Os laboratoristas soviéticos não fariam melhor. A Ferrari varreu Rubens Barrichello de sua história. No melhor estilo stalinista, a equipe italiana apagou qualquer vestígio da passagem do brasileiro pelo time. É como se ele nunca tivesse existido. Como se não tivesse passado seis anos em Maranello, disputado 104 GPs, vencido nove deles, feito 11 poles e 15 melhores voltas. É como se os 412 pontos que anotou pela equipe italiana tivessem sido apagados das estatísticas, assim como seus 56 pódios, seus milhares de quilômetros testando e correndo, suas centenas de aparições vestido de vermelho.
Tudo isso evaporou anteontem em Madonna di Campiglio, onde a Ferrari faz, desde 1991, seu convescote de abertura de temporada. Chama-se "Wrooom" o evento, e a programação inclui aulas de esqui, almoços, jantares, festas e entrevistas. Vêm os pilotos e dirigentes, jornalistas do mundo todo são convidados — como este que vos escreve —, e depois de cinco dias de folia todo mundo volta para casa contente.
No jantar de terça, o primeiro da série, um clipe do "Wrooom" do ano passado foi apresentado num telão antes de servirem os camarões gigantes, o risoto de funghi porcini com abobrinha e o filé ao molho de amoras. Rubens não apareceu em nenhuma cena. Nenhuma. Schumacher, Badoer, Jean Todt e uma porção de agregados desfilaram pelo telão alegremente, se empanturrando de neve, vinho, comida e júbilo.
O coitado do Rubens estava aqui, mas não apareceu no clipe. Ele não existe mais. No ano passado, outro vídeo desses, na linha melhores momentos, foi exibido numa boate. Apareceram Mika Hakkinen, Michael Andretti, Jean Alesi, pilotos que em algum momento ou foram da Ferrari, ou correram com patrocínio da Marlboro, que paga parte da conta da festança. Ninguém foi mandado para um gulag, como Rubens.
O sumiço de Barrichello não significa que a Ferrari o odeia e se envergonha de tê-lo tido em suas fileiras, até porque a exibição foi quase inofensiva, para um público minúsculo, e só os mais atentos notaram sua ausência. Mas o episódio, menor, é em sua essência esclarecedor. Rubens e a Ferrari se toleraram nos últimos seis anos. Não mais do que isso. Por isso ele fez bem em sair.
Tudo isso evaporou anteontem em Madonna di Campiglio, onde a Ferrari faz, desde 1991, seu convescote de abertura de temporada. Chama-se "Wrooom" o evento, e a programação inclui aulas de esqui, almoços, jantares, festas e entrevistas. Vêm os pilotos e dirigentes, jornalistas do mundo todo são convidados — como este que vos escreve —, e depois de cinco dias de folia todo mundo volta para casa contente.
No jantar de terça, o primeiro da série, um clipe do "Wrooom" do ano passado foi apresentado num telão antes de servirem os camarões gigantes, o risoto de funghi porcini com abobrinha e o filé ao molho de amoras. Rubens não apareceu em nenhuma cena. Nenhuma. Schumacher, Badoer, Jean Todt e uma porção de agregados desfilaram pelo telão alegremente, se empanturrando de neve, vinho, comida e júbilo.
O coitado do Rubens estava aqui, mas não apareceu no clipe. Ele não existe mais. No ano passado, outro vídeo desses, na linha melhores momentos, foi exibido numa boate. Apareceram Mika Hakkinen, Michael Andretti, Jean Alesi, pilotos que em algum momento ou foram da Ferrari, ou correram com patrocínio da Marlboro, que paga parte da conta da festança. Ninguém foi mandado para um gulag, como Rubens.
O sumiço de Barrichello não significa que a Ferrari o odeia e se envergonha de tê-lo tido em suas fileiras, até porque a exibição foi quase inofensiva, para um público minúsculo, e só os mais atentos notaram sua ausência. Mas o episódio, menor, é em sua essência esclarecedor. Rubens e a Ferrari se toleraram nos últimos seis anos. Não mais do que isso. Por isso ele fez bem em sair.
Nenhum comentário:
Postar um comentário