shannon e Kano lançariam seus clássicos tempos após), você deu alguns de seus primeiros passos, também no final dos anos setenta. Como foi que surgiu a oportunidade?
Por pura e simples perseverança. Inicialmente, nós gravamos em Boston a faixa “Happy Days” [do projeto North End, de Baker, Russell Presto e Tony Carbone] em parceria com Maurice Starr e Michael Jonzun [o mesmo que fez parte do Jonzun Crew, New Edition e anos após do New Kids On The Block]. Levamos a demo ao Sergio Cossa, o homem por trás da Emergency [e por acaso um ítalo-americano também] e finalizamos a produção com músicos de Nova York e a ajuda de Tee Scott nas mixagens. Através dos repertórios do DJ Larry Levan, a faixa se tornou um grande sucesso no Paradise Garage. Foi o meu primeiro grande hit de clubes, e o último no qual eu não usei baterias eletrônicas.
» Você foi chamado pelo pessoal da Salsoul [selo essencial de disco] para trabalhar em parceria com o Joe Bataan em um projeto chamado “Rap-O-Clap-O”, praticamente no mesmo período em que “Rapper’s Delight” (1979), da Sugar Hill Gang, era lançada fazendo uso de samples do hit de disco “Good Times”, do Chic. Será que isso serve de prova de que havia um respeito mútuo entre as cenas de hip hop e da disco da época?
Não havia duas cenas naquele tempo. Havia uma só. Os clássicos de breaks que os b-boys dançavam também faziam parte dos repertórios dos DJs na cena (inclusive nos clubes de ‘disco’). As faixas do Kraftwerk, por exemplo, eram bastante tocadas antes mesmo de “Planet Rock” vir à tona. Os rappers e os b-boys amavam disco.
» “Play At Your Own Risk” foi um dos marcos iniciais do freestyle, não?
Acho que a idéia de uma bela música com vocais em uma base de electro serviu definitivamente de base para inspirar os jovens do freestyle, do hip hop com raízes latinas e os produtores de miami bass que viriam após, e serve até hoje – como no caso do Timba Crew e do Lil’ Jon And The Nerd.
» No seu hino “Breaker’s Revenge”, você usou um sample de “Girls Just Wanna Have Fun”, da Cindy Lauper. Mas, na verdade, parece que as suas faixas foram muito mais alvo de samples do que o contrário: a “Renegades Of Funk” foi sampleada por uma série de produtores do período do hardcore, como em "The Phantom", do Renegade Soundwave, ou, no caso do sucesso da samplemania, "M/A/R/R/S – Pump Up The Volume", que usou o “Put The Needle To The Record”, do seu projeto Criminal Element Orchestra. Como você se sente a respeito?
Sampleei primeiro, então não poderia me incomodar se outros fizessem o mesmo com as minhas faixas. Mas se tem gente ganhando muito dinheiro com minhas músicas, não me incomodo de ganhar uma porcentagem...
Alain Patrick e Jamille Pinheiro
Dois anos depois, encontra o cantor Joe Bataan, especialista em soul latino. Em sociedade, recrutados para o selo Salsoul, compõem "Rap-O, Clap-O", que, Bataan jura, é ainda mais antiga que "King Tim III", da Fatback Band, e "Rapper's Delight", da Sugarhill Gang", podendo levar o título de primeiro hip hop gravado na história.
1981. Vendedor de uma loja de discos, Arthur Baker investia suas horas de descanso em passeios a parques, onde podia escutar sons que vinham do gueto e ver o que aprontavam os b-boys. A toda hora, "Trans-Europe Express", do Kraftwerk, nas caixas. O tecladista John Robie, seu braço direito, um tal Kevin Donovan, homem Nação Zulu Universal, e sua trupe Soul Sonic Force, se unem a ele em parceria. Donovan, já revelado Afrika Bambaataa, entra no estúdio segurando uma cópia do disco "Super Sporm", de 1978, single do baixista Captain Sky. "Taí a batida. Vamos usar", diz firme. Deu pitaco, Baker executou. Estava eleito o break de "Planet Rock", logo sucedida por "Looking For The Perfect Beat" e "Renegades of Funk", um todo alienígena e meio ameaçador, mas absolutamente inovador. Eram as vigas, então, do que chamaríamos de electro. Experiência adquirida por Baker para as suas artimanhas em "Put The Needle To The Record", de 1987, feita sob seu pseudônimo Criminal Element Orchestra, "Breaker's Revenge", de 1984 (da trilha do essencial filme "Beat Street"), "I.O.U.", do Freeez, e "Walking On Sunshine", do "Rockers Revenge", ambas de 1982.
1983. Uma banda chamada New Order cruza o Atlântico em direção a Nova York, a fim de colher as glórias de "Blue Monday", e encontra um cicerone especial. Era Baker. Dias no estúdio do produtor renderam "Confusion", que equilibrava a perspectiva electrofunk e soul do americano e a instumentação melódica dos rapazes de Manchester. Foi a primeira vez que o New Order viu uma música ser feita e tocada na mesma data. Arthur a incluiu em seu set, à noite.
Hoje, do alto de 60 anos, Baker olha para seus cerca de quarenta anos de carreira e rememora uma lista infindável de nomes. Rolling Stones, U2, David Bowie, Cyndi Lauper, Diana Ross, Bruce Springsteen, Ash, Lou Reed, Jimmy Cliff, Robbie Williams, New Kids On the Block, Quincy Jones, Gypsy Kings, Debbie Harry, Oingo Boingo, Tom Tom Club, Bee Gees, Nene Cherry, Lolleatta Hollaway, Morcheeba e tantos mais. A todos, produziu, mixou ou compôs, deixando claro que, sem co-piloto, avião não decola.
Se é viável concentrar em uma só figura o pioneirismo do hip hop, do electro e de larga parte da música eletrônica dançante como a conhecemos hoje, é na de Arthur Baker. E citar estes três campos, apenas, é simplista. Mais influente e imitado do que ele? Díficil. Como seria a música de hoje sem o dedo do homem na história? Incógnita.
Arthur Baker é atração da edição 2005 do Tim Festival.
» É verdade que você tem um salão de sinuca em Londres atualmente? Você tem feito algo em sua carreira artística?
Sou dono de um restaurante chamado Harlem Soul, e tenho sociedade em uma rede de salões de sinuca chamada The Elbow Room. Mas a música está novamente em meu horizonte, tanto através das minhas discotecagens na minha noite itinerante “Return To New York”, que está viajando o mundo todo, quanto pelo fato de estar produzindo um álbum novo para ser lançado no início de 2006. Ainda estou no páreo!
» Você concorda que seus experimentos com edição e produção de sons de batidas quebradas e eletrônicas definiram boa parte da música dançante dos últimos vinte e cinco anos?
Sempre fui um fã de música com mente bem aberta, desde o rock'n'roll dos Rolling Stones e do David Bowie até o funky soul de James Brown e de Sly & The Family Stone, ou a eletrônica do Kraftwerk. A combinação de todos estes elementos me fez querer experimentar. Por sorte, o período em que eu fui começar coincidiu com o advento de uma nova tecnologia em produção musical, que incluía scratches, o uso de samples, a prática de uso dos loopings, além de programar e seqüenciar. Inicialmente, o processo se deu com bandas ao vivo, depois através de edição de fitas de rolo e do o uso de baterias eletrônicas, e finalmente com o uso de laptops e computadores durante todas as fases do processo. A verdadeira quebra de normas ocorreu quando se começou a emular música ao vivo a partir de equipamentos eletrônicos, e quando se começou a pensar em produzir faixas para os clubes, especialmente quando se tinha como inspiração um repertório para clubes como o Paradise Garage ou o Fun House.
» O breakdance é considerado um marco essencial para as cenas de hip hop e electro-funk dos anos oitenta. Por que você acha que este movimento emergiu justamente dos guetos americanos?
Tudo eclodiu a partir da cidade de Nova York porque foi ali que se desencadeou a valorização do DJ e a era disco do meio dos anos setenta. As gravadoras estavam lá, assim como DJs criativos e grandes lojas. Outro fator interessante é que a Big Apple atraía imigrantes de lugares como Jamaica e Porto Rico. Era uma grande mistura cultural e musical. A combinação destas culturas está na origem do hip hop, movimento que abrange o rap (contração para "Rhythm And Poetry"), os grafiteiros e o breakdance. Os jovens de Porto Rico eram os mais influentes no breakdance, e muitos grafiteiros eram de origem espanhola.
» Por falar nisso, tem uma faixa sua chamada “Jamaica”. Ela nos lembra da importância que teve a cultura musical jamaicana através do dub, dos Mestres de Cerimônia (MCs) e dos movimentos musicais populares de rua...
