quarta-feira, novembro 23, 2005

Brasil é o país com mais 'barrados' na Grã-Bretanha.

da BBC, em Londres

O número de brasileiros impedidos de entrar na Grã-Bretanha bateu recorde, e o Brasil passou a ocupar o primeiro lugar na lista de países que têm seus cidadãos barrados nas fronteiras britânicas, segundo o mais recente levantamento do Ministério do Interior do país.

De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 5.180 pessoas foram impedidas de entrar na Grã-Bretanha e enviadas de volta ao Brasil em 2004.

O total de brasileiros que não consegue driblar o controle cada vez mais rígido da imigração começou a aumentar em 2002, um ano após os atentados de 11 de Setembro.

Os ataques provocaram um aumento do controle nos Estados Unidos, fazendo com que a Grã-Bretanha se tornasse um importante destino para o imigrante que busca no exterior melhores oportunidades de trabalho.

Os números do governo britânico refletem essa tendência. Em 2001, 1.505 brasileiros haviam sido barrados na imigração. No ano seguinte, esse total subiu para 2.400 e, em 2003, para 4.385.

Até o ano passado, os poloneses eram os mais barrados ao tentar entrar na Grã-Bretanha. Com o ingresso da Polônia na União Européia, o Brasil saltou para o topo da lista.

O total de brasileiros que conseguiram entrar na Grã-Bretanha também aumentou mais de 10% entre 2003 e 2004. Em 2003, entraram 127 mil pessoas; em 2004, 141 mil.

Legalização

Também nesta terça-feira, integrantes da Comisão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Emigração Ilegal tiveram uma série de encontros com políticos e representantes da comunidade brasileira na Grã-Bretanha.

Além de discutir as investigações sobre a morte de Jean Charles de Menezes, eles pediram a parlamentares britânicos a legalização dos brasileiros que trabalham ilegalmente no país.

"Esses imigrantes vieram para cá porque o mercado de trabalho precisava dessa mão-de-obra estrangeira", disse o presidente da comissão, o senador Marcelo Crivella (PL-RJ).

"Eles foram 'convidados' pelo mercado, aceitaram trabalhar aqui por um salário mais baixo do que a média. Não é justo que a Grã-Bretanha explore esses imigrantes, sem dar a eles o direito à cidadania", acrescentou Crivella, que parte nesta quarta-feira para a Espanha.

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