O seu Big Brother e a banda mais importante(!?) que os Beatles
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Espécie de conceito punk aplicado à TV dos tempos modernos (ou seja, a TV na palma da mão ou a TV de computador, o boom do celular com câmera e a massificação das máquinas digitais que servem de filmadoras), está na hora de você freqüentar o You Tube. Como estrela de um vídeo que você mesmo vai fazer ou simplesmente como voyeur. É o admirável mundo novo da internet forjando mais um "faça-você-mesmo". No caso, um "broadcast yourself".
O You Tube (www.youtube.com) nasceu em fevereiro do ano passado, como um canal virtual de utilidade pública ou privada, de comunicação diversa e, principalmente, de zoeiras gerais. Era um lugar bacana para qualquer pessoa fazer qualquer vídeo sobre qualquer assunto e postar no site.
A idéia era as pessoas mostrarem seus dotes de cantores, filmar amigos fazendo videoclipes caseiros e engraçados para uma canção pop, subir vídeos de recém-nascidos para familiares distantes. Agora o leitmotiv mudou para o lema "filme você mesmo e mostre para o mundo inteiro".
Escrevi sobre o site no ano passado, no caderno de Esporte desta Folha, porque entre outras coisas o You Tube ajudou a popularizar cenas de futebol, históricas ou gravadas por um torcedor com celular. Fez sucesso por lá o vídeo-mandraque do Ronaldinho fazendo embaixadas utilizando o travessão (!). Mas o You Tube tem tudo a ver com esta Ilustrada.
De versões pessoais de vídeo do Seu Jorge, de trecho de DVD do Caetano Veloso a um raro show da banda inglesa Bloc Party em Barcelona, dá para achar (quase) tudo no You Tube. Quer ver um vídeo tosco do Kevin Federline (marido da Britney Spears) cantando "Popozão", sua versão pop-brega de funk carioca? Está a fim de ver os "famosos" Two Chinese Boys, dois manés que fazem seus clipes em cima de músicas de bandas como *NSYNC? Tem lá. Quer gravar o show do U2 no Morumbi, com seu celular, e mostrar para seu primo na Tailândia? Quer fazer seu vídeo e deixar o planeta ver? Fique à vontade.
Quem pode com o Arctic Monkeys?
E aí? Você já odeia o Arctic Monkeys? Maior fenômeno pop dos últimos tempos, a ótima banda rock de adolescentes de Sheffield está reescrevendo a história do britpop inglês com uma velocidade absurda. Nesta semana, lançou seu primeiro álbum, que corre o risco de ser o disco de estréia mais vendido de todos os tempos no Reino Unido. Isso porque o disco desde outubro já estava disponível na internet.
Ainda nesta semana, viu seu segundo single, "When the Sun Goes Down" chegar ao topo da parada de singles. O primeiro single, "I Bet You Look Good on the Dancefloor", já tinha alcançado o mesmo feito.
O semanário "New Musical Express" trouxe na sua mais recente capa uma lista dos maiores álbuns britânicos desde sempre. O disco do Arctic Monkeys, "Whatever People Say I Am That's What I'm Not", já alcançou o quinto lugar. O primeiro disco dos Beatles no ranking é o histórico "Revolver", que ficou em nono na lista. Isso porque, quando a "NME" saiu às bancas, o CD do Arctic Monkeys tinha só dois dias de loja.
Atrapalhados e "indignados" com a fama repentina, o Arctic Monkeys proibiu ringtones com suas músicas e disse "Não" ao programa "Top of the Pops", porque não estavam a fim de dublar a si mesmo.
Está duro ser um arctic monkey...
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