Foi mesmo de uma importância fundamental, porque a cultura DJ era muito forte por lá durante as décadas de sessenta e setenta, e foram eles os verdadeiros pais do rap como movimento. A idéia de se improvisar falas em bases instrumentais de dub veio da Jamaica. As trajetórias de DJs como François Kevorkian, Larry Levan, e, de uma forma mais direta, Kool DJ Herc e Afrika Bambaataa, é significativa. Todos eles foram diretamente influenciados pelo dub jamaicano.
» O início da sua parceria com o New Order parece ter mudado para sempre a trajetória da banda. Que contribuição você honestamente acredita ter dado?
Nós servimos de inspiração um para o outro. É assim até hoje. Eles já estavam interessados em disco, na música eletrônica e dançante já antes de me conhecerem, mas creio que acabaram aprendendo comigo a não ter medo de arriscar em estúdio, de tentar. Ali não tem erro: tudo pode ser usado no processo criativo.
» Alguns dizem que é de 1982, outros juram que foi em 1981, então, por favor, esclareça essa dúvida tão pertinente de nós, pobres mortais e fãs deste clássico: quando foi que vocês lançaram o “Planet Rock”, do Afrika Bambaataa & The Soulsonic Force? Teria sido este o primeiro grande estouro do gênero?
Pelo que recordo, foi feito em 1981, e lançado, se não me engano, entre o final de 1981 e o início de 1982. Me lembro de tocar a demo dela numa festa de natal de 1981. Virou o hino da cena, e foi tocada desde o Paradise Garage até o Fun House... realmente não tinha como deixar de ouvir. No momento em que a gravamos, sabia que estávamos entrando para a história da música.
» Você chegou a discotecar no início da sua carreira, não? É verdade que foi em um clube em Boston? Como era a cena daquela região dos Estados Unidos na época?
A cena no nordeste dos EUA era muito próxima à de Nova York, só que com alguns meses de atraso durante o início da era disco [1972-1974]. Depois disso, esse atraso musical passou a ser de cerca de uma semana. Muitos ítalo-americanos estiveram envolvidos na cena disco americana e vários dos grandes DJs desta época, tanto de Nova Iorque quanto de Boston, eram ítalo-americanos. Uma das minhas primeiras faixas, “Kind Of Life (Kind Of Love)”, lançada pela gravadora West End [a mesma pela qual o EP do paulistano Anderson Soares foi lançado recentemente], era um tributo à região italiana de Boston.
» Por outro lado, através do famoso selo Emergency (por onde Shannon e Kano lançariam seus clássicos tempos após), você deu alguns de seus primeiros passos, também no final dos anos setenta. Como foi que surgiu a oportunidade?
Por pura e simples perseverança. Inicialmente, nós gravamos em Boston a faixa “Happy Days” [do projeto North End, de Baker, Russell Presto e Tony Carbone] em parceria com Maurice Starr e Michael Jonzun [o mesmo que fez parte do Jonzun Crew, New Edition e anos após do New Kids On The Block]. Levamos a demo ao Sergio Cossa, o homem por trás da Emergency [e por acaso um ítalo-americano também] e finalizamos a produção com músicos de Nova York e a ajuda de Tee Scott nas mixagens. Através dos repertórios do DJ Larry Levan, a faixa se tornou um grande sucesso no Paradise Garage. Foi o meu primeiro grande hit de clubes, e o último no qual eu não usei baterias eletrônicas.
» Você foi chamado pelo pessoal da Salsoul [selo essencial de disco] para trabalhar em parceria com o Joe Bataan em um projeto chamado “Rap-O-Clap-O”, praticamente no mesmo período em que “Rapper’s Delight” (1979), da Sugar Hill Gang, era lançada fazendo uso de samples do hit de disco “Good Times”, do Chic. Será que isso serve de prova de que havia um respeito mútuo entre as cenas de hip hop e da disco da época?
Não havia duas cenas naquele tempo. Havia uma só. Os clássicos de breaks que os b-boys dançavam também faziam parte dos repertórios dos DJs na cena (inclusive nos clubes de ‘disco’). As faixas do Kraftwerk, por exemplo, eram bastante tocadas antes mesmo de “Planet Rock” vir à tona. Os rappers e os b-boys amavam disco.
» “Play At Your Own Risk” foi um dos marcos iniciais do freestyle, não?
Acho que a idéia de uma bela música com vocais em uma base de electro serviu definitivamente de base para inspirar os jovens do freestyle, do hip hop com raízes latinas e os produtores de miami bass que viriam após, e serve até hoje – como no caso do Timba Crew e do Lil’ Jon And The Nerd.
» No seu hino “Breaker’s Revenge”, você usou um sample de “Girls Just Wanna Have Fun”, da Cindy Lauper. Mas, na verdade, parece que as suas faixas foram muito mais alvo de samples do que o contrário: a “Renegades Of Funk” foi sampleada por uma série de produtores do período do hardcore, como em "The Phantom", do Renegade Soundwave, ou, no caso do sucesso da samplemania, "M/A/R/R/S – Pump Up The Volume", que usou o “Put The Needle To The Record”, do seu projeto Criminal Element Orchestra. Como você se sente a respeito?
Sampleei primeiro, então não poderia me incomodar se outros fizessem o mesmo com as minhas faixas. Mas se tem gente ganhando muito dinheiro com minhas músicas, não me incomodo de ganhar uma porcentagem...
Alain Patrick e Jamille Pinheiro
South American Music Conference
do rraul, pra variar
Música eletrônica na América do Sul e produção estão entre os temas
19.09.05
Não é só a mega-festa em Buenos Aires com DJs como Tiësto, Adam Beyer, Ferry Costern, Judge Jules e Richie Hawtin, além dos sudamericanos Aldo Haydar, Diego Ro-K e Eli Iwasa, que faz a South American Music Conference de 2005 tão atraente. O grande chamariz da conferência, a exemplo do ano passado, é o ciclo de painéis. Temas como produção, cultura VJ, crescimento de festas de música eletrônica na América do Sul e música eletrônica na mídia vão entrar na roda.
O encontro acontece entre os dias 14 e 15 de outubro. Se anima? O trecho aéreo São Paulo - Buenos Aires, ida e volta, com taxas, está saindo a 700 contos pela Gol.
A South American Music Conference rola em Buenos Aires, na Argentina, no La Rural. O endereço é Juncal, 4431.
Saiba mais sobre cada um dos painéis:
1. Crescimento da cena de música eletrônica na América do Sul
Horário: 13h às 14:30h
Promoters e organizadores de festas da Colômbia, Brasil, Chile e Argentina, países da Sudamérica que tem cenas de música eletrônicas mais desenvolvida, expressam seus pontos de vista.
2. Inovações técnicas na área digital
>Horário: 15h às 16:30h
O crescente poder dos computadores e dos produtos de tecnologia de ponta têm mudado a maneira com a qual DJs e produtores trabalham. A área digital tomou a frente da indústria musical.
» Mídia digital em performance ao vivo
Qual o software apropriado?
Uso de toca-discos digitais, softwares e controladores hardware.
» Som digital 24 bits
O que significa? Como fazer um uso correto?
» Emulando clássicos analógicos
Por que grandes companhias emulam seus teclados via softwares? Soa tão bem quanto os originais?
» WAV / AIF / MP3 e outros formatos digitais
Prós e contras de cada formato. O que funciona melhor em uma performance ao vivo? Qual escolher para publicar um trabalho?
3. Produção musical
Horário: 16:50h - 18:30h
» A história da produção de música eletrônica
Primeiros passos, produtos que mudaram o jeito de trabalhar.
» Novas ferramentes
Instrumentos e processadores virtuais.
» Aspectos legais
Sampleando: quantos segundos de uma faixa podem ser usados sem que haja quebra de copyright legal? Como se apropriar dos direitos de um sample?
» Estúdios virtuais
Como produtores mudaram sua maneira de trabalha: funcionalidade versus qualidade.
» Pós-produção
Dicas de masterização
4. Distribuição e venda de músicas
Horário: 18:50h às 19:50h
» Selos independentes
» Distribuição e venda pela internet
» Companhias que lideram o mercado
5. Mídia
Horário: 20:00h - 21:00h
Especialistas vão explicar a possibilidade de diferentes comunicações midiáticas.
» Internet
A internet é uma mídia de massa, disponível para todos com custos extremamente baixos. Que ferramentas podem ser usadas?
» Rádios
Como conseguir e manter ouvintes. Prós e contras das estações de rádio de internet. Como colocar sua música no rádio.
» Revistas
Quais são as mais relevantes e que papel elas exercem na cena de música eletrônica?
6. Técnicas e estilos de discotecagem
Horário: 21:15h - 22:30h
» Gêneros musicais
» Técnicas de mixagem
7. Projeções de vídeo e ambientais
Horário: 22:45h - 23:45h
» VJ
Jamille Pinheiro
Música eletrônica na América do Sul e produção estão entre os temas
19.09.05
Não é só a mega-festa em Buenos Aires com DJs como Tiësto, Adam Beyer, Ferry Costern, Judge Jules e Richie Hawtin, além dos sudamericanos Aldo Haydar, Diego Ro-K e Eli Iwasa, que faz a South American Music Conference de 2005 tão atraente. O grande chamariz da conferência, a exemplo do ano passado, é o ciclo de painéis. Temas como produção, cultura VJ, crescimento de festas de música eletrônica na América do Sul e música eletrônica na mídia vão entrar na roda.
