sexta-feira, janeiro 27, 2006

Mozart foi gênio precoce sedento por liberdade



Em 27 de janeiro de 1756 nascia Wolfgang Amadeus Mozart em Salzburgo, Áustria. Em 2006, são comemorados os 250 anos do nascimento do instrumentista e compositor virtuoso, que produziu uma obra gigantesca em apenas 35 anos de vida.

Desde pequeno, Mozart, cujo nome de batismo era Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart, revelou extraordinária vocação musical. Com quatro anos iniciou as aulas de música com o pai Leopold Mozart, professor de violino.

Não demorou muito e o garoto já compunha duetos e pequenas composições para dois pianos, para serem interpretadas por sua irmã Maria Anna, a "Nannerl", cinco anos mais velha. A dupla realizou várias apresentações mas, em pouco tempo, Nannerl foi ofuscada pelas performances de seu irmão. Sem rancores, a moça seguiu outro caminho. Tornou-se professora de piano, casou-se e constituiu família.

O prodígio, aos seis anos, realizou sua primeira turnê pela Europa. Wolfgang fez estrondoso sucesso nas cortes. Maravilhou soberanos, príncipes, cortesãos, com suas peripécias (muitas vezes mais acrobático-circenses que musicais). O pequeno era um verdadeiro artista e passou vários anos entre viagens com o pai e a casa em Salzburgo. Mas, mesmo assim, encontrava tempo para compor e, aos 12 anos, criou sua primeira ópera, "La finta semplice".

Logo no ano seguinte, Wolfgang foi nomeado primeiro-violino da Corte. Partiu para a Itália, onde recebeu honrarias e mergulhou na música local. Nesta fase, compôs as óperas "Mitridate" e "Lucio Silla". Sua tranquilidade cessou ao voltar à cidade-natal, quando começou a ser tratado com hostilidade pelo novo arcebispo de Salzburgo, Hieronymus Colloredo. O déspota proibiu as viagens de Mozart, que passou quatro anos preso à corte. Angustiado, o compositor não aceitava as ordens de "seu patrão". Pediu demissão e partiu em busca de oportunidades na Europa.

Em suas andanças, Wolfgang renova as idéias e passa a escrever obras mais livres que as compostas na corte. É neste momento que conhece a cantora Aloysia Weber, por quem se apaixona e não é correspondido. Cinco anos depois, ele casaria, sem paixão, com a musicista Constanze Weber, irmã mais nova de Aloysia.

No ano de 1779, um Mozart contrariado volta a Salzburgo, quando compõe a "Missa da Coroação", a ópera "Idomeneu", entre outras obras-primas. Porém, Mozart rompe novamente com Colloredo, que ordena a expulsão do compositor. Em uma de suas cartas, o músico afirma que foi escorraçado da corte, aos pontapés.

Assim, seu entusiasmo pela tão desejada liberdade diminuiu na medida em que a sociedade vienense já não vibrava com suas obras mais intimistas. A grande ópera "As bodas de Fígaro" (1786) foi um fracasso financeiro. Em compensação, a obra seria bem recebida em Praga, o que levou à encomenda de outra ópera: "Don Giovanni". Entre os tchecos foi um sucesso, mas em Viena, um novo fiasco.

A situação econômica de Mozart piora e a fama desaparece. A salvação só chega com a criação de uma ópera para o povo, encomendada, em 1791, por um amigo maçom. "A Flauta Mágica" estreou triunfante em um pequeno teatro popular na periferia de Viena.

Surgem mais encomendas e desta vez trata-se de um Réquiem, solicitado pelo conde von Walsegg zu Stuppach. Bastante atarefado e doente (seus rins estavam quase destruídos), Mozart ia escrevendo, aos poucos, a missa fúnebre que ficou inacabada. Em novembro, ele caiu de cama para não mais levantar-se. Em 5 de dezembro de 1791, Amadeus morreu. O "Réquiem" é completado, tempos depois, pelo discípulo Franz Xaver Süssmayr.

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