O encontro acontece entre os dias 14 e 15 de outubro. Se anima? O trecho aéreo São Paulo - Buenos Aires, ida e volta, com taxas, está saindo a 700 contos pela Gol.
A South American Music Conference rola em Buenos Aires, na Argentina, no La Rural. O endereço é Juncal, 4431.
Saiba mais sobre cada um dos painéis:
1. Crescimento da cena de música eletrônica na América do Sul
Horário: 13h às 14:30h
Promoters e organizadores de festas da Colômbia, Brasil, Chile e Argentina, países da Sudamérica que tem cenas de música eletrônicas mais desenvolvida, expressam seus pontos de vista.
2. Inovações técnicas na área digital
>Horário: 15h às 16:30h
O crescente poder dos computadores e dos produtos de tecnologia de ponta têm mudado a maneira com a qual DJs e produtores trabalham. A área digital tomou a frente da indústria musical.
» Mídia digital em performance ao vivo
Qual o software apropriado?
Uso de toca-discos digitais, softwares e controladores hardware.
» Som digital 24 bits
O que significa? Como fazer um uso correto?
» Emulando clássicos analógicos
Por que grandes companhias emulam seus teclados via softwares? Soa tão bem quanto os originais?
» WAV / AIF / MP3 e outros formatos digitais
Prós e contras de cada formato. O que funciona melhor em uma performance ao vivo? Qual escolher para publicar um trabalho?
3. Produção musical
Horário: 16:50h - 18:30h
» A história da produção de música eletrônica
Primeiros passos, produtos que mudaram o jeito de trabalhar.
» Novas ferramentes
Instrumentos e processadores virtuais.
» Aspectos legais
Sampleando: quantos segundos de uma faixa podem ser usados sem que haja quebra de copyright legal? Como se apropriar dos direitos de um sample?
» Estúdios virtuais
Como produtores mudaram sua maneira de trabalha: funcionalidade versus qualidade.
» Pós-produção
Dicas de masterização
4. Distribuição e venda de músicas
Horário: 18:50h às 19:50h
» Selos independentes
» Distribuição e venda pela internet
» Companhias que lideram o mercado
5. Mídia
Horário: 20:00h - 21:00h
Especialistas vão explicar a possibilidade de diferentes comunicações midiáticas.
» Internet
A internet é uma mídia de massa, disponível para todos com custos extremamente baixos. Que ferramentas podem ser usadas?
» Rádios
Como conseguir e manter ouvintes. Prós e contras das estações de rádio de internet. Como colocar sua música no rádio.
» Revistas
Quais são as mais relevantes e que papel elas exercem na cena de música eletrônica?
6. Técnicas e estilos de discotecagem
Horário: 21:15h - 22:30h
» Gêneros musicais
» Técnicas de mixagem
7. Projeções de vídeo e ambientais
Horário: 22:45h - 23:45h
» VJ
Jamille Pinheiro
puta merda
Claro Que é Rock confirma Sonic Youth, Flaming Lips e Iggy Pop
Nine Inch Nails também está na programação
19.09.05
Revelada, enfim, a escalação definitiva do Claro Que É Rock, provável festival mais poderoso para entusiastas do rock a acontecer neste segundo semestre de 2005. Agüenta, coração: Sonic Youth (foto), Flaming Lips, Nine Inch Nails, Iggy Pop (com os Stooges), Good Charlotte e Suicidal Tendencies são as atrações gringas confirmadas.
Marcado para os dias 26 de novembro, em São Paulo, na Chácara do Jockey, e 27, no Rio de Janeiro, na Cidade do Rock, o festival escalou também os nacionais Nação Zumbi e Cachorro Grande, além dos grupos eleitos durante a turnê do Placebo, em abril passado: 10Zer04 (de Brasília), Cartolas (de Porto Alegre), Spiegel (de Florianópolis), Moptop (do Rio de Janeiro), Volpina (de Sorocaba), Imperdíveis (de São Paulo), Star 61 (de João Pessoa) e Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (de Salvador).
Serão cerca se 12 horas de shows. A expectativa é de reunir por volta de 25 mil pessoas em cada cidade. Ingressos ficam disponíveis para venda a partir da primeira semana de outubro.
Joaquim Lefévre
Marcado para os dias 26 de novembro, em São Paulo, na Chácara do Jockey, e 27, no Rio de Janeiro, na Cidade do Rock, o festival escalou também os nacionais Nação Zumbi e Cachorro Grande, além dos grupos eleitos durante a turnê do Placebo, em abril passado: 10Zer04 (de Brasília), Cartolas (de Porto Alegre), Spiegel (de Florianópolis), Moptop (do Rio de Janeiro), Volpina (de Sorocaba), Imperdíveis (de São Paulo), Star 61 (de João Pessoa) e Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (de Salvador).
Serão cerca se 12 horas de shows. A expectativa é de reunir por volta de 25 mil pessoas em cada cidade. Ingressos ficam disponíveis para venda a partir da primeira semana de outubro.
Joaquim Lefévre
dicionário
letargia
{verbete}
Datação
sXV cf. AGC
Acepções
? substantivo feminino
1 Rubrica: psicopatologia.
estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir
2 Derivação: por extensão de sentido.
incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse
Ex.: a l. de um povo amordaçado por decênios de ditadura
Etimologia
gr. léthargía, létargíé,és (jônico), 'id.'; ver let(o)-; f.hist. sXV letargia, sXV lethargia
Sinônimos
letargo; ver tb. sinonímia de prostração
Antônimos
ver sinonímia de vigor
{verbete}
Datação
sXV cf. AGC
Acepções
? substantivo feminino
1 Rubrica: psicopatologia.
estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir
2 Derivação: por extensão de sentido.
incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse
Ex.: a l. de um povo amordaçado por decênios de ditadura
Etimologia
gr. léthargía, létargíé,és (jônico), 'id.'; ver let(o)-; f.hist. sXV letargia, sXV lethargia
Sinônimos
letargo; ver tb. sinonímia de prostração
Antônimos
ver sinonímia de vigor
Audio Bullys levam versão de Nancy Sinatra ao Rio.
MARCELO NEGROMONTE
Editor de UOL Cinema
Em 2003, ao se apresentarem pela primeira vez no Brasil, no clube Sirena em Maresias (SP), os Audio Bullys estavam "despreparados" para isso, nas palavras de Simon Franks, 25, o MC da dupla inglesa. "Agora será um grande show", anima-se em relação ao próximo dia 24, quando ele e Tom Dinsdale, o DJ, subirão ao palco do Nokia Trends no Rio de Janeiro. "O Brasil sempre foi um lugar onde gostaríamos muito de tocar, e agora vai ser para valer".
E os Audio Bullys vêm ao Brasil logo após o lançamento (dia 19), na Inglaterra e no Brasil, do segundo álbum, "Generation", sucessor de "Ego War", que trazia uma sonoridade fresquíssima e dançante em 2003 com uma mistura malandra de house e a variante uk garage, hip hop, punk, ska, rock, dub e mais. Tudo com um rap algo desafinado de Franks, compositor de letras que falam do cotidiano de qualquer moleque do sul de Londres, um pouco de amor ou "o que vem à cabeça". Era a house maloqueira.
Desde então os correlatos The Streets, o grime, gênero com uma sujeira
tipicamente londrina, e M.I.A, com algum batidão temperado com especiarias asiáticas, mostraram força e originalidade. O que os Audio Bullys têm a oferecer de novo agora? Nancy Sinatra.
O primeiro single de "Generation" é "Shot You Down", lançado em abril passado, versão de "Bang Bang (My Baby Shot me Down)", do disco "How Does that Grab You?", de 1966, e que abre o filme "Kill Bill Vol. 1", em cuja trilha a dupla conheceu a canção da filha de Frank Sinatra.
Batidas gordas intercaladas à lassidão voluptuosa da versão original fazem de "Shot You Down" um suculento material para remixes. O single já vendeu 100 mil cópias e está há seis semanas no Top 10 do Reino Unido. Veja o clipe da música, com sabor anos 60 aqui.
Leia abaixo a entrevista que Franks, que hoje ouve 50 Cent e Babyshambles, concedeu ao UOL, de Londres, por telefone:
UOL - O que há de diferente em "Generation" em relação a "Ego War"?
Simon Franks - É bem diferente em muitos sentidos. Tem de ser porque se soasse a mesma coisa, não teríamos avançado. Acho que o novo disco é... como posso dizer? Mais harmonioso, sauve, relaxado. Deve ser mais fácil de ouvir do que "Ego War", que pede para que você esteja em determinado espírito para escutá-lo.
UOL - Por que fazer uma versão da música de Nancy Sinatra? Ela gostou?
Franks - Nós escutamos a música na trilha de "Kill Bill" e achamos que tinha um vocal perfeito para tocar em clubes. Na primeira vez que escutamos, não sabíamos que era de Nancy Sinatra. Originalmente a música seria lançada como bootleg, não a fizemos com o objetivo de incluí-la como single do álbum, o que acabou acontecendo depois. Acho que Nancy deve ter gostado porque ela nos autorizou a fazer.
UOL - Vocês tocaram no clube Sirena, em Maresias, em 2003. Como foi?
Franks - Nós íamos tocar no festival Creamfields na Argentina, e o nosso empresário marcou essa data no Brasil, mas não estávamos preparados. Agora, no Rio, será bem diferente.
UOL - Como você e Tom se conheceram e formaram Audio Bullys?
Franks - Nós nos conhecemos desde os tempos de colégio e por volta de 2001 começamos a fazer música juntos. E nos divertíamos muito fazendo isso porque éramos melhores amigos, saíamos juntos sempre. Foi uma época em que fizemos as melhores músicas.
UOL - Há várias influências e estilos na música que vocês fazem. House é a espinha dorsal?
Franks - Sim, house music é o principal, é o que começamos a fazer,
música para dançar e tal. Mas ouvimos e curtimos bastante rap norte-americano, o que acabou influenciando a música que fazemos.
UOL - Por falar em EUA, vocês são muito menos conhecidos lá do que na Inglaterra. Por quê? É um som muito londrino para os americanos?
Franks - De fato somos mais conhecidos aqui. Acho que nos EUA é preciso um certo tempo para que algo "pegue". Acho que podemos fazer isso quando chegar a época certa.
UOL - Audio Bullys são freqüentemente comparados a The Streets. Você acha que isso procede? Você aprecia o que Mike Skinner faz?
Franks - Hum... Entendo que as pessoas façam esse tipo de comparação, temos a mesma idade, viemos do mesmo lugar, colocamos letras em dance music etc., mas não é o tipo de música de que gosto de ouvir.
UOL - O que mudou na vida de vocês depois de "Ego War"? Estão mais ricos ou só trabalham mais?
Franks - Há muito mais trabalho, sem dúvida, e temos mais dinheiro do que antes. Mas a vida é a mesma, exceto pelas viagens constantes, aviões e pelo fato de conhecermos países diferentes.
UOL - Como será o show no Rio? Será um show de "Generation"?
Franks - Será só eu, Tom e a nossa música, sem banda. E, sim, pode-se dizer que será um show da turnê de "Generation".
Editor de UOL Cinema
Em 2003, ao se apresentarem pela primeira vez no Brasil, no clube Sirena em Maresias (SP), os Audio Bullys estavam "despreparados" para isso, nas palavras de Simon Franks, 25, o MC da dupla inglesa. "Agora será um grande show", anima-se em relação ao próximo dia 24, quando ele e Tom Dinsdale, o DJ, subirão ao palco do Nokia Trends no Rio de Janeiro. "O Brasil sempre foi um lugar onde gostaríamos muito de tocar, e agora vai ser para valer".
E os Audio Bullys vêm ao Brasil logo após o lançamento (dia 19), na Inglaterra e no Brasil, do segundo álbum, "Generation", sucessor de "Ego War", que trazia uma sonoridade fresquíssima e dançante em 2003 com uma mistura malandra de house e a variante uk garage, hip hop, punk, ska, rock, dub e mais. Tudo com um rap algo desafinado de Franks, compositor de letras que falam do cotidiano de qualquer moleque do sul de Londres, um pouco de amor ou "o que vem à cabeça". Era a house maloqueira.
Desde então os correlatos The Streets, o grime, gênero com uma sujeira
tipicamente londrina, e M.I.A, com algum batidão temperado com especiarias asiáticas, mostraram força e originalidade. O que os Audio Bullys têm a oferecer de novo agora? Nancy Sinatra.
O primeiro single de "Generation" é "Shot You Down", lançado em abril passado, versão de "Bang Bang (My Baby Shot me Down)", do disco "How Does that Grab You?", de 1966, e que abre o filme "Kill Bill Vol. 1", em cuja trilha a dupla conheceu a canção da filha de Frank Sinatra.
Batidas gordas intercaladas à lassidão voluptuosa da versão original fazem de "Shot You Down" um suculento material para remixes. O single já vendeu 100 mil cópias e está há seis semanas no Top 10 do Reino Unido. Veja o clipe da música, com sabor anos 60 aqui.
Leia abaixo a entrevista que Franks, que hoje ouve 50 Cent e Babyshambles, concedeu ao UOL, de Londres, por telefone:
UOL - O que há de diferente em "Generation" em relação a "Ego War"?
Simon Franks - É bem diferente em muitos sentidos. Tem de ser porque se soasse a mesma coisa, não teríamos avançado. Acho que o novo disco é... como posso dizer? Mais harmonioso, sauve, relaxado. Deve ser mais fácil de ouvir do que "Ego War", que pede para que você esteja em determinado espírito para escutá-lo.
UOL - Por que fazer uma versão da música de Nancy Sinatra? Ela gostou?
Franks - Nós escutamos a música na trilha de "Kill Bill" e achamos que tinha um vocal perfeito para tocar em clubes. Na primeira vez que escutamos, não sabíamos que era de Nancy Sinatra. Originalmente a música seria lançada como bootleg, não a fizemos com o objetivo de incluí-la como single do álbum, o que acabou acontecendo depois. Acho que Nancy deve ter gostado porque ela nos autorizou a fazer.
UOL - Vocês tocaram no clube Sirena, em Maresias, em 2003. Como foi?
Franks - Nós íamos tocar no festival Creamfields na Argentina, e o nosso empresário marcou essa data no Brasil, mas não estávamos preparados. Agora, no Rio, será bem diferente.
UOL - Como você e Tom se conheceram e formaram Audio Bullys?
Franks - Nós nos conhecemos desde os tempos de colégio e por volta de 2001 começamos a fazer música juntos. E nos divertíamos muito fazendo isso porque éramos melhores amigos, saíamos juntos sempre. Foi uma época em que fizemos as melhores músicas.
UOL - Há várias influências e estilos na música que vocês fazem. House é a espinha dorsal?
Franks - Sim, house music é o principal, é o que começamos a fazer,
música para dançar e tal. Mas ouvimos e curtimos bastante rap norte-americano, o que acabou influenciando a música que fazemos.
UOL - Por falar em EUA, vocês são muito menos conhecidos lá do que na Inglaterra. Por quê? É um som muito londrino para os americanos?
Franks - De fato somos mais conhecidos aqui. Acho que nos EUA é preciso um certo tempo para que algo "pegue". Acho que podemos fazer isso quando chegar a época certa.
UOL - Audio Bullys são freqüentemente comparados a The Streets. Você acha que isso procede? Você aprecia o que Mike Skinner faz?
Franks - Hum... Entendo que as pessoas façam esse tipo de comparação, temos a mesma idade, viemos do mesmo lugar, colocamos letras em dance music etc., mas não é o tipo de música de que gosto de ouvir.
UOL - O que mudou na vida de vocês depois de "Ego War"? Estão mais ricos ou só trabalham mais?
Franks - Há muito mais trabalho, sem dúvida, e temos mais dinheiro do que antes. Mas a vida é a mesma, exceto pelas viagens constantes, aviões e pelo fato de conhecermos países diferentes.
UOL - Como será o show no Rio? Será um show de "Generation"?
Franks - Será só eu, Tom e a nossa música, sem banda. E, sim, pode-se dizer que será um show da turnê de "Generation".
Ellen Allien
Ela é fruto da prolífica cena berlinense da música eletrônica e tocava no lendário clube tecno Tresor na capital alemã. Faz um som que flerta com gêneros como o techno, electro, house e influências do synth pop dos anos 80, mas sem se preocupar muito com a questão "gênero". Comanda hoje um dos selos musicais mais renomados do país, o Bpitch Control.
A DJ e produtora musical Ellen Allien vem ao Brasil para tocar no próximo sábado em São Paulo, dentro da programação do festival Nokia Trends. Na entrevista a seguir, feita por e-mail, a artista fala sobre o que os brasileiros podem esperar de seu set no Nokia Trends, comenta seus álbuns e fala das influências em sua música, como o Kraftwerk ("eles tiraram sons das entranhas das máquinas que me marcaram para sempre"):
UOL Música - Você conhece alguma coisa da produção de música eletrônica brasileira? Você toca algum DJ ou produtor brasileiro em seu set?
Ellen Allien - Não conheço, preciso admitir. Não me vem nenhum nome à mente. Mas é claro que há muita influência do Brasil (na música eletrônica), especialmente do samba, nos ritmos e nos grooves. Na Europa há muita house music com um forte apelo brasileiro e também de jazz. De forma que a música brasileira já se tornou uma parte grande e importante dentro da tradição de nossa música eletrônica.
E há muitos artistas sul-americanos bons, como Miss Dinky, uma grande artista do Chile, que lança coisas que são muito profundas, minimais e adoráveis. Mas eu estou muito curiosa para ver e aprender coisas daí!
UOL Música - O que o público brasileiro pode esperar de seu set? Que discos você nunca tira do seu case?
Ellen - Ah! A minha seleção de discos é secreta! Mas eu posso dizer que eu levo comigo discos que me permitem contar uma história. E isso começou com meus primeiros contatos com música eletrônica: Kraftwerk, os primórdios do electro, hip hop antigo, os primeiros gigantes do tecno, como Underground Resistance, e coisas antigas dançantes, que fazem lembrar o passado...
Mas eu também gosto de apresentar os movimentos atuais: artistas jovens e experimentais também têm lugar em meu case. E é claro que eu vou sacudir a multidão, vou botar fogo na pista com uma seleção que eu chamo de "hypnotic elechtech". Ela foi feita pra mexer com o corpo e com o cérebro. Eu prefiro a música minimal mesmo, que dá espaço para os pensamentos e sonhos de quem está dançando. Juntos a gente se ergue.
UOL Música - Seu disco novo tem uma sonoridade que faz lembrar bastante o krutrock, em músicas como "Ghost Train". A música alemã dos anos 70 e 80 é uma influência pra você? Quais são suas outras infuências quando você compõe?
Ellen Allien - A música alemã é uma influência muito forte para mim, mas não exatamente o krautrock. Acho que é mais o Kraftwerk. Eles tiraram sons das entranhas das máquinas que me marcaram para sempre. Eles redefiniram a cultura pop alemã. Com a entrada de "Model" nas paradas, no início dos anos 80, eles abriram novas possibilidades de sonoridade e estrutura para a música pop.
E a new wave alemã foi uma grande infuência para mim. Artistas como Ideal, Neonbabies, Gudrun Gut, Nina Hagen criaram um novo som nos anos 80. É uma mistura de produção minimalista, punk, rock e sintetizadores... E o melhor é que eles cantavam na língua que eu ouvia todos os dias na rua: alemão. Isso nos deu uma visão de identidade, de nossas próprias qualidades e possibilidades. Foram essas as bases que permitiram o desenvolvimento do tecno em Berlim, no início dos anos 90.
Quando eu componho, eu me inspiro no som do equipamento que estou usando. Eu sempre uso equipamentos diferentes para cada disco. Em "Thrills" eu decidi voltar às minhas raízes e utilizar equipamento analógico para criar um som quente, humano, mas profundo e ríspido. Eu entendo a minha música como uma espécie de diário. Em "Thrills" eu queria fazer um disco que desse para ser ouvido em qualquer lugar: nas pistas, nos clubes e em casa. E deu certo.
UOL Música - No Brasil há uma onda de revival dos anos 80. Isso também está rolando em Berlim?
Ellen - Acho que isso é só uma forma de se procurar por algo diferente no passado. Mas algumas pérolas musicais foram criadas nesses anos, tivemos ótimos grupos pop que combinaram rock com synthiepop e sons eletrônicos... Quando isso começou eu gostei muito porque era uma coisa absolutamente nova e bruta. Mas no momento estou meio cansada disso, tem tantos sons novos por aí! Mas não se pode negar que o electro se tornou um fenômeno global.
UOL Música - O que você espera alcançar quando produz seu próprio álbum, uma compilação ou um set como DJ? Quais são os elementos-chave que uma música deve ter para você tocar em um clube ou lançar em seu selo?
Ellen - Primeiro é uma maneira de expressar meus sentimentos. É também uma espécie de diário pra mim. Acaba sendo uma transcrição codificada das minhas emoções, influências, viagens e resultados do meu trabalho. Cada álbum reflete uma determinada fase da minha vida: o mais importante é que hoje é mais fácil atingir um ponto em que estou satisfeita com o que faço. Musicalmente eu me divido entre o trabalho de DJ, meu selo BPitch Control e a minha vida particular. Eu sei do que sou capaz e como fazer as coisas acontecerem.
Meu primeiro disco, "Stadkind", era como uma carta de amor à minha cidade, Berlim, e uma maneira de me aceitar como parte da cidade, como posso sobreviver aqui sem ter que me rebaixar. Quando produzimos esse CD, os processos técnicos para produzir aqueles sons eram muito diferentes. Tomou muito tempo, foi minha primeira produção com o Smash TV - ele nunca havia criado um som como aquele antes; demos nossos primeiros passos juntos.
Já "Berlinette" era algo como uma obra de arte. Era muito experimental, e uma maneira de agradecer aos meus amigos espalhados pelo mundo. Viajei muito fazendo shows depois de "Stadkind" - o segundo disco e a experiência da turnê com o primeiro foram uma expressão desse momento.
Depois do sucesso dos dois primeiros discos decidi parar um pouco e investigar a mim mesma, minha personalidade. Daí veio "Thrills". O que liga todos os meus discos é a maneira como eles refletem minha vida. Onde eu me localizo naquele momento, como vivo... eles são o espelho do meu desenvolvimento pessoal, musical e profissional. E o que eu defino como um "thrill" (uma espécie de arrepio) é a amplitude e o excesso da música, o desafio de comendar um selo e mantê-lo vivo; amar os meus próximos para sermos felizes. Também é não conseguir dormir quando estou com jetlag, quando nem sinto mais mnha pele...
UOL Música - Como é conciliar as atividades de produtora musical, DJ e dona de selo?
Ellen - Foi a vida que eu escolhi pra mim! Estou feliz em perceber que posso dar conta de tudo. Durante a semana dá pra tocar as coisas no meu escritório (graças à ajuda da minha equipe, Benita e Carsten); atualmente só toco como DJ nos fins-de-semana. E ainda por cima criei minha própria coleção de moda, chamada "eae", para o verão de 2006. Mas ainda tem tantas coisas que eu gostaria de fazer... Poder me expressar é muito importante para mim, e há tantos canais para isso: música, arte, literatura, moda.
UOL Música - Você fez a apresentação que encerrou o festival Sónar em Barcelona neste ano. Como foi?
Ellen - Ótimo! Fico muito feliz em receber toda essa atenção dos organizadores. O Sónar pra mim é sinônimo de verão. Fico feliz em ver que desenvolvi uma boa relação ao longo dos anos com os diretores do festival. Recebemos muito apoio e atenção da Espanha em nossos trabalhos, e por isso foi um desafio tocar naquela pista enorme!
(Fernando Kaida)
A DJ e produtora musical Ellen Allien vem ao Brasil para tocar no próximo sábado em São Paulo, dentro da programação do festival Nokia Trends. Na entrevista a seguir, feita por e-mail, a artista fala sobre o que os brasileiros podem esperar de seu set no Nokia Trends, comenta seus álbuns e fala das influências em sua música, como o Kraftwerk ("eles tiraram sons das entranhas das máquinas que me marcaram para sempre"):
UOL Música - Você conhece alguma coisa da produção de música eletrônica brasileira? Você toca algum DJ ou produtor brasileiro em seu set?
Ellen Allien - Não conheço, preciso admitir. Não me vem nenhum nome à mente. Mas é claro que há muita influência do Brasil (na música eletrônica), especialmente do samba, nos ritmos e nos grooves. Na Europa há muita house music com um forte apelo brasileiro e também de jazz. De forma que a música brasileira já se tornou uma parte grande e importante dentro da tradição de nossa música eletrônica.
E há muitos artistas sul-americanos bons, como Miss Dinky, uma grande artista do Chile, que lança coisas que são muito profundas, minimais e adoráveis. Mas eu estou muito curiosa para ver e aprender coisas daí!
UOL Música - O que o público brasileiro pode esperar de seu set? Que discos você nunca tira do seu case?
Ellen - Ah! A minha seleção de discos é secreta! Mas eu posso dizer que eu levo comigo discos que me permitem contar uma história. E isso começou com meus primeiros contatos com música eletrônica: Kraftwerk, os primórdios do electro, hip hop antigo, os primeiros gigantes do tecno, como Underground Resistance, e coisas antigas dançantes, que fazem lembrar o passado...
Mas eu também gosto de apresentar os movimentos atuais: artistas jovens e experimentais também têm lugar em meu case. E é claro que eu vou sacudir a multidão, vou botar fogo na pista com uma seleção que eu chamo de "hypnotic elechtech". Ela foi feita pra mexer com o corpo e com o cérebro. Eu prefiro a música minimal mesmo, que dá espaço para os pensamentos e sonhos de quem está dançando. Juntos a gente se ergue.
UOL Música - Seu disco novo tem uma sonoridade que faz lembrar bastante o krutrock, em músicas como "Ghost Train". A música alemã dos anos 70 e 80 é uma influência pra você? Quais são suas outras infuências quando você compõe?
Ellen Allien - A música alemã é uma influência muito forte para mim, mas não exatamente o krautrock. Acho que é mais o Kraftwerk. Eles tiraram sons das entranhas das máquinas que me marcaram para sempre. Eles redefiniram a cultura pop alemã. Com a entrada de "Model" nas paradas, no início dos anos 80, eles abriram novas possibilidades de sonoridade e estrutura para a música pop.
E a new wave alemã foi uma grande infuência para mim. Artistas como Ideal, Neonbabies, Gudrun Gut, Nina Hagen criaram um novo som nos anos 80. É uma mistura de produção minimalista, punk, rock e sintetizadores... E o melhor é que eles cantavam na língua que eu ouvia todos os dias na rua: alemão. Isso nos deu uma visão de identidade, de nossas próprias qualidades e possibilidades. Foram essas as bases que permitiram o desenvolvimento do tecno em Berlim, no início dos anos 90.
Quando eu componho, eu me inspiro no som do equipamento que estou usando. Eu sempre uso equipamentos diferentes para cada disco. Em "Thrills" eu decidi voltar às minhas raízes e utilizar equipamento analógico para criar um som quente, humano, mas profundo e ríspido. Eu entendo a minha música como uma espécie de diário. Em "Thrills" eu queria fazer um disco que desse para ser ouvido em qualquer lugar: nas pistas, nos clubes e em casa. E deu certo.
UOL Música - No Brasil há uma onda de revival dos anos 80. Isso também está rolando em Berlim?
Ellen - Acho que isso é só uma forma de se procurar por algo diferente no passado. Mas algumas pérolas musicais foram criadas nesses anos, tivemos ótimos grupos pop que combinaram rock com synthiepop e sons eletrônicos... Quando isso começou eu gostei muito porque era uma coisa absolutamente nova e bruta. Mas no momento estou meio cansada disso, tem tantos sons novos por aí! Mas não se pode negar que o electro se tornou um fenômeno global.
UOL Música - O que você espera alcançar quando produz seu próprio álbum, uma compilação ou um set como DJ? Quais são os elementos-chave que uma música deve ter para você tocar em um clube ou lançar em seu selo?
Ellen - Primeiro é uma maneira de expressar meus sentimentos. É também uma espécie de diário pra mim. Acaba sendo uma transcrição codificada das minhas emoções, influências, viagens e resultados do meu trabalho. Cada álbum reflete uma determinada fase da minha vida: o mais importante é que hoje é mais fácil atingir um ponto em que estou satisfeita com o que faço. Musicalmente eu me divido entre o trabalho de DJ, meu selo BPitch Control e a minha vida particular. Eu sei do que sou capaz e como fazer as coisas acontecerem.
Meu primeiro disco, "Stadkind", era como uma carta de amor à minha cidade, Berlim, e uma maneira de me aceitar como parte da cidade, como posso sobreviver aqui sem ter que me rebaixar. Quando produzimos esse CD, os processos técnicos para produzir aqueles sons eram muito diferentes. Tomou muito tempo, foi minha primeira produção com o Smash TV - ele nunca havia criado um som como aquele antes; demos nossos primeiros passos juntos.
Já "Berlinette" era algo como uma obra de arte. Era muito experimental, e uma maneira de agradecer aos meus amigos espalhados pelo mundo. Viajei muito fazendo shows depois de "Stadkind" - o segundo disco e a experiência da turnê com o primeiro foram uma expressão desse momento.
Depois do sucesso dos dois primeiros discos decidi parar um pouco e investigar a mim mesma, minha personalidade. Daí veio "Thrills". O que liga todos os meus discos é a maneira como eles refletem minha vida. Onde eu me localizo naquele momento, como vivo... eles são o espelho do meu desenvolvimento pessoal, musical e profissional. E o que eu defino como um "thrill" (uma espécie de arrepio) é a amplitude e o excesso da música, o desafio de comendar um selo e mantê-lo vivo; amar os meus próximos para sermos felizes. Também é não conseguir dormir quando estou com jetlag, quando nem sinto mais mnha pele...
UOL Música - Como é conciliar as atividades de produtora musical, DJ e dona de selo?
Ellen - Foi a vida que eu escolhi pra mim! Estou feliz em perceber que posso dar conta de tudo. Durante a semana dá pra tocar as coisas no meu escritório (graças à ajuda da minha equipe, Benita e Carsten); atualmente só toco como DJ nos fins-de-semana. E ainda por cima criei minha própria coleção de moda, chamada "eae", para o verão de 2006. Mas ainda tem tantas coisas que eu gostaria de fazer... Poder me expressar é muito importante para mim, e há tantos canais para isso: música, arte, literatura, moda.
UOL Música - Você fez a apresentação que encerrou o festival Sónar em Barcelona neste ano. Como foi?
Ellen - Ótimo! Fico muito feliz em receber toda essa atenção dos organizadores. O Sónar pra mim é sinônimo de verão. Fico feliz em ver que desenvolvi uma boa relação ao longo dos anos com os diretores do festival. Recebemos muito apoio e atenção da Espanha em nossos trabalhos, e por isso foi um desafio tocar naquela pista enorme!
(Fernando Kaida)
dicionário
teoria
{verbete}
Datação
1789 cf. MS1
Acepções
? substantivo feminino
1 conjunto de regras ou leis, mais ou menos sistematizadas, aplicadas a uma área específica
Ex.: t. política, artística
2 conhecimento especulativo, metódico e organizado de caráter hipotético e sintético
Ex.: princípios de uma t.
3 Derivação: por metonímia.
doutrina ou sistema resultantes dessas regras ou leis
Ex.: t. crítica
4 conjunto sistemático de opiniões e idéias sobre um dado tema
Ex.: explicou sua t. sobre o carnaval
5 qualquer noção abrangente; generalidade
Ex.: falava sem parar, contava casos e expunha teorias
6 Uso: informal.
construção imaginária; utopia, sonho, fantasia
Ex.: vive de t., não enfrenta a realidade
7 Diacronismo: arqueologia verbal.
na Grécia antiga, embaixada sagrada que um Estado enviava para o representar nos grandes jogos esportivos, consultar um oráculo, levar oferendas etc.
8 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: arqueologia verbal.
grupo de pessoas marchando processionalmente; cortejo
Ex.: uma t. de atletas abriu os jogos olímpicos
9 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: arqueologia verbal.
qualquer conjunto, série
Ex.: descreveu uma t. de anjos e príncipes surgidos nos seus sonhos
10 Rubrica: filosofia.
na filosofia grega, conhecimento de caráter estritamente especulativo, desinteressado e abstrato, voltado para a contemplação da realidade, em oposição à prática e a qualquer saber técnico ou aplicado
11 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a ordenação, a classificação minuciosa e, eventualmente, a transformação dos fatos e das realidades da natureza
Locuções
t. abissal
Rubrica: geologia.
teoria da origem dos minerais, que explica a separação dos silicatos, a partir do estado líquido, durante o resfriamento da Terra
t. biogenética
Rubrica: psicologia.
sistema explicativo que considera o desenvolvimento como um processo previamente determinado, cujo desenrolar apresenta analogias com o processo de maturação e crescimento biológico
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Rubrica: física quântica.
teoria de calibre com grupo de simetria não abeliano que unifica as interações fracas e as interações eletromagnéticas
t. estratificacional
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística elaborada por Sidney Lamb (1929-), que concebe a língua como um sistema de camadas independentes entre si, que são, por sua vez, constituídas de sistemas de estratos que se ocupam dos diversos aspectos da estrutura lingüística
t. gerativa
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística desenvolvida por Noam Chomsky (1928-), desde 1957, que representa a capacidade lingüística humana por meio de um sistema formalizado de regras de aplicação mecânica (gramática gerativa) baseadas em princípios de caráter universal; gerativismo [Adotando o método da investigação por hipóteses, apresenta sucessivas reformulações, tb. conhecidas como modelos.]
t. holística
Rubrica: psicologia.
teoria segundo a qual a inteligência é uma função inseparável do cérebro como um todo
t. minimalista
Rubrica: gramática generativa.
m.q. minimalismo
t. padrão
Rubrica: gramática generativa.
versão da teoria gerativa baseada nos princípios propostos por Noam Chomsky em seu livro Aspectos da Teoria da Sintaxe (1965)
t. psicanalítica
Rubrica: psicanálise.
a que parte das hipóteses de Sigmund Freud (1856-1939), segundo as quais o desenvolvimento da personalidade se efetua no campo das tensões que opõem as exigências pulsionais às condições exógenas da satisfação (ou, em caso de fracasso, da frustração) das pulsões
t. quântica dos campos
Rubrica: física quântica.
teoria que descreve campos utilizando os conceitos da mecânica quântica e, ger. tb., da teoria da relatividade especial, fornecendo um quadro teórico para as partículas elementares que correspondem aos modos de vibração quantizados dos campos
t. quantitativa da moeda
Rubrica: economia.
teoria clássica, segundo a qual o aumento da quantidade de dinheiro em circulação num país provoca a elevação geral dos preços
t. biogenética
Rubrica: psicologia.
sistema explicativo que considera o desenvolvimento como um processo previamente determinado, cujo desenrolar apresenta analogias com o processo de maturação e crescimento biológico
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Rubrica: física quântica.
teoria de calibre com grupo de simetria não abeliano que unifica as interações fracas e as interações eletromagnéticas
t. estratificacional
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística elaborada por Sidney Lamb (1929-), que concebe a língua como um sistema de camadas independentes entre si, que são, por sua vez, constituídas de sistemas de estratos que se ocupam dos diversos aspectos da estrutura lingüística
t. gerativa
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística desenvolvida por Noam Chomsky (1928-), desde 1957, que representa a capacidade lingüística humana por meio de um sistema formalizado de regras de aplicação mecânica (gramática gerativa) baseadas em princípios de caráter universal; gerativismo [Adotando o método da investigação por hipóteses, apresenta sucessivas reformulações, tb. conhecidas como modelos.]
t. holística
Rubrica: psicologia.
teoria segundo a qual a inteligência é uma função inseparável do cérebro como um todo
t. minimalista
Rubrica: gramática generativa.
m.q. minimalismo
t. padrão
Rubrica: gramática generativa.
versão da teoria gerativa baseada nos princípios propostos por Noam Chomsky em seu livro Aspectos da Teoria da Sintaxe (1965)
t. psicanalítica
Rubrica: psicanálise.
a que parte das hipóteses de Sigmund Freud (1856-1939), segundo as quais o desenvolvimento da personalidade se efetua no campo das tensões que opõem as exigências pulsionais às condições exógenas da satisfação (ou, em caso de fracasso, da frustração) das pulsões
t. quântica dos campos
Rubrica: física quântica.
teoria que descreve campos utilizando os conceitos da mecânica quântica e, ger. tb., da teoria da relatividade especial, fornecendo um quadro teórico para as partículas elementares que correspondem aos modos de vibração quantizados dos campos
t. quantitativa da moeda
Rubrica: economia.
teoria clássica, segundo a qual o aumento da quantidade de dinheiro em circulação num país provoca a elevação geral dos preços
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Etimologia
gr. theóría,as 'ação de observar, examinar; estudo ou conhecimento devido a raciocínio especulativo', pelo lat. theorìa,ae 'investigação filosófica (p.opos. à prática)'; ver teor-
Antônimos
prática
http://www.uol.com.br/houaiss UOL - O melhor conteúdo
{verbete}
Datação
1789 cf. MS1
Acepções
? substantivo feminino
1 conjunto de regras ou leis, mais ou menos sistematizadas, aplicadas a uma área específica
Ex.: t. política, artística
2 conhecimento especulativo, metódico e organizado de caráter hipotético e sintético
Ex.: princípios de uma t.
3 Derivação: por metonímia.
doutrina ou sistema resultantes dessas regras ou leis
Ex.: t. crítica
4 conjunto sistemático de opiniões e idéias sobre um dado tema
Ex.: explicou sua t. sobre o carnaval
5 qualquer noção abrangente; generalidade
Ex.: falava sem parar, contava casos e expunha teorias
6 Uso: informal.
construção imaginária; utopia, sonho, fantasia
Ex.: vive de t., não enfrenta a realidade
7 Diacronismo: arqueologia verbal.
na Grécia antiga, embaixada sagrada que um Estado enviava para o representar nos grandes jogos esportivos, consultar um oráculo, levar oferendas etc.
8 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: arqueologia verbal.
grupo de pessoas marchando processionalmente; cortejo
Ex.: uma t. de atletas abriu os jogos olímpicos
9 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: arqueologia verbal.
qualquer conjunto, série
Ex.: descreveu uma t. de anjos e príncipes surgidos nos seus sonhos
10 Rubrica: filosofia.
na filosofia grega, conhecimento de caráter estritamente especulativo, desinteressado e abstrato, voltado para a contemplação da realidade, em oposição à prática e a qualquer saber técnico ou aplicado
11 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: filosofia.
conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas e/ou postulados racionais, voltado para a formulação de leis e categorias gerais que permitam a ordenação, a classificação minuciosa e, eventualmente, a transformação dos fatos e das realidades da natureza
Locuções
t. abissal
Rubrica: geologia.
teoria da origem dos minerais, que explica a separação dos silicatos, a partir do estado líquido, durante o resfriamento da Terra
t. biogenética
Rubrica: psicologia.
sistema explicativo que considera o desenvolvimento como um processo previamente determinado, cujo desenrolar apresenta analogias com o processo de maturação e crescimento biológico
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Rubrica: física quântica.
teoria de calibre com grupo de simetria não abeliano que unifica as interações fracas e as interações eletromagnéticas
t. estratificacional
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística elaborada por Sidney Lamb (1929-), que concebe a língua como um sistema de camadas independentes entre si, que são, por sua vez, constituídas de sistemas de estratos que se ocupam dos diversos aspectos da estrutura lingüística
t. gerativa
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística desenvolvida por Noam Chomsky (1928-), desde 1957, que representa a capacidade lingüística humana por meio de um sistema formalizado de regras de aplicação mecânica (gramática gerativa) baseadas em princípios de caráter universal; gerativismo [Adotando o método da investigação por hipóteses, apresenta sucessivas reformulações, tb. conhecidas como modelos.]
t. holística
Rubrica: psicologia.
teoria segundo a qual a inteligência é uma função inseparável do cérebro como um todo
t. minimalista
Rubrica: gramática generativa.
m.q. minimalismo
t. padrão
Rubrica: gramática generativa.
versão da teoria gerativa baseada nos princípios propostos por Noam Chomsky em seu livro Aspectos da Teoria da Sintaxe (1965)
t. psicanalítica
Rubrica: psicanálise.
a que parte das hipóteses de Sigmund Freud (1856-1939), segundo as quais o desenvolvimento da personalidade se efetua no campo das tensões que opõem as exigências pulsionais às condições exógenas da satisfação (ou, em caso de fracasso, da frustração) das pulsões
t. quântica dos campos
Rubrica: física quântica.
teoria que descreve campos utilizando os conceitos da mecânica quântica e, ger. tb., da teoria da relatividade especial, fornecendo um quadro teórico para as partículas elementares que correspondem aos modos de vibração quantizados dos campos
t. quantitativa da moeda
Rubrica: economia.
teoria clássica, segundo a qual o aumento da quantidade de dinheiro em circulação num país provoca a elevação geral dos preços
t. biogenética
Rubrica: psicologia.
sistema explicativo que considera o desenvolvimento como um processo previamente determinado, cujo desenrolar apresenta analogias com o processo de maturação e crescimento biológico
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Rubrica: física quântica.
teoria de calibre com grupo de simetria não abeliano que unifica as interações fracas e as interações eletromagnéticas
t. estratificacional
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística elaborada por Sidney Lamb (1929-), que concebe a língua como um sistema de camadas independentes entre si, que são, por sua vez, constituídas de sistemas de estratos que se ocupam dos diversos aspectos da estrutura lingüística
t. gerativa
Rubrica: lingüística.
teoria lingüística desenvolvida por Noam Chomsky (1928-), desde 1957, que representa a capacidade lingüística humana por meio de um sistema formalizado de regras de aplicação mecânica (gramática gerativa) baseadas em princípios de caráter universal; gerativismo [Adotando o método da investigação por hipóteses, apresenta sucessivas reformulações, tb. conhecidas como modelos.]
t. holística
Rubrica: psicologia.
teoria segundo a qual a inteligência é uma função inseparável do cérebro como um todo
t. minimalista
Rubrica: gramática generativa.
m.q. minimalismo
t. padrão
Rubrica: gramática generativa.
versão da teoria gerativa baseada nos princípios propostos por Noam Chomsky em seu livro Aspectos da Teoria da Sintaxe (1965)
t. psicanalítica
Rubrica: psicanálise.
a que parte das hipóteses de Sigmund Freud (1856-1939), segundo as quais o desenvolvimento da personalidade se efetua no campo das tensões que opõem as exigências pulsionais às condições exógenas da satisfação (ou, em caso de fracasso, da frustração) das pulsões
t. quântica dos campos
Rubrica: física quântica.
teoria que descreve campos utilizando os conceitos da mecânica quântica e, ger. tb., da teoria da relatividade especial, fornecendo um quadro teórico para as partículas elementares que correspondem aos modos de vibração quantizados dos campos
t. quantitativa da moeda
Rubrica: economia.
teoria clássica, segundo a qual o aumento da quantidade de dinheiro em circulação num país provoca a elevação geral dos preços
t. cinética
Rubrica: física térmica.
teoria que explica propriedades macroscópicas da matéria através do movimento e das propriedades de seus constituintes; no caso de gases, p.ex., a pressão é fruto de colisões entre as moléculas do gás e as paredes do recipiente que o contém
t. clássica dos campos
Rubrica: física.
teoria que descreve campos, utilizando a física clássica, entre as quais se encontram a eletrodinâmica clássica e a teoria da relatividade geral
t. crítica
Rubrica: filosofia, sociologia.
conjunto de reflexões desenvolvidas esp. pelos pensadores alemães Adorno (1903-1969) e Horkheimer (1895-1973), calcadas na filosofia idealista, no marxismo e na psicanálise e caracterizadas por uma perspectiva crítica em relação à razão e à civilização contemporâneas, que estariam à mercê de uma lógica e uma política totalitárias
t. da acumulação
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual os planetesimais supostamente colidem entre si, unindo-se e arrebatando eventualmente matéria bastante para formar os planetas
t. da árvore genealógica
Rubrica: lingüística.
teoria postulada pelo lingüista alemão August Schleicher (1821-1868) que explica a formação das línguas pela imagem de uma árvore com ramificações: o parentesco lingüístico se estabalece a partir das transformações de uma língua original comum
t. da catástrofe
Rubrica: matemática.
teoria que descreve fenômenos nos quais variações abruptas decorrem de processos contínuos
t. da ciência
Rubrica: filosofia.
m.q. epistemologia ('estudo')
t. da comunicação
Rubrica: comunicação.
a que determina os fundamentos científicos da comunicação e que, por seu caráter interdisciplinar, se revela como a superposição de diferentes áreas do conhecimento, como semiologia, teoria da informação lingüística, sociologia etc.
t. da confirmação
Rubrica: filosofia.
teoria formulada pelo positivismo lógico, esp. por Rudolf Carnap (1891-1970), sobre o problema de se saber em que grau determinados dados empíricos sustentam uma teoria científica
Obs.: cf. verificabilidade
t. da forma
Rubrica: psicologia.
m.q. gestaltismo
t. da informação
Rubrica: informática, matemática.
teoria científica voltada para a análise matemática dos processos de transmissão, armazenamento e manipulação da informação
t. da literatura
Rubrica: literatura.
conjunto de concepções sistematicamente organizadas e aplicadas à obra literária; explicação ou análise da sua natureza
t. da regência e ligação ou da ligação
Rubrica: lingüística.
versão da teoria gerativa desenvolvida na década de 1980 que, usando as relações sintáticas de regência (government) e ligação (binding), constrói conceitos e relações formais para descrever e explicar um grande número de construções sintáticas
t. da relatividade
Rubrica: física.
1 termo utilizado para designar teorias que supõem que os fenômenos físicos devem ser compreendidos relativamente a um referencial [O termo atualmente indica, em geral, a teoria da relatividade especial ou da relatividade geral, segundo o contexto.]
2 Derivação: freqüentemente.
qualquer teoria que se destina a generalizar a mecânica newtoniana
t. da relatividade especial
Rubrica: física.
teoria formulada por Albert Einstein (1879-1955) que afirma serem as leis da física idênticas para todos os referenciais inerciais, e que a velocidade da luz no vácuo é constante, isto é, seu valor é o mesmo para diferentes observadores que se movem a velocidades constantes; teoria da relatividade restrita, relatividade [As previsões teóricas da relatividade especial, tais como a dilatação do tempo, a contração do comprimento e o aumento da massa inercial com a velocidade, foram plenamente confirmadas.]
t. da relatividade restrita
Rubrica: física relativista.
m.q. teoria da relatividade especial
t. das cordas
Rubrica: física quântica.
teoria em que a noção de partículas puntiformes, oriunda da teoria quântica de campos, é substituída pela noção de cordas unidimensionais, abertas ou fechadas [As vibrações das cordas determinam os estados das partículas.]
t. da sedução
Rubrica: psicologia.
a que atribui a reminiscências de cenas reais de sedução o papel principal nas psiconeuroses
t. das idéias
Rubrica: filosofia.
doutrina fundamental do platonismo, segundo a qual o conhecimento verdadeiro deve voltar-se para entidades eternas e imutáveis, as idéias transcendentes, modelos perfeitos, cujo pálido reflexo pode ser percebido pelos sentidos no mundo circundante
t. das ondas
Rubrica: lingüística.
teoria elaborada por Johannes Schmidt (1843-1901) que explica as convergências entre línguas geograficamente vizinhas, baseando-se na imagem da propagação das ondas na água
t. das partículas compostas
Rubrica: cosmologia.
teoria segundo a qual, numa classe de partículas elementares, se verifica um aumento do número dessas partículas de massas cada vez maiores
t. das supercordas
Rubrica: física quântica.
teoria das cordas combinada com a supersimetria que fornece uma formulação adequada da gravitação quântica unificada com as demais interações; em particular, ela fornece naturalmente o gráviton assim como partículas compatíveis com as interações fracas [Apesar da elegância desta teoria, ainda não existem evidências experimentais que a comprovem.]
t. da variação
Rubrica: lingüística.
modelo de análise sociolingüística que dá ênfase ao uso da língua e esp. à variação lingüística, a qual considera como não aleatória e condicionada por fatores internos e externos à língua, estes últimos de natureza social
t. de calibre
Rubrica: física quântica.
teoria quântica dos campos que utiliza um grupo de simetria, que pode ser 2abeliano ou não, para os campos e potenciais, explicando as interações entre partículas por uma troca entre bósons intermediários diretamente associados ao grupo de simetria; teoria de gauge
t. de gauge
Rubrica: física quântica.
m.q. teoria de calibre
t. de Lewis
Rubrica: química.
teoria que descreve o comportamento ácido e básico de uma espécie em função de sua tendência de receber e doar, respectivamente, um par de elétrons para formar uma ligação covalente coordenada [p.ex.: NH3 (base) + BF3 (ácido) (r)H3N-BF3]
Obs.: tb. se diz apenas Lewis
t. de Markov
Rubrica: estatística, matemática.
teoria dos processos estocásticos que formam uma seqüência de Markov [Alusivo a Andrei Andreievich Markov, matemático russo, 1856-1922.]
t. de princípios e parâmetros
Rubrica: lingüística, gramática generativa.
programa de pesquisa desenvolvido desde a década de 1980 na teoria gerativa, segundo o qual a gramática é composta de módulos simples e autônomos, regidos por princípios universais que refletem a capacidade cognitiva humana, os quais se dividem em dois tipos: a) princípios rígidos, obrigatórios para todas as línguas; b) princípos abertos (parâmetros) que, na sua aplicação, oferecem valores alternativos que diferenciam as línguas, sendo o seu valor em cada língua fixado pela criança com base nos dados lingüísticos que ela recebe da sociedade na fase da aquisição da linguagem
t. do aprendizado
Rubrica: psicologia.
termo geral que designa toda e qualquer transformação do comportamento individual em reação a certos estímulos, sinais, objetos ou situações
t. do bigue-bangue
Rubrica: cosmologia.
teoria sobre a origem e evolução do universo, cujo postulado é de que toda a matéria existente hoje constituía, originariamente, um aglomerado de altíssima densidade e temperatura que teria explodido, espalhando essa matéria em todas as direções e dando início à expansão do universo
t. do caos
Rubrica: física.
cada uma das formulações teóricas de fenômenos com comportamento aleatório, porém governados por leis deterministas
t. do conhecimento
Rubrica: filosofia.
estudo que tem por objetivo determinar a natureza, as características gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo esp. a respeito das relações entre sujeito e objeto, os dois pólos tradicionais do processo cognitivo; gnosiologia
Obs.: cf. epistemologia
t. do desenvolvimento
Rubrica: psicologia.
sistema de enunciados referente às regularidades e correlações sistemáticas próprias ao desenvolvimento dos indivíduos, p.ex., as teorias bioenergética, psicanalítica, do aprendizado, cognitiva etc.
t. dos afetos
Rubrica: música.
no século XVIII, doutrina estética que associava os fatos da música (produto) com a expressão de afetos
t. dos autômatos
Rubrica: informática.
teoria que trata da ordenação das operações necessárias, em todas as fases, à solução de um problema matemático ou lógico
t. dos conjuntos
Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito, que ocorre quando dois ou mais agentes que atuam no mesmo sistema têm objetivos diferentes
t. dos jogos
1 Rubrica: matemática.
aquela cujo objetivo é definir a melhor estratégia numa situação de conflito
2 Rubrica: psicologia.
análise da estrutura e da função dos jogos de crianças e adultos
t. dos vórtices
Rubrica: cosmologia.
teoria cosmogônica do sistema solar, concebida em 1644 pelo filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650), segundo a qual os planetas e o Sol teriam sido formados pela acumulação da matéria que se movia em vórtices
t. econômica
Rubrica: economia.
reconstrução abstrata da realidade econômica com o objetivo de encontrar as determinações essenciais dos fenômenos econômicos
t. eletrofraca
Etimologia
gr. theóría,as 'ação de observar, examinar; estudo ou conhecimento devido a raciocínio especulativo', pelo lat. theorìa,ae 'investigação filosófica (p.opos. à prática)'; ver teor-
Antônimos
prática
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